dezembro 22, 2018

O DESUMANO DO SER QUE DEVERIA SER HUMANO

Crueldade com animais não é um ato recente ou coisa dos novos tempos, desde que o mundo é mundo, estes atos abomináveis é muitas vezes com certo requinte de crueldade, despertando o prazer dos que o comete, é algo demonstra totalmente natural aos olhos dos que praticam ou até mesmo dos que assistem, como ocorriam nas grandes arenas dos coliseus na Grécia antiga, entre homens e animais, ou homem x homem, onde os vencedores eram aclamados como grandes detentores da força e do domínio sobre suas vítimas que lutam por sua sobrevivência, porém nos casos dos animais até hoje como na tourada, vaquejadas, rodeios com certa desvantagens, por não possuírem nenhuma arma além de sua própria força para se defender.
E aqui não precisamos ir muito longe, basta ver as rinhas de cães ou gatos que são colocados para lutar até a morte sobre um público insandecido que aplaude tal espetáculo de horrores para satisfazer os egos de mentes doentias e cruéis.
Nós deparamos este ano a pouco menos de um mês com o caso da cadela "Manchinha" por duas vezes tendo um destino traçado pela irresponsabilidade e crueldade humana, a primeira, quando foi abandonado por seu tutor num das lojas do Supermercado Carrefour em Diadema, São Paulo, e a outro quando um ser desumano, monstruosa mente se valendo da confiança, e de toda sua dócil existência confiou neste mostro, disfarçado de humano para praticar então seu primeiro requinte de crueldade, dar ao pobre animal um alimento envenenado. Como isto não saiu como o esperado, sua maldade era tamanha que pegou uma barra de ferro e terminou o trabalho que havia começado, e fez isso, aos olhos dos monitores de segurança, que acompanhavam atônitos, mas sem nada fazer para impedir que pior acontecesse. O Brasil acompanhou via redes sociais todo sofrimento e agonia do pobre animal, houve uma comoção nacional, e daí, por adiante, mais e mais casos surgiram e ganham a mídia, com grande indignação, pois esses, que tiram a vida desses que são vítimas dessa humanidade doente, seguem impunes, prestam seus depoimentos,contam suas "versões", e que versões, e saem livremente como se nada tivesse acontecido perante a LEI, Lei está, falha que deveria servir como justiça e tão injusta, que o criminoso sai pela porta da frente e ainda riem de todos aqueles que lutaram para que entrasse por essa mesma porta, e lá ficasse, por muito tempo.

dezembro 21, 2018

FESTA DE FIM DE ANO TV ATUAR

Elenco da Tv Atuar se reuniu para a confraternização anual e gravação da vinheta de natal e ano novo 2017/2018. 

 Os diretores Dill França, Cauê Bonifácio, Albino ventura e Marcondys França mais uma vez surpreenderam o público da Tv Atuar com um mega evento que reunia metade de todo elenco que fará parte do cast 2019.

A atriz e diretora Dill França uma das organizadoras do evento, esbanjava simpatia ao recepcionar os convidados. E o clima era de muita alegria e descontração.


novembro 16, 2018

HOMEM DO CAMPO - CAPÍTULO 4

Web Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys França, Cauê Bonifácil, Dill França e Albino Ventura
Direção Geral de Marcondys França
Capítulo 4
Cena XXVIII
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
SOLA:
- Senhores, preparem-se para presenciar, aqui, neste palco... O inesquecível, o extraordinário, com muita beleza, com muito glamour... As meninas da Casa das Rosas! (Aplaudem. Entram as meninas. Elas dançam)
(Todos assistem ao show com entusiasmo)
SOLA:
- Obrigada senhores... Agora vou apresentar, as minhas rosas.
(Passa o microfone para as meninas que se apresentam)
E vamos aproveitar essa noite meus amores. Daqui a pouco teremos mais dessas lindas rosas!
Transição: Cena de transição lua.
Cena XXIX
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DE MANÉ TIMBÓ
(Mané entra, quase que em silêncio, Menininha aparece com um cobertor nas mãos. Ele sente no sofá)
MENININHA:
                              - Isso são hora, seu Mané Timbó?
MANÉ TIMBÓ:
                                  - - Se assussegue mulhé, num aconteceu    foi é nada
MENININHA:
- Tava naquele antro de perdição, e vem me fala que num aconteceu nada. Acha que sou lesa? Conversa pra boi dormir!
MANÉ TIMBÓ:
- Deixa de ser criança, que eu tava cumprindo com minhas obrigações.

MENININHA:
- Desde de quanto servergonhice é obrigações.
MANÉ TIMBÓ:
- Todas autoridades tavam presentes na inauguração.
MENININHA:
- Deviam se envergonhar! Vocês que cuidam dessa população, devia é impedir essa servergonhice. Mas, em nome de Jesus! Vou orar... E vou orar e pedir pra Deus, que ele derrame seu sangue nesta cidade e afaste todo esse mal de Campo Verde.
MANÉ TIMBÓ:
- Ah, faça o que tu quiser, (se levanta e segue a caminho da porta do quarto)mai me deixa descansar em paz...
MENININHA:
- Ah! (Bloqueia a passagem) O senhor dorme, (aponta para o sofá) aqui. E tome um banho, mode que esse cheiro está emprestiando minha casa. (Ela sai, ele deita)
MANÉ TIMBÓ:
- Eita mulherzinha tinhosa, hein? Depois diz, que tem Cristo no coração. (Se cheira) Vôlte! (Se cobre)
(Corta para a Casa das Rosas)
(Corta para casa das Rosas)
Cena XXX
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
Rosa:
- Senhores, agora chegou a hora tão esperada. Vou apresentar para os senhores, a menina, que será leiloada. Sola? Vá buscar a nossa florzinha. (Sola trás Malva)Aqui está nossa florzinha, a mais linda do meu jardim, a Malva. Uma menina quase pura...
(Corta para casa das Rosas)
HOMERO:
- Só falta Rosa dizer que a menina é virgem...
Rosa:
- Meu caro Homero, e eu só lá mulher de meia palavras? Não sou mulher de enganar meus clientes... Pura, pura... Não é. Mas, só foi tocada por uma única mão. É uma flor, quase pura.
HOMERO:
- E como vou ter certeza que está falando a verdade?
Rosa:
- É só o senhor dar o lance maior e conferir...

HOMERO:
- Pois eu dou.
(Começa o leilão. Homero vence)
Rosa:
- Senhor Homero. O senhor, venceu. A menina é sua. Sola, leve a menina e prepare-a para o senhor Homero. (Entrega a menina e cochicha no ouvido de Sola) Tinha que ser logo velho babão!
Rosa:
- Coitada da menina! (Sola sai com Malva)
Rosa:
- Agora senhores, vamos a diversão, sejam generosos e paguem uma rodada de bebida para nossas meninas. E vamos aproveitar a noite!
Transição: Corta para o quarto onde está Amariles e Bodoque.
Cena XXXI
INTERNA / NOITE –– CASA DAS ROSAS – QUARTO
(Amariles está colocando o sutiã. Bodoque está sem jeito, constrangido)
AMARILES:
- Não precisa ficar assim não homem...


BODOQUE:
- Oxê! Isso, nunca aconteceu comigo não, visse?
AMARILES:
- Ei cabra, fica tranquilo. Isso é mais comum que o senhor imagina!
BODOQUE:
- (Se levanta irritado) Oxê! Eu nunca brochei em toda minha vida, visse?!
AMARILES:
- Mas tudo tem uma primeira vez, vai vê o senhor num tá num bom dia.Ou tá cansado, ou tá com a cabeça, em outro lugar...
BODOQUE:
- (Pega bruscamente no braço dela) Escuta aqui Amalires, esse inconveniente que aconteceu aqui, entre nós, fica aqui, entre nós, visse?
AMARILES:
- Fique tranquilo, o que acontece aqui, entre essas quatro paredes, fica aqui mesmo. (tranquiliza ele. Ele senta-se ao lado dela. Ela beija o ombro dele) Alias, que foi que aconteceu aqui mermo? Eu já nem me alembrlo! Acredita que eu já esqueci?
BODOQUE:
- Nossa Amariles... Alem de linda é uma mulé e tanto, visse?! Oscê é porreta demai!
AMARILES:
- E o senhor, é um bom homem. Sabe, ainda temos um tempinho, que será que a gente pode fazer? (Ele fica tenso, se levanta) Já sei! Que tal, vamos jogar um carteado... Gosta?
BODOQUE:
- (Volta e senta) Gosto, gosto!
AMARILES:
- Aposto cinco mangos, que ganho!
BODOQUE:
- Apostado! (Ela se levanta e pega o baralho)
(Transição: Imagem da lua, aos poucos o dia amanhece)
Cena XXXII
INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA
(Santinha entra com uma bandeja, arruma a poltrona, senta-se. Pega seu terço e reza. Chega Mariquinha e Fátima)
SANTINHA:
- Entrem... Sentem.
FÁTIMA:
- Licença. (Sentam)

SANTINHA:
- Eu convoquei as senhoras aqui, na minha casa, pra tratar de um assunto, que está me aporrinhando a alma. E que tá aqui, entalado, em minha goela, num sabe?  
FÁTIMA:
- Mai que tá deixando a comadre assim, tão avexada?
SANTINHA:
- Mas, como é, uma cidade como Campo Verde, e nós como mulher de bem, podemos deixar uma casa daquela, antro de perdição, propagar o pecado, essa falta de vergonha, afrontando a moral, os bons costumes, levando nossos filhos, maridos, se expondo a devassidão e inté mesmo as doenças trazidas pelas aquelas rameras.  
-MARIQUINHA:
- Mas, aquela casa está funcionando com aval do delegado, que por sinal, é filho daquela uma, assim como com o consentimento do seu filho, que é autoridade máxima desta cidade e que permitiu, que esse antro funcionasse legalmente para vergonha de todas nós, mulheres de bem.
SANTINHA:
- Mas nós, como mulheres de bem, tementes a Deus, devemos unir as nossas forças, e sair em um único coro, exigindo da igreja, e das autoridades competentes que esse desmando sesse. Mas comadre Fátima, parece que está no mundo da lua... Aceitam um pouco de água?
FÁTIMA:
- Sabe o que é comadre... É que eu tô aqui é preocupada, num sabe? É que hoje é noite de lia cheia, e muitas coisas estranhas acontecem, e é bom não facilitar visse?
SANTINHA:
- Eu não tenho medo, visse? Como filha de Maria, eu tô é protegida aqui nesta casa, que Deus coloca anjo, em cada canto...
MARIQUINHA:
- É uma pena... E como a senhora disse, deus coloca anjos em cada canto da casa, mai, num coloca ó, Em cima do telhado. Deste modo ó (Aponta para o olho) vou para minha casa defender a honra de minha filha.
SANTINHA:
- Vá sim comadre... Mais até onde sei, assombro nenhum, entra pelo telhado não... mas, sim, gatunos!
MARIQUINHA:
-Pois se entrar em minha casa, sai capado!
SANTINHA:
- O que a comadre Fátima acha?
FÁTIMA:
- Eu acho que tá ficano tarde, num sabe? E eu tenho que arrastar minhas alpercatra pra casa antes que escureça, visse?
SANTINHA:
- Eu vou é procurar o padre, exigir que tome providências para sucumbir esses desmandos coordenados por aquele bando de raparigas.
FÁTIMA:
- Vamos comadre mariquinha...
MARIQUINHA:
- Vamo...
SANTINHA:
- (Se levanta) Inté.
FÁTIMA:
- Inté (Saem)
SANTINHA:
- Filha moca... (Senta. Pega o terço)Pensa que me engana.
(Transição: Fazenda / cotidiano / Fátima e Mariquinha em suas casas fazendo serviços domésticos)
Cena XXXIII
EXTERNA / DIA – FAZENDA - CURRAL
NINA:
- Zeca?
ZECA:
- Oscê aqui?
NINA:
- Eu preciso cunversá com oscê... E aqui é mió.
ZECA:
- Mai que cara é essa?
NINA:
- Zeca... Oscê me ama?
ZECA:
- Oxê! Que perguntada gota é essa minha fulô?
NINA:
- É só pra sabe, num sabe?
ZECA:
- Eu te amo Nina, por demai da conta...
NINA:
- Eu tô me sentino estranha, num sabe?
ZECA:
- Como assim estranha? Tá gostano de outro é?
NINA:
- Oxê homi... Que penso torto!Isso é coisa de pensa deu?

ZECA:
- Então o que é?
NINA:
- Zeca, eu acho... que tô prenha!
ZECA:
- Ora, massa! Então, oscê tá embuchada é? Vamo ter um bacurizinho!
NINA:
- Zeca!
ZECA:
- Oxê! Num ficou feliz?
NINA:
- Fiquei... Fiquei feliz! Mai tô preocupada. Francisco vai virar um bicho, home!
ZECA:
- Tenho medo dele não!
NINA:
- Oia, num quero oscês se estranhando, visse? Pode deixa que com Francisco eu me resolvo.
ZECA:
- Eita mulé macha!


NINA:
- Agora nois tem é que se casá logo visse?!
(Transição: Iolanda passeando de charrete)
Cena XXXIV
INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA
SANTINHA:
- Por que tá assim tão acabrunhado, meu filho?
WILDEBRANDO:
- É minha mãe... Os tempos, são outros, num sabe?! Esse bando de mundicas, já não são tão manipuláveis como antes!
SANTINHA:
- Nada disso! Ainda manda quem pode, e obedece, quem tem juízo. Meu filho, basta apenas conduzir, com rédeas em prumo, ou então, as coisas desandam.
WILDEBRANDO:
- Ai é que está minha mãe... Sinto que o domínio do coronel, sobre essa gente, está minguando cada dia mais.
SANTINHA:
- Não há poder, sem forca meu filho. Política é pra quem tem pulso.


WILDEBRANDO:
- É verdade!
SANTINHA:
- Não há lugar para os fracos... Só os vitoriosos que permanecem. É como a comunheira, precisa ser firme...
WILDEBRANDO:
- E que minha mãe acha que deve ser feito?
Imagem congela. A seguir...

novembro 07, 2018

HOMEM DO CAMPO - CAPÍTULO 3


Web Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys França, Cauê Bonifácil, Dill França e Albino Ventura
Direção Geral de Marcondys França
Capítulo 3
Cena XII
INTERNA / NOITE – CASA DO CORONEL GILMAR
(Mostra lua, faixada da casa de Gilmar. Câmera corta área interna)
GILMAR:
- Prefeito?!
WILDEBRANDO:
- Em primeiro lugar, obrigado por me receber assim, tão as pressas. Mas o coronel sabe que não sou de lhe aporrinhar, por qualquer besteira. E o motivo que me trás aqui é de estrema importância e de seu total interesse, num sabe?
GILMAR:
- Então o amigo deixe de arrodeio e vá direto ao assunto que lhe trouxe aqui. Vamos encurtar essa prosa.
WILDEBRANDO:
- Pois bem seu coronel...
GILMAR:
- Já falei que não gosto que me chame de coronel! Que coisa mais ultrapassada prefeito.
WILDEBRANDO:
- Perdão! É a força do hábito.
GILMAR:
- Tá, tá... Então, vá direto ao assunto. A que veio aqui?
WILDEBRANDO:
- É que aquele filho de uma quenga, aquele carcará sanguinolento, cafuçú da gota serena, que representa a oposição, anda espalhando boatos sobre minha gestão. Que poderá prejudicar todo nosso esquema, se é que o amigo me entente?
GILMAR:
- Entendo, entendo sim... E o amigo que sempre pensei que fosse sangue no olho, agora está se deixando levar, intimidar por um emboléu de meia pataca. Ora prefeito, era pra ter resolvido esta situação por muito mais tempo. Te mostrado quem manda nesta situação, Já era pra te resolvido, ter dado uma prensa nele e mostrado quem manda aqui.
WILDEBRANDO:
- Mas ai é que está. O povo está começando a dar ouvido a esse infeliz...
GILMAR:
- Por isso mesmo que temos que tomar providências, se tomarmos providencias, perdemos as rédeas e ai sim, o senhor sabe, que isso não é bom, nem pra mim, nem pro senhor. Entreguei ao senhor, prefeito, a cidade de Campo Verde. Cabe ao senhor cuidar dessa administração. O senhor não vai me decepcionar, vai?
WILDEBRANDO:
- O senhor acha melhor, eu dar cabo desse filho do cabrunco?
GILMAR:
- O que senhor vai fazer, ai não é comigo. Só sei que por enquanto o senhor Wildebrando Brasão é o prefeito de Campo Verde. Eu entreguei essa cidade em suas mãos, e o amigo não vai me decepcionar... Faça o que achar melhor. Se o senhor não acabar com essa fuleragem aqui... Essa cabra vai achar que o senhor é um frouxo, que o senhor é um Zé Mané! Resolva prefeito, resolva.
WILDEBRANDO:
- Vou dá cabo dessa estripulia, antes de incensar de vez.
GILMAR:
- Tá certo, tá certo... Resolva prefeito, resolva!
WILDEBRANDO:
- Sim senhor, com licença!(Sai ligeiro, cerimonioso)
GILMAR:
- (Senta-se irritado) Era só que me faltava agora. Tendo que resolver problema de prefeitura também!
Cena XIII
EXTERNA / DIA – CAMPO VERDE
(ZECA CAVALGANDO. Para de frente a casa e amarra o cavalo numa estaca. Câmera corta para fogão de lenha com fogo aceso. Ouve-se o barulho de alguém batendo mão de pilão. Câmera revela Mariquinha. Geral o Sítio Campo Verde. Câmera corta para casa de Fátima)
(Fátima catando feijão em cima da mesa)
NINA:
 - Bom dia Dona Fátima?! A senhora parece meio avexada...

FÁTIMA: (Cata feijão de corda na mesa)
- É, e como tô. Tô mermo! Astranoite qualse num dormi, mal preguei os zóios, quando tava dando uma madorna.... dirrepenti ouvi gemidos...
NINA:
 - Vigi que Nossa Sinhora... (Se benze) Valei-me Deus! Mai o que era mulé?

FÁTIMA:
- Me levantei num sarto, acendi o candieiro e fui me a chagano...

NINA:
- Deus é pai! Era assombro, é?
FÁTIMA:
 - Era Zeca.
NINA:
 - Mai que hístória é essa?

FÁTIMA:
 - E num foi?! Foi...
NINA:
- Zeca tava assumbrado é?

FÁTIMA:
- Não, mai que nada. Passou mau mermo, ardia em febre, quemava feito brasa, e tremia que nem vara verde.
NINA:
- Oxê! Hoje eu vi ele... E me pareceu bem.

FÁTIMA:
- E foi é...?  Acendi uma vela par nossa Senhora do perpétuo Socorro, e graça a Deus, a Virgem Santíssima ele teve uma miora.
NINA:
- Inda bem... E nois tava cunversano... falamo do... meu namoro cum ele, num sabe?!
FÁTIMA:
- Falou de casamento foi?
NINA:
- É. Mai Zeca...



FÄTIMA:
- Poi fique sabeno que foço muito gosto.

Cena XIV
INTERNA / DIA – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DE MANÉ TIMBÓ
(Menininha entra em cena segurando uma bíblia segue até a rede na varanda. Senta-se e calmamente folheia-a)
MANÉ TIMBÓ:
- Tá com a bexiga! Corja disgramenta.
MENININHA:
- Olha, eu já te disse pra num se meter com essa gente.
MANÉ TIMBÓ:
- Que quer que eu faça? Que feche meus olhos, pra essa sujeirada que vem acontecendo a anos com dinheiro público?
MENININHA:
- É capaz de tudo, pra tirar do caminho, quem atrapalha os interesses deles.
MANÉ TIMBÓ:
- Fui eleito pra representar esse povo na câmara, e não vou ficar calado com essa farra acontecendo diante dos meus olhos.


MENININHA:
- Ah, é? E que vai defender essa família se algo te acontecer homem?
MANÉ TIMBÓ:
- Homem, pelo sangue de Jesus! Deixa essa história pra lá...
MENININHA:
- Essa gente, é perigosa, pode te arrumar uma emboscada.
MANÉ TIMBÓ:
- Vou cumprir com meu papel, denunciar toda essa corja, e todos os desmandos desse prefeito, que não passa de um gatuno.
MENININHA:
- Pra que Mané, pra que? Pra ter uma placa com teu nome, numa dessas ruas miseráveis? Escuta aqui deixa essa história de lado...
MANÉ TIMBÓ:
- escuta aqui você dona Menininha, você casou com um homem, um homem! E não foi com um covarde não...
MENININHA:
- Apoi... eu prefiro um covarde vivo, bem vivo! Que um herói morto, visse? (Senta na rede. Pega a bíblia) Deixa essa história pra lá, já te disse que essa gente é perigosa por demai... Que saber? Vou orar. Orar! Orar pra Deus, poi é a única coisa que me resta.
(Menininha sai. Mané Timbó senta na rede)
Cena XIV
INTERNA / DIA – CAMPO VERDE SÍTIO – CASA DE MARIQUINHA
(Mariquinha está varrendo a casa, percebe Nina sentindo-se mal, ouve vomitando)
MARIQUINHA:
- Passando mal de novo Nina?
NINA:
- Tô bem mainha... (Senta em uma cadeira) Foi nada não, tô bem.
MARIQUINHA:
- Tá amarela. Võ te levar no posto.
NINA:
- Num se incomode não! Eu tô bem. Tô bem...
MARIQUINHA:
- Bem mal.
NINA:
- Vai passar.
MARIQUINHA:
- (Puxa a cadeira e senta) Nina, aconteceu arguma coisa com oscê?
NINA:
- Oxê mainha?! Que juízo faz de ieu?

MARIQUINHA:
- Nina, eu seio como é essas coisas...
NINA:
- Poi eu não.
MARIQUINHA:
- Então num vai se importar de eu fazê o teste do barbante (Pega um barbante)
NINA:
- Oxê, mainha?! Num confia nêu?
MARIQUINHA:
- Oscê que num confia nessa veia mãe Nina? Nina, nina... Eu já vivi o bastante, pra sabe o que tá aconteceno aqui, mode que tá na cara o que tu, esconde tanto, fia?!(Há um silêncio)
NINA:
- (Nina desabafa) Mainha...Eu acho que tô prenha.
MARIQUINHA:
- (Se preocupa) Ai meu Deus! Bem que eu desconfiava.
NINA:
- Minhas regras tão atrasadas.
MARIQUINHA:
- Ah, meu Deus! Teu irmão vai virar um bicho Nina.

NINA:
- Oxê, ele num tem nada com isso mainha. A vida é minha!
MARIQUINHA:
- Mai se importamo com oscê fia.(T) Ele vai querê tirar satisfação com Zeca. Nina, uma moça falada?! Ah meu Deus!
NINA:
- Eu num sei se tô buchuda. Mai de quarquer forma, Zeca vai casá conheu.
MARIQUINHA:
- Poi que faça isso antes, que esse bucho cresça fia. (Silêncio)
NINA:
- Eu tô com medo mainha. Medo!
MARIQUINHA:
- (Abraça Nina) Carma fia, carma! Agente vai resolvê isso. (Câmera se aproxima das duas em close e se mistura a lua)
Cena XV
INTERNA / DIA – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
SOLA:
- Pois não?
MULHER:
- Quero falar com Rosa.
SOLA:
- Só um minutinho, já vou chamar... (Mulher olha a decoração do bordel)Não mexa em nada. (Rosa se maquiando de frente ao espelho)Dona rosa?
ROSA:
- Fale sola...
SOLA:
- Tem uma maltrapilha querendo falar com você.
ROSA:
- Mas essa hora? Você perguntou o nome?
SOLA:
- Sei quem é não.
MULHER:
- Bem na hora do show Sola?
SOLA:
- Ah! (Sai. Vai em direção a mulher)Dona Rosa já vem, visse?
MULHER:
- (Mulher continua observando a casa. Sola de frente a um longo espelho se ajeita)
ROSA:
- Que tá fazendo aqui criatura?

MULHER:
- Tenho mais uma fulozinha pra tu...
ROSA:
- Oxê! Tem que deixar pra outro dia... Logo vai começar o show. Agora vá... Escuta, amanhã me trás a florzinha, visse? (A mulher sai. Rosa se dirige a Sola) Oh, Sola, como é que tu, deixa essa mulher entrar bem na hora do show?
SOLA:
- (Fica irritado) Ah!
Cena XVI
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE SÍTIO – CASA DE FÁTIMA
(Fátima está na cozinha cantarolando, preparando a janta, João entra)
JOÂO:
- Eu tô é varado de fome, num sabe? (Tenta pegar algo na panela. Fátima bate na mão dele)
FÁTIMA:
- Tire a mão de minha panela! Num sabe que num gosto de ninguém cercano minha cozinha quando tô cozinhando, visse?
JOÂO:
- Voltê! Que mulé arretada!
FÁTIMA:
- Deixa de graça! Oh, quase queima visse?
JOÂO:
- (Resmunga)Hum!
FÁTIMA:
- João? Eu tô preocupada visse?
JOÂO:
- Oxê! Mai cum que?
FÁTIMA:
- Com esse chamego de Nina e Zeca...
JOÂO:
- Mai eles é jovem, tem mai que curti a vida mermo!
FÁTIMA:
- Tu diz isso, mode que num é tua fia, visse?
JOÂO:
- Como já diz o ditado: Prende tuas cabras, que meu bode tá sorto!
FÁTIMA:
- Que coisa mais feia, Vôlte!
(Cãmera corta para Casa das Rosas)
Cena XVII
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
(Casa lotada. Estão várias autoridades e homens ilustres da cidade. Rosa sobe ao palco para o discurso de inauguração)

Rosa:
- Boa noite?! Sejam todos bem vindos. Vamos aproveitar essa noite que eu preparei com todo carinho para vocês... regada de muita luxúria e prazer! (Homens brindam) E esta noite festiva que está apenas começando, em que eu tenho a honra de recebe-los aqui, na Casa das Rosas, essa casa que reabre para receber os amigos e visitantes.
Homero:
                             - Rosa hoje só tá querendo discursar.
ROSA:
- Oxênte homem... Nessa vida há tempo pra        tudo. Há tempo até mesmo, pra uma bela prosa.   
HOMERO:
- Oxê, e porque não trás logo essas meninas?
ROSA:
- Virge Maria, o ilustre Homero tá mesmo muito avexado. Mas, antes quero fazer um breve agradecimento aos ilustres, que aqui hoje se fazem presentes. Quero agradece ao nosso ilustre perfeito, Wildebrando Brasão!(Aplausos)Também quero apresentar o nosso presidente da Câmera Municipal, nosso ilustre, Pedro Timbó. (Aplausos)
PEDRO TIMBÓ:
- Muito obrigado, muito obrigado Dona Flor!
ROSA:
- (Contrariada) Quero também agradecer a presença do Delegado. 

WILDEBRANDO BRASÃO:
- Rosa, se me permite uma palavrinha. (Se apossa do microfone)Caro senhores, quero aproveitar essa noite festiva para congratular a minha imensa alegria, ao ver reabrir essa casa, com tantas belas jovens, que devemos prestigiar...
PEDRO TIMBÒ:
- Um momento... um momento! O Senhor, a vossa excelência está confundindo esse espaço, com um, de seus palanques, onde o senhor prefeito, está acostumao a destilar o seu veneno, e insultar nossos ouvidos com falsas promessas. É... Falsas promessas!
ROSA:
- Que isso senhores?!
PEDRO TIMBÒ:
- O senhor é um canalha!
WILDEBRANDO BRASÃO:
                             - Canalha? (Vai para cima do outro)
ROSA:
- Que isso senhores, calma?!
WILDEBRANDO BRASÃO:
- Fale baixo comigo...
ROSA:
- Calma, calma, calma...
(Corta para casa de Mariquinha)
Cena XVIII
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE SÍTIO – CASA DE FÁTIMA


JOÂO:
- Tu acha que...?
FÁTIMA:
- Pra mim Nina é mulé. Mai cheia, os                 peito farto... O andar diferente, tá até com os oios rasgados.
JOÂO:
- Hum!
FÁTIMA:
- Espero em Deus, que ieu esteja enganada. Mas, escuta que tô falano,ai tem. Onde há fumaça, a fogo!

JOÂO:
- Diacho! Mai Zeca vai mexer logo com menina moça, com tantas mulheres que tem por ai...
FÁTIMA:
- Nem continue... (Pega a colher de pau e ameaça) Se vai fala daquelas uma, mulheres da vida... Olha, se eu souber que tu tá se engraçando com as meninas, daquela uma lá... eu vou lá e boto fogo com tu, e todas aquelas perdidas junto, visse?
JOÂO:
- Oxê!Mai tu num sabe que só tenho oios pra oscê mulé?!

FÁTIMA:
- Sai... Sai!Me deixa, me deixa, que hoje tô azeda, visse?
(Corta para casa das Rosas)
Cena XIX
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
Rosa:
- Gente! Não vamos estragar essa noite. É a inauguração da Casas das rosas.
FORTUNATO:
- Senhores, deixemos essa rixa para outra ocasião. Estamos aqui, é para nos divertir...
ROSA:
- É verdade! E eu que preparei essa inauguração com tanto carinho... Que isso senhores?
WILDEBRANDO BRASÃO:
- Você é um carcará sanguinorento!
Rosa:
- Senhores, calma!Calma prefeito, calma senhor Timbó... Sentem, por favor. Não vamos estragar essa noite tão maravilhosa. Que eu, preparei para os senhores com tanto esmero, com coisinhas miúdas...


FORTUNATO:
- É para nos divertir que estamos aqui hoje.
ROSA:
- É verdade. Então que venha as meninas... Sola, traga as meninas.
(Corta para casa de Fátima)
Cena XV
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE SÍTIO – CASA DE FÁTIMA
FÁTIMA:
- E tu que num me invente de história e quenga. Eu boto fogo naquele antro, boto, visse?
JOÃO:
- Oxê! Carma minha véia, carma! Uma coisa por vei... Num pode fica assim, apavorada.
FÁTIMA:
- Saia, saia... Vá cuidá das tuas coisas, vá...
JOÃO:
- Oxê, Volte!
FÁTIMA:
- Só que fartava! Onde já se viu, casa de mulé quenga.
(Corta para Casa das rosas)

Cena XXI
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
SOLA:
- Senhores, preparem-se para presenciar, aqui, neste palco... O inesquecível, o extraordinário, com muita beleza, com muito glamour... As meninas da Casa das Rosas! (Aplaudem. Entram as meninas. Elas dançam)
Imagem congela. A seguir...

REPÓRTER GLOBAL RETORNA APÓS CIRURGIA

A repórter Global Ananda Apple retoma ao trabalho no Quadro Verde, do Bom Dia São Paulo, após mais de dois meses afastada da Gl...