Dicionário
de Termos Técnicos e Gírias de Teatro:
A
ABRAÇADEIRA:
Peça de metal em vários modelos para fixação ou conexão de elementos e peças.
Utilizados na amarração de varas e outros equipamentos cenográficos.
ACÚSTICA: A
qualidade da sala de espetáculos no que diz respeito à transmissão do som.
ADERECISTA:
Profissional que executa as peças decorativas e/ou os adereços cênicos do
espetáculo. Faz escultura, entalhe, molde em gesso, bonecos etc.
ADEREÇOS:
Acessórios cênicos de indumentária (figurino) ou decoração de cenários. Objetos
de cena.
AFINAR
LUZES: Depois do cenário estar devidamente posicionado e dispostos os
projetores, afinam-se, ligando-os e dando-lhes o ângulo e regulando a abertura
(dos feixes luminosos) adequados à iluminação pretendida. Esta tarefa é
executada por iluminadores, que dirigem os projetores segundo as indicações dos
que estão em cena.
AGON: Na
dramaturgia grega clássica, o Agon ou Ágon refere-se à convenção formal de
acordo com a qual o combate verbal dos personagens deve ser organizado. Daí
proto agonístes, protagonista, ou o primeiro a falar; deutero agonístes, o
segundo a falar; tríto agonístes, o terceiro a falar, e assim sucessivamente
ALÇAPÃO:
Abertura do chão do palco, dissimulada aos olhos dos espectadores, para encenar
efeitos de aparição e desaparição de atores ou objetos cênicos.
ANTAGONISTA:
É o opositor, o protagonista às avessas. Muitas vezes, o antagonista é uma só
personagem. Outras, podem ser manifestadas por um grupo de personagens de um
certo grupo.
ANTITEATRO:
Termo geral que designa uma dramaturgia e um estilo de jogo dramático que nega
todos os princípios da ilusão teatral. O termo aparece nos anos cinquenta, nos
começos do teatro do absurdo. ANTONOMASIA: Figura de estilo que substitui o
nome de um personagem por uma perífrase ou por um nome comum que o caracteriza.
(O homem da coragem ao vento - Dom Quixote) APARTE: Falas destinadas apenas ao
público e não são ouvidas pelas outras personagens.
APOIO
CULTURAL: É uma ajuda de custo, como cessão de automóvel para transporte de
cenário ou equipe técnica, lanche, hospedagem, etc.
ARARA: Uma estrutura feita em madeira ou metal,
onde se colocam os cabides com os figurinos do espetáculo. Normalmente ficam
nos camarins ou nas coxias do palco. Geralmente é feita com dois pés laterais
ligados no alto por um cano ou madeira arredondada.
ARENA: Área
central de forma circular, onde acontecem espetáculos teatrais. Palco do teatro
grego. Área central coberta de areia, nos antigos circos romanos. Arena
(picadeiro): o espaço central do circo onde se exibem os artistas da companhia.
ARQUÉTIPO:
Personagem que se assume como modelo mítico do imaginário de um povo que está
acima de um modelo real.
ARQUIBANCADA: Estrutura onde são fixados assentos
simples ou bancos para o público. Geralmente utilizadas em espaços alternativos
e salas multiuso.
ARQUIBANCADA
RETRÁTIL: Estrutura telescópica com assentos e encostos dobráveis, que pode ser
recolhida até atingir a profundidade de uma fileira. Utilizada para organizar
as tipologias cênicas de uma sala multiuso ou teatro black-box.
ARQUITETURA
CÊNICA: Estruturação e organização espacial interna do edifício teatral,
relacionando diversas áreas como cenotécnica, iluminação cênica e relação
palco-platéia. É toda arquitetura que se relaciona mais diretamente com o
espetáculo. ATO: Divisão externa da peça teatral. Subdivisão de uma peça. Da
mesma maneira que um livro pode ser dividido em capítulos, uma peça pode ser
dividida em atos. Trata-se de uma convenção cuja principal característica é a
interrupção do espetáculo.
ATOR OU
ATRIZ: É aquele que cria, interpreta e representa uma ação dramática com base
em um texto emprestando plenitude física e espiritual com o uso de sua voz,
corpo e emoções ao simples texto concebido pelo dramaturgo com o objetivo de
transmitir ao espectador as ações dramáticas propostas.
ATUAÇÂO: É a
denominação dada à arte do ator, e outros artistas das artes cênicas. Consiste
em imprimir, por meio de diversas técnicas, ou mesmo da pura intuição, vida e
realidade a uma personagem.
B
BALCÕES:
Níveis de assento para o público localizados acima da platéia. Geralmente são
dispostos no fundo da sala. Podem avançar pelas paredes laterais até a boca de
cena, arranjo que é muito encontrado em teatros do tipo ferradura. BAMBOLINA:
Pano estreito que tapa o teto do palco, ocultando os refletores.
BASTIDOR/COXIA: Espaços de serviço e circulação não visíveis
ao público, localizados nos extremos laterais e de fundo do palco, determinando
o movimento de cenografia e acesso de atores. As laterais com uma dimensão
mínima da metade do palco e o fundo com espaço suficiente para passagem de
atores. Armação de cenário,
feita de madeira e pano, por vezes representando um detalhe do ambiente, e que
se coloca nas partes laterais do palco para estabelecer, em conjugação com as
bambolinas, a âmbito que se quer dar ao espaço cênico.
BILHETERIA: Lugar do
teatro onde se vendem, trocam ou reservam ingressos para os espectadores.
BILHETEIRO: É a pessoa encarregada de vender os ingressos
principalmente na bilheteria do local de apresentação e realizar o fechamento
do borderô. BIOMBO: Conjunto de dois ou mais painéis/tapadeiras montados em
ângulo, autoportantes.
BORDERÔ: Do francês "bordereaux". É o balancete de
bilheteria, contendo número de ingressos vendidos, a que preços, convites,
etc., em cada apresentação.
BURACO: O termo mais comum para definir o espaço vazio que se
forma na cena quando o(s) ator(es) esquecem ou erram o texto e nada improvisam
para preencher. Também forma-se um buraco (ou lacuna) na cena que tem ritmo
muito mais lento do que o necessário, como por exemplo, nos diálogos em que os
atores esperam muito tempo para dizer suas falas.
BURLESCO: Forma de cômico exagerada que emprega expressões
triviais para falar de realidades nobres ou elevadas. A epopéia burlesca
aparece em França no século XVIII. No século XX, o burlesco encontra a sua
perfeita expressão em certos filmes cômicos (ex: Charlie Chaplin).
C
CACO: Fala improvisada para consertar algum erro ou
substituir algum elemento ausente, seja no texto ou na cena. Caco também é a
fala inexistente no texto da peça mas que o ator introduz no desenrolar cena. O
excesso de cacos é um dos causadores da poluição cênica e pode ser sinal de
falta de domínio do texto por parte do ator. Um caco que passa a repetir-se em
cada apresentação não mais como improviso deixa de ser um caco para ser uma
alteração planejada, configurando assim uma adaptação do texto ou licença poética.
CAIXA MÁGICA: Termo usado principalmente ao palco italiano.
Imaginando que o quadrado formado pelo fundo da cena, as laterais, o piso, o
teto e a quarta parede formem uma caixa, diz-se que esta caixa é mágica, pois
nela pode-se trazer à existência qualquer coisa que se imagine pela força da
arte.
CAMAREIRA: Encarrega-se da conservação das peças de vestuário
utilizadas no espetáculo, limpando-as, providenciando a sua lavagem. Auxilia os
atores e figurantes a vestirem as indumentárias cênicas, organiza o guarda-roupa
e embalagem dos figurinos em caso de viagem.
CAMARIM: Sala ou local onde os atores trocam de roupa e se
aprontam para entrar em cena. CAMAROTE: Na arquitetura teatral, pequeno
compartimento em torno da plateia, onde grupos de pessoas ficam separados das
demais por grades ou muretas. Trata-se de um local originalmente destinado aos
nobres.
CANHÃO SEGUIDOR: Refletor de grande potência com movimento
manual utilizado para acompanhar atores, bailarinos etc.
CARICATURA: Personagem plana marcada por uma ideia que levada
ao extremo, funciona como uma distorção proposta: tal a serviço da sátira, da
crítica ou do cômico.
CATARSE (CATHARSIS): Efeito psicológico benéfico sobre o
espectador como resultado de sua identificação com os personagem nas situações
de conflito e sua solução, na representação dramática.
CENA: Qualquer marcação ou diálogo dos atores. Cada uma das
unidades de ação duma peça, cuja divisão se faz segundo as entradas ou saídas
dos atores: cena francesa. Consiste sempre basicamente de: início, meio e fim.
Divisão do ato da peça teatral, momento de uma peça. É um conjunto de ações em
torno de um tema.
CENOGRAFIA: É a arte, técnica e ciência de projetar e
executar a instalação de cenários para espetáculos. Conjunto de elementos
organizados no espaço cênico (palco), representando o lugar, ou lugares, onde
acontecem as ações dramáticas interpretadas pelo ator que representa uma peça.
CENÓGRAFO: Aquele que faz cenários, idealiza o espaço cênico. Cria, desenha,
acompanha e orienta a montagem do projeto cenográfico.
CENOTÉCNICO: Aquele que domina a técnica de executar e fazer
funcionar cenários e demais dispositivos cênicos para espetáculos teatrais.
CICLORAMA: Cortina esticada, semelhante a uma tela, que se
estende pelo fundo do palco com armação em forma de "U" aberto e que
é colocada ao fundo do palco. Pode ser nas cores branco, pérola, cinza ou azul
claro.
CLÍMAX: O conflito dramático evolui gradualmente no decorrer
da peça. Primeiro se esboça, vai acentuando-se, até chegar ao apogeu.
COADJUVANTE: Personagem secundária que está ao lado do
protagonista ou do antagonista e que, como eles, pode estar individualizada ou
não. O coadjuvante (ou adjuvante) pode também ser figurado por meio de um
elemento não humano: uma máquina, uma fada, um animal, etc.
COLAGEM CÊNICA: Agrupamento contínuo de cenas de espetáculos
diferentes que se correlacionam por algum motivo. O mais comum é a colagem de
textos do mesmo autor, sem necessariamente tratarem do mesmo assunto, mas há
colagens de cenas que se ligam pelo assunto, pelo gênero etc. Uma colagem não é
um agrupamento de performances
ou esquetes, pois sua maior característica são os pedaços de espetáculos, ou
seja, cenas isoladas.
CONFLITO DRAMÁTICO: É a marca da ação e das forças opostas do
drama: amor/ódio, opressor/oprimido, etc.
CONTRA-REGRA: Elemento encarregado de cuidar dos cenários e
objetos de cena, indicar as entradas e saídas dos atores, dirigir as
movimentações dos maquinismos cênicos, distribuir horários e informes.
CORTINA CORTA FOGO: Cortina de metal que separa a caixa
cênica da plateia em caso de incêndio.
CORTINA DE BOCA: Cortina de boca de cena que
caracteristicamente se movimenta nos sentidos laterais, fechando ou abrindo nas
mudanças de atos, encerramentos ou aberturas das sessões.
D
DAR BRANCO: Quando alguém esquece suas falas.
DEIXA: A fala (ou outra marca) depois da qual um ator entra
ou tem de proferir a sua fala.
DESENHO DE SOM EM TEATRO: É o processo técnico e criativo da
utilização de um sistema de sonorização, que permita o controlo sobre
diferentes parâmetros electroacústicos de qualquer fonte sonora, acústica ou
gravada, para a exploração do envolvimento sonoro de um espectáculo, criando
diferentes planos e perspectivas de difusão de som num auditório ou ao ar
livre, criando imagens sonoras através de um som “vivo” e não intrusivo,
mantendo a teatralidade do espectáculo.
DESENHO DE LUZ OU MAPA DE ILUMINAÇÃO: É uma planta que mostra
a disposição de todos os projetores, a sua orientação e a zona que iluminam na
cena. Devem ser numerados tendo em vista a sua correspondência nos canais da
mesa de luz. No diagrama, os diversos tipos de projetores podem ser indicados
por símbolos que os identificam.
DESEJAR "MERDA": Expressão de origem francesa
(Mérde) considerada como um mantra ou espécie de ritual usado pelos atores
antes de suas apresentações, tem o mesmo significado de boa sorte. Advertido
que, nunca se deve agradecer quando alguém lhe desejar “merda”, deve-se
responder apenas “merda” ou ficar calado. E ainda... Antigamente, as pessoas
utilizavam carruagens como transporte, e quanto mais carruagens, mais dejetos
dos cavalos eram deixados pelas ruas. Logo, as pessoas entravam nos teatro com
os sapatos sujos, fazendo a quantidade de “merda” deixada nos capachos, um
sinônimo de casa cheia.
DEUS EX MACHINA: Do latim, significa literalmente "Deus
surgido da máquina". Originado no teatro grego, refere-se a uma
inesperada, artificial ou improvável personagem, artefato ou evento introduzido
repentinamente em um trabalho de ficção ou drama para resolver uma situação ou desemaranhar
uma trama. No teatro grego, muitas peças terminavam com um deus sendo
literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação.
DIDASCÁLIA (ou RUBRICAS): Anotações feitas pelo autor do
texto que determinam ações e intenções (choramingando, sonolento, com raiva
etc.), a movimentação em cena, até mesmo detalhes do cenário (como localização de
uma porta ou posição de uma cadeira), iluminação, sonoplastia e tudo mais. O
excesso de rubricas num texto prejudica a liberdade criativa do diretor e
muitas vezes torna um texto hermético, sem possibilidade de ser encenado sob
diferentes ângulos a menos que seja adaptado.
DIMMERS: É um graduador da intensidade da luz que vem
substituindo o antigo reostato de resistência. Permite que a luz de uma cena vá
aumentando gradualmente, ou, pelo contrário, diminuindo até ao escuro. Esta
regulação é feita a partir da mesa de luz, à qual os dimmer’s estão ligados.
Equipamento chave do sistema de iluminação cênica que possibilita o controle da
intensidade de funcionamento dos refletores e seu acender e apagar, através da
ligação de uma mesa de comando de iluminação cênica.
DIRETOR: Concebe o projeto do espetáculo, elabora e coordena
a encenação, a partir de uma idéia ou texto utilizando-se de técnicas para
obter os melhores resultados da comunicação com o público, decide sobre
quaisquer alterações no espetáculo, ao qual presta assistência enquanto estiver
em cartaz. DITIRAMBO: Na antiguidade era o canto lírico para glorificar
Dionísio. Evoluiu até chegar à tragédia.
DRAMATURGIA: É a composição do drama e sua apresentação no
palco. DRT (DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO): É um Atestado de Capacitação
Profissional, um registro profissional.
E
ENGOLIR UM ATOR EM CENA: Diz-se que um ator engoliu o outro
em cena quando se destaca mais ao ponto de tornar-se mais marcante. Um ator
mais experiente que interpreta um papel secundário tende a engolir os outros
sem querer, mesmo que estejam em papéis principais, simplesmente por sua
presença de palco mais firme e forte. Há quem use o termo "engolir"
para um cenário exageradamente elaborado que diminui a presença do ator.
ENTREATO: Lapso de tempo entre os atos durante o qual o jogo
é interrompido e o público deixa provisoriamente a sala de espetáculo. O
entreato, embora tenha funções técnicas, também destinava à função social, como
no renascimento, onde os espectadores se encontram e conversam. Daí veio o
ritual do foyer na Ópera. ÉPICO: Fábula tirada da vida dos homens engrandecida
e tratada forma impossível para o espectador se identificar com o herói ou com
a situação. Desvendando Teatro
EPÍLOGO: Fala final, escrita para um ou mais atores, e frequentemente
destinada a explanar as intenções do autor e/ ou o resultado final da ação
dramática. O último ato ou cena de uma peça.
ESPAÇO CÊNICO: Espaço onde se dá a cena. Em teatros
tradicionais coincide com o palco; em espaços alternativos pode chegar a
abranger toda a sala. EVOÉ: Grito de evocação em honra ao deus Dionísio (Baco).
ÊXODO: Canto coral de saída (nas tragédias gregas).
F
FANTOCHE: Boneco, geralmente feito de tecido e papier-mache,
em cujo corpo, formado pela roupa, o operador esconde a mão, que movimenta por
meio do dedo indicador a cabeça, e com o polegar e o médio, os braços.
FIGURINO: Conjunto de vestimentas e seus acessórios, usados
pelos atores em cena.
FIGURINISTA: Aquele que cria, orienta e acompanha a feitura
dos trajes para um espetáculo teatral. Deve possuir conhecimentos básicos de
desenho, moda, estilo e costura.
FOSSO DE ORQUESTRA: Espaço que abriga conjuntos de músicos,
não interferindo com o visual de público por estar no plano inferior ao nível
do palco. Pode ser executado através de elevadores hidráulicos ou pisos
removíveis (quartelada).
FORRO ACÚSTICO: Nos teatros, os forros da platéia geralmente
devem possuir propriedades acústicas apropriadas para a difusão e reflexão do
som com o uso da sala em espetáculos musicais e de voz falada. Sua geometria e
materiais componentes devem ser cuidadosamente calculados e especificados.
FOYER: Em um edifício teatral, recinto adjacente à sala de
espetáculos, para a reunião do público antes, depois ou nos intervalos do
espetáculo.
FRESNEL: Projetor cujo poder de iluminar é aumentado por uma
lente graduada.
FRISAS: Em um teatro italiano com forma de ferradura (como
geralmente são os grandes teatros dos séculos XVIII e XIX), série de camarotes
situados junto às paredes de contorno da sala, no nível da platéia.
FUGA: Espaço destinado à passagem dos atores para saídas e
entradas de cena.
G
GALERIA: A parte mais alta do auditório, situado acima dos
camarotes, com bancos contínuos para os espectadores. Como os camarotes,
acompanha as paredes laterais e de fundo da sala de espetáculos. Desvendando
Teatro
GAMBIARRA: Sequência de luzes enfileiradas numa calha,
suspensas acima do palco, no urdimento.
GELATINA: Folha de material transparente, geralmente de
poliéster ou policarbonato, posicionada em frente aos refletores para colorir
ou filtrar luzes. Encontram-se disponíveis no mercado gelatinas de inúmeras
cores, em diversos tons. Fundamental quando se deseja utilizar cor para
desenhar a cenografia. GROTESCO: Cômico caricatural, de tipo bizarro, burlesco
ou fantástico, por vezes absurdo ou irreal.
H
HAPPENING: Espetáculo que exige a participação ou prevê uma
reação do público, e que procura provocar uma criação artística espontânea,
eventualmente coletiva. I
IDUMENTÁRIA: Refere-se ao figurino e aos objetos de cena como
um todo. Falar apenas de figurino é referir-se às roupas dos personagens e seus
complementos como leques, bengalas, asas etc. Falar de objetos, como uma bola,
uma travessa com copos ou uma bicicleta já é algo mais amplo que diz respeito
aos fatos do espetáculo. Então, para referir-se ao conjunto de roupas e coisas
a serem usadas em cena nós usamos a palavra indumentária.
ILUMINAÇÃO: Possui
três funções: iluminação dos personagens em ação, iluminação dos ambientes
criados pela cenografia e efeitos luminosos em geral.
ILUMINADOR: Aquele que
“faz a luz” para um espetáculo de teatro. Diferente do eletricista. O
iluminador cria efeitos de luz, próprios e necessários à atmosfera do espetáculo,
determina as cores, intensidades, afinação e sequência de acendimento dos
refletores, além de geralmente programar a mesa de controle. Muitas vezes, o
iluminador trabalha próximo do cenógrafo.
IMPROVISAÇÃO DRAMÁTICA: Técnica do jogo dramático pela qual o
ator interpreta alguma coisa imprevista, não prepara anteriormente, inventa no
momento da ação.
IMPROVISAÇÃO ESPONTÂNEA: Técnica aplicada nas atividades de
expressão dramática. Consiste na criação espontânea a partir de um fato,
situação ou ação proposta.
INTERPRETAÇÃO: Jogo do ator em cena a partir do texto criado
pelo dramaturgo. Há diversos métodos de interpretação, sendo os mais
importantes os de Stanislávski, o de Grotowski e o de Brecht.
IODINE: Tipo de projetor de luz geral, de
grande ângulo de abertura, sem lente. É muito usado para produzir a luz do
horizonte, no fundo da cena, no ciclorama.
L
LABORATÓRIO DRAMÁTICO: Conjunto de práticas que o ator deve
desencadear para aprimorar seu desempenho e aprofundar-se no entendimento de
seu papel e do texto a ser encenado.
LAMBREQUIM: Peça de decoração que dá acabamento a parte
superior da cortina. Trata-se de uma peça de tecido, franzida ou drapeada
formando planejamento pendentes na parte alta da boca de cena.
LEITURA DE MESA: Reunião com o elenco para a primeira leitura
do texto, cada ator com a sua fala lida com entonação normal, para o
conhecimento do seu papel e de toda a peça.
LINÓLEO: Tapete de borracha especial colocado como forração
do piso do palco, com função de proteção e/ou acabamento; também utilizado para
amortecer o impacto dos movimentos, sendo muito utilizado em espetáculos de
dança.
LUZ DE SERVIÇO: Luz que é usada quando se está montando um
cenário ou trabalhando no palco fora do horário de espetáculo.
M
MAPA DE SOM: (VER: DESENHO DE SOM) MAQUIAGEM: Feita nos
atores para caracterizar os personagens.
MAQUIADOR: Aquele que faz o trabalho de caracterização dos
personagens de um espetáculo teatral, segundo um texto e a concepção dada pelo
diretor. Essa caracterização, facial na maioria das vezes, deve acompanhar a
linha da indumentária e da cenografia. O maquiador deve manter contato com o
diretor, o cenógrafo, figurinista e com os atores.
MARCAÇÃO: Movimentação dos atores em cena, em função do texto
da peça teatral: entradas, saídas, posturas, etc.
MÁSCARA: Reprodução, estilizada ou não, do rosto humano ou
animal, esculpido ou montada em argila, cortiça, isopor, massas diversas etc.,
guarnecida de texturas, cores e outros elementos, com que os atores cobrem o
rosto ou parte dele na caracterização de seu personagem. Às vezes é usada como
elemento de cena. É também a expressão fisionômica do ator, a qual reflete o
estado emocional do personagem que ele interpreta. Distingue-se da maquiagem pelo
fato de anular, com uma superfície rígida, a mobilidade expressiva do rosto. Na
dramaturgia grega, tripla função: amplificação visual. Desvendando Teatro
MESA DE LUZ: Mesa de operações da luz. É o ponto de chegada
dos circuitos provenientes dos projetores, passando através dos dimmer’s.
Funcionam através de resistências elétricas e atualmente são computadorizadas,
dispondo, portanto de memória e possibilitando a visualização dos diversos
circuitos através dum monitor.
MONTA-CARGAS: Um tipo de elevador, grande e aberto, usado
sempre em grandes teatros para transporte de cenários, geralmente do
subsolo/fosso até o palco. Tipo de elevador usado na construção civil.
MULETA DE ATOR: Quando se usa um objeto de cena para se obter
confiança ou “entrar no personagem”.
P
PALCO: Espaço visual para o público ou área de cena.
Tablado ou estrado destinado às representações, em geral construído de madeira,
e que pode ser fixo, giratório ou transportável, bem como tomar várias formas e
localizações em função da plateia, que pode situar-se à frente dele ou
circundá-lo por dois ou mais lados. O proscênio, em oposição à cena. O conjunto
que inclui o espaço de representação, os bastidores e os camarins; caixa de
cena.
PALCO ELISABETANO: Também chamado de Palco Isabelino, é
aquele que tem o proscênio prolongado, com um segundo plano (muitas vezes
coberto) onde existem algumas aberturas, tais como janelas. Apareceu na
Inglaterra no período de Shakespeare, por isso também é chamado de Palco à
Inglesa.
PALCO GIRATÓRIO: Aquele cujo madeiramento não é fixo, porém
movido por mecanismos que permitem inúmeros e rápidos movimentos de cenários, e
vários outros efeitos cênicos.
PALCO ITALIANO: Palco retangular, em forma de caixa aberta na
parte anterior, situada ao fundo e em plano acima da platéia, provido de
moldura (boca de cena), de bastidores laterais, de bambolinas e de cortinas ou
pano de boca e, não raro, de um espaço a frente, destinado à orquestra (poço).
É o mais conhecido e utilizado dos palcos modernos. PANFLETAGEM: Termo julgado
pejorativo por muitos, fala do teatro que prega um ideal, como posições
políticas, filosóficas e religiosas. Uma peça autenticamente panfletária carece
do ideal artístico e mais se assemelha a uma peça publicitária que intenta vender
um produto. PANO: Palavra impressa na última página do texto de cada ato, ou de
toda a peça, para indicar o seu término.
PANO-DE-BOCA: O mesmo que cortina de boca, geralmente
movimentado no sentido vertical. Está situado logo atrás da boca de cena. PANO-DE-FUNDO:
Sinônimo de rotunda. Às vezes pode ser um outro pano, à frente da rotunda do
palco. Desvendando Teatro
PASSADÃO: Tipo de ensaio que normalmente se dá quando uma
produção está pronta. Consiste em que os atores passem rapidamente pelo espaço
cênico na ordem de acontecimentos do espetáculo sem necessidade de texto, mas
apenas para recapitular todo o desenvolvimento físico da peça.
PATROCÍNIO: É quando uma empresa ou pessoa paga toda ou parte
das despesas de produção, como o cachê dos atores, conjunto plástico (figurino,
maquiagem, iluminação, sonoplastia e cenografia), etc.
PERFORMANCE: Expressão artística de unidade variável que
consiste em produzir determinados eventos por meio de gestos e ações sem contar
qualquer história.
PERNA: Elemento que se caracteriza como limite lateral do
palco. Tecido sem armação. O conjunto de pernas e bambolinas é parte da câmara
negra.
PERSONAGEM: Papel interpretado pelo ator numa peça dramática.
O ator não é o personagem, mas representa-a para o espectador, assumindo a
personalidade, os traços psicológicos e morais da pessoa criada pela imaginação
do dramaturgo. Cada um dos papéis que figuram numa peça teatral e que devem ser
encarnados por um ator ou uma atriz; figura dramática.
PERSONAGEM PLANA: Personagem construída em torno de uma sói
idéia ou qualidade. Em geral, são definidas em poucas palavras. PERSONAGEM
REDONDA: Personagem que apresenta várias qualidades ou tendências e, por essa
razão, é multiforme, complexa, eliminando qualquer possibilidade de
simplificação.
PERSONAGEM-TIPO: Que representa um tipo padrão de
comportamento; máscara. PLATÉIA: Até o início desse século era, na grande
maioria dos edifícios teatrais, o pavimento entre a orquestra ou o palco e os
camarotes. Nos teatros de hoje, é a parte destinada a receber o público, que se
acomoda em poltronas, cadeiras, bancos ou arquibancadas. Em tese, a reação da
plateia será a soma das reações individuais dos espectadores.
PONTO: Uma pessoa escondida que sussurra o texto ao ator no
evento de tê-lo esquecido.
PONTO CEGO: Lugar desprivilegiado na platéia em que não se vê
parte do placo ou espaço cênico.
PRATICÁVEL: Estrutura, usualmente em madeira, com tampo
firme, usada nas composições dos níveis dos cenários. É construído em diversas
dimensões e formatos e é normalmente modulado para facilitar as composições.
PRESENÇA DE PALCO (OU PRESENÇA CÊNICA): Termo também usado
para a performance de um músico ou cantor. Presença de palco é a força com que
um ator marca os espectadores ao desenvolver seu trabalho em cena. A presença
de palco de um ator é medida
somando sua potência de voz, entonação, expressão facial e física e até mesmo a
força com que pisa e com que encara o público. Não existe uma fórmula para ser
aumentar a presença de palco pois, embora possa ser reforçada com a
especialização e a prática, às vezes constitui um dom natural.
PRODUTOR: Objetiva a organização, coordenação e realização de
uma obra artística.
PROJETOR: Aparelho elétrico de iluminação dispondo de lentes
e refletores destinados a projetar sobre a cena um foco de luz.
PROSCÊNIO: À frente do palco; ante cena. Prolongamento no
mesmo nível do palco projetado até o público que se adapta a diversas formas e
dimensões.
PROTAGONISTA: Personagem principal; aquela que ganha o
primeiro plano na narrativa.
Q
QUADRO: Divisão de um texto dramático ou cênico, fundado
sobre uma mudança do espaço ou do espaço-tempo. O mesmo que cena ou ao ato.
QUARTA PAREDE: Parede imaginária que separa a cena da sala.
Um palco italiano possui três "paredes": O fundo (rotunda), e as
laterais (que podem ser coxias, pernas ou apenas uma parede mesmo). O termo
"quarta parede" é utilizado para definir a parede não existente nesse
tipo de palco. Ou seja, a frente dele. Não tem parede entre a frente do palco e
a plateia, portanto é uma parede imaginária, um limite. Esse termo é usado em
espetáculos teatrais em que não há interação do elenco com o público. Como se
tivesse uma quarta parede que os separasse.
QUARTELADA: Tampos de madeira que compõem o piso do palco.
QUEIJO: Denominação usada em teatro e televisão, dada a um
praticável de forma circular.
R
REFLETORES: Equipamentos para iluminação cênica, montados em
varas, tripés ou posicionados no chão. Existem diversos tipos de refletores.
Cada um serve a um propósito específico e apresenta características
diferenciadas de facho, intensidade, definição de borda e alcance. Exemplos:
PC, Fresnel, Elipsoidal, Par etc. RÉPLICA: Resposta a um discurso; texto dito
por um personagem no decurso de um diálogo. RIBALTA: Luzes na parte dianteira
do palco, em geral entre o pano de boca e o lugar da orquestra, que serviam
para iluminar a cena e eram ocultadas do público por um anteparo horizontal. O
proscênio. Desvendando Teatro
RITMO DO JOGO CÊNICO: É o ritmo que se desenvolve todo o
espetáculo segundo um tempo fixado por sua encenação. Esse tempo determina a
velocidade da dicção, a relação entre texto e gesto, a rapidez das mudanças,
das transições entre os jogos cênicos, do espaço entre as cenas ou quadros. O
ritmo da ação, sua progressão contínua ou em partes fornecem o quadro rítmico
geral do espetáculo.
ROMPIMENTO: O elemento delimitador da cena, composto de dois
reguladores, ou duas pernas que se ligam no alto a uma bambolina, com ela
formando um arco. ROTUNDA: Pano de fundo, em flanela ou feltro, disposto em
semicírculo no palco. Grande tela que é montada sempre à frente do ciclorama.
S
SOLILÓQUIO: Também conhecido como à parte. Fala de um personagem
que diz algo para si mesmo, como um pensamento em voz alta que supostamente
será ouvido apenas pelo público.
SONOPLASTA: Explora as possibilidades expressivas do som,
fornecendo uma realidade física, real ou imaginária, um mundo lógico e
coerente, recriando cenários, objetos ou personagens.
SONOPLASTIA: Conjunto de sons vocais ou instrumentais criados
para sublinhar ações de uma cena. A música tem função semelhante à iluminação:
enfatiza cenas, empresta-lhes maior ou menor conteúdo dramático, sublinha os
sentimentos expressos pelos atores.
SUBTEXTO: Aquilo que não se diz explicitamente no texto
dramático, mas que ressalta da interpretação do ator.
T
TABLADO: Espécie de palco improvisado a partir de uma
estrutura de apoio, com tábuas criando o piso. Muitas vezes são utilizadas
também chapas de madeira compensada. TANGÃO: Sequência de luzes colocadas numa
calha retangular, estreita, colocada na posição vertical das laterais do palco,
no espaço formado entre dois rompimentos. Projeta luz difusa.
TAPADEIRA: Em cenografia, espécie de bastidor revestido de
madeira compensada. Usado para diversas composições cenográficas. TEXTO
TEATRAL: É um texto comum, com personagens e conflitos, escrito de forma a ser
representado num palco. TIPO: Personagem plana construída em torno de uma
qualidade ou idéia, cuja peculiaridade alcança seu auge sem causar deformação.
TITERITEIRO: Aquele que movimenta o fantoche ou a marionete.
U UNIDADE DE AÇÃO: Caráter de uma peça do qual a matéria narrativa se organiza
a volta de uma fábula principal na qual as intrigas anexas são logicamente
ligadas.
UNIDADE DE LUGAR: Caráter de uma peça segundo a qual se
organiza a volta de um espaço.
UNIDADE DE TEMPO: Caráter de uma peça cuja ação se organiza
no mesmo tempo de ação.
URDIMENTO: Armação de madeira ou ferro, construída ao longo
do teto do palco, para permitir o funcionamento de máquinas e dispositivos
cênicos. Na realidade, é o esqueleto do palco; a ‘alma’ da caixa de mágicas em
que ele às vezes se converte. Tem como limite superior, a grelha com a sofita e
como limite inferior, a linha das bambolinas, varas de luzes e a parte superior
da cenografia.
V
VARA DE CENÁRIO OU DE LUZ: Barra de metal ou madeira,
utilizada para se dependurar elementos cenográficos, equipamentos de luz e
vestimentas de palco.
VEROSIMILHANÇA: Caráter pela qual as ações, os personagens e
os ligares representados são percepcionados pelo publico com uma imitação da
realidade e não como uma realidade verdadeira ou sobrenatural.
fonte: (www.desvendandoteatro.com)