novembro 16, 2018

HOMEM DO CAMPO - CAPÍTULO 4

Web Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys França, Cauê Bonifácil, Dill França e Albino Ventura
Direção Geral de Marcondys França
Capítulo 4
Cena XXVIII
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
SOLA:
- Senhores, preparem-se para presenciar, aqui, neste palco... O inesquecível, o extraordinário, com muita beleza, com muito glamour... As meninas da Casa das Rosas! (Aplaudem. Entram as meninas. Elas dançam)
(Todos assistem ao show com entusiasmo)
SOLA:
- Obrigada senhores... Agora vou apresentar, as minhas rosas.
(Passa o microfone para as meninas que se apresentam)
E vamos aproveitar essa noite meus amores. Daqui a pouco teremos mais dessas lindas rosas!
Transição: Cena de transição lua.
Cena XXIX
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DE MANÉ TIMBÓ
(Mané entra, quase que em silêncio, Menininha aparece com um cobertor nas mãos. Ele sente no sofá)
MENININHA:
                              - Isso são hora, seu Mané Timbó?
MANÉ TIMBÓ:
                                  - - Se assussegue mulhé, num aconteceu    foi é nada
MENININHA:
- Tava naquele antro de perdição, e vem me fala que num aconteceu nada. Acha que sou lesa? Conversa pra boi dormir!
MANÉ TIMBÓ:
- Deixa de ser criança, que eu tava cumprindo com minhas obrigações.

MENININHA:
- Desde de quanto servergonhice é obrigações.
MANÉ TIMBÓ:
- Todas autoridades tavam presentes na inauguração.
MENININHA:
- Deviam se envergonhar! Vocês que cuidam dessa população, devia é impedir essa servergonhice. Mas, em nome de Jesus! Vou orar... E vou orar e pedir pra Deus, que ele derrame seu sangue nesta cidade e afaste todo esse mal de Campo Verde.
MANÉ TIMBÓ:
- Ah, faça o que tu quiser, (se levanta e segue a caminho da porta do quarto)mai me deixa descansar em paz...
MENININHA:
- Ah! (Bloqueia a passagem) O senhor dorme, (aponta para o sofá) aqui. E tome um banho, mode que esse cheiro está emprestiando minha casa. (Ela sai, ele deita)
MANÉ TIMBÓ:
- Eita mulherzinha tinhosa, hein? Depois diz, que tem Cristo no coração. (Se cheira) Vôlte! (Se cobre)
(Corta para a Casa das Rosas)
(Corta para casa das Rosas)
Cena XXX
INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS
Rosa:
- Senhores, agora chegou a hora tão esperada. Vou apresentar para os senhores, a menina, que será leiloada. Sola? Vá buscar a nossa florzinha. (Sola trás Malva)Aqui está nossa florzinha, a mais linda do meu jardim, a Malva. Uma menina quase pura...
(Corta para casa das Rosas)
HOMERO:
- Só falta Rosa dizer que a menina é virgem...
Rosa:
- Meu caro Homero, e eu só lá mulher de meia palavras? Não sou mulher de enganar meus clientes... Pura, pura... Não é. Mas, só foi tocada por uma única mão. É uma flor, quase pura.
HOMERO:
- E como vou ter certeza que está falando a verdade?
Rosa:
- É só o senhor dar o lance maior e conferir...

HOMERO:
- Pois eu dou.
(Começa o leilão. Homero vence)
Rosa:
- Senhor Homero. O senhor, venceu. A menina é sua. Sola, leve a menina e prepare-a para o senhor Homero. (Entrega a menina e cochicha no ouvido de Sola) Tinha que ser logo velho babão!
Rosa:
- Coitada da menina! (Sola sai com Malva)
Rosa:
- Agora senhores, vamos a diversão, sejam generosos e paguem uma rodada de bebida para nossas meninas. E vamos aproveitar a noite!
Transição: Corta para o quarto onde está Amariles e Bodoque.
Cena XXXI
INTERNA / NOITE –– CASA DAS ROSAS – QUARTO
(Amariles está colocando o sutiã. Bodoque está sem jeito, constrangido)
AMARILES:
- Não precisa ficar assim não homem...


BODOQUE:
- Oxê! Isso, nunca aconteceu comigo não, visse?
AMARILES:
- Ei cabra, fica tranquilo. Isso é mais comum que o senhor imagina!
BODOQUE:
- (Se levanta irritado) Oxê! Eu nunca brochei em toda minha vida, visse?!
AMARILES:
- Mas tudo tem uma primeira vez, vai vê o senhor num tá num bom dia.Ou tá cansado, ou tá com a cabeça, em outro lugar...
BODOQUE:
- (Pega bruscamente no braço dela) Escuta aqui Amalires, esse inconveniente que aconteceu aqui, entre nós, fica aqui, entre nós, visse?
AMARILES:
- Fique tranquilo, o que acontece aqui, entre essas quatro paredes, fica aqui mesmo. (tranquiliza ele. Ele senta-se ao lado dela. Ela beija o ombro dele) Alias, que foi que aconteceu aqui mermo? Eu já nem me alembrlo! Acredita que eu já esqueci?
BODOQUE:
- Nossa Amariles... Alem de linda é uma mulé e tanto, visse?! Oscê é porreta demai!
AMARILES:
- E o senhor, é um bom homem. Sabe, ainda temos um tempinho, que será que a gente pode fazer? (Ele fica tenso, se levanta) Já sei! Que tal, vamos jogar um carteado... Gosta?
BODOQUE:
- (Volta e senta) Gosto, gosto!
AMARILES:
- Aposto cinco mangos, que ganho!
BODOQUE:
- Apostado! (Ela se levanta e pega o baralho)
(Transição: Imagem da lua, aos poucos o dia amanhece)
Cena XXXII
INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA
(Santinha entra com uma bandeja, arruma a poltrona, senta-se. Pega seu terço e reza. Chega Mariquinha e Fátima)
SANTINHA:
- Entrem... Sentem.
FÁTIMA:
- Licença. (Sentam)

SANTINHA:
- Eu convoquei as senhoras aqui, na minha casa, pra tratar de um assunto, que está me aporrinhando a alma. E que tá aqui, entalado, em minha goela, num sabe?  
FÁTIMA:
- Mai que tá deixando a comadre assim, tão avexada?
SANTINHA:
- Mas, como é, uma cidade como Campo Verde, e nós como mulher de bem, podemos deixar uma casa daquela, antro de perdição, propagar o pecado, essa falta de vergonha, afrontando a moral, os bons costumes, levando nossos filhos, maridos, se expondo a devassidão e inté mesmo as doenças trazidas pelas aquelas rameras.  
-MARIQUINHA:
- Mas, aquela casa está funcionando com aval do delegado, que por sinal, é filho daquela uma, assim como com o consentimento do seu filho, que é autoridade máxima desta cidade e que permitiu, que esse antro funcionasse legalmente para vergonha de todas nós, mulheres de bem.
SANTINHA:
- Mas nós, como mulheres de bem, tementes a Deus, devemos unir as nossas forças, e sair em um único coro, exigindo da igreja, e das autoridades competentes que esse desmando sesse. Mas comadre Fátima, parece que está no mundo da lua... Aceitam um pouco de água?
FÁTIMA:
- Sabe o que é comadre... É que eu tô aqui é preocupada, num sabe? É que hoje é noite de lia cheia, e muitas coisas estranhas acontecem, e é bom não facilitar visse?
SANTINHA:
- Eu não tenho medo, visse? Como filha de Maria, eu tô é protegida aqui nesta casa, que Deus coloca anjo, em cada canto...
MARIQUINHA:
- É uma pena... E como a senhora disse, deus coloca anjos em cada canto da casa, mai, num coloca ó, Em cima do telhado. Deste modo ó (Aponta para o olho) vou para minha casa defender a honra de minha filha.
SANTINHA:
- Vá sim comadre... Mais até onde sei, assombro nenhum, entra pelo telhado não... mas, sim, gatunos!
MARIQUINHA:
-Pois se entrar em minha casa, sai capado!
SANTINHA:
- O que a comadre Fátima acha?
FÁTIMA:
- Eu acho que tá ficano tarde, num sabe? E eu tenho que arrastar minhas alpercatra pra casa antes que escureça, visse?
SANTINHA:
- Eu vou é procurar o padre, exigir que tome providências para sucumbir esses desmandos coordenados por aquele bando de raparigas.
FÁTIMA:
- Vamos comadre mariquinha...
MARIQUINHA:
- Vamo...
SANTINHA:
- (Se levanta) Inté.
FÁTIMA:
- Inté (Saem)
SANTINHA:
- Filha moca... (Senta. Pega o terço)Pensa que me engana.
(Transição: Fazenda / cotidiano / Fátima e Mariquinha em suas casas fazendo serviços domésticos)
Cena XXXIII
EXTERNA / DIA – FAZENDA - CURRAL
NINA:
- Zeca?
ZECA:
- Oscê aqui?
NINA:
- Eu preciso cunversá com oscê... E aqui é mió.
ZECA:
- Mai que cara é essa?
NINA:
- Zeca... Oscê me ama?
ZECA:
- Oxê! Que perguntada gota é essa minha fulô?
NINA:
- É só pra sabe, num sabe?
ZECA:
- Eu te amo Nina, por demai da conta...
NINA:
- Eu tô me sentino estranha, num sabe?
ZECA:
- Como assim estranha? Tá gostano de outro é?
NINA:
- Oxê homi... Que penso torto!Isso é coisa de pensa deu?

ZECA:
- Então o que é?
NINA:
- Zeca, eu acho... que tô prenha!
ZECA:
- Ora, massa! Então, oscê tá embuchada é? Vamo ter um bacurizinho!
NINA:
- Zeca!
ZECA:
- Oxê! Num ficou feliz?
NINA:
- Fiquei... Fiquei feliz! Mai tô preocupada. Francisco vai virar um bicho, home!
ZECA:
- Tenho medo dele não!
NINA:
- Oia, num quero oscês se estranhando, visse? Pode deixa que com Francisco eu me resolvo.
ZECA:
- Eita mulé macha!


NINA:
- Agora nois tem é que se casá logo visse?!
(Transição: Iolanda passeando de charrete)
Cena XXXIV
INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA
SANTINHA:
- Por que tá assim tão acabrunhado, meu filho?
WILDEBRANDO:
- É minha mãe... Os tempos, são outros, num sabe?! Esse bando de mundicas, já não são tão manipuláveis como antes!
SANTINHA:
- Nada disso! Ainda manda quem pode, e obedece, quem tem juízo. Meu filho, basta apenas conduzir, com rédeas em prumo, ou então, as coisas desandam.
WILDEBRANDO:
- Ai é que está minha mãe... Sinto que o domínio do coronel, sobre essa gente, está minguando cada dia mais.
SANTINHA:
- Não há poder, sem forca meu filho. Política é pra quem tem pulso.


WILDEBRANDO:
- É verdade!
SANTINHA:
- Não há lugar para os fracos... Só os vitoriosos que permanecem. É como a comunheira, precisa ser firme...
WILDEBRANDO:
- E que minha mãe acha que deve ser feito?
Imagem congela. A seguir...

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