fevereiro 02, 2011

CASAMENTO NO ARRAIÁ (Texto de Teatro)

CASAMENTO NO ARRAIÁ
De: MARCONDYS FRANÇA


SOCORRO (MÃE)
IDELFONSO (PAI)
MARIA BADALO (FILHA)
BOCA DE BURRO (JAGUNÇO)
ZÉ PINGA (NOIVO)
VIGÁRIO

ATO ÚNICO
SOCORRO: - Desgraçada... Desgraçada! Minha filha, mais falada que tudo nessa vida! Ai de mim!
IDELFONSO: - Se eu pego esse condenado... Eu capo esse cabra safado!
MARIA BADALO: - Mainha...
SOCORRO: - Calada!
MARIA BADALO: - Painho...
IDELFONSO: - Calada!
MARIA BADALO: - Eu...
OS DOIS: - Calada estrupício!
IDELFONSO: - Vamos realizar logo este casamento antes que eu cometa uma loucura.
SOCORRO: - O vigário já vem se chegano...
IDELFONSO: - Que chegue logo. Que já tô sem paciência.
MARIA BADALO: - Mais...
SOCORRO: - E ocê se assussegue!
MARIA BADALO: - Eu...
OS DOIS: - Calada estrupício!
MARIA BADALO: - Oxé! Num posso nem dizê nadica de nada...
OS DOIS: - Não!
VIGÁRIO: - Meus filhos... Deus os abençoe!
TODOS: - Amém!
VIGÁRIO: - Vamos então dá início ao casório... É esta a noiva?
SOCORRO: - É... É essa sonsa!
MARIA BADALO: - Mainha!
SOCORRO: - Num diga nada! Calada estrupício!
VIGÁRIO: - E onde ta o noivo?
IDELFONSO: - Vou mandá buscá o cabra. Boca de Burro!
BOCA DE BURRO: - Sim sinhô!
IDELFONSO: - Traga cá aquele cabra safado... Que minha peixeira tá se cosandi... Tá doidinha pra sangrar um pescoço de um filho de uma égua!
VIGÁRIO: - Fique calmo homem de Deus! Sem violência.
IDELFONSO: - Boca de Burro, se avexe... Tá ispeno o que? (Boca de Burro sai)
MARIA BADALO: - Painho deixa eu falá...
IDELFONSO: - Ocê num me abra essa boca Maria Badalo.
MARIA BADALO: - Mai painho...
SOCORRO: - Tá moca? Num ouviu teu pai? Oxé!
BOCA DE BURRO: - Aqui está o cabra!
ZÉ PINGA: - Se é festa to drentro! (Música: Bebe, cair e levantar)
IDELFONSO: - Me segura antes que eu faça uma bestera e desgrace minha vida.
VIGÁRIO: - Calma homem! Não esqueça que tua filha precisa do noivo...
MARIA BADALO: - Vigário...
TODOS: - Calada!
ZÉ PINGA: - Etá festa animada! Num tem uma branquinha?
SOCORRO: - O sinhô se oriente!
ZÉ PINGA: - Só um dedo... Em pé.
VIGÁRIO: - Vamos logo a cerimônia.
IDELFONSO: - É isso mermo seu vigário... Case logo essa sem vergonha.
MARIA BADALO: - Mainha...
SOCORRO: - Cale essa boca estrupício.
VIGÁRIO: - Então vamo dá início a esta união... Aqui temos de um lado Zé Pinga e do outro Maria Badalo...
SOCORRO: - Pule logo essa babozeira toda! O pio já acunteceu... Então vamo logo ao que interessa.
IDELFONSO: - Isso mermo!
VIGÁRIO: - Sendo assim... Proseguiremos...
MARIA BADALO: - Eu...
VIGÁRIO: - Isso é pressa de se vê casada filha?
MARIA BADALO: - Eu...
SOCORRO: - Aceita!
MARIA BADALO: - Mas...
SOCORRO: - Você cala a boca. Sabeno que vai perguntá... A resposta é sim.
ZÉ PINGA: - Não...
IDELFONSO: - Como é que é seu cabra? (Mostra a peixeira)
ZÉ PINGA: - Digo sim. É que ocês num deixa a pobre moça falá.
IDELFONSO: - Vigário temine logo com essa agonia.
VIGÁRIO: - Então... Maria Badalo, aceita...
SOCORRO: - Já disse que sim. E se num disse eu como mãe e resposave digo sim.
IDELFONSO: - E eu assino em baixo!
VIGÁRIO: - Mais não é assim que funciona.
IDELFONSO: - Com todo repeito vigário... Não cumprica! (Para Zé Pinga) E você seu cabra safado diga logo sim.
ZÉ PINGA: - Se num tem como escapuli...É sim, né?
MÃE E PAI: - É.
VIGÁRIO: - Então... Se não há ninguém que possa impedir essa união...
BOCA DE BURRO: - Eu!
TODOS: - Oh!
MARIA BADALO: - Boca de Burro!
BOCA DE BURRO: - Eu amo Maria Badalo e foi eu que bulí com ela...
MARIA BADALO: - Meu mocinho, meu cawboy!
BOCA DE BURRO: - Vambora...
MARIA BADALO: - É Pra já! (Pula nas costa de Boca de Burro e foge do casamento. Socorro desmaia, Idelfonso a segura)
VIGÁRIO: - Nome do pai, do filho e do Espírito Santo...
ZÉ PINGA: - Etâ casamento bão! Que festança animada! (Música)

F I M

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