agosto 23, 2013

GRAVAÇÃO DA NOVELA: CHIQUITITAS

Muito feliz por participar das gravações da novela Chiquitas no SBT desta vez vivendo um vendedor de água de coco. Agora é só esperar que esta cena vá ao ar para vê o resultado.

Eu claro, só tenho a agradecer a Deus por mais uma oportunidade,



AUTORIZAÇÂO: ROMEU E JULIETA

Para: marcondysfranc@hotmail.com

Imagem de Naldo Cotri
Boa noite  Marcondys! eu sou  Naldo Cotri, sou ator e diretor e também professor de teatro em um colégio estadual do Rio de Janeiro. O motivo do meu contato é que gostei muito da sua  adaptação para a peça de ROMEU & JULIETA, e gostaria de montar com meus alunos no fim do ano. ah! o cenário que você desenhou é bem bacana tbm rsrsrs posso montar com meus alunos?
abraços att.

agosto 11, 2013

MEU PAI


O tempo passar

e junto com ele 

tudo vai se transformando
seus cabelos embranquecendo
o teu olhar cada vez mais terno
sua pele já não tem o mesmo vigor
seu coração mais amolecido
sua voz mais lenta
com expressões mais firmes
mas nunca sem deixar
de ser o que sempre foi
meu maior e verdadeiro
grande
super
herói.
Meu Pai.

agosto 04, 2013

CULTURA JOVEM DE MATARACA - 24 Anos

Biografia
No final da década de 80 cinco garotas (Roberta Kelly, Ivethy Diane, marirezethe, Eliane Lira e Marisete) deram início ao movimento cultural da cidade de Mataraca-PB com o grupo As Xuxetas (cover das Paquitas) despertando atenção de pessoas importantes conquistando o apoio de pessoas influentes e se firmaram como uma das principais atração cultural na época. pelo grupo e em sua última formação em 1991 não podemos deixar de citar Tutty Marinheiro e Jaqueline Blue. Vários foram os shows realizado pelo grupo conquistando respeito e notoriedade entre as mais diversas classes sociais, isto sem contar, com o grande número de fãs que não perdia a chance de prestigiar estas meninas sejam onde fossem. Durante sua formação algumas garotas passaram pelo grupo

Em 1989 surge o grupoCultura Jovem pronto para estreiar sua primeira montagem intitulada “Uma Escolinha Muito Louca”, mas por se tratar de uma comédia recebeu das autoridades da cidade de Mataraca a proibição de exibição em local público.
Mas isto não impediu do grupo em lutar para conquistar o seu espaço.

Em 1991 com a mudança de diretor na escola onde o grupo surgiu o grupo conseguiu emplacar seu primeiro sucesso “O Casamento” que trazia no elenco: Ivan Dellon, Ivethy Diane, Marcondys França, Leila Nunes, Helenilton Vigário,Cicera Marins, Luciano José e Gesy Vitor.

Meses depois o grupo emplaca mais um sucesso, a peça “Meninos de Rua”, desta vez lançando como protagonista John Carlos.
Neste mesmo ano Erika Madruga entra no grupo e participa ativamente da administração do teatro Cultura Jovem e Antônio Pereira fica com o cargo de diretor musical, neste mesmo o grupo montam a peça “O Verdadeiro Sentido do Natal”.
O Cultura Jovem além de apresentar peças de teatro também contava com números musicais que eram apresentados momentos antes de cada peça.
O grupo não só fez sucesso no Estado da Paraíba como também a convites foi para outro Estado representando a cidade de Mataraca/PB. 

agosto 03, 2013

SUJEITO OCULTO - FILME

Um filme de: Marcondys França

Com: Marcondys França, Eduardo Cajaíba e Patrícia Gauger


Personagens:
TOM
WIL (Namorado de Thomás)
SARA (Amiga de Thomas)

Cena I / Externa / Dia e Noite / Cidade em Movimento.

Cena II / Interna Dia / Academia – Willian dando aula.

Cena III / Externa / Dia Cidade em Movimento.

Cena IV / Externa / Shopping – Tom olhando vitrines e falando ao celular.

Cena V / Externa / Dia Cidade em Movimento.

Cena V / Externa / Sara nervosa em meio a um engarrafamento.

Cena VI / Externa Noite / Cidade em movimento.

Cena VII / Externa Noite / Will no metrô

Cena VIII / Enterna Noite / Thomas entrando no prédio carregado de compras.

Cena IX / Externa Noite / Will saindo do metrô.

Cena X / Interna Noite / Apartamento - Tom tirando as roupas das sacolas.

Cena XI / Interna Noite / Elevador – Will dentro do elevador.

Cena XII / Interna Noite / Apartamento – Tom percebe barulho de chaves, joga tudo debaixo da cama.

Cena XIII / Interna Noite / Apartamento – Sala - Tom vai ao encontro de Will, bejá-o. Toque de telefone. Tom atende.
TOM: - Alô?! Sara! (Surpreso) O que houve? Calma…
WIL: - Que foi amor?
TOM: - (Sinaliza Calma) Onde você está? No trânsito... Sara, vem pra cá. Isso...
Vem pra cá… Vem que agente conversa…
WIL: - (Pega o telefone) Alô! Sara é Wil. Calma! Não chora… Escuta. Presta atenção…
TOM: - Pede pra ela vir pra cá...
WIL: - Onde você tá? Sei… Então, vem pra cá. Deixa de bobagem! É claro que não vai nos incomodar. Estamos te esperando. Você vem? Então tá. (Desliga)
TOM: - Desse jeito, vai acabar fazendo uma bobagem. Está completamente descontrolada.
WIL: - Mas só ela não enxerga que essa garota não que nada sério! (Tirando a roupa indo em direção ao banheiro) Poxa vida! Essa garota faz dela de gato sapato!
TOM: - É… Avisar não adianta muito. (Pega uma toalha) Já cansie de falar. Mas, prefere fazer vista grossa! (Entrega a toalha) Sabe qual meu medo?
WIL: - Tenho até medo de pensar. (Entra no banheiro liga o choveiro)
TOM: - É ela acabar fazendo uma bobagem por causa dessa garota.
WIL: - Será? (Coloca a cabeça para for a do box)
TOM: - Não duvido nada! Tá cega de amor. Enlouquerida!
WIL: - Sabe que as vezes me pergunto: Por que? (Sai se enxugando) Sara é tão independente, bem sucedida, bonita, inteligente… Sempre me pareceu tão segura! (Indo para cozinha)
TOM: - É a outra faceta do amor, meu bem! (Pega um copo com água na geladeira) Quando se torna maior que a razão, o resultado é esse, desequilíbrio. E por falar nisso... Sara não estava fazendo análise? (Puxa a cadeira e Senta-se)
WIL: -Deixou de lado. Esqueceu de tudo... Largou a própria vida de lado para viver essa obsessão.
TOM: - Sei que não devia... Mas, sinto pena. Ta ai uma pergunta que não quer calar... Será que essa menina é tão fria quanto parece ou Sara faz questão de maquiar a verdade?
WIL: - Que verdade?
TOM: - (Se levanta e lava o copo) É óbvio que essa moça gosta de ficar com ela! Mas talvez não queira compromisso sério.

Cena XIV / Externa Noite - Sara estaciona o carro. Está tensa, Entra no prédio, exita em entrar no elevador. Entra. Chega ao andar. Dar um tempo de frente à porta do apartamento.
WIL: - Tudo me leva a crer que Sara seja apenas estepe! Pelo que conta o caso com a ex não terminou.
TOM: - Isso é complicado! Janta?
WIL: - Muito. Agora não. Já não sei mais o que dizer…

Cena XVI / Externa Noite - Corredor – Sara cria coragem e toca a campanhia.

Cena XVI I / Externa Noite – Apartamento
TOM: - Deve ser ela. É melhor você atender. Acho que ela se sentirá mais a vontade!
WIL: - (Atende. Abraça) Meu anjo não fica assim. Entra.
SARA: - (Chora) Oi Wil!
WIL: - Oi. Senta! Quer uma água?
SARA: - (Entra) Não precisa se incomodar.
WIL: - Incômodo algum…
TOM: - Eu pego... (Sai)
WIL: - Que foi dessa vez?
SARA: - Ela viajou.
WIL: - E?…
SARA: - Não me convidou.
WIL: - Quem sabe ela precisa ficar um pouco só. Até mesmo para repensar sobre a relação...
SARA: - Liguei pra ela... E ela disse que estava indo para o litoral, passar o fim de semana...
TOM: - (Com a água) Toma. Beba. (Senta)
SARA: - Obrigada!
WIL: - Pelo menos avisou.
SARA: - Não foi sozinha. (Abre a bolsa retira o cigarro, está trêmula, ascende)
TOM: - Com a ex?
SARA: - É.
TOM: - E qual a dúvida?
SARA: - Quando pergunto se ela e ex... Ela diz que não, que não tem nada a vê. Que o que sente pela  a outra é só carinho.
WIL: - Se é assim… Por que nunca lhe convida pra ir junto?
SARA: - É que a irmã dela gosta muito da ex.
TOM: - Até acho super bacana essa preocupação dela com a irmã e o respeito que nutre pela ex... Mas sinceramente, não entendo! (Vai até a janela) Não é justo com você. E quanto a você? Olha pro teu sofrimento com essa situação, veja como essa história esta lhe fazendo um baita mal. Fica claro que você pode sofrer, a ex não! Isso não está certo.
WIL: - Me perdoe Sara... Mas, concordo com Tom.
SARA: - Sinceramente... Não sei o que fazer. (Levanta-se meio sem rumo vai em direção a janela)
WIL: - Olha pra você... (Vai até Sara) Será que não percebe, que aos poucos está se acabando, se diminuindo... Onde está teu amor próprio? Olho pra você e me pergunto: Onde está aquela Sara que sempre admirei?
SARA: - Está desapontado. (Apaga o cigarro)
WIL: - Não. (A segura pelo ombro fraternalmente) Quero muito lhe ajudar a sair dessa. Só não sei como.
SARA: - (Para Tom) É que não me conheceu antes... Precisava ver o quanto eu era alegre, divertida...
WIL: - Quando lembro de você me vem aquela imagem, na festa da Ivone, com o pessoal da faculdade... Te achei linda! Você era o centro das atenções. Eu cheguei até comentar com o Tom... Se eu fosse hétero, investiria em você.
TOM: - Mor... Assim fico com ciúmes.
SARA: - Que isso Tom! Dá pra vê nos olhos de vocês o quanto se amam... Sei que é até feio o que vou dizer. É tão bonito de vê-los que invejo! Não que queira que o relacionamento de vocês dê errado. Longe de mim! Mas, gostaria de viver uma história assim.
TOM: - Eu sei. (A abraça) Diremos que é uma inveja construtiva.
WIL: - É... É muito bom quando agente encontra alguém que amamos e que nos ame também. Essa troca é que fortalece a relação. Mas isso não é só um acaso não... Ou sorte... É uma conquista. (Olha nos olhos de Sara) A base de um bom relacionamento é a conversa, a sinceridade, a dedicação... Não é fácil! A cada renúncia, a cada conquista... Estamos acrescentando um tijolo para solidificar nossa relação. (Estende a mão para Tom) Mas posso lhe afirmar minha querida o mais difícil é o acabamento e a manutenção, o dia-a-dia!
TOM: - Pois é... (Beija a mão de Wil) Sempre que temos problemas, sentamos e conversamos. Não é Mor?
WIL: - É. (Toca com carinho o rosto de Tom) Quem sabe se não é isso que você precisa fazer... Sentar e conversar.

Cena XVIII / Interna Noite – Apartamento – Cozinha
TOM: - (Dar um copo com suco) Senta e conversa com ela sobre o que está sentindo. E, assim, quem sabe... Creio que precise impor alguns limites. Ou vai ficar sempre nessa... Cedendo, cedendo... Sem o retorno que espera.
WIL: - Também acho que é hora de você tomar uma decisão definitiva. Mesmo que isso lhe traga sofrimentos.
TOM: - Sofrimento por sofrimento você já está sofrendo.
SARA: - (Bebe o suco) E se ela quiser terminar?
WIL: - Terminar o que? (Bravo) Não sente que está faltando algo? (Tom toca em seu ombro para acalmá-lo) Acredita mesmo que tem um relacionamento?
TOM: - Vai passar a vida inteira recebendo migalhas? Merece mais que isso!
WIL: - Liga pra ela. (Entrega o celular)
SARA: - E se a irmã atender?
WIL: - Pede pra falar com ela.
SARA: - (Se levanta meio perdida) Vai achar que estou tentando controlar os passos dela.
WIL: - Que quer fazer? (Tenso)
SARA: - Acho melhor esperar até segunda.
WIL: - (Respira fundo) Vai aguentar?
SARA: - (Bebe outro gole) Talvez esteja vendo coisas onde não há. (Vai até a pia) A gente ontem estava super bem. Ela foi tão carinhosa comigo.
TOM: - Até quando vai ficar se enganando? Dá um chute nessa garota. Não merece teu amor! (Terno) Amiga, você está se acabando.
SARA: - Vou pra casa. (Decide rápido. A câmera acompanha até a sala)

Cena XIX / Interna Noite - Apartamento
TOM: - Fica. Dorme. Você não está legal…
SARA: - É que meu pai vai ficar preocupado.
WIL: - É só ligar pra ele! Avisa que vai dormir aqui.
SARA: - Obrigada! Estou bem.
WIL: - Tem certeza?
SARA: - Tenho. (Silêncio. Tensão)
WIL: - Então tá bom. Mas se precisar de qualquer coisa... Liga! Ah! Liga assim que chegar na tua casa... Ta bom?
SARA: - Eu ligo. (Pega a bolsa no sofá)
TOM: - Qualquer coisa... Estamos aqui!
SARA: - Obrigada!
WIL: - Vem almoçar com agente amanhã?
SARA: - Tenho que estudar.
WIL: - Trás os livros.
SARA: - Eu ligo.
WIL: - Então tá! O convite está feito.
SARA: - Tchau Tom! Obrigada.
TOM: - Te cuida. (Abraça Sara) E não esquece... Se precisar...
SARA: - É... Eu sei. (Segura a mão dele com firmeza) E agradeço a força. Tchau Will! (Abraça) E desculpa...
WIL: - Que isso! Se precisar, estamos aqui.
SARA: - Obrigada!
WIL: - Vou contigo até o elevador. (Saem. A camera os acompanha. Wil chama o elevador. Outro abraço. Ela entra. A camera vira em direção ao Tom que está na porta do apartamento, fecha nele.
TOM: - Meu Deus! Que barra!

Cena XXI / Externa: Dia / Noite – Cidade em Movimento



Cena XXII / Interna Noite / Apartamento - Cozinha
TOM: - (No telefone) Não mãe... Hoje não dá. É que estou preparando a janta.  Também já é tarde. Ir até ai e voltar correndo… não vale apena.  Dormir? Hoje não. Outro dia. Tá bom! Pode deixar! Beijo! (Desliga. Dirige-se até a mesa que está quase arrumada) Isso! Assim está bem melhor! Agora só falta... Droga! É claro! Dar uma ajeitada no visual. E essa comida que não chega?!

Cena XXIII / Interna / Apartamento – sala
TOM: - (Pega o telefone) Alô? Boa noite! É que fiz um pedido e já faz algum tempo… Vocês haviam falado que entregaria em meia hora… Isso! Já está com mais de quarenta minutos. Tom. Tudo bem! Ok! Obrigado. (campanhia) Até que enfim chegou! (Atende) Obrigado! Aqui está o cheque. Boa noite! Bom… Agora é só por no micro ondas… Tom, já pro banho!

Cena XXIII / Interna / Apartamento – Cozinha (Coloca a comida no micro-ondas, Joga a embalagem no lixo, em seguida entra no banheiro. Liga o chuveiro e se banha)

WIl: - Mor?... (Entra no apartamento joga a mochila no sofá)
TOM: - Tô no banho… Fica ai...
WIl: - Que cheiro é esse? (Vê a embalagem)
TOM: - Não estraga a surpresa. (Sai enrolado na toalha) Vai tomar banho... (O empurra para o banheiro).
WIl: - Que está aprontando?
TOM: - Deixa de ser curioso! (Prepara a mesa. Wil entra no banheiro)
WIl: - (Sai do banheiro de roupão)  Que chique!
TOM: - Não achou que passaria em branco… Não é?
WIl: - Estou surpreso!
TOM: - Gosta? (Aponta a mesa)
WIL: - Está maravilhosa! Você caprichou.
TOM: - Então Senta...
WIL: - Hum! Que romântico!
TOM: - Hoje você é todo meu. Preparei um jantar todo especial! (Pega um vinho. Serve)
Wil: - A nossa saúde!
TOM: - Estou morrendo de fome!
WIL: - Também.
TOM: - Olha que preparei… Receita da vovó!
WIL: - É… Vi a caixinha no lixo.
TOM: - Ah, que feio! Isso é tão... Ante-romântico! Mas acontece que estou tão feliz que nada poderá me fazer perder o humor!
WIL: - Que bom! Também estou feliz.
TOM: - Então… Um brinde! Vamos brindar ao seu aniversário! Ao nosso casamento… A nosso amor!
WIl: - Um brinde a nós!
TOM: - Parabéns!
WIL: - Hoje a noite é nossa!
TOM: - Só nossa! (Brindam. Close nas taças)

Cena XXIV / Interna / Apartamento – Quarto: Deitados na cama.
TOM: - Que seja eterna enquanto dure… Detesto essa frase. Dá impressão de que nada é durável!
WIL: - Quero que saiba que estou muito feliz de está ao teu lado, comemorando este quarto aniversário... E você Tom, é meu menino, meu homem, meu amor... Gosto muito de está ao teu lado.
TOM: - Acho até que já está cansado de ouvir eu dizer que te amo... E que desejo ficar bem velhinho ao teu lado. (Beijos o peito de Wil) Tenho medo.
WIL: - De que?
TOM: - Bobagem! E se eu deixar de ser interessante pra você? Não, eu sei que a concorrência é grande lá fora...
WIL: - Isso não vai acontecer… Invento uma máquina que volte no tempo e agente começa tudo de novo!
TOM: - Gostei disso!
WIL: - É tão bom está, aqui juntinhos! (Abraça forte)
TOM: - Tantos estão por aí em busca disto que vivemos e não encontram. Pelo que tenho percebido, encontrar alguém que nos ame de verdade, que se dedique, que aposte numa relação como esta que construímos... É tão raro!
WIL: - É... Mas, conseguimos!
TOM: - Você tem mudado tanto! (Senta-se por cima de Wil, o encara) As vezes te olho e…
WIL: - Como assim?
TOM: - Você não é mais aquele jovem universitário... Alucinado pela legião, com aquelas idéias de mudar o mundo! Você cresceu. Não mais te vejo como um menino, mas como um homem. Lindo! Completamente gostoso e meu. Até vaidoso se tornou!
WIL: - Tenho um bom professor! (Dá uma piscada)
TOM: - Te amo!
WIL: - (O beija) Estive pensando… Que acha da gente ir pra Porto Alegre?
TOM: - Acho ótimo! (Se levanta) Mas, e a grana?
WIL: - Em último caso, faço um empréstimo!
TOM: - Empréstimo?
WIL: - É. Ano que vem, você vai ter mais trabalhos com sua peça... Vai está mais divulgada. E eu fechei com aquele condomínio.
TOM: - Sei não…
THOMAS: - Agente dá um jeito! (Também se levanta) Só não quero ter que ficar aqui nas férias. Ah, mor! Mereço! (Abraça-o) Nós merecemos!
TOM: - Também quero muito viajar. Só nós dois… Nossa segunda lua de mel!
WIL: - É exatamente isso! (Acaricia os cabelos de Tom deixando-os despenteados) Acho que precisamos parar um pouco para curtir um ao outro.
TOM: - Tá certo! (Abraçam-se. Camera gira em torno deles)

CENA XXV / Externa Dia / Cidade em Movimento

CENA XXV / Interna Dia / Apartamento: Tom assiste tv. Campanhia. Atende
TOM: - Sara?
SARA: - Me desculpa...
TOM: - Entra. Tudo bem?
SARA: - Mais ou menos.
TOM: - Que houve desta vez? Que ela aprontou?
SARA: - Me sinto tão ridícula! Vê só... Liguei no celular dela e adivinha quem atendeu? (Senta)
TOM: - A ex?
SARA: - Isso. Qualse meia noite. Depois tentei ligar por várias vezes e só caixa postal... (Ascende o cigarro) E quando atende... O pior não é isso... (Se levanta e anda pela sala) Pedi pra falar com ela. A outra teve a cara de pau de dizer que não dava por que estava ocupada.
TOM: - Ai... Para de andar de um lado para o outro... Está me deixando tonto. (Ela senta) E você?
SARA: - Liguei na casa dela. Isso por que ela me pediu pra não ligar lá, por causa da irmã. Mas liguei mesmo assim! (Se levanta outa vez) A mãe dela atendeu... (Se agacha perto de Tom) ...e disse que ela estava viajando. Viajando... (Se dirige a janela)
TOM: - E agora está convicta?

CENA XXVI / Externa Dia / Caminhando pele rua:
SARA: - Se não gostasse de mim, não teria me levado ao motel. Não teria sido tão: carinhosa, atenciosa, doce... Poxa! Ela disse que gosta de mim! O que rola com essa garota é só amizade.
TOM: - Gostar, não é amar! Se te amasse verdadeiramente enfrentaria mãe, pai, irmã... O mundo se preciso fosse! (Pega no ombro dela) Não deixaria de está ao teu lado pra ficar com a outra.
SARA: - O que ela alega... (Apaga o cigarro) é que não quer atrapalhar a carreira dela. Que está estudando muito pra se formar em medicina. Que precisa se dedicar...
TOM: - E por isso atrapalha a sua? Não é justo! É isso que quer pra tua vida? Viver assim, num desespero, nessa angustia?
SARA: - Que acha que devo fazer? (Senta-se no banco da praça)
TOM: - Que já deveria ter feito a muito tempo! (Senta) Olha Sara, já é hora de acabar com essa tortura. Se tivesse em teu lugar, se descobrisse que Wil... E olha que o amo muito
SARA: - Você acha que?... (Tensa)
TOM: - É só uma suposição.
SARA: - Imagina! Wil te ama.
TOM: - Também o amo muito e você sabe disso. Mas se descobrisse que tem um caso fora... Por mais que eu sofra, pode acredita...
SARA: - Nem pense nisso! (Caminha)

CENA XXVI / Externa Dia / Caminhando Túnel do metrô
SARA: - Não consigo imaginar essa possibilidade! Wil é louco por você.
TOM: - Mas desse mundo podemos esperar tudo! Hoje tudo bem. Amanhã, não sabemos… Acredito muito no caráter dele e, enquanto confiar... Estaremos juntos. Quando está confiança for quebrada, ai sim... Estará tudo terminado entre nós. Não nasci pra estepe! (Param)
SARA: - Não vejo essa possibilidade... Ainda mais vocês! Pra lhe ser sincera... Vocês são meu espelho. Se um dia vocês separarem, ai sim, deixarei de acreditar que se é possível um relacionamento de verdade entre pessoas do mesmo sexo.
TOM: - E você? Que vai fazer? (Continuam andar)
SARA: - Voltei pra análise! Decidi bloquear o número dela no meu celular... Também pedi em casa pra ninguém me passar ligações dela. Cansei. Estou farta! Tenho que tomar atitudes que me beneficie. Viemos ao mundo para ser feliz!
TOM: - Assim que se fala. Estou gostando de ver. Só espero que não volte atrás! SARA: - De hoje em diante só quero quem me dê valor!
TOM: - É isso ai! Devemos amar quem nos ama. Acredito que sem respeito não há relacionamento. Mas fico feliz que você esteja reagindo positivamente a essa situação. Sabemos que não será fácil. Quem sabe agora você consiga enxergar novas possibilidades. (Chegam próximo a catraca)
SARA: - Tom... Nem sei como agradecer por tudo que vocês tem feito por mim.
TOM: - Pra que serviriam os amigos se só servissem para os bons momentos!
SARA: - Deixa eu ir. Dá um abraço no Wil por mim.
TOM: - Pode deixar! Se precisar de qualquer coisa, a qualquer hora, não se acanhe... Estamos aqui de braços abertos! (Ela passa a catraca)
SARA: - Tom?...
TOM: - Oi...
SARA: - Obrigada!
TOM: - Não por isso. (Se segue e some entre as pessoas. Ele fica pensativo. Close nele)

Cena XXVII / Externa Noite / Cidade em Movimento

Cena XXVIII / Interna Noite / Apartamento: Sala

(Wil entra joga a mochila no sofá)
WIL: - Oi! (Beija)
TOM: - Demorou!
WIL: - Que inferno! O ônibus demorou.
TOm: - Mais um pouco pegava Sara aqui. Acabou de sair a levei no metrô.

Cena XXVIII / Interna Noite / Apartamento: cozinha
WIL: - Cada dia estou mais convicto que temos que comprar um carro. (Abre a geladeira pega uma garrafa com água)
TOM: - Estava te esperando pra jantar.
WIL: - Oh, amor! Desculpa! Deveria ter jantado.
TOM: - Não queria jantar sozinho. Também não custa nada esperar.
WIL: - Então vamos comer!
TOM: - Você não que tomar banho primeiro?
WIL: - Não. Depois! Você está com fome?
TOM: - Você não?
WIL: - Ô!
TOM: - Fiz salada. Só falta temperar…(Pega a salada)
WIL: - Tá bom. (Sentam)
TOM: - Como foi teu dia?
WILL: - Cansativo. Corri o dia todo. Preciso urgente de umas férias!
TOM: - Sara decidiu dar um basta.
WIL: - Até que enfim! Antes tarde que nunca. Só faltava ela perceber que aquela menina não tem o menor respeito por ela.
TOM: - É! Existem dois tipos de cegos… Os que não vêem e os que não querem ver. E por falar nisso fica esperto...
WIL: - Por que está dizendo isto?
TOM: - Se eu perceber que está me passando pra trás, não vai prestar... Corto as coisas! (Brinca com uma faca de mesa)
WIL: - De onde tirou isso?
TOM: - Ontem a noite… Me chamou de Max.
WIL: - Max? Eita, peiga!

Cena XXIX / Interna Noite / Apartamento: Sala
TOM: - Quem é Max?
WIL: - Como vou saber? Um dia dou aulas dormindo, outro falo nomes… Estou ficando maluco!
TOM: - Ah, Inocente! Posso lhe fazer uma pergunta?
WIL: - Claro!
TOM: - (Pega uma cueca) Por que você lavou essa cueca assim que tirou?
WIL: - Ah! É que derramou água sanitária quando eu estava limpando a pia. Ai pra não manchar...
TOM: - Não tem cheiro! E não há mancha no short. Não acha estranho?
WIL: - Não, não acho. (Bravo) O que está querendo insinuar com isso?
TOM: - Só lhe peço uma coisa… Se algo estiver errado, por favor, não mente pra mim. Admito tudo nesta vida, menos mentira.
WIL: - Você deve achar que sou um galinha, que fico por aí com todo mundo... Que sirvo o exercito! É essa idéia que faz de mim! (Sai brava bate a porta Tom vai atrás)

Cena XXX / Externa Noite / Corredor
(Wil chama o elevador)
TOM: - Prefiro perguntar do que ficar imaginando coisas.
WIL: - Olha cara, eu nunca fui até o fim com ninguém.... Você é a única pessoa que fui até o fim.
TOM: - As vezes tenho a impressão que você tem vontade de abrir asas e sair voando livremente...
WIL: - Está enganado! Eu escolhi ficar com você. Viver juntos e quero muito que dê certo.
TOM: - Às vezes tenho a nítida impressão que está me evitando. Sempre que lhe procuro…Está cansado!
WIL: - (Entra no apartamento se dirige para o quarto) E estou. Pô… Tenho corrido pra caramba e você sabe disso.

Cena XXXI / Interna Noite / Quarto
TOM: - Eu também corro muito e ainda cuido da casa. (Se senta na cama) Me sinto carente... Escuta. Quero curti meu casamento. As vezes tenho a impressão que você mesmo estando aqui ao meu lado... Está tão longe...
WIL: - Me perdoa! Vou melhorar. Juro que é cansaço. (Senta-se ao lado) Vem ca…
TOM: - Não. Não quero consolo. (Se levanta) Quando realmente você sentir vontade… Me procura. Escuta. Só tenho você e se reclamo sua ausência é que não tenho outro pra substituir... Te quero por inteiro! (Pega o cobertor o travesseiro e vai para osofá. Close em Wil que observa Tom de longe. Está pensativo)
Cena XXXI / Externa Noite / Cidade em Movimento

Cena XXXII / Externa Dia / Cidade em Movimento

TOM: - (No telefone) Oi! Tudo bem! Foi ótimo! Um final de semana maravilhoso. A praia estava divina! È…
WIL: - Quem é?
TOM: - Minha mãe.
WIL: - Diz que estou mandando um abraço.
TOM: - Wil esta lhe mandando um abraço! (Pra ele) Outro. Esta perguntando a que horas vamos chegar lá amanhã...
WIL: - Ás sete!
TOM: - Iremos só à noite. Não, não vai dar... Temos algumas coisas pra resolver por aqui. Então ta bom. Beijo! (Desliga) Te mandou um beijo. Gostaria que agente almoçasse com eles. Disse que fez seu prato preferido.
WIL: - Ah, mor! Quero descansar um pouco.
TOM: - Ta bom! É... Mais um ano, juntos!
WIL: - Quero muito outros! (O abraça como se tivesse dando uma chave de braço)
TOM: - Também! Essas férias… Nossa viagem juntos… Que podemos considerar nossa lua de mel. Foram ótimas!
WIL: - Necessárias!
TOM: - E como! E teu balanço sobre este ano?
WIL: - Tem sido cansativo. Mas bom.
TOM: - E ano que vem? Que deseja?
WIL: - Menos correria, contas em dia, um carro e menos gastos compulsivos…
TOM: - Só?
WIL: - E claro… Melhorar ainda mais nosso relacionamento! Me dedicar mais. “I am Promet!”
TOM: - Quero entrar numa grande cia de teatro… Conquistar meu espaço! E claro, muito amor! Que adianta tudo se afetivamente não estiver bem? (Caem no sofá)
WIL: - Vamos preparar as coisas...
TOM: - Vamos…(Wil sai. Tom encontra em outro sofa uma calça jeans jogada. Sacode para dobra-la, cai do bolso uma camisinha. Tom fica paralisado)
WIL: - Vamos organizar as coisas... (Voz em off)
TOM: - É… Vamos. (Sai)

Cena XXXII / Externa Noite / Metrô
WIL: - Você está tão calado… Que foi?
TOM: - Nada não...
WIL: - Favos fazer um acordo…
TOM: - Qual?
WIL: - A gente rompe o ano na casa da tua mãe... Depois agente vai com os meus pais pro sítio da minha tia.
TOM: - Teus pais me odeiam!
WIL: - Isso não é verdade. Também não é assim!
TOM: - Sei. Juram que fui eu que coloquei o filhinho no mau caminho!
WIL: - Está sendo sacastico! Acho que já é hora de enfrentar. Se vamos passar o resto de nossas vidas juntos...
TOM: - Gostei disso! Sendo asim, tudo bem! Mas me promete que não vai me deixar sozinho um só minuto. Promete?
WIL: - Prometo!
TOM: - Que seja lá o que Deus quiser… (Camera fecha na janela do metrô)

Cena XXXIII / Externa Noite / Queima de Fogos

Cena XXXIV / Interna Noite / Quarto

(Wil está se preparando para dormir, Tom já está na cama pensantivo)

WIL: - O que você tem?
TOM: - Não sei... Não estou legal. Me sinto zonzo!
WIL: - Amor… Está com febre. (Encosta a mão na testa de Tom) Vou pegar um remédio. (Trás o remédio) Você não parecia muito à vontade. Que ouve?
TOM: - Nada…
WIL: - Não gostou da minha tia?
TOM: - Tua tia é um amor de pessoa. Super bacana!
WIL: - Alguém lhe tratou mal?
TOM: - Não.
WIL: - Você me pareceu estranho.
TOM: - Impressão sua.
WIL: - Que foi?
TOM: -Quer mesmo saber? (Senta-se na cama para se apoiar)
WIL: - Quero.
TOM: - Me senti super mau.
WIL: - Por que?
TOM: - Como por que?(Se levanta e veste o ropão) Poxa, cara!
WIL: - Não entendo!
TOM: - Não entende?
WIL: - Não.
TOM: - Te vendo na piscina com seus tios…
WIL: - Qual o problema?
TOM: - Qual o problema? Depois de tudo? Você parecia tão a vontade, tão feliz... Nem parecia que eles... Você sabe.
WIL: - Não, não sei.
TOM: - Parecia tão satisfeito.
WIL: - Deveria ser o contrário?
TOM: - Thomas, sinceramente… Se meus tios tivessem abusado de mim na minha infância, eu os odiaria por toda eternidade. Queria ver o diabo a eles! (Sai do quarto Wil vai atrás)

Cena XXXV / Interna Noite / Cozinha
WIL: - Ás vezes... Tenho a impressão que odeia minha família.
TOM: - Família? Que família é esta? Que usa o sobrinho, ainda menino, pra coisas promiscuas… E você, ao invés de odiá-los, admira-os.
WIL: - Não os odeio.
TOM: - Seus pais deveriam odiá-los, não a mim! Sabe que acho?
WIL: - O que?
TOM: - Que sente falta.
WIL: - Falta de que?
TOM: - De tudo que aconteceu. Parece que na verdade você gostaria de reviver o passado. Que você os tem com super heróis!
WIL: - Pirou!
TOM: - Quando seu tio mais novo se casou… Você não conseguiu esconder sua frustração. Ai pensei: Meu Deus! Onde estou pisando!
WIL: - Você está sendo injusto.
TOM: - Não me venha falar de justiça! Pensa o que? Cara, acha mesmo que sou ingênuo... Que não percebi? Você tem mudado... Seu comportamento…
WIL: - Impressão sua.

Cena XXXVI / Interna Noite / Sala
TOM: - Durante nossa viagem… Nossa tão esperada lua de mel! Você me evitava. Fazia de tudo pra que nós não ficássemos à sós no quarto. Tem algo errado. Eu sinto. Não sou idiota! O que está errado? Se está acontecendo algo por favor me diga…
WIL: - Não tem nada errado. Você está sendo neurótico.
TOM: - Neurótico? È neurose vê tua irmã o tempo todo se roçando em você na piscina? Quem não os conhecesse achariam que são um casal, marido e mulher. Me senti num campo minado, bombardeado por todos os lados!  Não consigo me fingir de cego.
WIL: - É… (Concorda) Talvez tenha razão! Também já percebí. Ela tinha parado. No começo sempre achei que fosse carência de irmã… Mas depois notei que era demais. Dei umas duras. Ela tinha parado. Mas agora está voltando a fazer…
TOM: - É neurose minha!
WIL: - Desculpa! Vou me vigiar mais.
TOM: - Não me ama mais… (Respira fundo)
WIL: - Isso não é verdade.
TOM: - O que é verdade?
WIL: - A verdade é… Que estou com você... Por que quero… Por escolha minha… (O segura pelo ombro)
TOM: - Não quero fique comigo por qualquer outro motivo que não seja amor. (Se solta) Se quer ficar comigo que seja por amor. Seja digno, seja franco. Oportunidade tem... (Sai)
THOMAS: - Merda! (Camera fecha em Wil)

Cena XXXVII / Interna Dia / Bar
SARA: - Que merda cara!
WIL: - E agora? Que vou fazer?
SARA: - Acho que abrir o jogo é o melhor caminho…
WIL: - Nunca vai me perdoar.
SARA: - Tom não é bobo. Não vai conseguir levar essa situação por muito tempo.
WIL: - Não quero perdé-lo.
SARA: - Que situação! É difícil… Como aceitar… Mas te ama. Quem sabe… De um jeito ou de outro, cedo ou tarde esse virá atona, e o estrago pode ser maior.
WIL: - Me sinto tão… perdido.
SARA: - (Segura as mãos dele) Força! Conte comigo.

Cena XXXVIII/ Externa Dia / Chegando no Prédio, entra no elevador

Cena XXXIX / Externa Dia / Corredor
(Wil parece sem coragem, cminha até a porta, retira a chaves do bolso, close na chave, corta para dentro do apartamento)

Cena XL / Interna Dia / Sala

TOM: - Amor? Que houve? Que faz aqui a está hora? E o trabalho?
WIL: - Hoje não fui...
TOM: - Que cara é essa? Que foi?
WIL: - Preciso te contar uma coisa.
TOM: - Ai! Que foi? Aconteceu alguma coisa…
WIL: - Tenho um negócio pra te contar...
TOM: - Então fala… Esta me deixando nervoso cara. Fala.
WIL: - Não sei se tenho coragem!
TOM: - O que você fez?
WIL: - Eu sinto muito…
TOM: - Fala.
WIL: - Eu te traí. (Senta no sofá)
TOM: - O que?
WIL: - Eu traí você.
TOM: - Não acredito que tenha tido a coragem! (Bravo)
WIL: - Sinto muito.
TOM: - Desembucha… Não me esconde nada. Quero saber tudo. Tudo! (Puxa o Puf)
WIL: - Tenho te traído...
TOM: - Como?
WIL: - Tenho ido ao cinemão...
TOM: - Então tem transado com…
WIL: - Com outros caras…
TOM: - Outros?
WIL: - Não tenho sido honesto.
TOM: - Há quanto tempo vem me enganando?
WIL: - Há um ano e maio.
TOM: - Que? (Caminha pela sala) Um ano e meio! Mas como?
WIL: - Na hora do almoço.
TOM: - Então por isso que me ligava todo dia na hora do almoço, pra ter certeza que eu estava no trabalho! Que fazia?
WIL: - Pra que isso?
TOM: - Quero saber tudo. Se vai ser honesto não omita nada.
WIL: - Isso não tem importância.
TOM: - Pra mim tem. Seja honesto comigo.
WIL: - Tudo…
TOM: - Tudo? (Volta e sentá-se)
WIL: - É.
TOM: - Fez sexo a três?
WIL: - Fiz… (Tom vai até a janela)
TOM: - Usou camisinha?
WIL: - Usei…
TOM: - Se envolveu com alguém?
WIL: - Sim… Conheci um cara… (Anda pela sala) Transamos… Eu gostei. Voltei outras vezes na esperança de encontrá-lo...
TOM: - Se apaixonou por ele? (Indignado)
WIL: - Pra que isso?
TOM: - Responde!
WIL: - Era casado com outro cara. O que eu poderia esperar de um cara que encontrei lá? (Wil vai para cozinha)

Cena L / Interna Dia / Cozinha
TOM: - Chegou a ir a casa de alguém?
WIL: - Fui...
TOM: - Onde?
WIL: - Encontrei na paulista e…
TOM: - Meu Deus! Quem é você? Um monstro! Como pode fazer isso comigo?!
WIL: - No começo era só uma aventura, mas depois isso foi ficando intenso, e quando vi, não conseguia parar. Virou um vício. Como uma droga!
TOM: - As cuecas… O bolso rasgado… Tua falta de interesse... A falta de grana! Você torrava todo dinheiro naquele buraco.
WIL: - Por isso que procurei ajuda do psicólogo que me encaminhou pra um psiquiatra. Eu queria sair, parar, mais não conseguia. Detectaram em mim uma compulsão!
TOM: - E eu?
WIL: - Eu quis contar, mais não conseguia. Eu olhava pra você sempre tão seguro de teus sentimentos, de seus atos dono da tua própria vida... Me sentia um lixo ambulante. Quantas noites eu parava na ponte da praça da bandeira e tive vontade de pular... Só pra não voltar pra casa e ter que te encarar!
TOM: - Que senti por mim?
WIL: - Não sei...
TOM: - Não sabe?
WIL: - Estou confuso. (Se senta)
TOM: - Um ano e meio! Deus! Como fui tolo. Acreditava que me amava… Tudo que vivemos até hoje é uma mentira. Nossas noites de amor, as coisas que me dizia... Que burro que fui! Imbecil! Confiava em você. Nunca pensei que fizesse isso comigo. Por que, cara? Por que?
WIL: - Estraguei tudo. (Há desespero)
TOM: - E agora? Que faremos? (Indo para o quarto) Meu Deu que vergonha!

Cena LI / Interna Dia / Quarto
WIL: - Você não fez nada. Não tem do que se envergonhar.
TOM: - Acreditei em você. Apostei em nossa relação! Espera ai... (T) Sara sabia de tudo. Por isso veio com aquela conversa... Não me disse nada!
WIL: - Sara reprova minha atitude. Sempre me incentivou a contar. Não achava justo contigo... Me perdoa. Eu quero melhorar! Quero parar com isso. Quero continuar nossa história... Sem mentiras, sem me sentir culpado... Não quero te perder! Se não te contei antes é que tive medo de te perder. Você é uma pessoa muito especial!
TOM: - Sou um tremendo babaca apaixonado! Se eu fosse tão especial você não teria... Sempre conversamos... E juramos que se algo estivesse errado, sentaríamos e conversaríamos sobre o assunto...
WIL: - Fui covarde... M e arrependo. Me ajuda Will... Me dá uma chance.
TOM: - Como posso dar uma chance a um cara que nem sabe o que sente por mim?
WIL: - Não quero te perder. (Senta na cama. Chora feito criança)
TOM: - Há algo mais que eu precise saber?
WIL: - Não.
TOM: - Preciso dar uma volta. Estou me sentindo sufocado. (Saindo. Se dirige para sala)
WIL: - Onde vai?
TOM: - Pro inferno! (Bate a porta).

Cena LII / Externa Noite / Corredor
WIL: - Tom...
TOM: - Me deixa! Me deixa. (Entra no elevador. Câmera fecha em Wil)
(Thomas continua estático chorando. Apaga-se a luz).

Cena LIII / Externa Noite / Cidade em Movimento

Cena LIV / Externa Noite / Viaduto do Chá
(Tom caminha sem rumo, chora muito. Há ódio em seu olhar. Se dirige a Praça da república e contrata um garoto de programa)

Cena LV / Externa Noite / Cidade em movimento

Cena LVI / Interna Noite / Apartamento: sala
(Wil anda de um lado para outro pelo apartamento. Olha o relógio. Senta-se, se desespera)

Cena LVII / Externa Noite / Cidade em movimento - Amanhece

Cena LVIII / Externa Dia
(Cena se entrelaça, Wil desce pelo elevador, Tom sobe pelas escadas. Entra no apartamento)

Cena LIX / Interna Dia / Apartamento: Sala
TOM: - (Vai fechar a porta alguém a empunha)
SARA: - Tom?
TOM: - Que você quer?
SARA: - Por favor Tom...
TOM: - Você sabia de tudo, né?
SARA: - Sinto muito.
TOM: - Sente? Você me traiu.
SARA: - Não... Não podia...
TOM: - Te acolhi na minha casa. Te dei meu ombro... E você me apunhalou pelas costas.
SARA: - Não...
TOM: - Pensei que fosse minha amiga...
SARA: - E sou.
TOM: - Não. Não é.
SARA: - Tom...
TOM: - Foi cumplice dele. Amigos não traem.
SARA: - Não podia contar...
TOM: - Quer saber? Você é igualzinha ele.
SARA: - Não diga isso... Tom...
TOM: - Preferiu protege-lo. Escolheu o lado podre!
SARA: - Não é verdade. Escuta, não sabia o que fazer, ambos são meus amigos.
TOM: - Chega! Basta. No momento que se calou, fez sua escolha. Wil é seu amigo. Foi ele quem você protegeu.
SARA: - Tom...
TOM: - Por favor... saia. Saia. (Ela sai. Ele bate a porta)

Cena LX / Internas e externas: se entrelaçam indicando passagem do tempo. Wil e Tom em vários locais públicos, há felicidade.

Cena LXI / Interna - Noite / Apartamento: Sala
TOML: - Já vai?
WIL: - Já. Tenho que chegar mais cedo pra ajudar na produção. Você vai que horas? (Arrumando a mochila)
TOM: - Hoje não vou. Estou cansado. O trabalho foi dobrado!
WIL: - Ah, amor! Hoje é a última apresentação. Gostaria muito que fosse.
TOM: - Gostaria de ir. Mas, não estou no pique. Vão comemorar a apresentação?
WIL: - Talvez o pessoal… Eu quero vir pra casa.
TOM: - Então posso te espera?
WIL: - Claro!
TOM: - Então tá. Vê se não se cansa.
WIL: - Vou tentar!
TOM: - Mais ou menos que hora vai chegar?
WIL: - Termina as nove. Até desmontar tudo… Entre dez e meia às onze horas.
TOM: - Vou esperar. Bom espetáculo!
WIL: - Obrigado! Até mais tarde. (Sai)
TOM: - Até. (Fuça a mochila de Thomas. Encontra um papel. Lê). Mas que merda é essa? Um B. O.? Este endereço... Avenida Ipiranga... Cinema... Furto. Meus Deus! Que canalha! Filho da puta! Desgraçado! Mentiroso... Quanta lama! Quem é esse cara que vive comigo? Quantas coisas ocultas!

Cena LXII / Externa - Noite / Cidade em Movimento

Cena LXIII / Interna - Noite / Apartamento: Quarto
TOM: - (Pega o Telefone. Exita. Liga) Wil?! Onde está? Já vai dar meia noite… Disse que não sairia. Tá, Tá bom! (T) Merda! Pensa que sou idiota?! Babaca! É desse jeito que quer uma chance? Droga, droga, droga! Não posso viver assim. Ele vai ver… (Barulho de relógio)

Cena LXIV / Interna - Noite / Apartamento: Sala
WIL: - (Chega de manso)
TOM: - Você acha que sou o que? Idiota? (Wil liga a luz) Estou cansado. Você não sabe o que quer. Diz que vai fazer uma coisa, faz outra! Que está tentando, tentando, tentando... E a vida vai passando enquanto usa sempre a mesma desculpa: “To tentando!” E eu? Como fico? Sabe o que acho? È que está no ponto esperando o ônibus passar, enquanto eu faço companhia enquanto decide... Ou seja, pode ser que siga viagem sozinho e olhe para trás me acene e diga: “Olha, valeu... Mas não dá mais...” Não sou este anjo compreensivo que vai ficar aqui suportando tudo enquanto você fica em cima do muro. Só me responde uma coisa... Que verdadeiramente sente por mim?
WIL: - Não sei. Estou confuso.
TOM: - Conta uma novidade! Seja honesto.
WIL: - Carinho. Respeito. Admiração…(Indo para a cozinha)
TOM: - Parece que estou ouvindo minha mãe. Isso não é amor!
WIL: - Te admiro muito. (Pega a garrafa com água. Bebe)
TOM: - Olha.. Cansei! Admiração, carinho, respeito... Isso deixo pra minha mãe. O que quero você não tem condições de me dar. É duro ter que dizer isto. Estou no meu limite. Acho melhor agente acabar tudo aqui. Nossa história termina aqui. Mereço muito mais que isso que estou vivendo ao teu lado. Você não está feliz ao meu lado, eu não estou feliz ao teu. Então pra que ficar se enganando? Não adianta ficar criando ilusões que as coisas vão melhorar, porque não vão. Vai viver a tua vida, vai ser feliz da tua maneira. Eu quero ser feliz, amado e respeitado. É isso ai.
WIL: - É um direito que tem...
TOM: - O que mais tem pra me contar? Que mais esconde?
WIL: - Não há mais nada.
TOM: - Não há... (Puxa o B.o.) Que significa isto?
WIL: - (Pega abismado) Como encontrou?
TOM: - A casa caiu pra você. Não há mentira que não seja revelada.
WIL: - Aconteceu.
TOM: - Aconteceu?
WIL: - Lá no cinema. Fui roubado... Enquanto fazia sexo num grupo, rasgaram a pochete e levaram tudo sem que eu percebesse.
TOM: - A coisa é mais grave que pensei. Tenho certeza que ainda tem mais... (Se dirige para o quarto pega uma mala e vai jogando as roupas)
WIL: - Rolou…
TOM: - De que está falando?
WIL: - Um beijo… com…
TOM: - com?
WIl: - Jonas.
TOM: - Jonas! Você é… Jonas.
WIL: - É.
TOM: - Há quanto tempo isso vem rolando, desde Quando?
WIL: - Juro que foi a primeira vez.
TOM: - Você jura? Como pode ser tão… Tenho nojo de você. Te odeio... Você é a pessoa mais suja e desonesta que conheço.
WIL: - Que culpa tenho se me apaixonei?
TOM: - Que? Você o que?.
WIL: - Estou apaixonado pelo Jonas.
TOM: - Seu canalha! (Parte pra cima. Wil corre para cozinha) Odeio você. Como pode fazer isso comigo... (Pega uma faca)
WIL: - Não cara, pelo amor de Deus, larga essa faca…
TOM: - Você vai me pagar por cada lágrima que derramei! Cala a boca! Seu babaca. Você me usou o tempo todo… Vocês me usaram! (Parte pra cima)
WIL: - Não! Não cara… Não faz isso! (A tela escurece)


(LEGENDAS)

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