dezembro 29, 2013

PECADO (TEXTO TEATRO) ATO III

PECADO
De: Marcondys França
TERCEIRO ATO
JOEL
EZEQUIEL: (PAI DE JOEL)
RUTE: (MÃE DE JOEL)
SUNAMITA: (IRMÃ DE JOEL)
MIDIÃ: (NOIVA DE JOEL)
SAULO: (PAI DE MIDIÃ)
HELENA: (MÃE DE MIDIÃ)
ISAC: (IRMÃO DE MIDIÃ)
DAVI: (AMIGO DE JOEL)
SARA: (MÃE DE DAVI)
PASTOR:
CENA I
DAVI: - Que bom que veio...
JOEL: - Não devia ter vindo.
DAVI: - Mas veio. E se veio... é por que é importante.
JOEL: - Importante? Não sei do que está falando.
DAVI: - Sabe sim.
JOEL: - Que quer?
DAVI: - Sabe o que quero.
JOEL: - Não devia ter vindo...
DAVI: - (Segura seu braço) Espera.
JOEL: - Solte-me.
DAVI: - Só se prometer que vai me ouvir.
JOEL: - Seja breve.
DAVI: - Esse lugar me trás boas recordações...
JOEL: - Faço questão de esquecer.
DAVI: - Não fala de coração.
JOEL: - Só quem conhece nossos corações é o Nosso Senhor Jesus.
DAVI: - Mais uma razão para não mentir. Como diz o poeta: “mentir pra si mesmo é a pior mentira”.
JOEL: - Olha Davi... O que houve aqui foi...
DAVI: - Foi lindo! Cara, eu te amo. E sei que me amas também. Então pra que lutar contra esse amor?
JOEL: - É impossível.
DAVI: - Impossível?
JOEL: - Sou noivo.
DAVI: - Uma farsa! Até quando vai lavar essa farsa? É de mim que você gosta.
JOEL: - Cala-te!
DAVI: - Eu te amo! Quero você, cara. Larga essa mentira e venha ser feliz.
JOEL: - Que felicidade poderá haver em dois homens vivendo juntos como homem e mulher? É pecado contra a natureza, contra Deus.
DAVI: - Pecado é viver um faz de conta, sendo infeliz e fazendo outra pessoa infeliz.
JOEL: - Diz a bíblia: "Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a mor­te.
DAVI: -  A bíblia também diz: “ Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença.”  Poderíamos passar aqui a noite inteira citando versículos, mas nunca iriamos encontrar um se adeque a nossa situação.
JOEL: - Que situação?
DAVI: - Somos gays, estamos apaixonados, loucos para nos entregarmos um nos braços do outro...
JOEL: - Não é verdade.
DAVI: - Que é verdade então? Essa vida de mentiras que você construiu em torno de si. Não seja covarde...
JOEL: - Você é um pervertido e foi enviado pelo inimigo pra colocar minha fé em prova...
DAVI: - Se acredita mesmo nisso, vá enfrente, volte para seu mundinho de mentirinha, e eu o deixo em paz. (Ele para se olham se abraçam e se beijam)
CENA II
MIDIÃ: - Misericórdia! Onde foi Joel? Como demora...
SUNAMITA: - Foi na casa pastoral.
MIDIÃ: - Não... Passei lá antes de vir aqui.
SUNAMITA: - Não acha que está o sufocando?
MIDIÃ: - É meu noivo, nada mais justo que me preocupe com ele.
SUNAMITA: - Preocupe? Você está é armando campana em torno dele.
MIDIÃ: - Estou preocupada. Joel anda muito estranho.
SUNAMITA: - Está é com medo, isso sim. Imagina... se noiva age assim, imagina depois de casada? Vai colocar uma mascara de ferro e corrente no tornozelo do meu irmão.
MIDIÃ: - Você está contra nosso noivado?
SUNAMITA: - Não meu bem. Sabe que amo de paixão! Mas é que assim, não dá. Deixa ele respirar um pouco.
HELENA: - Midiã... Não acha que está um pouco tarde?
MIDIÃ: - Deixa eu esperar só mais dez minutos...
HELENA: - Nada disso. Seus pais devem está preocupados.
MIDIÃ: - Precisava tanto falar com Joel.
SUNAMITA: - Tenho certeza que o que tem pra falar poder esperar até amanhã.
HELENA: - Verdade! Agora vá filha. A paz!
MIDIÃ: - A paz. E você me diz amanha que hora Joel chegou.
SUNAMITA: - Por que não põe um chipe nele?
MIDIÃ: - Engraçadinha! A paz!
HELENA: - Vai com Deus. E cuidado mocinha!
SUNAMITA: - Essa vai dar trabalho!
HELENA: - Quando casar essa ansiedade passa. Agora vamos dormir que amanha temos um longo dia.
CENA III
(Joel e Davi estão abraçado nus)
MIDIÃ: - Meus Deus!
JOEL: - Midiã?!
MIDIÃ: - Que significa isso? Não, não precisa dizer...
JOEL: - Calma! Não é o que está pensando...
MIDIÃ: - Não estou pensando... estou vendo. Vendo! Se alguém me dissesse não acreditaria.
JOEL: - Escuta Midiã...
DAVI: - Conta logo a verdade pra ela.
MIDIÃ: - Verdade? Que verdade?
DAVI: - Essa é uma boa hora para colocar em pratos limpos.
MIDIÃ: - Como pode chamar de pratos limpos uma sujeira como essa? Joel, meu amor, me diz que tudo isso não passa de um engano, que eu não vi nada, que o que aconteceu aqui, foi que este rapaz, que é um pervertido, te seduziu, e o fez pecar, mas que você já está arrependido...
JOEL: - Não...
MIDIÃ: - Não? Olha, eu te perdoo, não conto nada pra ninguém... Vamos sair daqui, como nada disso tivesse acontecido, seguiremos com nosso noivado, nos casamos, e seremos muito felizes.
JOEL: - Sinto muito Midiã...
MIDIÃ: - Não entendo.
JOEL: - Eu descobrir que não lhe amo...
MIDIÃ: - Não gosta de mim?
JOEL: - Gosto.
MIDIÃ: - Então meu amor?!
JOEL: - Mas como amiga.
MIDIÃ: - Amiga?
JOEL: - Irmã em Cristo.
MIDIÃ: - Isso não é verdade. Você me ama, sempre me amou...
JOEL: - Estou apaixonado por outra pessoa.
MIDIÃ: - Quem é essa mulher?
JOEL: - Estou apaixonado por Davi.
MIDIÃ: - Que?
DAVI: - Que parte não entendeu? Joel é gay.
MIDIÃ: - Não é verdade...
DAVI: - O que não é verdade é esse noivado de mentira em que você viveram até hoje.
MIDIÃ: - Manda esse filho do demo calar essa boca.
JOEL: - É verdade Midiã. Não dá mais pra seguir com essa farsa.
MIDIÃ: - Vai me deixar pra viver com outro homem?
JOEL: - E a pessoa que amo e com quero viver.
MIDIÃ: - Joel, você acabou com minha vida.
JOEL: - Vai encontrar alguém que te ame de verdade.
MIDIÃ: - Não tem importância... Isso é só uma fase meu amor. Vai passar...
JOEL: - Não é uma fase. Acabou. Acabou!
MIDIÃ: - Não... não acabou não. Vou esperar o tempo que for preciso. Eu preciso ir... é tarde. Minha mãe... meu pai... vão ficar preocupados. A paz... a paz... (sai meio delirante)
DAVI: - Pirou de vez!
JOEL: - Acho melhor ir atrás dela. Pode fazer uma besteira.
DAVI: - Será que vai contar pra alguém?
JOEL: - Acho que não... Vou lá...
DAVI: - Vai sim. Amanhã a gente se fala. (Saem)
CENA IV
PASTOR: - Já vai...
DAVI: - Irmão... Preciso falar com o senhor.
PASTOR: - Claro. Que houve? Está transtornado.
DAVI: - Antes que o senhor saiba por outra pessoa quero lhe contar, quero que saiba por mim.
PASTOR: - Saber o que Davi?
DAVI: - Eu e Joel, nós...
PASTOR: - Vocês?
DAVI: - Estamos juntos.
PASTOR: - Como assim juntos?
DAVI: - Pastor... o senhor é um homem inteligente.
PASTOR: - Meu Deus! E vocês...
DAVI: - Sim, já fizemos amor.
PASTOR: - Meu deus! Misericórdia.
DAVI: - Nos amamos pastor.
PASTOR: - É pecado Davi. Estão em pecado. A bíblia diz: Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Romanos 1:26-28

DAVI: - Pastor, essa é minha natureza. Se não fosse, acha mesmo que Deus permitiria que eu sofresse tanto, tendo que viver sempre a margem da sociedade, debaixo do julgo de todos?
PASTOR: - Mas a palavra é clara...
DAVI: - Meus sentimentos e desejos também. Amo Joel e sei que ele também me ama. Meu Deus, será que é tão difícil para as pessoas entenderem?
PASTOR: - Isso vai ser uma catástrofe em nossa igreja. Tivemos recentemente o escândalo, da tentativa de estupro...
DAVI: - Deus não quer a nossa felicidade?
PASTOR: - Sim.
DAVI: - Então? Por que não posso ser feliz ao lado de uma outra pessoa do mesmo sexo?
PASTOR: - Por que a palavra diz: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos e, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. 1 Coríntios 6:9-10

DAVI: - Não há, na Bíblia, nenhuma só vez as palavras homossexual, lésbica ou homossexualidade. Todas as Bíblias que empregam estas expressões estão erradas e mal traduzidas. A palavra homossexual só foi criada em 1869, reunindo duas raízes lingüísticas: Homo (do Grego, significando "igual") e Sexual (do latim). Portanto, como a Bíblia foi escrita entre 2 e 4 mil anos atrás, não poderiam os escritores sagrados terem usado uma palavra inventada só no século passado.
PASTOR: - Davi, é conhecedor da palavra “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!" (João, 8:32) 
DAVI: - E o que tenho feito a vida toda? Se não buscar respostas que não encontro. Só sei que sinto, e o que sinto é real, não dá pra ignorar. Se eu encontrasse Deus e ficasse frente a frente com ele diria: Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! 
PASTOR: - Me remete á Mateus 18:15  "Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Não vou julgá-lo, nem abandoná-lo. Esta é a casa do senhor, e suas portas estarão abertas para todos que dela precisarem.

DAVI: - Obrigado pastor!
PASTOR: - Deus é bondoso e perdoador, Senhor, rico em graça para com todos os que te invocam. 
DAVI: - Midiã descobriu tudo.
PASTOR: - Mas como?
DAVI: - Nos flagrou .
PASTOR: - Isso não é bom.
DAVI: - Acha que dirá a todos.
PASTOR: - Pobre moça! Deve está arrasada. Vou até sua casa. E você, vá pra casa e não saia de lá. Depois passo lá. Davi? Sua mãe sabe?
DAVI: - Creio que desconfie. Mas a contarei.
PASTOR: - Tá certo. Faça isso. Agora vamos. (Saem)
CENA V
Joel conta tudo a seus pais
JOEL: - Mãe?!
RUTE: - Oi filho?! Que houve?
JOEL: - Meu pai?
RUTE: - Está no quarto.
JOEL: - Preciso falar com vocês...
RUTE: - Não pode ser amanhã?
JOEL: - Tem que ser agora.
RUTE: - Está me assustando,
SUNAMITA: - Joel? Onde estava? Midiã esteve aqui...
JOEL: - Já sei.
SUNAMITA: - Aconteceu alguma coisa?
JOEL: - Aconteceu.
RUTE: - Que aconteceu?
JOEL: - Chame meu pai. (Ela sai)
SUNAMITA: - Vocês terminaram?
JOEL: - Também.
SUNAMITA: - Meu irmão, seja o que for... Vou está ao seu lado, viu?
JOEL: - Vou precisar minha irmã.
RUTE: -
EZEQUIEL: - Sua mãe disse que quer falar comigo com urgência.
JOEL: - Sim.
SUNAMITA: - Quer que eu saia?
JOEL: - Quero que todos participem.
RUTE: - Que está acontecendo meu filho?
SUNAMITA: - Calma mãe. Deixa ele relaxar... Joel? Vamos diga.
JOEL: - Primeiro, eu quero que saibam, que eu os amo muito, muito mesmo, e Deus é testemunha disso.
RUTE: - Isso parece até uma despedida.
EZEQUIEL: - Não nos reuniu para dizer que nos ama.
JOEL: - Não pai. Os reuni pra dizer que acabei meu noivado com Midiã...
SUNAMITA: - Já era de se esperar.
RUTE: - Misericórdia! Pobre Midiã... Deve está arrasada.
EZEQUIEL: - E por qual motivo desmanchou o seu noivado?
JOEL: - Estou apaixonado por outra pessoa.
SUNAMITA: - Outra pessoa?
RUTE: - E quem é esta outra pessoa?
EZEQUIEL: - Estamos esperando.
JOEL: - É ai que está. Vocês vão se espantar quando eu disser...
SUNAMITA: - Com esse mistério todo...
RUTE: - Joel, quem é ela?
JOEL: - Não é ela.
SUNAMITA: - Espera ai... Para tudo. O que está acontecendo?
RUTE: - Não estou entendendo nada.
EZEQUIEL: - Vamos rapaz... Diga logo o que tem que ser dito.
JOEL: - Me apaixonei por um homem...
SUNAMITA: - Que?
RUTE: - Como isso é possível?
EZEQUIEL: - Que está dizendo?
JOEL: - Estou apaixonado por Davi.
SUNAMITA: - Davi?
RUTE: - Meu Deus do céu que diabo está acontecendo aqui?
EZEQUIEL: - Enlouqueceu? Você ficou louco?
JOEL: - Não meu pai.
EZEQUIEL: - Você vai parar com essa palhaçada e vai a casa de Midiã, vai retomar o seu noivado, vai casar, e vamos fingir que essa conversa não aconteceu.
JOEL: - Não.
SUNAMITA: - Seja razoável meu irmão.
EZEQUIEL: - Não tenho filho viado
JOEL: - Não sou viado papai
EZEQUIEL: - Viado, gay, baitola, mariquinha, sola... tanto faz! É tudo a mesma coisa. Tudo invenção de satanás.
EZEQUIEL: - É repugnante ouvi um filho dizer que gosta de dar...
JOEL: - Sinto muito. Sou assim. Deus me fez assim.
EZEQUIEL: -Deus não é o criador de uma aberração.
JOEL: - Não sou aberração.
EZEQUIEL: - Vai até sua noiva e peça pra retomar o noivado.
JOEL: - Não. (O pai o esbofeteia)
EZEQUIEL: - vai fazer o que estou mandando.
JOEL: - Não. (O pai o esbofeteia)
EZEQUIEL: - Vai.
JOEL: - Não. (O pai o esbofeteia)
EZEQUIEL: - Vai. (O pega pelos braços)
JOEL: - Não vou. (O pai o joga no chão)
EZEQUIEL: - Arrume seus panos de bunda e suma da minha casa. E o que deixar, amanhã jogo no quintal, faço uma fogueira e queimo.
JOEL: - Pai...
EZEQUIEL: - Não me chame de pai. Não tenho filho. Meu filho morreu e eu acabei de enterra-lo. (Joel sai) Aqui esta coisa não pisa mais os pés. E se alguém o receber nesta casa, também irá para fora. Joel está morto. Morto! (Sai)
SUNAMITA: - Joel e Davi?! Quem diria?
RUTE: - Meu Deus! Este mundo está perdido. É o apocalipse! (Saem)
CENA VI
(Midiã entra transtornada)
HELENA: - Filha onde estava até essa hora?
SAULO: - Sua mãe está falando com você.
MIDIÃ: - Preciso me arrumar...
HELENA: - Se arrumar, pra que?
MIDIÃ: - Não posso me atrasar...
SAULO: - Sua mãe lhe fez uma pergunta.
MIDIÃ: - Não entende papai? Não posso me atrasar...
HELENA: - Filha que está acontecendo com você? Está me assustando.
SAULO: - Deixe-a. (Midiã sai)
HELENA: - Que há com ela?
SAULO: - Parece em choque.
HELENA: - Vou lá...
SAULO: - Não... espere.
HELENA: - Que será que aconteceu?
SAULO: - Logo saberemos.
MIDIÃ: - (Entra vestida de noiva) Mamãe... me ajude a fechar o vestido.
HELENA: - Que faz com esse vestido?
MIDIÃ: - Vou me casar mamãe...
HELENA: - Casar?
MIDIÃ: - Meu noivo me espera. Não posso atrasar.
HELENA: - Filha, você está me assustando.
MIDIÃ: - Não mamãe... Não se assuste. Estou feliz! Muito feliz. Vou casar com o homem que amo.
HELENA: - Filha?! Filha...
SAULO: - Deixa-a.
HELENA: - Mas ela está indo pra rua.
SAULO: - Vou atrás...
HELENA: - Vou também.
SAULO: - Não...
HELENA: - Não me peça para ficar.
SAULO: - Tudo bem. Vamos juntos. (Saem)
CENA VII
DAVI: - Mãe...
SARA: - Oh, meu filho! Me abraça. O que houve, eu sabia que precisava de mim... Estava com coração tão apertado.
DAVI: - Me perdoa?
SARA: - Por que deveria lhe perdoa?
DAVI: - Aconteceu outra vez...
SARA: - Ah, filho! Eu já esperava... Mas eu estou aqui, estou a seu lado.
DAVI: - Não sabe o quanto isso me conforta.
SARA: - É que eu sou a mãe mais orgulhosa do mundo, você meu filho, independente do que digam a seu respeito, você será sempre o meu querido e amado filho.
DAVI: - Você é um ser de luz. Uma mulher extraordinária. A minha mãe.
SARA: - E você meu filhinho tão querido. Agora me diz... Que houve?
DAVI: - Eu e Joel... Você sabe né?
SARA: - Imagino.
DAVI: - E logo todos saberão.
SARA: - Alguém viu algo?
DAVI: - Midiã.
SARA: - Que azar! Logo a noiva? E Joel?
DAVI: - Terminou o noivado...
SARA: - Justo.
DAVI: - E vamos assumir.
SARA: - O mundo vem abaixo. (Porta)
DAVI: - Já começou.
SARA: - Vou abrir. (Abre) Joel?
JOEL: - Posso entrar?
SARA: - Claro. Entre. Fique a vontade!
DAVI: - Que houve?
JOEL: - Meu pai me pós pra fora de casa.
DAVI: - Já era de se esperar.
SARA: - Mas você não precisa ficar preocupado. Você pode ficar aqui. A casa é pequena, mas o coração é imenso. Cabe todos.
DAVI: - Seja bem vindo  nossa casa.
JOEL: - Nem sei como agradecer.
DAVI: - Está casa é sua também.
SARA: - Filho leve Joel ao quarto pra guardar essas coisas. Enquanto isso, vou preparar um lanche. (Saem)
CENA VIII
(Na praça)
PASTOR: - Midiã?
MIDIÃ: - O senhor veio.
PASTOR: - Sim eu vim. E vim leva-la para casa.
MIDIÃ: - Não pastor... Não posso. Meu noivo logo chegará.
PASTOR: - Ele não virá. Sinto muito filha.
MIDIÃ: - Não virá?
HELENA: - Filha...
MIDIÃ: - Diz que não é verdade... Me diz que Joel virá.
EZEQUIEL: - Não filha. Não virá. Vamos pra casa.
MIDIÃ: - Es diante de vocês uma morta!
HELENA: - Não diz isso filha.
MIDIÃ: - Eu vou dormir... E amanhã vou está ao lado do meu amado. Papai?
EZEQUIEL: - Oi filha?
MIDIÃ: - Me leve pra casa.
HELENA: - Como Joel pode fazer isso com minha filha?

PASTOR: - Não o julgue irmã. (Saem)
CENA VI
(Midiã entra transtornada)
HELENA: - Filha onde estava até essa hora?
SAULO: - Sua mãe está falando com você.
MIDIÃ: - Preciso me arrumar...
HELENA: - Se arrumar, pra que?
MIDIÃ: - Não posso me atrasar...
SAULO: - Sua mãe lhe fez uma pergunta.
MIDIÃ: - Não entende papai? Não posso me atrasar...
HELENA: - Filha que está acontecendo com você? Está me assustando.
SAULO: - Deixe-a. (Midiã sai)
HELENA: - Que há com ela?
SAULO: - Parece em choque.
HELENA: - Vou lá...
SAULO: - Não... espere.
HELENA: - Que será que aconteceu?
SAULO: - Logo saberemos.
MIDIÃ: - (Entra vestida de noiva) Mamãe... me ajude a fechar o vestido.
HELENA: - Que faz com esse vestido?
MIDIÃ: - Vou me casar mamãe...
HELENA: - Casar?
MIDIÃ: - Meu noivo me espera. Não posso atrasar.
HELENA: - Filha, você está me assustando.
MIDIÃ: - Não mamãe... Não se assuste. Estou feliz! Muito feliz. Vou casar com o homem que amo.
HELENA: - Filha?! Filha...
SAULO: - Deixa-a.
HELENA: - Mas ela está indo pra rua.
SAULO: - Vou atrás...
HELENA: - Vou também.
SAULO: - Não...
HELENA: - Não me peça para ficar.
SAULO: - Tudo bem. Vamos juntos. (Saem)
CENA VII
DAVI: - Mãe...
SARA: - Oh, meu filho! Me abraça. O que houve, eu sabia que precisava de mim... Estava com coração tão apertado.
DAVI: - Me perdoa?
SARA: - Por que deveria lhe perdoa?
DAVI: - Aconteceu outra vez...
SARA: - Ah, filho! Eu já esperava... Mas eu estou aqui, estou a seu lado.
DAVI: - Não sabe o quanto isso me conforta.
SARA: - É que eu sou a mãe mais orgulhosa do mundo, você meu filho, independente do que digam a seu respeito, você será sempre o meu querido e amado filho.
DAVI: - Você é um ser de luz. Uma mulher extraordinária. A minha mãe.
SARA: - E você meu filhinho tão querido. Agora me diz... Que houve?
DAVI: - Eu e Joel... Você sabe né?
SARA: - Imagino.
DAVI: - E logo todos saberão.
SARA: - Alguém viu algo?
DAVI: - Midiã.
SARA: - Que azar! Logo a noiva? E Joel?
DAVI: - Terminou o noivado...
SARA: - Justo.
DAVI: - E vamos assumir.
SARA: - O mundo vem abaixo. (Porta)
DAVI: - Já começou.
SARA: - Vou abrir. (Abre) Joel?
JOEL: - Posso entrar?
SARA: - Claro. Entre. Fique a vontade!
DAVI: - Que houve?
JOEL: - Meu pai me pós pra fora de casa.
DAVI: - Já era de se esperar.
SARA: - Mas você não precisa ficar preocupado. Você pode ficar aqui. A casa é pequena, mas o coração é imenso. Cabe todos.
DAVI: - Seja bem vindo  nossa casa.
JOEL: - Nem sei como agradecer.
DAVI: - Está casa é sua também.
SARA: - Filho leve Joel ao quarto pra guardar essas coisas. Enquanto isso, vou preparar um lanche. (Saem)
CENA VIII
(Na praça)
PASTOR: - Midiã?
MIDIÃ: - O senhor veio.
PASTOR: - Sim eu vim. E vim leva-la para casa.
MIDIÃ: - Não pastor... Não posso. Meu noivo logo chegará.
PASTOR: - Ele não virá. Sinto muito filha.
MIDIÃ: - Não virá?
HELENA: - Filha...
MIDIÃ: - Diz que não é verdade... Me diz que Joel virá.
EZEQUIEL: - Não filha. Não virá. Vamos pra casa.
MIDIÃ: - Es diante de vocês uma morta!
HELENA: - Não diz isso filha.
MIDIÃ: - Eu vou dormir... E amanhã vou está ao lado do meu amado. Papai?
EZEQUIEL: - Oi filha?
MIDIÃ: - Me leve pra casa.
HELENA: - Como Joel pode fazer isso com minha filha?
PASTOR: - Não o julgue irmã. (Saem)
CENA IX
Sunamita e mãe conversam ela está com síndrome do pânico
SUNAMITA: - Mãe...
RUTE: - Que foi filha? Você está tão pálida.
SUNAMITA: - Eu tô doente mãe. Doente...
RUTE: - Como assim filha?
SUNAMITA: - O médico disse que estou com síndrome do pânico.
RUTE: - Meu pai! Calma filha, calma! Deu proverá por nós.
SUNAMITA: - Deus! Por que isto foi acontecer comigo, mãe? Porque?
RUTE: - Minha filha...
SUNAMITA: - Não está escrito na bíblia qu nada acontece a não ser que Deus permita? Porque permitiu que isso acontecesse comigo.
RUTE: - Olha... Isso vai passar. O inimigo está tentando confundir sua cabeça, fazendo com que fique com raiva de Deus...
SUNAMITA: - Não mãe. Estou com síndrome do pânico. Estou doente. Preciso de tratamento psicológico, talvez até precise tomar remédios controlados, mãe.
RUTE: - Quantas provações! Vamos vencer todas essas provações. Deus está conosco filha.
SUNAMITA: - E Joel mãe?
RUTE: - Não fale em Joel. Nunca pensei passar por tão grande desgosto.
SUNAMITA: - Sei que é difícil... Mas se amam.
RUTE: - Isso não é amor. É servergonhisse! Não vamos mais falar desta pouca vergonha. Vão queimar nas profundezas do inferno.
SUNAMITA: - Não diga isso mãe. Temos que dobrar nossos joelhos e entregar nas mãos do Senhor...
RUTE: - Poupe seus esforços. Seu irmão não está nenhum pouco arrependido. Afora vamos enxugar essas lágrimas. E eu minha filha, vou está sempre qui, viu.
SUNAMITA: - Obrigada mãe. (Saem)
CENA X
SARA: - Irmão Ezequiel?
EZEQUIEL: - Não se preocupe. Não vim pra fazer um escândalo.
SARA: - E o que deseja?
EZEQUIEL: - Você sabia de tudo, não é?
SARA: - Desconfiava.
EZEQUIEL: - E aprova essa pouca vergonha?
SARA: - Não vejo nenhuma vergonha em duas pessoas que se amam.
EZEQUIEL: - Consegue ouvi o que está dizendo?
SARA: - Claro. Amo meu filho e desejo que seja feliz. E se sua felicidade for ao lado de outro homem, vou apoia- lo sempre.
EZEQUIEL: - Não soube criar seu filho.
SARA: - Não se esqueça que está dentro da minha casa. E dentro da minha casa você ou qualquer outra pessoa não vai ofender meu filho.
EZEQUIEL: - Seu filho induziu o meu filho para este caminho de devassidão e vergonha.
SARA: - Seu filho é gay. E isso está na natureza dele, aceite você ou não. E você? Que se julga tão superior... tão santo... não é capaz de perdoar seu próprio filho.
EZEQUIEL: - Está em pecado.
SARA: - Siga o exemplo de Jesus Cristo. Ao invés jogar-lhe pedras, perdoe-o.
EZEQUIEL: - Vão morrer... aquela doença irá mata-los.
SARA: - (Esbofeteia) Meu filho não é nenhum doente! A AIDS não é uma exclusividade dos gays.
EZEQUIEL: - Você é uma alcoviteira!
SARA: - Sou apenas uma mãe que ama seu filho. Só isso! Acho que não temos nada mais pra conversar...
EZEQUIEL: - Quero que coloque Joel pra fora...
SARA: - Nunca. Está será sua casa enquanto precisar ou desejar. Se depender de mim, Joel e Davi, serão muito felizes
EZEQUIEL: - Jezebel!
SARA: - Sua opinião a meu respeito pouco me interessa. Agora saia. (Ele sai) Demônio de terno!
CENA XI
RAQUEL: - Ah, meu Deus! Meu Deu!
SAULO: - Que foi mulher?
RAQUEL: - Midiã... Está fria. Gelada...
SAULO: - Como assim? Desmaiou?
RAQUEL: - Não respira... Não respira. Midiã?! Midiã...
SAULO: - Deixa eu vê. Meu Deus! Está morta. Morta, morta.
RAQUEL: - Tudo por causa daquele pervertido! Por causa daquele Belzebú eu perdi minha filha. Minha filhinha! Ah, meu Deus! Por que tiraste minha filha de mim.
SAULO: - Ele tomou todos esses comprimidos.
RAQUEL: - Uma lavagem estomacal...
SAULO: - Está morta. Não adianta. Temos que chamar a polícia.
RAQUEL: - Não...
SAULO: - Por favor... aceite a realidade. Venha. (Saem)
Sara pede para Davi mudar de cidade
CENA XII
SARA: - Meninos... Sei que é difícil o que vou pedir a vocês.
DAVI: - Que cara é essa mãe? O bicho está pegando, né?
SARA: - Não vou enganá-los... está.
JOEL: - Que aconteceu irmã Sara?
SARA: - Midiã...
JOEL: - Que há Midiã?
SARA: - Está morta.
JOEL: - Ah, meu Deus!
DAVI: - Calma!
JOEL: - Como posso ter calma? É minha culpa.
SARA: - Não. Não é.
DAVI: - Midiã faria isso a qualquer momento. Está desiquilibrada.
JOEL: - Se eu não tivesse a abandonado...
SARA: - A mentira em que vocês viveriam a mataria aos poucos.
DAVI: - Não tem culpa por Midiã ser uma garota completamente desiquilibrada. A fixação que ela tinha em casar-se contigo já era sinal de sua doença.
JOEL: - Me sinto tão mau. Me sinto culpado.
SARA: - Imagino como esteja se sentindo. Por isso preferi eu mesma contar. A barra agora irá pesar muito mais... Por isso rapazes, que eu quero pedir que vocês saiam desta cidade, vão viver bem longe daqui...
DAVI: - Fugir?
SARA: - Não meu filho. Não é fugir. É sair estrategicamente. A cidade está fervorosa, e com certeza isto vai respingar em vocês.
JOEL: - De certo modo... Sua mãe tem razão.
DAVI: - Ir embora? Por causa do preconceito dos outros.
SARA: - E se pensasse, que é por sua felicidade, pela felicidade de vocês?
JOEL: - Faz sentido. Esta cidade é pequena. Aqui será muito difícil pra nós... vivermos juntos, como um...
SARA: - Casal.
JOEL: - É.
SARA: - Tenho uma reserva... Vocês podem ir para o Rio, e quando a poeira abaixar... quem sabe, podem voltar.
DAVI: - Talvez tenha razão.
SARA: - Ah, que bom... Assim fico mais tranquila.
DAVI: - Bom, vamos arrumar nossas coisas.
JOEL: - Vamos. (Para ela) Obrigado! Nem sei como agradecer.
SARA: - Apenas seja feliz e faça meu filho feliz! (Saem)
CENA XIII
RUTE: - Helena?
SAULO: - Está no quarto.
RUTE: - Sinto muito.
SAULO: - Obrigado.
RUTE: - E agora Saulo?
SAULO: - Agora?
RUTE: - Como ficamos?
SAULO: - Depois de tantas desgraças...
RUTE: - Não seria o momento de ser felizes?
SAULO: - Largaria tudo por essa felicidade?
RUTE: - Sim...
SAULO: - Até sua família?
RUTE: - Sim... o amo Saulo.
SAULO: - Traríamos muitas tristezas com esse nosso amor.
RUTE: - Sofro muito mais vivendo essa mentira. Sendo a mulher casada, porém, infeliz.
SAULO: - Helena precisa de mim.
RUTE: - Também preciso de você.
SAULO: - Hoje durante o velório de Midiã... Vamos embora.
RUTE: - Verdade?
SAULO: - Sim. Verdade. Também a amo. (Ela abraça Saulo)
HELENA: - Oh, minha amiga...
RUTE: - Oh, Helena! Sinto tanto.
HELENA: - Minha amiga! Que será de mim?
RUTE: - Nem sei o que dizer! Deus dará o consolo preciso.
SAULO: - Vamos para velório?
RUTE: - Vou com vocês. (Saem)
CENA XIV
SARA: - A paz!
PASTOR: - A paz.
SARA: - Não fica assim Pastor.
PASTOR: - Ah, já perguntei tantas vezes a Deus por que?
SARA: - Tem coisas que não há respostas.
PASTOR: - Devo ser um péssimo Pastor...
SARA: - Que isso? Que está dizendo?
PASTOR: - Qual é a função de um Pastor? Cuidar de suas ovelhas...
SARA: - E não é isso que tem feito a tanto tempo e com tamanho zelo e dedicação?
PASTOR: - Devo ser o pior Pastor designado por Deus...
SARA: - Deus não lhe daria esta função na Terra se não soubesse que é capaz...
PASTOR: - A minha congregação está desabando na minha cabeça. Primeiro, uma tentativa de estupro, depois dois de meus fiéis se declaram gays, uma jovem se mata, comete um dos piores pecados citado na bíblia...
SARA: - É Pastor, apenas isso. Se Deus não foi capaz de impedir, imagina você. As ovelhas animais são conduzidas conforma a vontade do seu pastor, então ele, cuida, conduz e vigia para que elas não sejam furtadas ou mortas por outros animais... Mas o Pastor é um homem como todos os outros, e tem o livre arbítrio, nós somos humanos podemos escolher, e cada um é responsável por sua escolha.
PASTOR: - Não soube cuidar do meu rebanho.
SARA: - Não seja injusto! Não conheço pastor melhor que você. Você é justo, gentil, super humano, e apesar de ser um homem de Deus, na função de pastor, não julga as pessoas, acolhe. E acredite, poucos fazem isso.
PASTOR: - Que bom conversar contigo Sara. E os meninos?
SARA: - Vão embora. É melhor... Pelo menos por enquanto.
PASTOR: - Sábia decisão! Se ficarem vão crucificarem vivos.
SARA: - Eu sei. Bem Pastor, eu queria ficar no velório... mas como sabe, não sou bem vinda.
PASTOR: - Entendo.
SARA: - A paz!
PASTOR: - A paz. (Ela saindo) Sara?
SARA: - Sim?
PASTOR: - Resolveu sua situação com relação a seu ex marido?
SARA: - Já entrei com o pedido...
PASTOR: - Tá certo!
SARA: - Por que?
PASTOR: - Nada... nada.
SARA: - A paz!
PASTOR: - A paz. (Saem)
CENA XVI
SUNAMITA: - Pensei que estivesse no velório de Midiã...
RUTE: - Vim em casa? E você que faz aqui?
SUNAMITA: - Que está acontecendo mãe?
RUTE: - Estou indo embora.
SUNAMITA: - Como assim, indo embora?
RUTE: - Filha... você me ama?
SUNAMITA: - Mas que pergunta?! É claro!
RUTE: - Se me ama... haverá de me entender.
SUNAMITA: - A senhora esta me assustando, mãe.
RUTE: - Eu preciso ser feliz minha filha...
SUNAMITA: - Que está acontecendo aqui?
RUTE: - É por ser feliz que estou indo embora.
SUNAMITA: - Como assim indo embora mãe?
RUTE: - Te criei com tanto carinho... com tanto amor... Esperei até esse momento pra poder ser feliz. E agora minha filha, você já está criada.
SUNAMITA: - Está me abandonando?
RUTE: - Não... Só estou indo em busca da minha felicidade.
SUNAMITA: - A senhora tem outro? (Faz sinal que sim) Está traindo meu pai?
RUTE: - Nunca amei teu pai. Fui obrigada a me casar.
SUNAMITA: - Não! Isso não é verdade. Não conheço um casal mais feliz. Você sempre foi meu espelho...
RUTE: - Filha... o espelho quebrou. Quebrou! Amo outro homem que não é teu pai.
SUNAMITA: - Que é ele?
RUTE: - Isso não tem importância.
SUNAMITA: - Pra mim tem. Quanto tempo?
RUTE: - Uns quinze anos...
SUNAMITA: - Então, tudo isto, essa família, é uma fraude?
RUTE: - Tudo não. O amor que sinto por você é verdadeiro.
SUNAMITA: - Ah, meu Deus! E meu pai?
RUTE: - Será liberto. Não viverá mais essa mentira. Nem eu. (Pega a mala e sai)
SUNAMITA: - Mãe... mãe! (Grita)
CENA XVII
SUNAMITA: - Joel... Joel!
JOEL: - Sunamita?
SUNAMITA: - Oi...
DAVI: - Pensei que estivesse no velório...
SUNAMITA: - Soube que iriam embora...
JOEL: - Como soube?
SUNAMITA: - Irmã Sara.
DAVI: - Veio nos amaldiçoar?
SUNAMITA: - Não. Vem deseja-los boa sorte. (Se abraça com Joel) Ainda é meu irmão, e eu o amo muito viu. Quero que seja muito feliz.
DAVI: - O que a fez mudar de ideia?
SUNAMITA: - Vocês são a única verdade que enxergo nesse mundinho medíocre no qual estamos envolvidos.
JOEL: - Oh, minha irmã... sentirei tanto sua falta.
SUNAMITA: - Me manda o endereço que vou lhe visitar. E você rapaz, irmão Davi, faça meu irmão, muito, mas muito feliz!
DAVI: - Pode deixar! (Eles saem)
SUNAMITA: - Ainda que a tristeza dure a noite toda, a alegria, vem ao amanhecer. (Sai)


Fim

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