novembro 14, 2013

PECADO (TEXTO TEATRO) ATO II

PECADO
De: Marcondys França
JOEL
EZEQUIEL: (PAI DE JOEL)
RUTE: (MÃE DE JOEL)
SUNAMITA: (IRMÃ DE JOEL)
MIDIÃ: (NOIVA DE JOEL)
SAULO: (PAI DE MIDIÃ)
HELENA: (MÃE DE MIDIÃ)
ISAC: (IRMÃO DE MIDIÃ)
DAVI: (AMIGO DE JOEL)
SARA: (MÃE DE DAVI)
PASTOR
SEGUNDOO ATO
CENA I
(Joel entra agitado e passa pelos pais feito um foguete)
EZEQUIEL: - Que tens? Parece inquieta.
RUTE: - Sinto uma agonia. Algo está me sufocando.
EZEQUIEL: - Então ore.
RUTE: - Não tenho feito outra coisa.
EZEQUIEL: - Vai passar.
RUTE: - Espero que sim. Estou preocupada com Joel.
EZEQUIEL: - Joel está bem. Esta na presença de Deus.
RUTE: - Tens razão. Deve ser bobagem da minha cabeça. Coisa de mãe.
EZEQUIEL: - Vá se deitar.
(Entra Joel chorando)
RUTE: - Filho...
EZEQUIEL: - Deixa... Eu vou lá.
RUTE: - Está bem. Vou preparar um chá.
EZEQUIEL: - (Caminha até o filho) Filho?
JOEL: - Meu pai?!
EZEQUIEL: - Que houve?
JOEL: - Nada pai, nada.
EZEQUIEL: - Como não? Está chorando. Chorando!
JOEL: - Estou bem.
EZEQUIEL: - Quem pensa que quer enganar?
JOEL: - Só estou triste. Triste! Só isso.
EZEQUIEL: - Triste. E o que te fez ficar triste?
JOEL: - Preocupado pai. Preocupado!
EZEQUIEL: - E que preocupação é essa filho?
JOEL: - Esse casamento pai...
EZEQUIEL: - Há! Entendo... Sabe filho, isso tudo, essa insegurança, essa incerteza, é natural...
JOEL: - Não sei se é o momento, se é isso mesmo que quero.
EZEQUIEL: - Senta aqui filho. Sabe, quando decidi casar com tua mãe, também tive duvidas. Confesso... quanto mais próximo chegava do casamento, mais em pânico eu ficava.
JOEL: - É pai. É só uma pequena tensão.
EZEQUIEL: - Você ama Midiã?
JOEL: - Sim... amo.
EZEQUIEL: - Que bom.
JOEL: - O senhor pode me deixar um pouco sozinho?
EZEQUIEL: - Claro! Mas se precisar... é só chamar! Fique em paz!
JOEL: - Ficarei. (O pai sai) E agora? Meu Deus! Deus? Que farei? Me guia Senhor... Não me deixes cair em tentação. Livrai-me Senhor dos laços malignos, desse cerco do inimigo... Me perdoe Senhor, eu pequei! (Chora)
CENA II
SARA: - Já em casa filho? (Beija-o) Como foi? Que foi filho?
DAVI: - Nada.
SARA: - Que cara é essa? Está pálido.
DAVI: - É sono.
SARA: - Sei que não... Não quer falar, né? Ah, meu filho! Sabe que temos um pacto de confiança. Sou sua mãe, amiga, pode confiar em mim...
DAVI: - Não me sinto a vontade pra falar sobre isso...
SARA: - Tudo bem filho. Seja o que for que está lhe deixando assim... Sabe que pode contar comigo. Vou deixa-lo só. Mas se precisar... Estou ao lado.
DAVI: - Obrigado mãe.
SARA: - Boa noite filho. (Beija-o e sai)
DAVI: - Burro, burro, burro... burro! Estraguei tudo. Tudo! Droga!
CENA III
MIDIÃ: - A paz do Senhor Pastor!
PASTOR: - A paz! Entre minha jovem.
MIDIÃ: - Vim conversar com o senhor...
PASTOR: - E fico muito feliz. Sente-se.
MIDIÃ: - Obrigada!
PASTOR: - Sabe por que pedi que viesse aqui?
MIDIÃ: - Já imagino. E o irmão Pastor não sabe o quanto ansiava por esse momento.
PASTOR: - Imagino! É sobre seu casamento com o jovem Joel.
MIDIÃ: - Sim...
PASTOR: - Vejo que a irmã esta muito empolgada com esse casamento.
MIDIÃ: - Deus sabe o quanto espero por esse momento.
PASTOR: - Deve amar muito o jovem Joel.
MIDIÃ: - Muito Pastor.
PASTOR: - É bom ter essa certeza. Mas a irmã sabe que um casamento trás muitas responsabilidades.
MIDIÃ: - Sei Pastor.
PASTOR: - Vendo seu entusiasmo me sinto convicto que realizar esta cerimonia de casamento será um passo certo...
MIDIÃ: - Sinto que Joel é o homem que Deus preparou para mim. Sempre o amei...
PASTOR: - Que bom. Agora só resta conversar com o jovem Joel pra saber que pensa sobre tudo isso.
MIDIÃ: - Claro Pastor.
PASTOR: - Então, já pode ir...
MIDIÃ: - Obrigada Pastor.
PASTOR: - Não esqueça. Ore!
MIDIÃ: - A paz!
PASTOR: - A paz, minha doce jovem...
MIDIÃ: - Amém!
PASTOR: - Amém. (Ela sai)
CENA IV
SUNAMITA: -
ISAC: - A paz do Senhor Sunamita!
SUNAMITA: - A Paz.
ISAC: - Posso falar contigo?
SUNAMITA: - Já está falando, não está?
ISAC: - Mas é que é um assunto sério.
SUNAMITA: - Isac, numa boa... Não quero me irritar contigo.
ISAC: - Por que me trata tão mal?
SUNAMITA: - Por que é inconveniente. Por isso!
ISAC: - Precisa me tratar tão mal?
SUNAMITA: - Olha Isac, numa boa... Se vai falar sobre namoro, já sabe minha resposta. Nunca vou namorar com você, nunca. Fui clara? Misericórdia! Me deixa em paz. (Sai)
ISAC: - Isso é o que veremos! (Sai)
CENA V
RUTE: - Bom dia irmã Sara?!
SARA: - Bom dia! A paz!
RUTE: - Bom irmã... Vim até aqui para lhe fazer um convite.
SARA: - Um convite?
RUTE: - Exato.
SARA: - Então diga irmã.
RUTE: - Eu e a irmã Helena vamos dar um jantar especial, como boas vindas a você e seu filho.
SARA: - Me sinto lisonjeada!
RUTE: - Será uma coisa simples, mas feita de coração.
SARA: - Nem sei como agradecer.
RUTE: - Agradeça comparecendo hoje a noite em minha casa. As sete.
SARA: - Claro. Será uma grande honra.
RUTE: - Então até a noite. A paz irmã. (Sai)
SARA: - A paz! Uma recepção de boas vindas? Ual! (Sai)
CENA VI
JOEL: - Irmão Pastor?!
PASTOR: - Oi! Entra Joel.
JOEL: - A paz do Senhor!
PASTOR: - A paz! Entre, sente... Já o esperava. O irmão me parece tenso.
JOEL: - Sinto-me perdido... confesso!
PASTOR: - Meu jovem, Deus está contigo! Não temas.
JOEL: - Me sinto inseguro.
PASTOR: - E porque se sentes assim?
JOEL: - De uns dias pra cá... estou tomado por dúvidas.
PASTOR: - Sobre?
JOEL: - Sobre mim...
PASTOR: - Explique-se.
JOEL: - Meus sonhos, minhas vontades, meus desejos...
PASTOR: - Somos humanos, temos nossas fraquezas... Mas nem por isso podemos por em dúvida a nossa fé, nossas convicções, a nossa salvação. A bíblia é clara, vigiai e orai. És um homem de fé Joel... Disto não tenho dúvida, mas sinto que estás tão aflito. Tem haver com o casamento?
JOEL: - Sim pastor. De certo odo sim.
PASTOR: - Meu jovem... Se abra comigo. Quem sabe eu possa lhe ajudar.
JOEL: - Não sei...
PASTOR: - Não amas Midiã?
JOEL: - Amo. Mas não me sinto preparado. Não sei se só amar é o suficiente para subir ao altar e jurar lealdade até o fim de nossas vidas.
PASTOR: - Entendo. Meu Deus! Sabes o quanto Midiã irá sofrer se este casamento for adiado.
JOEL: - Sei sim senhor Pastor. Mas quero ter certeza de que estou dando o passo certo. Mesmo por que sei o quanto isso significa para ela.
PASTOR: - Entendo.
JOEL: - Só que se eu não subir ao altar com Midiã... Tenho medo.
PASTOR: - Medo?
JOEL: - Irá frustrar não só a ela mas também as nossas famílias.
PASTOR: - Não pretendes terminar o noivado, pretendes?
JOEL: - Não...
PASTOR: - Então podemos marcar uma data simbólica de preferencia para alguns meses à frente para você pensar mais sobre o assunto.
JOEL: - Não sabes o quanto ficarei grato!
PASTOR: - Irmão estou aqui para cuidar desse rebanho. E também uns dias a mais não irá matar ninguém. Escute irmão Joel, volte para casa, pense, ore e peça a Deus para iluminar sua mente. Gostar da moça, sei que gosta, se não é amor, pode vim com o tempo, com a convivência. O amor, principalmente no matrimonio é uma construção que vem com a convivência do dia a dia. As vezes as pessoas confundem o amor com essas paixões avassaladoras. O perigo meu caro, é que paixão passa, amor não.
JOEL: - Obrigado Pastor.
PASTOR: - Vá em paz Joel. E se precisar, quando quiser conversar estarei aqui.
CENA VII
SUNAMITA: - Trago boas novas...
MIDIÃ: - Não vai dizer que... Não?! Falou com Davi?
SUNAMITA: - Imagina! Quem me dera! Ah,, que varão!
MIDIÃ: - Então porque essa empolgação?
SUNAMITA: - Advinha quem procurou o pastor hoje?
MIDIÃ: - Não?! Meu Deus! Olha? Estou até tremendo...
SUNAMITA: - Meu irmão foi conversar.
MIDIÃ: - Que benção!
SUNAMITA: - Logo teremos casório.
DAVI: - A paz?!
SUNAMITA: - A paz irmão Davi!
MIDIÃ: - A paz do Senhor Jesus irmão Davi.
DAVI: - Perdão... Mas ouvi falar de casamento.
SUNAMITA: - Midiã e meu irmão... vão marcar a data.
DAVI: - Há é?! Parabéns! Fico feliz por vocês.
MIDIÃ: - Obrigada! Bem, eu tenho algumas coisas pra fazer... Então depois a gente se fala. A paz1
SUNAMITA: - A paz cunhada! Ela está muito feliz.
DAVI: - Imagino.
SUNAMITA: - E você?
DAVI: - Que tem eu?
SUNAMITA: - Não namora?
DAVI: - No momento não.
SUNAMITA: - Deve ter deixado um monte de moças apaixonadas...
DAVI: - Que nada.
SUNAMITA: - Ainda é humilde!
DAVI: - Bem... Eu preciso ir.
SUNAMITA: - Há, mas já?
DAVI: - Sim. Realmente preciso ir.
SUNAMITA: - Aparece lá em casa. Joel vai gostar, e eu também.
DAVI: - Claro! A paz.
SUNAMITA: - A paz!
CENA VIII
RUTE: - Não acha que a irmã Sara está demorando um pouco.
HELENA: - Que nada! Esta no horário.
RUTE: - Caprichou, hein?:
HELENA: - Tudo pelo Pastor.
EZEQUIEL: -
MIDIÃ: - E Joel?
SUNAMITA: - No quarto. Vou chama-lo...
PASTOR: - Como está nosso jovem irmão?
EZEQUIEL: - Bem irmão... E como foi a conversa?
PASTOR: - Proveitosa.
EZEQUIEL: - Achei meu filho tenso com toda essa história.
PASTOR: - E que não ficaria? Meu caro irmão... casamento é coisa série.
SAULO: - Tão sério que devemos logo arcar essa data.
MIDIÃ: - Não acha estranho?
HELENA: - O que?
MIDIÃ: - Joel mãe. Já devia está aqui. Faz tempo que chegamos e nem veio falar comigo.
HELENA: - Calma filha! Se não assusto o rapaz.
RUTE: - Venham comigo... Quero mostrar algo especial que preparei.
HELENA: - Algo especial? Essa irmã está mesmo com moral.
MIDIÃ: - Mãe! Misericórdia... (Saem)
EZEQUIEL: - Irmão Pastor venha...
SAULO: - Irmão Ezequiel e suas engenhoca... É melhor ir com ele, ou vai achar que não damos importância a seus experimentos. (Sai)
SUNAMITA: - Joel?
JOEL: - Que foi?
SUNAMITA: - Que está rolando?
JOEL: - Deixa papai ouvi você falando assim...
SUNAMITA: - Você não irá contar.
JOEL: - Devia.
SUNAMITA: - Estão perguntando por você.
JOEL: - Inventa uma desculpa.
SUNAMITA: - Me pedindo pra me mentir?
JOEL: - Não é difícil pra você.
SUNAMITA: - Que imagem tem de mim! Olha Joel sei que algo muito ruim está acontecendo...
JOEL: - Vidência é pecado! Vindo de você só pode ser charlatanismo...
SUNAMITA: - Misericórdia... Que horror!
JOEL: - Vou orar por você.
SUNAMITA: - Falando sério... Tua noiva te espera.
JOEL: - Não quero descer.
SUNAMITA: - Por que meu irmão? Estou preocupada. Apesar desse meu jeitinho transloucada... percebo as coisas.
JOEL: - E o que percebe?
SUNAMITA: - Que está sendo desonesto.
JOEL: - Que quer dizer?
SUNAMITA: - Se vai continuar com essa farsa pra agradar a todos... Ao menos faça um esforço para parecer natural. Olha, se não descer por vontade própria, Midiã vem te escoltar. Te espero lá em baixo. (Sai)
JOEL: - Dai-me forças Senhor! (Sai)
(Na sala)
HELENA: - Nossa! Você caprichou... Deu até uma invejinha!
MIDIÃ: - Mãe?!
HELENA: - Invejinha branca.
RUTE: - Esquenta não irmã Helena... Farei um almoço especial só pra você.
MIDIÃ: - E Joel?
SUNAMITA: - Já desce.
SAULO: - Nossos convidados...
RUTE: - Irmã Rute?!
HELENA: - Chegaram.
SAULO: - Joel? (chama)
RUTE: - Entrem fiquem a vontade!
SARA: - A paz!
PASTOR: - A paz meus irmãos... Sejam bem vindos! Que bom que chegaram... Estávamos ansiosos, loucos para provar das delícias que a irmã nos preparou. (Todos riem)
JOEL: - A paz do Senhor irmãos?!
TODOS: - A paz!
MIDIÃ: - Joel?
JOEL: - Como vai Midiã?
MIDIÃ: - Melhor agora.
RUTE: - Helena, vamos mostrar a casa para irmã Sara...
HELENA: - Claro.
EZEQUIEL: - Sejam breves... Estamos famintos.
SAULO: - Nisso concorda.
SUNAMITA: - Que bom que veio. Fico feliz irmão Davi.
DAVI: - Obrigado!
SUNAMITA: - Sinta-se em casa. Fique a vontade!
DAVI: - Como vai irmã Midiã?
MIDIÃ: - Ótima! Na paz.
DAVI: - Posso conversar com você irmão Joel?
SUNAMITA: - Midiã vem comigo...
MIDIÃ: - Com licença.
DAVI: - Precisamos conversar...
JOEL: - Não temos o que conversar...
DAVI: - Como não? Então não significou nada pra você?
JOEL: - Enlouqueceu?
DAVI: - Seja adulto e enfrente a realidade de frente.
JOEL: - Meu Deus! Venha comigo... (Saem)
MIDIÃ: - Que está acontecendo?
SUNAMITA: - Não faço ideia...
EZEQUIEL: - Meninas... Cozinha.
SUNAMITA: - Vamos Midiã...
EZEQUIEL: - E Joel?
MIDIÃ: - Subiu com irmão Davi. Vou chama-los...
SUNAMITA: - Eu chamo.
MIDIÃ: - Para! Já sou de casa.
EZEQUIEL: - Vamos Sunamita. (Saem)
CENA IX
JOEL: - O que está tentando fazer? Destruir minha vida?
DAVI: - Diz que pra você não foi importante... (Midiã escondida ouve)
JOEL: - Não sei do que está falando...
DAVI: - Quer que eu grite pra que todos ouçam?
JOEL: - Enlouqueceu?
DAVI: - Não consigo parar de pensar um só segundo...
JOEL: - És um pecaminoso. Estás sendo usado pelo inimigo...
DAVI: - O demônio não tem culpa pelo desejo que sentimos um pelo outro.
JOEL: - Cala-te. És um pervertido!
DAVI: - Você gostou... Correspondeu aquele beijo.
JOEL: - O pecado do homossexualismo, de acordo com a Bíblia, é o estágio final da queda moral e espiritual de uma sociedade que rejeita a revelação de Deus. Eram maus os varões de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor.
DAVI: - Pecado? É pecado amar? É pecado, sentir-se feliz ao lado de alguém que amamos? Pecado é essa mentira que stás criando em torno dessa farsa...
JOEL: - Farsa? Que farsa?
DAVI: - Esse casamento com Midiã. Não percebe que se seguir adiante, só a fará sofrer?
JOEL: - Amo Midiã...
DAVI: - A quem quer enganar? És um conhecedor das escrituras e sabes que não há quem engane a Deus.
JOEL: - Foste enviado pelo inimigo para testar a minha fé.
DAVI: - Não. Fui enviado por Deus para evitar que cometa o maior erro da tua vida.
JOEL: - O homossexualismo é um vício, a Sagrada Escritura não hesita em incluir os homossexuais entre os que não herdarão o Reino de Deus.
DAVI: - Deus julga os seus pela pureza dos seus corações. E o que sinto por você é puro, é amor...
JOEL: - Isso é uma abominação.
DAVI: - Se a homossexualidade fosse prática tão condenável, como justificar a indiscutível relação homossexual existente entre David e Jônatas?! Eis a declaração do salmista para seu bem-amado: "Tua amizade me era mais maravilhosa do que o amor das mulheres. Tu me eras deliciosamente querido!" (II Samuel, 1:26).
JOEL: - Não distorça a palavra...
DAVI: - Joel...
JOEL: - Não chegue perto...
MIDIÃ: - Joel!
JOEL: - Midiã? A quanto tempo estava ai?
DAVI: - Ouvi nossa conversa?
MIDIÃ: - Estão nos esperando... Vamos?
JOEL: - Sim... Vamos. (Saem)
CENA X
SARA: - Pensei que a irmã Helena não ia parar de falar... enumerando a felicidade conjugal e familiar... Filho, que houve? Está chorando.
DAVI: - Sou o homem mais infeliz da face da terra mãe.
SARA: - Não diga isso filho! Oh, meu Deus! O que está acontecendo contigo filho?
DAVI: - Nada mãe, nada.
SARA: - Como nada. Filho... estas sofrendo. Se abra comigo.
DAVI: - Aconteceu de novo mãe.
SARA: - O que filho?
DAVI: - Você sabe... sabe de que estou falando.
SARA: - Meu filho! Imagino o quanto estejas sofrendo. Mas, escuta, sempre estarei ao seu lado, sempre.
DAVI: - Obrigado mãe.
SARA: - É Joel, não é?
DAVI: - Como sabe?
SARA: - Intuição! Ai meu Deus! Ele sabe?
DAVI: - Nega. Nega os próprios sentimentos.
SARA: - Filho... Joel está noivo, vai casar...
DAVI: - Fuga. Fuga, mãe.
SARA: - Ah, Davi meu filho... Ainda que ele queira viver isso... Não percebe o quanto sofrerão com o preconceito?
DAVI: - Amo Joel Mãe... Amo.
SARA: - Oh meu filho!
DAVI: - Você é incrível.
SARA: - E você um filho maravilhoso. Vá descansar. Pensaremos num solução.
DAVI: - Boa noite mãe...
SARA: - Boa noite.
DAVI: - Mãe? Você acha que...
SARA: - Que?
DAVI: - Pessoas como eu, será condenado no juízo final?
SARA: - Filho... Para Deus, o importante é amar... o amor é que importa.
DAVI: - Oh, mãe... A paz!
SARA: - A paz filho. Onde vai?
DAVI: - Dá uma volta.
SARA: - Cuidado. Não demora. (Ele sai. Ela chora)
CENA XI
IZAQUE: - Preciso falar com você...
RUTE: - Aqui não Izaque.
IZAQUE: - Não estou mais conseguindo lavar meu casamento adiante.
RUTE: - chega Izaque! Não é hora e local de falar sobre isso. Meu marido e meus filhos...
IZAQUE: - Amanhã te espero lá...
RUTE: - Enlouqueceu? Sabe que não posso.
IZAQUE: - Pode. Vou lhe esperar... (Ele sai)
CENA XII
HELENA: - Teu pai?
MIDIÃ: - Foi deixar o Pastor em casa.
HELENA: - Estou te achando estranha.
MIDIÃ: - Eu?
HELENA: - É. Aconteceu alguma coisa?
MIDIÃ: - Não, não...
HELENA: - Não vai me dizer que brigou com seu noivo.
MIDIÃ: - Não mãe.
HELENA: - E que caras eram aquelas na mesa?
MIDIÃ: - Não sei do que esta falando mãe. Impressão sua.
HELENA: - E esse olhar triste?
MIDIÃ: - Mãe... Me abraça.
HELENA: - Que foi filha?
MIDIÃ: - Só me abraça.
HELENA: - Midiã?
MIDIÃ: - É só carência de filha mãe.
HELENA: - Oh filha! (Saem)
CENA XII
ISAC Pega sunamita a força Davi a salva.
SUNAMITA: - Isac?
ISAC: - Posso entrar?
SUNAMITA: - Não fica bem... Estou sozinha.
ISAC: - Que foi... não confia em mim?
SUNAMITA: - Não é isso. É que podem falar.
ISAC: - Desde de quando se importa com que falam?
SUNAMITA: - Desde que... Olha, como já lhe disse estou sozinha, e peço que saia...
ISAC: - Estou cansado de suas recusas. (Lhe segura)
SUNAMITA: - Me solta Isac...
ISAC: - Que vai fazer?
SUNAMITA: - Está me machucando...
ISAC: - Hoje você vai vê...
SUNAMITA: - Do que está falando?
ISAC: - Será minha.
SUNAMITA: - Está louco. Me solta. Está me machucando.
ISAC: - Eu te amo Sunamita.
SUNAMITA: - Mais eu não...
ISAC: - Mas será minha...
SUNAMITA: - Me solta ou...
ISAC: - Ou?
SUNAMITA: - Vou gritar.
ISAC: - Então grita.
SUNAMITA: - Socorro! (Ele a pega a força, ela reage, ele rasga sua roupa)
ISAC: - Será minha! Só minha...
SUNAMITA: - Socorro! Me solta... Não... Não! Socorro! (Entra Davil)
DAVI: - Que está acontecendo aqui?
SUNAMITA: - Socorro! Me ajude. Ele está louco.
DAVI: - Solte-a. Solte-a... (Parte para cima de Isac)
ISAC: - Isso não ficará assim.
SUNAMITA: - Não ficará mesmo. Você pagará muito caro por isso...
ISAC: - Olha que fez fazer?!
DAVI: - Agora ela que é a vítima se torna culpada.
SUNAMITA: - Isso não ficará assim... Vou te denunciar.
ISAC: - Que?
DAVI: - Isso mesmo que ouviu. Tentativa de estupro é crime!
ISAC: - Estupro? Ela quis...
SUNAMITA: - Que?
ISAC: -
DAVI: - Você é mesmo um mal caráter. Eu vi... Você estava forçando a barra.
ISAC: - Ela me provocou.
SUNAMITA: - Mentira! Eu juro. Ele entrou e me pegou a força.
ISAC: - Quero vê você provar.
DAVI: - Cai fora daqui... Fora! Antes que eu te arrebente a cara.
SUNAMITA: - vai dar pra ele né? Sua vadia! (Sai)
SUNAMITA: - Que canalha! Nunca pensei que... 
DAVI: - Calma!
EZEQUIEL: -
RUTE: - Ai meu deus! Misericódia...
EZEQUIEL: - Que está acontecendo aqui?
SUNAMITA: - Calma! Eu posso explicar.
RUTE: - Minha filhinha o que fizeram com você?
JOEL: - Que você fez com minha irmã?
DAVI: -Eu?
JOEL: - Não eu.
SUNAMITA: - Chega! Chega. Eu fui violentada.
EZEQUIEL: - Seu canalha!
SUNAMITA: - Não pai. Não foi ele. Não foi...
RUTE: - Minha filha... Que me explicar o que está acontecendo aqui?
JOEL: - Que fez isso com você minha irmã?
DAVI: - Isac.
EZEQUIEL: - Canalha!
RUTE: -Não é possível.
JOEL: - É verdade Sunamita?
SUNAMITA: - Sim... Entrou, e me pegou a força.
DAVI: - Estava passando, quando ouvi os gritos de socorro.
SUNAMITA: - Se não fosse Joel... O pior teria acontecido.
RUTE: - Meu Deus! Que escândalo.
DAVI: - Agora tem que fazer denúncia.
JOEL: - Claro!
EZEQUIEL: - Vou ligar para o pastor...
RUTE: - Esse jovem é um perigo. Está possuído pelo demônio
DAVI: - O demônio não tem nada a ver com isso irmã. O que o Isac tem é falta de caráter.
RUTE: - Vem filha... Vamos pro seu quarto.
DAVI: - deve permanecer como está.
RUTE: - Que está dizendo? Está louco? Minha filha esta quase nua.
DAVI: - Tem que permanecer como está para fazer o corpo de delito.
JOEL: - Claro mãe. Se não consegue processar  o crápula.
EZEQUIEL: - Vou procurar o pastor...
RUTE: - Vamos filha...
SUNAMITA: - Obrigada Davi.
DAVI: - Fica bem viu. (Saem Sunamita e Rute)
JOEL: - Obrigado.
DAVI: - Não fiz nada demais...
JOEL: - Salvou minha irmã das mãos daquele crápula.
DAVI: - Bom... eu vou indo... Se precisarem, sabe onde me encontrar.
JOEL: - Vamos precisar. Você presenciou tudo.
DAVI: - Contem comigo.
JOEL: - Davi... A paz!
DAVI: - A paz. Até logo!
JOEL: - Até. (Sai)
CENA XIII
(Isac entra chorando)
MIDIÃ: - Que foi? Que aconteceu?
ISAC: - Cadê meu pai?
MIDIÃ: - Está na igreja.
ISAC: - Minha mãe?
MIDIÃ: - Está me assustando.
ISAC: - Eu fiz uma besteira das grandes.
MIDIÃ: - Que fez Isac?
ISAC: - Eu tentei violentar Sunamita...
MIDIÃ: - Que? Enlouqueceu, seu irresponsável?
ISAC: - Eu juro que não queria... Eu não queria.
MIDIÃ: - Meu Deus! Essa é coisa mais absurda que já ouvi...
ISAC: - E Sunamita como está?
ISAC: - Vai me denunciar.
MIDIÃ: - Meu Deus! Seu louco. Pode ser preso;
ISAC: - Me ajuda...
MIDIÃ: - Como?
ISAC: - Tenho que sair daqui... deixar a cidade.
MIDIÃ: - Fugir?
ISAC: - Não entende? Vão me prender.
MIDIÃ: - Você pecou. Cometeu um crime. Tem que pagar!
ISAC: - Não acredito que minha própria irmã deseja me ver preso.
MIDIÃ: - Estou envergonhada de você. Francamente! Nunca pensei...
ISAC: - Pelo que vejo não posso contar com você
MIDIÃ: - Não vou compactuar com sua falta de caráter.
SAULO: - Então aqui está você...
HELENA: - O que você fez meu filho? Enlouqueceu?
ISAC: - Foi culpa do inimigo mãe...
MIDIÃ: - Agora o inimigo é o culpado!
SAULO: - Ezequiel está indo com Sunamita e toda família a delegacia, vão te denunciar...
ISAC: - E agora pai?
MIDIÃ: - Vai preso.
HELENA: - Não. Isso não. Saulo... pelo amor de Deus... Temos que tirar nosso filho daqui.
MIDIÃ: - Vão acobertar o que ele fez?
HELENA: - É nosso filho. Não podemos deixar que fique preso.
MIDIÃ: - Mas ele tentou violentar Sunamita.
HELENA: - Mas pelo que sabemos, não violentou...
SAULO: - isso graças ao Davi que chegou na hora.
HELENA: - Não estou dizendo que não deva pagar pelo que fez... Mas se fugir do flagrante, poderá ter relaxamento...
ISAC: - Por favor pai...
MIDIÃ: - Não vão fazer isso... vão?
SAULO: -
HELENA: - É nosso filho. Por mais errado que esteja é nosso dever protege-lo.
ISAC: - Por favor pai... Fiz uma loucura. Estou arrependido.
SAULO: - Arrume umas roupas...
HELENA: - Não. Pode não dar tempo. Saulo, tire-o daqui.
MIDIÃ: - Estou envergonhada!
HELENA: - Onde vai?
MIDIÃ: - Vou orar por vocês. Pedir a Deus que os perdoe.
SAULO: - Vamos... Antes que eu me arrependa.
HELENA: - Meu filho...
ISAC: - Obrigado mãe.
HELENA: - Vai com Deus filho.
SAULO: - Vamos...
HELENA: - Ah, meu Deus! Que provação! Dai-nos forças. (Sai)
CENA XIV
SARA: - Meu Deus do céu! Que horror!
DAVI: - Pois é mãe. Foi exatamente isso que aconteceu.
SARA: - Coitada da moça. Deve está arrasada!
DAVI: - Se eu não tivesse entrado... Teria acontecido o pior.
SARA: - Meu filho! Estou pasma.
DAVI: - Parecia um louco.
SARA: - E agora?
DAVI: - A família já foi fazer a queixa.
SARA: - Isso será um escândalo para a igreja.
DAVI: - Pior que o escândalo é o que a pobre moça está sentindo neste momento.
SARA: - Será que devo ir a casa dela prestar minha solidariedade?
DAVI: - Acho que não. Talvez a família precise de privacidade nesse momento.
SARA - Tem razão. Que barra meu filho!
DAVI: - Imagino!
SARA: - Mas fiz uma polenta...
DAVI: - nem sei se estou com fome.
SARA: - Não vai rejeitar a comidinha da sua mãe, vai?
DAVI: - Chantagem!
SARA: - É que amo meu meninão! E adoro enche-lo de mimos!
DAVI: - Tá certo! Ok, você venceu.
SARA: - Então vamos... vou esquentar!
DAVI: - Sabe que já estou sentindo a minha fome voltar?!
SARA: - Hum! (Saem)
CENA XV
JOEL: - Midiã?
MIDIÃ: - Precisava falar com você.
JOEL: - Falar o que? O que seu irmão fez não tem explicação.
MIDIÃ: - Sei que não. E posso lhe garantir que estou tão chocada quanto você. Escuta Joel, estou do seu lado, do lado de sua família. Meu irmão errou...
JOEL: - Não. Ele não só errou. Cometeu um crime.
MIDIÃ: - Sim. E concordo que tenha que pagar por isso. Mas espero, que não me condenem pelos erros do meu irmão.
JOEL: - Por que está dizendo isto?
MIDIÃ: - Isac fugiu.
JOEL: - Fugiu?
MIDIÃ: - Sim. Fugiu. Pra escapar do flagrante.
JOEL: - Que canalha! Covarde! Pra onde foi?
MIDIÃ: - Não sei.
JOEL: - Não sabe?
MIDIÃ: - Não.
JOEL: - Deve me achar um trouxa.
MIDIÃ: - Juro. Juro que não sei.
JOEL: - Como fugiu?
MIDIÃ: - Meu pai...
JOEL: - Seu pai?
MIDIÃ: - Sim. Olha, não sabem que vim lhe contar...
JOEL: - Como seu pai pode acobertar aquele canalha?
MIDIÃ: - Não sei. Acho que o lado paternal falou mais alto.
JOEL: - Acoberta hoje, pra amanhã ele cometer outro crime ainda pior. Mas te garanto que teu irmão irá pagar pelo que fez.
MIDIÃ: - Estou do seu lado.
JOEL: - Obrigado. Mas preciso ficar só.
MIDIÃ: - Não me culpe por ele.
JOEL: - Não a culpo. Mas de verdade... preciso ficar sozinho.
MIDIÃ: - Tá bom. Vou deixa-lo... Mas saiba que te amo muito viu? A paz do Senhor!
JOEL: - A paz! (Ela sai) Pai?! Pai... (Sai)

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