MARIA, BENDITA ENTRE AS MULHERES
De: Marcondys França
MARIA ANA (Mãe de Maria)
JOAQUIM (Pai de Maria)
JOSÉ
GABRIEL (Anjo)
ZACARIAS ISABEL (Prima de Maria)
MARIA MADALENA
HERÓDES
GASPAR
BELCHIOR
BALTAZAR
PEDRO HOMEM
SENHORA JESUS
CENA I
JOAQUIM:
- É uma grande honra recebe - lo em nossa humilde casa José.
JOSÉ: - Eu é que sinto-me honrado.
JOAQUIM: - O que eu e minha esposa Ana, esperamos de você José, é o respeito e amor por nossa filha Maria.
JOSÉ: - Não tenham dúvidas do meu respeito e também do meu amor por Maria.
JOAQUIM: - Se pudéssemos oferecer um dote melhor...
JOSÉ: - O que me trouxe aqui não foi o dote, mas o amor que já sinto por Maria. JOAQUIM: - Muito me alegra ouvir isto José. (Entra Maria)
JOSÉ:
- Desejo Maria como minha esposa... Isto é, se for do seu agrado. (Olhando para Maria) Prometo respeitá – la e amá – la assim como é respeitada aqui em casa de seus pais. JOAQUIM : - Se depender da minha palavra, nosso trato será cumprido. Minha filha que era apenas sua prometida passará a ser sua esposa. Creio que será por ti tratada com tal zelo.
JOSÉ: -Tens a minha palavra. (Dirige – se a Maria) Espero que estejas tão feliz quanto eu Maria. (Retira uma miniatura de mesa da bolsa) Maria... Fiz para ti... (Entrega miniatura de mesa) É apenas um símbolo. Representa o inicio da nossa casa e logo a família que construiremos juntos.
MARIA: - É uma grande honra para mim meu senhor.
JOSÉ: - Sem formalidades Maria. Me chame apenas de José.
MARIA: - José.
JOSÉ: - Bem, já é tarde. Não quero abusar de vossa hospitalidade.
JOAQUIM: - Eu lhe acompanho.
JOSÉ: - A paz reina convosco!
ANA: - Amém! Que Deus o acompanhe. (Sai José e Joaquim) Filha és uma jovem de sorte. José é um bom homem. Será para ti um bom marido.
MARIA: - Creio que sim, minha mãe.
ANA: - Vamos nos recolher... Já é tarde.
MARIA: - Sua benção, minha mãe.
ANA: - Que Deus a abençoe minha filha.
MARIA: - Ficarei aqui mais um pouco cozendo e logo irei me recolher.
ANA: - Não demore muito. Amanhã levantaremos cedo. Boa noite filha.
MARIA: - Boa noite mãe. Ana sai. (Maria costura quando é surpreendida por um incontrolável sono. Entra Gabriel).
CENA II
GABRIEL: - Que a paz reine em seu coração! Alegra-te Maria. Deus está contigo.
MARIA: - Quem é você?
GABRIEL: - Não temas Maria. Sou Gabriel, o anjo enviado pelo Senhor teu Deus.
MARIA: - Anjo! Mas por que Deus enviaria um anjo para me visitar?
GABRIEL: - Por que foste escolhida. És bendita entre as mulheres, e darás a luz a filho de Deus.
MARIA: - Eu?
GABRIEL: - Sim, você Maria. Esperas um filho que é filho do Senhor teu Deus. MARIA: - Não é possível.
GABRIEL: - Não crê?
MARIA: - Estou confusa.
GABRIEL: - Imagino que sim. E compreendo. Mas Deus sabe o que faz. Já sabe o que aconteceu com tua prima Isabel?
MARIA: - Isabel? Não.
GABRIEL: - Espera um filho.
MARIA: - Minha prima Isabel já tem idade avançada...
GABRIEL: - O que parecia impossível aos olhos dos homens, aconteceu.
MARIA: - Não compreendo.
GABRIEL: - Para Deus nada é impossível. Mesmo sendo tua prima Isabel estéril, foi agraciada e em breve dará a luz a um belo varão.
MARIA: - Que me dizes?
GABRIEL: - Isto mesmo que acabaste de ouvi.
MARIA: - É um milagre! Fico feliz por Isabel. É maravilhoso! Mas, comigo é diferente.
GABRIEL: - Teu filho também será diferente, Maria. Virá para o cumprimento das profecias.
MARIA: - Mas... Eu nunca estive com um homem.
GABRIEL: - Seu filho não será filho de um homem comum, será filho de Deus.
MARIA: - Sou apenas uma serva. Por que Deus escolheria a mim?
GABRIEL: - Teu filho irá reinar sobre todos os povos e seu reinado será para sempre.
MARIA: - Não pode ser... Como é possível? Eu, mãe do salvado?
GABRIEL: - Não te aflijas Maria, a glória de Deus te cobrirá. (Põe a mão na barriga de Maria) Basta apenas confiar no Senhor teu Deus.
MARIA: - Meu Deus! Se esta é a vontade do meu Senhor... Que seja feita assim a vontade do meu Deus.
GABRIEL: - Que a paz reine convosco! (O anjo sai e Maria num sono profundo)
CENA III
JOAQUIM: - Maria... Maria... Ana?
ANA: - O que está acontecendo Joaquim?
JOAQUIM: - Maria.
ANA: - Que houve com Maria?
JOAQUIM: - Estranho. Está num sono profundo! Não acorda.
ANA: - Como não acorda? Maria? Maria... Minha filha...
MARIA: - Mãe? Pai?
ANA: - Graças a Deus!
JOAQUIM: - Que houve filha?
ANA: - Estas sentindo alguma coisa?
JOAQUIM: - Sente-se mal?
MARIA: - Espero um filho...
JOAQUIM: - Desonra! Desonra... Nossa família será amaldiçoada. É uma desonra!
ANA: - Calma homem!
JOAQUIM: - Como posso ter calma? Minha filha diz que está desgraçada e você me pede pra ficar calmo!
ANA: - Deve haver uma explicação.
JOAQUIM: - Que explicação poderá haver numa situação dessas, se não a vergonha...
ANA: - Não se exalte meu marido.
JOAQUIM: - Quem foi o crápula? Quem? Foi ele. Ele... José. Só pode ter sido. Foi José. Nos enganou. Por isso veio até nossa casa pedir a mão de nossa filha. Já haviam estados juntos. Maria, você nos traiu, minha filha. Vocês traíram nossa confiança.
ANA: - Maria...
MARIA: - Não traí a confiança de ninguém, meu pai. E mesmo assim trago em meu ventre um filho.
JOAQUIM: - Não sabes qual o destino de uma mulher adultera? Não sabes a vergonha que caíra sobre nossa casa... Da humilhação que é a luxuria de uma filha para seus pais.
ANA: - Calma Joaquim.
MARIA: - Meu pai, não sou nenhuma adultera. Nunca, jamais, estive com um homem. Acredite em mim.
JOAQUIM: - E ainda fala como se fosse pura. Como se desconhecesse as leis da natureza! Não há e nunca houve filho sem pai.
ANA: - Maria, minha filha... Se fizeste algo de errado... Por pior que seja... Diga-nos.
MARIA: - Sou apenas uma escrava de Deus, e Ele é o pai do meu filho. Pai... Mãe... Aconteceu um milagre com Isabel. Como explicam a gravidez de Isabel?
JOAQUIM: - Isabel não pode ter filho!
MARIA: - A não ser por obra e graça de Deus.
ANA: - Ouça homem... Tenha fé. Fé em nosso Deus e confiança em nossa filha. Maria não é de mentir. Vejo em seu olhos... Maria é pura. Fala a verdade.
JOAQUIM: - Pura com um filho no ventre...
MARIA: - Deus opera milagres, e não deveria duvidar de seu poder. Foi o senhor mesmo que me ensinou a confiar em Nele.
JOAQUIM: - Só há um jeito de saber se o que dizes é verdade.
ANA: - Que estas a pensar?
JOAQUIM: - Temos que saber de Isabel. Vai ter com sua prima em Judá, saber do seu estado, e fica por lá por algum tempo.
ANA: - Em seu estado é perigoso ficar aqui minha filha.
MARIA: - Irei arrumar minhas coisas. (Sai)
ANA: - Tenha paciência Joaquim.
JOAQUIM: - Ana, o que está acontecendo conosco? O que significa isto?
ANA: - Acalma teu coração Joaquim. A resposta virá de Deus. (Sai) (Joaquim e Maria atravessam o deserto rumo as montanhas em Judá)
CENA IV
JOAQUIM:
- A paz esteja convosco!
ZACARIAS: - Amém! Entrem... Joaquim é imprudência enfrentar o frio e os perigos do deserto.
JOAQUIM: - Zacarias...
ZACARIAS: - Mas sejam bem vindos.
JOAQUIM: - Então agora podemos respirar sossegados. Enfim chegamos a nosso destino.
ZACARIAS: - A que devo a honra dessa visita?
JOAQUIM: - Maria precisava ter com Isabel.
ZACARIAS: - Aqui estamos. Surpresos, porem felizes!
ISABEL : - Que bom que vieram... Não sei mais o que fazer. Ele está muito fraquinho.
MARIA: - Posso? (Pega o bebê no colo)
ISABEL: - Claro! (Música) Zacarias... Zacarias! Veja, Maria curou nosso filho.
ZACARIAS: - Louvado seja a Deus!
MARIA: - Não fiz nada!
ISABEL: - Seu toque curo-o
JOAQUIM: - Filha!
MARIA: - Meu pai... Não sei o que aconteceu. Não fiz nada!
JOAQUIM: - Que Deus tenha misericórdia de mim. Todo o tempo duvidei de ti. Que posso fazer se não te pedir perdão. (Se ajoelha)
MARIA: - Não meu pai, por favor, não faça isso.
JOAQUIM: - És virtuosa! O tempo todo disseste a verdade e eu duvidei de ti.
MARIA: - Não o culpo. Não sei se também acreditaria.
JOAQUIM: - Maria está grávida.
ZACARIAS: - Maria já foi desposada?
JOAQUIM: - Não. Carrega em seu ventre o filho de Deus.
ISABEL: - Foste agraciada aos olhos de Deus. És bendita entre as mulheres!
JOAQUIM: - Peço-lhes que acolham Maria em vossa casa. Tenho que voltar e ter com José uma conversa... Conversa essa que será muito difícil.
ZACARIAS: - Vai em paz, meu caro Joaquim. Aqui Maria ficará bem acolhida. Cuidaremos de Maria como se fosse nossa filha.
ISABEL: - Fique tranqüilo, aqui Maria ficará bem.
JOAQUIM: - Filha fica com Deus!
MARIA: - Meu pai... Não tenhas medo. O senhor nosso Deus o acompanhará e colocará em tua boca as palavras necessárias para convencer José.
JOAQUIM: - Assim espero minha filha. (Saem)
CENA V
(José serra uma madeira)
JOSÉ: - Joaquim?
JOAQUIM: - Não precisa se incomodar com minha presença José. Continue seu trabalho.
JOSÉ: - O senhor parece transtornado. Aconteceu alguma coisa com Maria?
JOAQUIM: - Maria deixou a cidade.
JOSÉ: - Deixou a cidade? Por que? Pra onde foi?
JOAQUIM: - No começo duvidei... Pensei até... Afinal, com as bodas acertadas... Duvidei de você. Mas agora não tenho nenhuma dúvida. Nem de você, ou de minha filha Maria.
JOSÉ: - Não estou entendendo.
JOAQUIM: - Maria carrega um filho abençoado.
JOSÉ: - Um filho? Que estás a me dizer?
JOAQUIM: - José... Maria trás em seu ventre um menino e este é o filho de Deus.
JOSÉ: - Que conversa é essa? Maria grávida? Não posso crer! Por que? Por que Maria fez isso comigo, por que?
JOAQUIM: - Eu não sei... Entendo que é confuso e que parece loucura. Todos fomos pegos de surpresa!
JOSÉ: - Espera um filho e não sabe quem é o pai? Sua filha me enganou. Maria. Traiu a minha confiança.
JOAQUIM: - Não. Não diga isso! O filho que Maria espera é filho de Deus.
JOSÉ: - Ta variando!
JOAQUIM: - Sei que é difícil de acreditar... Mas confie em mim, nas minhas palavras. Pelo amor que sente por Maria.
JOSÉ: - Amo Maria mais que tudo nesta vida.
JOAQUIM: - Graças a Deus! Então peço-te que acredite.
JOSÉ: - Sinto muito. Mais não posso!
JOAQUIM: - Suplico-te! Tenha compaixão.
JOSÉ: - Nada que o senhor me diga... Nenhum motivo ou razão... Me fará acreditar nesta história tão extraordinária. Isso não pode está acontecendo comigo.
JOAQUIM: - José, não vou lhe pedir para acreditar. Apenas te suplico... Não denuncie Maria. Sabe o que acontecerá se todos souberem...
JOSÉ: - Não sou cruel ou indigno. Não a denunciarei. Já será difícil para Maria viver por ai... Errante, sem marido e com um filho em seu ventre.
JOAQUIM: - Obrigado. És um bom homem. És justo.
JOSÉ: - Nunca mais pronunciarei seu nome. (Joaquim sai) Maria! Por que? Como queria está neste momento embriagado... Quem sabe assim meus ouvidos não obrigados a escutar tamanhas ofensas que ferem a dignidade de um homem. Por que não tens piedade de mim meu Deus? O que sou pra ti? Nada? (Bate uma sonolência. Entra Gabriel).
GABRIEL: - José... Ousa. Crê em Maria. Deus está com ela. Não temas em recebê-la como sua esposa. Maria é digna de seu amor e de sua confiança. Foi agraciada e é bendita entre as mulheres, por isso foi escolhida para gerar em seu ventre o filho de Deus, o Messias que salvará o mundo do pecado. Cria teu filho e dar-lhe o nome de Jesus! Jesus... (Põe a mão na cabeça de José que cai em pleno sono)
CENA VI (Joaquim entra eufórico)
JOAQUIM:
- Ana?... Ana...
ANA: - Que foi Joaquim? Aconteceu algo com Maria?
JOAQUIM: - Sim aconteceu.
ANA: - Meu Deus!
JOAQUIM: - Calma mulher! Acalma teu coração. José também recebeu a visita de um anjo.
ANA: - Louvado seja Deus!
JOAQUIM: - E o anjo o convenceu de que nossa filha Maria é pura. ANA: - Então...?
JOAQUIM: - Está convicto de que a gestação é obra de Deus. José irá desposar nossa filha.
ANA: - Deus é maravilhoso! Nunca abandona os seus.
JOAQUIM: - Maria, nossa filha... Bendita entre as mulheres!
ANA: - Mãe do filho de Deus, o Messias. (Saem abraçados)
CENA VII
JOSÉ: - Que a paz esteja entre nós.
ZACARIAS: - Entre nós está.
JOSÉ: - Sou José. Vim buscar Maria.
ZACARIAS: - Já o esperávamos.
ISABEL: - Seja bem vindo José. Vou chamar Maria. (Sai)
JOSÉ: - Muito lhe agradeço.
ZACARIAS: - Por favor entre.
JOSÉ: - Agradeço a hospitalidade.
ZACARIAS: - És bem vindo José. (Entra Maria e Isabel)
MARIA: - José.
JOSÉ: - Maria...
ZACARIAS: - Acho que teem muito pra conversar... Vamos Isabel. (Saem)
JOSÉ: - Maria, tenho que ir para Belém.
MARIA: - Belém?
JOSÉ: - Devo voltar para cidade onde nasci. Haverá um censo e devo me apresentar.
MARIA: - Irei com você José. Se assim desejar.
JOSÉ: - É meu desejo. Mas não é conveniente viajar no estado que se encontras.
MARIA: - É você nasceu em Belém. Será contado como filho de Belém. Sou sua esposa agora, serei contada como tal. Temos escolha?
JOSÉ: - Não. Não temos escolha.
MARIA: - Então leve-me contigo. Onde o senhor, meu marido, for... Eu o acompanharei.
JOSÉ: - Muito me alegra Maria, saber que estás disposta a me acompanhar... Porém me preocupa está criança que trazes em teu ventre.
MARIA: - É o filho de Deus! Deus proverá.
JOSÉ: - Eu sei. Então nos despediremos de Zacarias e Isabel e logo ao amanhecer partiremos. (Saem)
CENA VIII
(Maria dar luz a caminho de Belém)
MARIA: - José... É chegado a hora!
JOSÉ: - Calma Maria! (Ouve o chora de criança. José ergue o menino) Eis o filho de Deus!
CENA XIX
(O anjo aparece)
GABRIEL:
- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! Não temais, por que eis que vos trago boas novas de grande alegria, que será para todo os povos. Na cidade de Davi, nasceu o salvador, que é o Cristo, o Senhor. E isto vos servirá por sinal, basta apenas seguir a estrela: Achareis o menino envolto em panos, deitado numa manjedoura.
CENA X
(Os três reis magos atravessam o palco) CENA XI
GASPAR: - Onde está aquele que é rei dos judeus? Por que vimos a estrela no oriente, e viemos adorá-lo.
HERÓDES: - Então nasceu o menino? A profecia se cumpriu... E vocês seguiram a estrela, que é o sinal...
BELCHIOR: - Cumpriu-se a profecia.
BALTAZAR: - Nasceu o rei dos reis.
HERÓDES: - O rei dos judeus! Ide e perguntai pelo menino e, quando o encontrar, me informe, para que eu Herodes também o adore. E vós serão bem recompensados. (Saem os reis magos) Rei dos Judeus! (Com raiva) Conhecerá o peso das minhas mãos.
CENA XII
GASPAR: - Quando encontramos o menino e o adorá-lo temos que protegê-lo.
BELCHIOR: - Herodes trama contra a vida do salvador.
BALTAZAR: - Devemos retornar por outro caminho.
GASPAR: - Tem razão Baltazar. Vamos... Devemos seguir o brilho da estrela. (Saem)
CENA XII
(Entra o menino Jesus correndo, tropeça, se machuca)
MARIA: - Jesus... Oh, meu filho!
JESUS: - Mãe... Está doendo.
MARIA: - Calma meu filho. Logo passará. Vamos... Cuidarei disso. (Saem)
CENA XIII
HOMEM: - Seu nome é Jesus...
SENHORA: - É este que dizem ser o filho de Deus? O Messias?
HOMEM: - Andou pela Galiléia, Judéia, Canaã, Jerusalém... Curando enfermos e operando vários milagres. Uma multidão já o acompanha.
SENHORA: - É não se fala em outra coisa por toda cidade a não ser em Jesus.
HOMEM: - Meu medo é o que possa acontecer com este santo homem. Muitos interesses estão jogo. Há muitos poderosos interessados na morte de Jesus.
SENHORA: - Mas se é o filho de Deus...
HOMEM: - Nem o filho de Deus está protegido contra a inveja, que é a pior das maldades humana. (Saem)
CENA XIV
MADALENA: - Maria...
MARIA: - Madalena... Que houve?
MADALENA: - Prenderam Jesus.
MARIA: - Meu Deus! Meu filho...
MADALENA: - Será julgado em praça pública. Não dizes nada?
MARIA: - O que dizer Madalena? Se assim está escrito. Está se cumprindo as profecias.
MADALENA: - Não entendo... Por que tem que ser assim?
MARIA: - Por que Jesus é o Messias, o filho de Deus.
MADALENA: - E seu filho.
MARIA: - Meu filho.
MADALENA: - Vamos Maria...
MARIA: - Só peço a Deus forças para suportar ao assistir o martírio do meu filho.
MADALENA: - Deus proverá. E eu, estarei ao seu lado.
MARIA: - Obrigada Madalena. (Chora) Obrigada. Deus estará conosco.
MADALENA: - Assim seja. (Saem)
CENA XV
JUDAS:
- Amaldiçoados serei por todas as gerações. Meu nome será sempre lembrado... Judas Escariotes o discípulo que traiu o filho de Deus! Por doze moedas eu trai Jesus! (Joga as moedas no chão) Maldita ganância! Maldita inveja! (Coloca uma corda no pescoço) Inveja que custou a vida de um homem inocente. (Se enforca)
CENA XVI
(Ouve-se o cantar do galo)
PEDRO: - Que fiz? Jurei fidelidade ao Mestre, mas na hora em que mais precisou, eu o reneguei. Reneguei meu senhor... Covarde! É isso que sou. Indigno do perdão. Jesus... Meu mestre, humilhado e crucificado por todos nós... Eu... Que vi com meus próprios olhos todos os seus milagres, ainda fui capaz de renegar. (Sai)
CENA XVII
(Foco em Jesus que está crucificado)
MARIA: - Não... Não... Não... Jesus! Jesus... Meu filho! Meu filho...
(Alguns homens tira-o da cruz e o carrega e coloca-o no colo de Maria. Música)
CENA XVIII
MADALENA: - (Chorando) Agora nem o corpo dele esta aqui; onde o pusseram? JESUS: - Mulher, por que choras? A quem procuras?
MADALENA: - Se tu o tiraste, dize-me, onde o puseste? (Se levanta)
JESUS: - Maria Madalena!
MADALENA: - Mestre! (Se ajoelha)
JESUS: - Não vos assustei... Eis que teu Mestre esta vivo, ressuscitou dentre os mortos. Agora ide e dizei aos discípulos que na Galiléia eu estarei convosco.
MADALENA: - Cristo vive! Ele ressuscitou! Jesus está vivo... Vivo! Crê nisto? Bem aventurados os que crêem, por que destes será o reino do céu.
F I M