O cantor conversou com a apresentadora Poliana Abritta, na sala de casa, no Rio de Janeiro, e falou sobre a relação com a filha, que morreu no dia 20 de julho, aos 50 anos.
"Preta era talvez a mais espevitada de todos os filhos. Ela era muito solta, com o exercício da bondade em todas as instâncias possíveis, muito solidária. Pretinha era uma menina incrível", recorda Gilberto Gil.
A batalha da filha nos últimos anos mobilizou toda a família e o Brasil acompanhou toda sua luta e torceu por ela.
"Essa luta da Preta pela vida não só nos comovia como nos chamava para a responsabilidade. Os tempos nos Estados Unidos foram para cercá-la do maior conforto possível. Ela ir para lá continuar a luta pela vida era uma coisa que nos pertencia", relembra Gil.
Questionado sobre como ele e sua família estão se sentindo, Gil foi direto. "Nós estamos tristes, naturalmente tristes. Ainda tendo que nos acostumar com a perda, com a falta. Preta era uma menina muito cheia de vida, muito intensa no sentido afetivo", contou.
O músico, porém, contemporizou que a filha já havia sofrido muito no tempo em que lutou contra o câncer. "Ao mesmo tempo, ela já vinha com um sofrimento prolongado de quase três anos. Tem um lado de bálsamo que conforta um pouco, ajuda a gente a resistir à dor e ao sofrimento da perda."
"Eu já tinha perdido um filho lá atrás, de uma maneira muito trágica [Pedro Gil morreu em um acidente de trânsito em 1990]. Na época, eu me pronunciei muito enfaticamente a respeito disso, quase como uma queixa, 'puxa vida, os meninos nascem para enterrar a gente, é esquisito a gente enterrar os filhos'", ressaltou o ex-ministro da Cultura.
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