A PAIXÃO DE CRISTO
Adaptação: Marcondys França
CENA I
HOMEM: - Senhor, minha filha faleceu agora mesmo, mas vem, põe tua mão e ela viverá.
JESUS: - Leve-me até sua filha.
HOMEM: - Por aqui senhor...
(Uma mulher toca na veste de Jesus, ele para)
JESUS: - Quem me tocou?
MULHER: - Eu Senhor... Acredito que se tocar em tua veste,ficarei sã da minha doença.
JESUS: - Tem bom ânimo, filha, a tua fé te curou.
MULHER: - Obrigada mestre, obrigada!
HOMEM: - Aqui está meu Senhor.
JESUS: - Afastai-vos. A menina não está morta, dorme. (Todos riem) Menina... Levanta e anda. (A menina se levanta e os pais abraçam enquanto todos ficam maravilhados)
TODOS: - Milagre! Bendito seja o Senhor!
CENA II
CEGO 1: - Tem compaixão de nós filho de Davi.
JESUS: - Crêem que eu possa fazer isto?
CEGO 2: - Sim meu Senhor, cremos.
JESUS: - (Toca em seus olhos) Seja-vos feito segundo a vossa fé.
CEGO 1: - Estou vendo! Vejo... Milagre!
CEGO 2: - Bendito seja vosso nome! Posso vê.
CENA IIi
SENHORA: - Mestre, meu menino... Não fala. Peço-te, Cura-o
JESUS: - Já está curado.
MENINO: - Ma... ma... mãe... Mãe!
SENHORA: - És realmente o Messias! Meu filhinho foi curado.
CENA IV
LEPROSO: - Senhor se quiseres podes me livrar da lepra. Podes me tornar limpo.
JESUS: - (Estendendo a mão) Quero; estás limpo.
LEPROSO: - Bendito seja! Vejam! Estou curado. Estou limpo. Limpo!
JESUS: - Que isto sirva de testemunho.
FARISEU: - Ele cura as enfermidades com intermédio do demônio.
JESUS: - Bem aventurados os que crêem, por que serão chamados filhos de Deus!
CENA V
(Entra dois homens carregando um paralítico)
SENHOR 1: - Senhor, tem misericórdia.
SENHOR 2: - Cremos no teu poder.
SENHOR 1: - Livre-o Senhor desta condição.
JESUS: - Solte estas muletas e anda.
(O jovem aos poucos consegue caminhar sem muletas)
SENHOR 2: - Obrigado filho de Davi!
SENHOR 1: - És o filho do Deus todo poderoso.
CENA VI
FARISEU: - Mestre esta mulher foi apanhada em pecado de adultério.
POVO: - Vamos apedrejá-la.
(Jesus agacha e escreve com o dedo na areia)
ESCRIBA: - Devemos apedrejá-la.
FARISEU: - Assim manda a Lei de Moises.
POVO: - Morte!
(Há uma grande movimentação de pessoas com pedras na mão)
JESUS: - Aquele entre vocês que não tiver nenhum pecado que atire a primeira pedra.
(Soltam as pedras e saem envergonhados) Mulher onde estão os que te condenavam? Ninguém a condenou?
MARIA MADALENA: - Ninguém Senhor.
JESUS: - Nem eu. Vai em paz e não peques mais. (Madalena afasta-se. Jesus fala para o povo) Não julgueis para não ser julgados. Bem aventurados os que perdoam por que também serão perdoados. (Para seus discípulos) Meus discípulos convém ir para Jerusalém é chegada a hora do cumprimento das escrituras. Serei morto e ressuscitarei ao terceiro dia.
PEDRO: - Senhor tem compaixão de ti, de modo nenhum te acontecerá isto.
JESUS: - Não compreendes as coisas que são de Deus, só as dos homens. Se alguém quiser vir comigo, renuncie as i mesmo, tome sua cruz e siga-me. (Jesus sai seguido dos apóstolos)
(Crianças correm brincando e pessoas passam pelo palco de um lado para o outro).
SEGUNDA PARTE
CENA I
(Jesus pega uma toalha, uma bacia e com uma jarra enche a bacia e lava os pés de seus discípulos)
SIMÃO: - Senhor... Por que lavas os meus pés?
JESUS: - Isto que faço não compreendes agora, irá comprender depois.
TIAGO: - Peço que não laves apenas meus pés, mas também minha cabeça Mestre.
JESUS: - Bastam apenas os pés. Tua cabeça está limpa. O mesmo não posso dizer a todos.
FELIPE: - Que queres dizer com isto Senhor?
JESUS: - Em verdade vos digo que um dentre vos um me traíra.
ANDRÉ: - Quem de nós senhor?
TOMÉ: - Como isso é possível?
JOÃO: - Acaso sou eu Senhor?
MATEUS: - Quem de nós Mestre?
CENA II
JESUS: - Vamos para mesa.
(Todos se colocam em seu lugar a mesa. Jesus parte o pão)
JUDAS: - Quem é o traidor?
JESUS: - É aquele que eu dê o pedaço de pão molhado. (Entrega a Judas Iscaiotes)
JUDAS ISCARIOTES: - Sou eu o traidor Mestre?
JESUS: - Tu o dizes. O que pretendes fazer, faze-o depressa. (Judas sai) Isso é o meu corpo que é dado a vós. (Passa para os apóstolos que dividem). (Ergue a taça). Bebei dele todos; por que isto é o meu sangue. A nova aliança, o meu sangue derramado em favor de vós, para remissão de vossos pecados, Tomai e bebei, fazei isto em memória de mim.
JESUS: - É chegado à hora meus queridos discípulos em que o filho de Deus será glorificado. Logo deixarei vocês.
PEDRO: - Ainda que tenha que morrer contigo, nunca te negarei.
JESUS: - Pedro, hoje mesmo antes que o galo cante, você três vezes me negará.
PEDRO: - Nunca mestre! (Todos saem)
(Jesus levanta-se e sai os discípulos os acompanham)
CENA III
(Judas Iscariotes se encontra com os soldados)
SOLDADO: - Aqui estão as trinta moedas.
JUDAS ISCARIOTES: - Os levarei até ele.
SOLDADO: - Como saberei qual deles é Jesus?
JUDAS ISCARIOTES: - Aquele que eu beijar a face é o homem. (Saem).
CENA IV
(Jesus no Getsêmani. Está com ele Pedro, Tiago e João)
JESUS: - Fiquem aqui e vigiem comigo em oração. Vigiem para que não entrem em tentação. (Se afasta os discípulos adormecem)
- Pai, se é possível afasta de mim esse cálice de sofrimento. Porém que não seja feito o que eu quero e sim o que tu queres. (Vai até os discípulos)
- Será que não podem vigiar comigo ao menos uma hora? Vigiem e orem, para que não sejam tentados. O espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Volta para o lugar de oração)
- Meu pai se este cálice não pode ser afastado que seja feita conforme a tua vontade! (Volta aos discípulos)
- Ainda estão dormindo? Vejam... O filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.
CENA V
(Entra Judas e os soldados armados com lanças)
JUDAS ISCARIOTES: - Salve Mestre!
JESUS: - Amigo para que você veio? (Judas beija-o). Com um beijo você traiu o filho de Deus. (Há luta. João fere um soldado) João, guarda tua espada. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. (Os apóstolos fogem)
SOLDADO 2: - Vamos levá-lo até Pilatos. (Levam-no com violência)
(Entra Pilatos. Há uma grande aglomeração de pessoas)
PILATOS: - O que vocês querem?
ANCIÃO: - Pegamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, dizendo e incentivando ao povo a não pagar impostos ao imperador. Ele também disse que é o Messias, um novo rei.
CLAUDIA: - Este homem é inocente do que o acusam.
PILATOS: - Você é o Rei dos Judeus?
JESUS: - Tu o dizes. Meu reino não é deste mundo. Foi para anunciar a verdade que eu vim ao mundo.
PILATOS: - De onde vens tu? Não respondes? Não sabeis que tenho poder para crucificar ou libertá-lo?
JESUS: - Nenhum poder terias contra mim se de cima não fosse dado.
PILATOS: - Não vejo nenhum motivo para condenar este homem.
ANCIÃO 2: - Ele está causando desordem entre o povo de toda Judéia. Começou na Galiléia e agora está aqui.
CLAUDIA: - Não o condenes meu senhor.
PILATOS: - Se este homem é da Galiléia Heródes deve julgá-lo. Soldados, levem-no.
ANCIÃO: - Já foi interrogado por Heródes e o mesmo mandou que vos o julgue.
PILATOS: - Já o interroguei e não vi nenhuma culpa dessas acusações. Este homem não fez nada que mereça a pena de morte. Mandarei chicoteá-lo e o deixarei ir.
ANCIÃO 2: - Se o deixar ir, não será amigo de Cesar.
PILATOS: - Sendo assim como é de costume de vosso povo, devo soltar um prisioneiro por ocasião da festa. (Para o soldado) Traga o outro prisioneiro. Aqui tendes Jesus e Barrabás...
ANCIÃO 3: - Barrabás! (Agita o povo)
POVO: - Solte Barrabás!
PILATOS: - Mas Barrabás é um criminoso; um assassino. E Jesus, nenhum mal fez! Que farei com ele?
POVO: - Crucifique-o! Crucifique-o!
PILATOS: - Mandarei chicoteá-lo.
ANCIÃO 1: - Nada disso! Cricifique-o!
POVO: - Crucifique-o! Crucifique-o!
PILATOS: - Soltem Barrabás. (Duas servas entram com um jarro e com uma bacia. Coloca água. Pilatos lava as mãos) Estou inocente do sangue deste justo (Sai).
SOLDADO: - Não és o Rei dos Judeus? Aqui esta sua coroa majestade! (Colocam na mão direita dele uma cana) Magestade! (Bate com a cana na cabeça de Jesus)
CENA VI
MULHER: - Este homem estava com ele.
PEDRO: - Estás enganada.
MENINO: - Eu o vi com Jesus.
PEDRO: - Estás enganado.
HOMEM: - És um deles.
PEDRO: - Não conheço este homem.
SOLDADO: - Levem-no.
CENA VII
(Jesus é chicoteado)
SOLDADO: - Saudações majestade... Um, dois,três... (Soldados se revezam)
(Maria e outras mulheres presenciam tudo. Choram)
JESUS: - Filhas de Jerusalém, não chorem por mim, chorai por vós e por vossos filhos.
CENA VII
(Jesus carrega a crus a multidão acompanha, ele cai Verônica vai até e limpa o seu rosto com seu manto, quando vai oferecer água um soldado impede)
SOLDADO: - Não vê que este homem não tem forças para continuar sozinho?
SOLDADO 2: - Você...
SIMÃO, CIRINEU: - Eu?
SOLDADO 2: - É. Você. Ajude-o a carregar a cruz.
SIMÃO: - Não tenho nada com isso.
SOLDADO 2: - Ajude-o. (Simão ajuda)
CENA FINAL
(Jesus é crucificado)
LADRÃO: - Salva os outros e a si mesmo não podes salvar-se?
LADRÃO 2: - Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino.
JESUS: - Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Tenho sede.
SOLDADO: - Estás com sede. Tome. Bebes. (Põe uma esponja na ponta da espada molhada com vinagre)
JESUS: - Deus meu, Deus meu... Por que me desamparaste?
MARIA: - Meu filho! (Chora) Não... Meu Filho! Jesus...
JESUS: - Pai a ti entrego meu espírito! (Falece. Grande estrondo).
(Tiram o corpo de Jesus e entregam a Maria que com a ajuda de Maria Madalena e os discípulos o colocam no sepulcro. Soldados ficam vigiando. Um anjo retira a pedra. Os soldados fogem com medo)
MARIA MADELENA: - Já é domingo. Vamos prestar a última homenagem ao nosso mestre. Vamos embalsamar o seu corpo... Quem irá nos ajudar a remover a pedra que fecha o túmulo?
MARIA: - Veja... A pedra foi removida.
ANJO: - Não tenhais medo. Eu sei que buscai a Jesus. Ele não está aqui, por que ressuscitou. Ide e avisai aos discípulos que Jesus vive. (Maria sai)
MARIA MADALENA: - (Chora) Agora nem o corpo dele aqui está.Onde puseram o corpo do me Senhor?
JESUS: - Mulher, por que choras? A quem procuras?
MARIA MADALENA: - Se tu o tiraste, dize-me, onde puseste?
JESUS: - Maria!
MARIA MADALENA: - Mestre! (Se ajoelha e o adora) Ressuscitou!
JESUS: - Ide e dei as boas novas. (Sai)
MARIA MADALENA: - Meu Senhor vive! (Sai feliz para dar as boas novas)
F I M