agosto 17, 2018

ESCOLA DE BRUXAS - VERSÃO PORTUGAL

ESCOLA DE BRUXAS 

de Marcondys França Inspirado na obra de Maria Clara Machado “A bruxinha que era boa” 



PERSONAGENS: Bruxa Chefe, Bruxo Capitão Quinto, Vice Bruxo, Bruxa Angélica, Bruxa Maligna, Bruxa Maléfica, Bruxa Horrenda, Bruxa Pirralha, Conde do Mal, Zezinho, Fada Bela e Duende Duda


CENÁRIO ÚNICO: UMA FLORESTA


ABERTURA: Entram todas as bruxas montadas em vassouras e posicionam-se no palco. Em seguida entra a Bruxa Chefe  com um apito e ao som deste as bruxinhas começam a cavalgar em torno da cena, sempre montadas em suas vassouras. A Bruxa Chefe torna a apitar e elas param. A última bruxinha da fila é diferente das outras. Tem um rostinho angelical e debaixo da roupa de bruxa, percebem-se os seus cabelos louros - é a bruxinha Angélica. Voa com grande prazer na sua vassoura e monta com elegância, enquanto as outras voam como verdadeiras bruxas; gargalhadas horrorosas e movimentos bruscos.


CENA I

BRUXA CHEFE – Muito bem voado!! Estão aqui todas as candidatas? Perfeito! Quase todas... Bem, vamos agora praticar o segundo ponto: gargalhadas de bruxa. Uma de cada vez! (apita)

Todas se aplicam, cada uma por sua vez. Angélica tem uma maneira de rir sem maldade alguma.

BRUXA CHEFE – Angélica, não gostei nada do teu riso. Tens que aprender a gargalhar com as outras. Maligna mostra lá à Angélica como deve rir uma verdadeira bruxa.

MALIGNA - (dá risada horrivelmente feia)

BRUXA CHEFE - Muito mau, sim senhora! É assim que deve ser! Bruxinha Maligna continuas a ser a melhor do grupo... Passemos ao terceiro ponto: Feitiçarias antigas e modernas. Peguem nos vossos caldeirões e ácidos e vamos ver se aprenderam as principais bruxarias.                         

Vão todas buscar os ingredientes para seu feitiço. Voltam e fazem as suas misturas. Apenas Angélica pica tranquilamente verduras..

BRUXA CHEFE - (nervosa apita) Bruxinha Angélica, se continuares assim, terás que ser presa na torre do Castelo Esquecido. Queres ir pra lá?

ANGÉLICA - Não! Querida e adorável Bruxa-Chefe...

TODAS - Oh!

BRUXA CHEFE - Querida e adorável?

TODAS - Ohhh!

MALIGNA - Terrível e magnânima mestra castigue-a.

MALÉFICA – Atire-a para o lamaçal de enxofre.

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ANGÉLICA – Eu prometo melhorar...

BRUXA CHEFE - Que foi que disseste?

ANGÉLICA - Quero dizer, piorar.

BRUXA CHEFE - E muito! Então trata de aprender bem as bruxarias para seres uma bruxa a sério.

Ouve-se uma corneta. Todas ficam alvoroçadas

TODAS - O Bruxo!

BRUXA CHEFE - (emocionada) Bruxinhas, tomem atenção! O Bruxo Mestre Capitão Quinto, Vossa Ruindade Suprema está a chegar para o exame final. Peço a todas que não me envergonhem.          É preciso mostrar a Vossa Ruindade Suprema que vocês estão todas aptas. Já sabem todas que aquela que ficar em primeiro lugar ganhará a varinha de condão que foi roubada à Fada Madrinha e também a vassoura a jato que um dia pertenceu à cruel Madrasta Má!

TODAS  - Ohhh!

BRUXA CHEFE - (percebendo que o Bruxo se aproxima) Silêncio!

As bruxinhas formam fila. Entra Conde do mal.


CENA II

CONDE DO MAL - Vossa Ruindade Maior o Grande e Magnífico Mestre de Todos os Bruxos, o Bruxo Capitão Quinto! (A Bruxa Chefe faz sinal para que o Conde do Mal saia)

O Bruxo espirra e é saudado com palmas pelas bruxinhas.

BRUXA CHEFE - Que detestável e nublado dia! Carregado de nuvens e trovões! Sua Ruindade Maior já podemos começar o exame final? (faz sinal para o Conde do Mal e diz-lhe algo ao ouvido.     O conde transmite um sinal de consentimento) Senhor Bruxo Capitão Quinto, único senhor desta floresta, rei de todas as feiticeiras, imperador das maldades... Imperador de todas... Imperado...

Todas ficam aflitas. Parece que a Bruxa Chefe se esqueceu. O Vice Bruxo fala-lhe ao ouvido

BRUXA CHEFE - (com ênfase) Ditador de todas as crueldades, Guardião dos grandes malefícios... As meninas estão prontas para o grande exame final e esperam a vossa aprovação para merecerem a varinha de condão que foi cruelmente retirada à fada madrinha e também da vassoura a jato que pertenceu à grande e malvada Madrasta Má assim como o título de bruxas-feiticeiras de primeira categoria.

BRUXO - Agora chega, Bruxa Chefe (levanta-se). Odiadas bruxinhas recrutas. É com grande insatisfação que vos faço este exame. Como já devem saber, a floresta já esta cheia de fadas, risos e crianças remelentas alegres que brincam por todo o lado. É preciso acabar com isso...

VICE-BRUXO - Estamos a precisar de formar grandes feiticeiras para que possamos dominar o mundo. Sabem bem que há muitas falsas feiticeiras por ai... Precisamos de gente má de verdade...

BRUXO - Vocês ficam encarregadas de destruir a floresta e correr com os protetores da natureza, roubar doces às crianças inocentes, calar de uma vez por todas os pássaros irritantes, sujar a água das fontes, poluir os rios e o mar e causar fogos nas florestas.

VICE-BRUXO - E não se esqueçam, sobretudo, de bloquear a ação das fadas! Queremos causar a destruição através do desequilíbrio ecológico, com enxurradas, secas, furacões, tufões e terremotos.
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BRUXO - Pra isso contamos com vocês. Vamos dar uma bela lição nessa tal de Mãe Natureza! (senta-se no trono. Todas as bruxinhas o aplaudem, menos a Angélica) Bem, vamos começar o exame. Podes ser tu! (aponta para a Maligna que retira do caldeirão um papel que passa ao Conde e que este passa à Bruxa Chefe).

BRUXA CHEFE - Quinto ponto: Adormecer criancinhas.

MALÍGNA - Essa é fácil! (com desenvoltura faz uma espécie de dança dizendo palavras em bruxês acompanhada de uma sonoplastia)

BRUXO - Muito bem. Agora algumas perguntas: quem descobriu a receita do remédio de fazer adormecer?

MALIGNA - Foi o senhor.

BRUXO - Muito bem. Quem foi o primeiro bruxo do mundo a atravessar a floresta em vassoura a jato e quem foi que mentiu e enganou a Madrasta Má?

MALIGNA - Foi o senhor.

BRUXO - Muito bem! Esta bruxinha é muito sábia

BRUXA CHEFE - É a primeira do grupo, Sua Ruindade.

BRUXO - Estou a ver. Agora a última pergunta: quem foi o primeiro bruxo a expulsar todas as fadas, a assombrar criancinhas e a convencer a maioria das pessoas a poluir os rios, provocar fogos e destruir a floresta?

MALÍGNA - Foi o Senhor.

BRUXO - Quem é o único protetor e amigo de todas as maldades?

MALÍGNA - É o Senhor.

BRUXO - Muito bem! Muitíssimo bem! E ainda uma pergunta para ver se tu és mesmo má. Quais as duas coisas mais importantes do mundo?

MALIGNA - Fazer maldades e obedecer ao Senhor, é claro!

BRUXO - Esplêndido! Quanta inteligência! Com bruxinhas como tu a maldade está salva no mundo... Vamos à próxima. Tu aí. (aponta para Angélica) Porque é que os cabelos desta bruxa são tão esquisitos?

BRUXA CHEFE - Nasceu assim, Sua Ruindade.

BRUXO – É muito estranho. É preciso pintá-los com suco de asas de abutre cansado.

BRUXA CHEFE - (toma nota) Sim, Rua Ruindade.

BRUXO – Aponta! (o mesmo ritual, mas com sonoplastia de balet)

TODOS – Blec… ! (com caras de nojo)

BRUXA CHEFE – Cavalgada de vassoura: sexto ponto.

ANGÉLICA - Que bom! Que bom! Que bom!

CONDE DO MAL – Mas que é isto?!...
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BRUXO: - Porquê tanta alegria?

BRUXA CHEFE - É a única coisa que gosta de fazer. Cavalgar em vassoura! (Angélica cavalga em sua vassoura dando gritinhos de prazer)

BRUXO - Isto são maneiras de uma bruxa se comportar em cima de uma vassoura? Mostre lá como se faz Bruxa Chefe (demonstra com gritos horríveis) Muito bem! Você ainda está em forma, heim, minha velha? (dá-lhe uma palmada nas costas) Chega aqui bruxinha. Deixa-me examinar-te de perto. Muito estranho este caso... Esta bruxinha é mesmo muito esquisita...

CONDE DO MAL - Esquisitíssima!

BRUXO – Acompanha os meus movimentos... (Angélica tenta acompanhar mas sem sucesso) Horrível! Vamos às perguntas, talvez assim ela se possa salvar: Quem mandou plantar o pinhal de Leiria?

ANGÉLICA – El-Rei D.Dinis!

TODAS - Oh!

VICE-BRUXO - (ofendido) Então tu não sabes que antes disso já o bruxo Supremo, a maior de todas as Ruindades habitava essa parte da floresta?

ANGÉLICA - Ah!... a sério?... Eu pensava que...

HORRENDA – Tu és mesmo um desastre!

PIRRALHA - Não duvido nada que seja reprovada.

BRUXO - (interrompendo) Qual a melhor coisa do mundo? (as outras bruxinhas aflitas fazem sinal que sabem)

ANGÉLICA - Deve ser andar de vassoura a jato, lá por cima, no céu, perto das árvores maiores...

TODAS: - OH!

BRUXO - Sabes o que acontece a quem não passa no exame?

ANGÉLICA - Sei sim, meu Senhor...

BRUXO - Então o que é?

ANGÉLICA - Ficar presa na torre do Castelo Esquecido para a eternidade.

CONDE DO MAL – Humm.. Ao menos uma resposta certa!

BRUXO - E agora vamos a última pergunta. Como é que se prepara a feitiçaria de fazer dormir os humanos?

HORRENDA - Eu sei!

PIRRALHA - Eu respondo...

VICE-BRUXO - A esquisita responde.

ANGÉLICA - (procura recordar) Bom... Bem... Põem-se num caldeirão três folhas de Lírios, dois litros de água de rosas...

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TODAS - Água de rosas?

ANGÉLICA - De rosas não, de maracujá adormecido. Depois uma pitada de alecrim, meia dúzia de cravos da índia e um pouco de pétalas de violetas...

BRUXO - Pétalas de violetas! Tu és a pior aluna que já passou por esta escola. Hoje à noite terás a última oportunidade. Se falhares, ficarás presa na torre do Castelo Esquecido e lá passarás o resto das tua vida.

CONDE DO MAL - Estão todas convocadas para fazer a sua primeira grande maldade esta noite. Meninas não desapontem o nosso Capitão Quinto!

Todas aplaudem, menos Angélica

CONDE DO MAL - Mestre! Faltam ainda algumas bruxas fazerem os exames.

BRUXO - As outras... Examinarei amanhã. Agora tenho que ir jantar na casa de um ogre meu aliado... Tratem de ser bem mazinhas se quiserem ser aprovadas no exame final, ouviram? E tu bruxinha Angélica, se até a meia-noite não fizeres uma maldade serás enviada para a torre do Castelo Esquecido... (O Bruxo monta a vassoura que o Conde vai buscar e sai acompanhado por todas as bruxinhas)

TODOS - (cantando) Pela floresta eu vôo, eu vou sozinha, voando em minha vassourinha. Eu sou muito má, vou-vos assustar, sou uma bruxinha...(saem de Cena)


CENA III

FADA BELA - Duda? Duda!

DUENDE DUDA - Que foi fada Bela?

FADA BELA - Não percebe o perigo que estamos correr?

DUENDE DUDA - Somos tão poderosos quanto aquela corja!

FADA BELA - Não devemos subestimá-las.

DUENDE DUDA – Como assim? Nós estamos do lado do bem!

FADA BELA – Mas o bem esta ameaçado, se não agirmos quanto antes a floresta será destruída.

DUENDE DUDA - E o que vamos fazer?

FADA BELA - Tenho um plano para parar as maldades do Bruxo Capitão e todos seus aliados...

DUENDE DUDA – Ai é? O que pensas em fazer?

FADA BELA - Sei que é um pouco arriscado... Mas, não vejo outra alternativa.

DUENDE DUDA - Para impedir essa legião de malvados vale sempre a pena tentar.

FADA BELA - Pra seguir em frente com esse plano vamos precisar de ajuda.

DUENDE DUDA - Que tipo de ajuda?

FADA BELA - É ai que está.

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DUENDE DUDA - Não sei …

FADA BELA - Vamos precisar de um humano para nos ajudar.

DUENDE DUDA - Porquê um humano? Bem sabes que aparecer para um humano é muito arriscado. E como sabes se é de confiança?

FADA BELA - Lembras-te da flauta mágica?

DUENDE DUDA - Claro.

FADA BELA - Então... Se for tocada por um humano de coração puro e bondoso com a canção certa. os poderes do mal serão paralisados para sempre.

DUENDE DUDA - São três requisitos difíceis. Um coração puro, bondoso e ainda que saiba tocar flauta.

FADA BELA - Temos uma missão. E não nos dariam essa missão se não pudéssemos cumprir.

DUENDE DUDA - E onde está essa flauta?

FADA BELA - Aqui está. Há séculos que está guardada sobre a nossa proteção. É chegada a hora. Agora vai e encontra um humano que tenha estas qualidades.

DUENDE DUDA - Lá vou eu! Fui! (Sai)


CENA IV Entra Zezinho carregando lenha e cantando feliz

ZEZINHO - Preciso descansar um pouco! Esta lenha está a pesar muito. Mas, tenho lenha para dois dias e os meus pais vão ficar felizes. (tira uma flautinha do bolso e senta-se) Que tal uma música? (toca) Estou a ficando tonto! Que estranho! De repente deu-me um sono...(começa a adormecer. Aparecem às bruxinhas, fazendo bolhas de sabão)

DUENDE DUDA - Esse humano deve ser o ideal! E se eu contar que toca divinamente bem...! Tenho que me esconder.

ANGÉLICA - Dormiu!

HORRENDA - A bruxaria deu certo!

PIRRALHA - Dorme que nem um pateta! Ah! Ah!Ah!

ANGÉLICA - Olhem... Está a acordar! Que bonito que ele é.

MALÉFICA – Atira-lhe mais pó de dormir. Vá Bruxinha Angélica, e deixa-te de palermices! (Angélica atira o pó de dormir para cima do Zezinho)

MALIGNA - (atira mais pó) Agora o miúdo dormiu mesmo.

ANGÉLICA - Tadinho! (Angélica ajeita a cabeça de Zezinho)

HORRENDA - O que é que estás a fazer Bruxinha Angélica?

PIRRALHA - Que estás a fazer?

ANGÉLICA - É para ele não se aleijar.
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MALIGNA - Deixa de ser boa, bruxinha Angélica. Vais passar o resto da eternidade na torre do Castelo Esquecido?

ANGÉLICA - Não!

MALÉFICA - Se continuar assim vai passar, para sempre, trancada na torre do Castelo Esquecido. Bruxinha Pirralha que maldades vamos ver agora?

PIRRALHA - Cada qual fará a sua. Eu vou poluir a floresta. Tu Maligna vais desaparecer com o chapéu e o casaco deste miúdo. E tu bruxinha Angélica vais amarrar os braços e as pernas do miúdo.

HORRENDA - Ah! Vamos pôr fogo na casa dele enquanto tu bruxinha Angélica sopras para cima dele para ele não acordar... E se acordar, bates-lhe na cabeça, com bastante força, com esta moca.

MALÉFICA - Por que não bater nele agora? Que acham meninas?

PIRRALHA - Agora não. Este é um trabalho da bruxinha Angélica. Ela é que tem que fazer isso. Ordens do Bruxo!

MALIGNA - Vamos meninas! (para Angélica) E trata de andar depressa senão o Bruxo vem e és tu que vais para a torre do castelo Esquecido.


CENA V  Saem. Zezinho começa a acordar, Angélica tenta fazê-lo dormir sem muita convicção

ZEZINHO - Bruxa! Feiticeira! Malvada! Roubaste a minha lenha! Pensas que tenho medo de ti? Cobarde! Diz, anda, onde está a minha lenha?

ANGELICA - Elas levaram-na.

ZEZINHO - Elas, quem?

ANGÉLICA - As outras. Uma delas irá ganhar a vassoura a jato e passear por ai por cima das árvores. (suspira) Eu queria tanto ganhar a vassoura a jato!

ZEZINHO - E que tenho eu a ver com isso? Só quero minhas coisas!

ANGÉLICA - Sinto muito!

ZEZINHO - E o meu chapéu?

ANGÉLICA - Ah, também o levaram...

ZEZINHO - Quem?

ANGÉLICA - As outras. São más.

ZEZINHO - E levaram para onde?

ANGÉLICA - Não sei.

ZEZINHO - Sabes sim, deixa de ser mentirosa, bruxa malvada. Se não me disseres onde está a minha lenha nem sei o que te faço...

Angélica chora

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ZEZINHO - Xiiiiii! Nunca vi uma bruxa a chorar. Não tens vergonha?

ANGÉLICA - Sim, tenho...(a soluçar)

ZEZINHO - Também nunca vi uma feiticeira de cabelos loiros. Que bruxa mais esquisita. E porque é que estás a chorar?

ANGÉLICA - Porque eu queria ganhar vassoura a jato para passear por cima das árvores.

ZEZINHO - Mas quem é que vai dar essa vassoura a jato?

ANGÉLICA - O Bruxo Capitão Quinto!

ZEZINHO - Capitão Quinto? O bruxo mais malvado desta floresta?   ANGÉLICA: -É esse mesmo. Ele é que a fez, e é responsável por toda a magia negra existente nesta floresta. Foi também ele quem descobriu o Brasil.

ZEZINHO - Ah, isso não! Quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral...

ANGÉLICA - Também eu acreditava nisso. Mas o Bruxo disse que foi ele mesmo.

ZEZINHO - Além de mau, é mentiroso...

ANGÉLICA - Claro! Ele é um bruxo. Jamais diria a verdade.

ZEZINHO - É isso mesmo. Ele nem sabe o que é verdade. Porque é que não vais ganhar a vassoura a jato?

ANGÉLICA - Porque a Bruxa-Chefe...

ZEZINHO - Quem é a Bruxa-Chefe?

ANGELICA - A nossa instrutora. Disse que sou esquisita, só por que não sei fazer maldades.

ZEZINHO - Quem sabe que tu não és uma bruxa...

ANGÉLICA - O quê?

ZEZINHO - Quem sabe que tu não és uma fada...

ANGÉLICA - Ah, isso não! As fadas não gostam de voar em vassouras a jato como eu gosto...

ZEZINHO - Para gostar de voar na vassoura a jato não precisas ser uma bruxa. Até eu gostaria de dar uma voltinha...

ANGÉLICA - Então quem sabe que tu não és um bruxo disfarçado?

ZEZINHO - Ah, isso não! Também não gosto de fazer maldades.

ANGÉLICA - Está bem! Maligna sim é uma bruxa. É ela que vai ganhar a vassoura a jato. (Lembra)  Ela vai atear fogo á tua casa!

ZEZINHO - O quê?

ANGÉLICA - Ela e as outras bruxas.

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ZEZINHO - Que horror! Isso é terrível! A minha mãe e o meu pai estão lá... Somos tão pobres, e não temos outra casa para morar... E agora?

ANGÉLICA - Temos que as impedir.

ZEZINHO - Vou a correr...

ANGÉLICA - Como te chamas?

ZEZINHO - Zezinho.

ANGÉLICA - Zezinho!

ZEZINHO - Preciso de ir.

ANGÉLICA - Toma! Leva a minha vassourinha. Montado nela chegas mais rápido.

ZEZINHO – Vais-me emprestar a tua vassourinha?

ANGÉLICA - Claro!

ZEZINHO - Obrigado.

ANGÉLICA - Adeus Zezinho! A vassourinha não corre muito mas serve. (ele sai) Agora preciso fazer uma maldade ou...


CENA VI

DUENDE DUDA - Bela! Bela!

FADA BELA - que foi duende Duda?

DUENDE DUDA - Já sei quem nos poderá ajudar a neutralizar os poderes do Bruxo Capitão Quinto!

FADA BELA - Já sabes?

DUENDE DUDA - Sim, sei.

FADA BELA - Quem?

DUENDE DUDA - Um menino...

FADA BELA - Um menino? Mas como é que um menino nos poderá ajudar?

DUENDE DUDA - Não é um simples menino. É especial...

FADA BELA - Especial?

DUENDE DUDA - Sim. Tem todos os requisitos... Tem um coração puro e bondoso.

FADA BELA - Só isso não basta. Para neutralizar os poderes dos bruxos tem...

DUENDE DUDA - Que saber tocar flauta. E sabe.

FADA BELA - Sabe?

DUENDE DUDA - Sabe.

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FADA BELA - Então se tocar a flauta mágica neutraliza todos os bruxos.

DUENDE DUDA - Sim, é isso!

FADA BELA - E como sabemos se irá conseguir? Se estiver enganado? Não nos podemos expor!

DUENDE DUDA - Se é para salvar a floresta vale a pena arriscar.

FADA BELA - Tens razão! Vamos...

DUENDE DUDA - A família dele corre perigo.

FADA BELA - Está ai uma boa oportunidade.

DUENDE DUDA - Então vamos... (Saem)


CENA VII Entram as outras Bruxinhas

ANGÉLICA - Dá-me uma boleia na tua vassoura, Pirralha. É que emprestei a minha.

PIRRALHA - Bruxinha fofinha, isso não me importa!

ANGÉLICA - Por favor!

MALÉFICA - Quem te mandou emprestar!

ANGÉLICA - Não sejas egoísta!

PIRRALHA - Sai daqui. (Entra a Bruxa Chefe)

BRUXA CHEFE - Silêncio! Forma de ferradura.

CONDE DO MAL - Vossa Ruindade Maior o Bruxo Capitão Quinto, o máximo!

BRUXO - Estou muito zangado! Zangadíssimo! Zangadérrimo! Bruxinha Angélica! Eu vi tudo através do espelho mágico!

ANGÉLICA - Sinto muito!

TODAS - Oh!

BRUXO - Cala - te! Tu não cumpriste as minhas ordens!

CONDE DO MAL - Tu fizeste alguma maldade? Adormeceste algum humano distraído? Ah não respondes! E a tua vassoura, onde está ela? Não dizes nada…? Foi o que eu pensei…

BRUXO – Vá, o que dizes em tua defesa?

VICE-BRUXO - Vi através do espelho mágico tudo que aconteceu, magnânimo mestre. Esta bruxa que aqui está envergonhou-nos. Emprestou a sua vassoura a um humano sem tino!

TODAS - OH!

BRUXO - Sabe o que acontece com as bruxas que desobedecem a Sua Ruindade Suprema?

TODAS - A torre do Castelo Esquecido
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BRUXA - E a quem empresta a sua vassoura a um miúdo?

TODAS - A torre do Castelo Esquecido!

BRUXO – E às bruxas que não conseguem fazer qualquer maldade?

TODAS - A torre do Castelo Esquecido!

VICE-BRUXO - Vossa Ruindade Maior... Esta bruxinha esquisita não é como as outras. Já deu provas que não pode fazer parte do grupo. Atrapalhou as outras bruxas enquanto elas faziam as suas maldades. Por isso peço ao senhor, que é o senhor do mal, que a castigue com um castigo exemplar.

TODAS - Castigue-a!

BRUXO – Bruxa Chefe traga a chave do cadeado. Bruxinha Angélica, estás condenada por toda a eternidade a viver na Torre do Castelo Esquecido. Maléfica ficarás encarregada de vigiar a Torre do castelo. Já quanto à vassoura a jato, Maligna, pelas tuas ruindades prestadas à classe de bruxos, ganharás a varinha de condão que foi roubada da fada madrinha e a vassoura a jato!

TODAS - uuuhhh! (vaiam)

BRUXO - Quanto a vocês... Continue Vice-Bruxo.

VICE-BRUXO - Se continuarem assim... Com exceção da bruxinha Angélica, ganharão também a sua vassoura a jato.

BRUXA CHEFE - Aqui está a chave, Maligna. Não deixes que ninguém se aproxime da Torre. Angélica, entrega o teu chapéu de bruxa. Bruxinha Pirralha e Bruxinha Horrenda, levem-na para a torre.

HORRENDA - Concerteza!

MALIGNA - Garanto que ela será bem guardada. Ah! Ah! Ah! (guarda-a na cintura)

VICE-BRUXO - As outras bruxinhas ficarão a vigiar a floresta. Muito cuidado com a música. Lembrem-se que há uma música que pode eliminar o feitiço e transformar feiticeiras em pó. E agora Bruxinhas... Quem é o maior Bruxo do mundo?

TODAS - Vossa Ruindade Suprema o Bruxo Capitão Quinto!

VICE-BRUXO - Ótimo!

BRUXO - Agora preciso visitar o Ogre, meu aliado. Preciso unir todas as forças do mal para conseguir dominar o mundo (sai)

MALIGNA – Bruxa Chefe?

BRUXA CHEFE - O que é Maligna?

MALÍGNA - Quando é que vou ganhar a varinha de condão e minha vassoura a jato?

BRUXA CHEFE - Só o Bruxo sabe. Vai até à casa do Ogre e pergunta-lhe.

MALÍGNA - Mas quem vai ficar a tomar conta da bruxinha Angélica?

BRUXA CHEFE - Quem é que ainda não tem trabalho para esta noite?

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HORRENDA - Eu não tenho.

BRUXA CHEFE - Então tu vais ficar a tomar conta da bruxinha Angélica na torre do Castelo Esquecido. (dá uma apitadela e sai com as outras) Mas aviso: É uma tarefa de muita responsabilidade.

HORRENDA - Prometo não falhar.

BRUXA CHEFE - Sendo assim. Confio-te esta tarefa, Bruxinha Horrenda. (saem todas. Ficam só Horrenda e Angélica)


CENA VIII Angélica está na torre e só é vista através da pequena janela. Zezinho com uma fisga atira algumas pedrinhas para chamar a atenção

ANGÉLICA - Bruxinha Horrenda!

HORRENDA - O que é?

ANGÉLICA - Estou com sede.

HORRENDA - E eu que tenho a ver com isso!

ANGÉLICA – Queres que eu morra de sede?

HORRENDA - Tanto faz! Problema teu.

ANGÉLICA - Se eu morrer de sede o Bruxo prende-te nesta torre para sempre.

HORRENDA - Quem te disse?

ANGÉLICA - Ele disse que eu tinha que ficar aqui para sempre. Mas se tu não me deres água morro antes e o Bruxo vai ficar muito, muito zangado.

HORRENDA - Talvez tenhas razão. Vou buscar água ao rio.

ANGÉLICA - Ao rio não! Foi envenenado pela Maléfica. É melhor ires buscar à fonte.

HORRENDA - Está bem, já volto. Não tentes nenhuma gracinha. Não te esqueças que a chave está com a Bruxinha Maligna. (monta a vassoura e sai)


CENA IX

ZEZINHO - Preciso devolver esta vassoura a Angélica!

DUENDE DUDA - Hei! Psiu!

ZEZINHO - Alto lá...

DUENDE DUDA - Hei, calma!

ZEZINHO - Quem és tu?

FADA BELA - Ele é o Duende Duda...

ZEZINHO - Duende?
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FADA BELA - Não precisas ter medo. Eu sou a Fada bela.

ZEZINHO - Afastem-se!

FADA BELA - Calma!

DUENDE DUDA - Não te vamos fazer nenhum mal.

FADA BELA - Somos bons

DUENDE DUDA - Fomos nós que te ajudámos a apagar o fogo.

ZEZINHO – Ah, realmente senti que tinha acontecido um milagre!

FADA BELA - Tu tens um coração bondoso e foste merecedor da nossa ajuda.

ZEZINHO - Não posso acreditar! Primeiro as bruxas! Agora a fada e o duende!

FADA BELA - Sei que é difícil de acreditar! Mas existimos. Precisamos da tua ajuda.

ZEZINHO – A minha ajuda? Mas como?

FADA BELA - Derrotando o Bruxo Capitão Quinto.

ZEZINHO – Sim, mas como?

DUENDE DUDA - Sabemos que tu tocas flauta...

ZEZINHO – Não estou a perceber...

FADA BELA – Já explico. Só há uma maneira de anular os poderes do Bruxo Capitão Quinto e sua legião. Um humano com o coração puro e bondoso terá que tocar uma música na sua flauta mágica e com isso neutralizar os seus poderes maléficos.

DUENDE DUDA - E tu tens todos os requisitos.

ZEZINHO - Flauta mágica!

DUENDE DUDA - Sim.

FADA BELA - Aqui está. (pega num pergaminho) E esta é a música que deve ser tocada.

DUENDE DUDA - Podes ajudar-nos?

ZEZINHO - Acho que sim.

FADA BELA – A Angélica não é uma bruxa. Foi raptada quando era bebé pelo Capitão Quinto e desde então vive na escuridão.

ZEZINHO - Bem que eu desconfiava! Podem contar comigo.

FADA BELA - Zezinho agora vai. Mesmo à distância nós estaremos atentos a vigiar-te. E não te esqueças: Toca bem a música!

DUENDE DUDA: - Ouve o teu coração! Boa sorte! (Saem os dois fica Zezinho)



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CENA X

ANGÉLICA - Zezinho! Estou presa.

ZEZINHO - Quem te prendeu?

ANGÉLICA - O Bruxo.

ZEZINHO - Trouxe a tua vassourinha...

ANGÉLICA – E conseguiste chegar a tempo?

ZEZINHO – Sim, a malvada só conseguiu atear fogo ao galinheiro. Atirei-lhe tantas pedras que ela teve que fugir. 

ANGÉLICA  - Foi ela que ganhou a varinha de condão e a vassoura a jato, não foi?. Já eu, tenho que passar o resto da vida aqui presa.

ZEZINHO - É terrível!

ANGÉLICA - Tudo porque não consigo ser má?

ZEZINHO - Não é justo!

ANGÉLICA - Já fui julgada e condenada. Este é o meu fim.

ZEZINHO – Mas eu posso tirar-te daí.

ANGÉLICA - Mas como?

ZEZINHO - Se encontrar a chave…

ANGÉLICA – Não, não! A Bruxinha Horrenda é muito má. Ainda te transforma num sapo.

ZEZINHO - Isso é o que veremos.

ANGÉLICA - Admiro a tua coragem!

ZEZINHO - És tão boazinha. (pega numa flor) Toma para ti.

ANGÉLICA - É linda Zezinho!

ZEZINHO - É para tu não te sentires sozinha. Olha, posso tocar uma música…(pega na flauta)

ANGÉLICA - Espera.

ZEZINHO - Que foi?

ANGÉLICA – É isso, a música.

ZEZINHO - Que tem a música?

ANGÉLICA - A única forma que existe contra a bruxaria... Só que quase ninguém sabe tocar essa música.

ZEZINHO - Eu sei.

ANGÉLICA - Sabes?
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ZEZINHO - Sim... Angélica preciso dizer-te uma coisa.

ANGÉLICA - Essa música destruirá toda a legião de bruxos da floresta.

ZEZINHO - Não consigo mexer-me... As minhas pernas estão pesadas... (entra Horrenda na sua vassoura)

HORRENDA - Ah! Ah! Ah!

ANGÉLICA - Cuidado Zezinho!

HORRENDA - Então és tu? O menininho que nos atirou pedras ?! Agora foge... Anda... quero ver-te agora... Vais virar papa, menino! Ah! Ah! Ah!

MALÉFICA – O que está a acontecer aqui?

MALÍGNA – Aviso-te já que serás castigada. Abandonaste o teu posto.

HORRENDA – Que é isto?! Não é porque ganhaste uma vassoura a jato que tens o direito de gritar comigo.

MALÍGNA - Sou a número um do grupo. E sendo assim, posso tudo.

HORRENDA - Ah é?

MALÍGNA – É, é...

HORERENDA - Isso é o que vamos ver. (agarram-se. Zezinho aproveita e rouba a vassoura a jato)

MALÉFICA - Luta! Luta!

ANGÉLICA - Foge Zezinho!

ZEZINHO – Já volto para te ajudar!

MALÍGNA - Estás a ver? A culpa é tua.

HORRENDA - É tua. Idiota!

MALÉFICA - Xiiii!

HORRENDA - Não foi a minha vassoura a jato que ele roubou.

MALIGNA – Foi por tua culpa.

MALÉFICA - Vou contar tudo ao Bruxo!

MALIGNA - Ah não, não vais...

HORRENDA - Podes deixar que eu conto!


CENA XI Entra a Bruxa Chefe

BRUXA CHEFE - O que está a acontecer aqui? Parem já com isso. (Apita) Agora chega.

MALIGNA – (compõe-se) Estávamos a treinar algumas maldades...
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HORRENDA – (compondo-se também) Sabe como é... Se não praticarmos enferrujamos.

BRUXA CHEFE - Que bom, estão cada dia mais malvadas! Agora peguem nas vossas vassouras. Maligna tu vais à frente com tua vassoura a jato.

MALIGNA - Vou na da bruxinha Angélica.

BRUXA CHEFE - Por que não vais na tua?

HORRENDA - Vamos Maligna explica-te. Estamos à espera.

BRUXA CHEFE - Maligna?

MALIGNA - É que a minha vassoura a jato (a gaguejar) parece que está avariada, estava a falhar.

MALÉFICA - Ah, que pena! Queríamos tanto vê-la a voar.

HORRENDA - Só quero ver por quanto tempo vais conseguir enganar toda a gente. (montam todas nas suas vassouras quando se ouve uma música. Passam todas a movimentarem-se em câmara lenta, até ficarem estátuas)

ZEZINHO – Ena pá!! Estão todas durinhas feitas pedras!

ANGÉLICA - Que bom Zezinho! Tu conseguiste. Mas como?

ZEZINHO - Que bom, consegui tocar a música, mesmo a tempo!

ANGÉLICA - Depressa Zezinho! Tira a chave do bolso da Maligna.

ZEZIINHO - Pronto! Vamos sair daqui...

ANGÉLICA - Vamos fugir na vassoura a jato! Tu és muito fixe Zezinho! Mas como conseguiste?

ZEZINHO – Tive a tua ajuda. Tu és boa, tens um bom coração. Por isso tinha a certeza que tu não eras uma bruxa. Aliás tu és uma fada.

ANGÉLICA - Não estou a perceber. Que queres dizer?

ZEZIINHO - É uma longa história... (ouve-se uma gargalhada do Bruxo)

ANGÉLICA - É o Bruxo. Vamo-nos esconder. Vem...

BRUXA - Mas o que é que se passou aqui? (olha pra Torre) Então aquela bruxinha pequenota fugiu? Mas como? Vice-Bruxo? Vamos iniciar o ritual para desfazer o feitiço que petrificou as bruxas.

ANGÉLICA - Toca Zezinho! Toca!

BRUXO - Maldição! Que música é esta? É uma flauta! Vice-Bruxo o apito... (o Vice-Bruxo apita) Vamos bruxas, peguem nas vossas vassouras e fujam antes que seja tarde demais. (em câmara lenta todos são sugados para a torre) Nós vol..ta..re…mos! Isto.. não.. vai.. ficar… assim... A flo..res…ta é mi…nha! Mi…nha!

ZEZINHO - Pronto! Fecha a porta Angélica. Agora suas malvadas e malvados, passarão toda eternidade aí trancados nessa torre. Quanto à floresta? Será de novo dos pássaros e de todos os animais a quem ela realmente pertence. Agora ficará protegida pelas fadas. (ouve-se o canto dos pássaros)

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ANGÉLICA - A floresta agora está livre de toda a maldade. Todos poderão apreciar a beleza da natureza. È verdade e com esta vassoura a jato… podemos voar…

ZEZINHO – E do alto podemos apreciar toda a floresta. Há o que eu te queria dizer...


CENA XII

DUENDE DUDA - Podes deixar Zezinho...

ANGÉLICA - Vocês são...

FADA BELA: - Sim, ele é um duende e eu uma fada. Agora chegou o momento de saberes toda verdade. Não é por acaso que tu és diferente de todas as outras Bruxinhas. Tu não és, de facto, uma bruxa.

ANGÉLICA - Não sou?

DUENDE DUDA - Não, não és.

FADA BELA: - Quando ainda eras bebé foste-nos tirada por aquele cruel e malvado Bruxo. Angélica, tu és uma fada.

ANGÉLICA: - Ahh! Agora eu entendo tudo! (abraça a Fada) Obrigada Zezinho!

ZEZIINHO: - Não precisas de agradecer. Apenas prevaleceu o bem!

ANGÉLICA: - Prometo que a partir de hoje serei a protetora desta floresta. Mas… e quanto à varinha de condão que foi roubada da Fada Madrinha?

DUENDE DUDA: - Aqui está ela. Agora pertence-te. Cuida bem dela.

ANGÉLICA: - Claro! (para Zezinho) A propósito, ceitas uma boleia?

ZEZINHO: - Claro que sim, vamos! (saem a voar de vassoura)


F I M

REPÓRTER GLOBAL RETORNA APÓS CIRURGIA

A repórter Global Ananda Apple retoma ao trabalho no Quadro Verde, do Bom Dia São Paulo, após mais de dois meses afastada da Gl...