ATO II – CENA X
(Na redação)
TÁRCIO: - E então o que temos?
MÔNICA: - Ei calma! Agente chega lá.
TÁRCIO: - Nosso chefinho tá daquele jeito... Uma pilha!
MÔNICA: - Uma pilha, estou eu.
TÁRCIO: - É hoje!
MÔNICA: - Você viu a primeira página?
TÁRCIO: - Não.
MÔNICA: - Então veja!
TÁRCIO: - Daqui... Que merda é essa?
MÔNICA: - Filho da puta! Abafou caso.
TÁRCIO: - Não... Não posso acreditar. Então... Não. É muito louco!
MÔNICA: - Louco? Não. Corrupção. Nosso chefe se vendeu.
TÁRCIO: - Será?
MÔNICA: - Como explicar isso? Merda! Descartou minha matéria.
TÁRCIO: - Quem sabe foi ameaçado.
MÔNICA: - Não. As coisas hoje em dia são bem diferentes. A imprensa tem muito mais força. Mas se pensa que vai ficar assim...
TÁRCIO: - Que vai fazer?
MÔNICA: - Me aguarde... Quem viver verá.
TÁRCIO: - Não vai fazer besteira.
MÔNICA: - Não. Agora vou a fundo. Vou investigar este caso até chegar nos culpados.
TÁRCIO: - Não sei por que, mas sinto cheiro de confusão.
MÔNICA: - Confusão ou não... Agora é pessoal.
TÁRCIO: - Se realmente ele foi comprado... Não vai publicar os resultados de suas investigações.
MÔNICA: - Já ouviu falar em blog?
TÁRCIO: - Ai! Já vi gente morrer por publicar sujeiras dos outros em blog.
MÔNICA: - Sou jornalista investigativa. E ser jornalista investigativa tem seus perigos.
TÁRCIO: - Desiste disso mulher!
MÔNICA: - Não. Vamos a campo.
TÁRCIO: - Como assim?
MÔNICA: - Eu fico com a polícia... Você volta aquela mata...
TÁRCIO: - No parque?
MÔNICA: - Meu bem. O que eles querem não tenho.
TÁRCIO: - Hei...
MÔNICA: - Usa esse corpinho em prol do nosso sucesso.
TÁRCIO: - Que amiga! Se tiver um assassino psicopata que extermina gays?!
MÔNICA: - Então você não corre este risco. Você é macho! (Riem) Agora vai.
TÁRCIO: - Que me pede rindo que não faço chorando?
MÔNICA: - Vamos... Vamos nessa! (Saem)
ATO II – CENA XI
TÂNIA: - Onde esteve?
EDINALDO: - Cuidando de negócios.
TÂNIA: - Que tipo de negócios?
EDINALDO: - Ah, pelo amor de Deus! Não vai começar...
TÂNIA: - Me desculpe! Estou com os nervos a flor da pele. (Abraça)
EDINALDO: - Eu sei meu bem.
TÂNIA: - (Sente um perfume diferente no marido) Que perfume é este?
EDINALDO: - Perfume... Que perfume?
TÂNIA: - Este perfume que está empreguinado em sua roupa.
EDINALDO: - O de sempre.
TÂNIA: - Não. Conheço bem seu perfume. E não é este.
EDINALDO: - Ah, não começa.
TÂNIA: - Não me trate como seu eu fosse idiota.
EDINALDO: - Então não haja como se fosse.
TÂNIA: - Estou cansada.
EDINALDO: - Imagina eu... Acha que é fácil suportar...
TÂNIA: - Suportar o que?
EDINALDO: - Tudo isto... Inclusive este casamento.
TÂNIA: - É um fardo pra você?
EDINALDO: - Não torne esse fardo mais pesado.
TÂNIA: - Por que ainda está aqui?
EDINALDO: - Sabe bem por que.
TÂNIA: - Nunca me amou.
EDINALDO: - Você é paranoica.
TÂNIA: - Sempre com essas vagabundas...
EDINALDO: - Por que será?
TÂNIA: - Por que sou tola... Fraca. Não consigo viver sem você. Mesmo sabendo de toda suas aventuras... Esperando suas migalhas... Por amá-lo.
EDINALDO: - Então se contente com que tem. Agora preciso tomar um banho. (Sai)
TÂNIA: - Canalha!
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