PERSONAGENS:
MARIA (Aos 18 anos)
MARIA (Aos 43 anos)
MARION (Aos 20 anos)
MARION (Aos 45 anos)
PADRE OLAVO
FELIPE (Jovem de 25 anos)
GUILHERME (Marido de Maria)
JOÃO (Pai de Maria)
CENA 1
A
CENA COMEÇA EM PLANO ABERTO, HÁ UMA PRAÇA E DE FRENTE A PRAÇA UMA IGREJA
CATÓLICA. MARION ANDA DE UM LADO PARA OUTRO A ESPERA DE UM CLIENTE, É NOITE, DE
REPENTE VÊ UMA JOVEM MULHER, MARIA, CARREGANDO UM BEBÊ QUE SEGUE EM DIREÇÃO A
IGREJA. CÂMERA NA MULHER QUE CHORA MUITO.
MARIA:
- Oh,
filhinho?! Perdoa a mamãe... Perdoa. Mas tem que ser assim... (Beija o bebe) Mamãe te ama! (Tira uma correntinha e põe no bebê) Um
dia você irá me perdoar. (Coloca a criança na escadaria. Marion assiste a tudo
quase sem entender. Laura passa por ela. (Marion
vai até a escadaria e percebe o bebê. Pega-o no colo)
MARION:
- Meu Deus!
É um bebê. Mas como? (O bebê chora)
Oh, meu anjinho! Calma, eu estou aqui. Vou cuidar de você.
PADRE:
- Que
significa isso? Não já lhe disse que não a quero fazendo essas coisas do demo,
aqui na porta da minha igreja?
MARION:
- Veja
Padre...
PADRE:
- De quem é
essa criança?
MARION:
- Acabaram
de abandonar aqui.
(Câmera mostra Laura escondida. Parece mais calma, pois acredita que a
criança será acolhida pelo padre)
PADRE:
- Meu Deus!
Então temos que acionar as autoridades.
MARION:
- Não
Padre, não...
PADRE:
- Como não?
Essa criança precisa ir pra adoção.
MARION:
- Padre,
será que não percebe? Eu vivi uma vida inteira num orfanato. Não é a melhor
coisa. Posso cuidar desse bebê, sei que posso.
PADRE:
- Levando
essa vida pecaminosa? Vou ligar para a polícia...
MARION:
- Essa é
uma chance. Pode ser única, a única de me redimir dos meus pecados. Deixe-me
criar esse bebê como se fosse meu.
PADRE: - Sei que não está certo. Mas te
darei essa chance. Mas estou de olho, e um passo em falso...
MARION: - Eu juro, por tudo de mais
sagrado, o senhor não irá se arrepender.
CENA
III
(TRANSIÇÃO
DE TEMPO – VINTE E CINCO ANOS DEPOIS)
GUILHERME:
- Tem
Certeza que isso mesmo que você deseja fazer?
MARIA:
- Esperei
muitos anos por esse momento.
GUILHERME:
- E se...
MARIA:
- Por
favor... Não vamos pensar nisso. Vai dar tudo certo.
GUILHERME:
- Claro!
MARIA:
- Então
vamos?
GUILHERME:
- Vamos.
(Dá
partida no carro e sai. Câmera foca os olhos lacrimejados de Maria)
Cena
III
(INTERNA
– COZINHA – CASA DE MARION)
FELIPE:
- Bom dia
Dona Marion, muito bom dia!
MARION:
- Que animação
é essa?
FELIPE: - Felicidade dona Marion,
felicidade! (Puxa a mãe e dança com ela
pela cozinha)
MARION:
- Então
toma seu café que saco vazio não para em pé.
FELIPE:
- (Ele senta e se serve) Quero a senhora
hoje lindona, ouviu?
MARION:
- Como se
fosse possível. Sabe que fico sem jeito no meio daquela gente toda.
FELIPE:
- Imagina!
Olha, escuta aqui dona Marion... A senhora é minha mãe, e a pessoa mais
importante que desejo que esteja naquele salão, é você.
MARION:
- Ah,
filho... Sou tão simples no meio daquela gente.
FELIPE:
- Não está
orgulhosa do filhão?
MARION:
- Claro que
estou. Não me cabo em tanto orgulho.
FELIPE:
- É dona
Marion... Não é todo dia que se forma um filho em medicina.
MARION:
- Você fez
por onde filho.
FELIPE:
- Mas
graças a você. Agora deixa eu ir. Tenho que provar o terno. Beijos, beijos e
beijos!
MARION:
- Ai, não
sei por que estou sentindo um aperto no coração...
Cena
IV
(MOSTRA
MARIA DENTRO DO CARRO OLHANDO A PAISAGEM ENQUANTO RELEMBRA O DIA QUE ABANDONOU
O FILHO – CENAS ATUAIS COM FLASHBACK)
MARIA:
- Não tenho
condições de criar nosso filho sozinha...
PAULO:
- (Bêbado) Nosso? Quem me garante que
esse filho é meu?
MARIA:
- Como
ousa... Canalha! (Parte pra cima dele.
Ele dá um tapa na cara dela, ela cai. Há ódio em seu olhar)
- Você não
presta! Devia ter ouvido minha mãe... Meu Deus, como fui burra, burra! Como
pude me iludi...
PAULO:
- Bem que
gostou...
MARIA:
- Seu
bêbado imprestável!
PAULO:
- Acha que
vou cair nessa tua conversinha? Pensa que sou trouxa, é? Que vou assumir essa
criança, que pode ser de qualquer um...
MARIA:
- Nunca
mais repita isso... Tá certo, não se preocupe. Meu filho, ficará bem, será muito
mais feliz longe de um pai como você. (Ela
sai, ele continua a beber)
PAULO:
- Vai...
vai sua vagabunda. O trouxa aqui, não vai cair nessa tua historinha não. Um
filho? (Dá um gole) Só que me
faltava.
Cena
V
(Externa
– Dia - Praça)
GUILHERME:
- Chegamos.
MARIA:
- Pouca
coisa mudou...
GUILHERME:
- Quer que
eu vá com você?
MARIA:
- Melhor,
não...
GUILHERME:
- Tem
certeza?
MARIA:
- Tenho que
enfrentar meus fantasmas. (Desce do
carro)
GUILHERME:
- Então,
está bom. Olha, estou aqui.
MARIA: - Eu sei. Obrigada querido.
(O
beija e segue em direção a igreja. Guilherme a acompanha com olhar, até que ela
entra na igreja)
Cena
VI
(Externa
– Dia – Igreja)
(Maria
entra, se benze. Olha para a imagem de Nossa Senhora como se lhe pedisse
auxílio. Segue em direção a sacristia)
MARIA:
- Padre
Olavo?
PADRE:
- Sim...
MARIA:
- Não me
reconhece?
PADRE:
- Perdão,
não...
MARIA:
- Maria.
PADRE:
- Maria...?
MARIA:
- Filha de
João Tomas...
PADRE:
- Oh,
quanto tempo! Claro. O que atrás de volta depois de tantos anos?
MARIA:
- Meu
filho.
PADRE:
- Filho?
Nunca soube que teve um filho.
MARIA:
- Filho que
o senhor acolheu, aqui, nesta igreja, a vinte e cinco anos atrás.
PADRE:
- Que
história absurda é essa? Não faço ideia do que esteja falando.
LAURA:
- O senhor
e aquela prostituta.
PADRE:
-
Enlouqueceu?
MARIA:
- Só quero
saber onde está meu filho.
PADRE:
- Ainda que
essa história absurda seja verdade... Não acha muito tarde, depois de vinte
cinco anos?...
MARIA:
- A bíblia
diz: nunca é tarde para se arrepender.
PADRE:
- Seu filho
está bem. E sua aparição poderá destruir a vida do rapaz.
MARIA:
- Sou mãe.
PADRE:
- Não
pensou nisso naquela ocasião.
MARIA:
- Tive meus
motivos.
PADRE:
- Fez um
ato de crueldade.
MARIA:
- Não.
Sabia que o senhor o encaminharia... Essa era minha única esperança. É um homem
de Deus.
PADRE:
- Sente-se.
MARIA:
- Vou
contar-lhe tudo. Não foi fácil pra mim... (Flashback)
Cena retorna ao passado.
MARIA:
- Meu
pai... Pelo amor de Deus, por tudo que há de mais sagrado... Não tenho pra onde
ir... Não posso sair pelo o mundo com uma criança de colo.
JOÃO:
- Não tenho
filha.
MARIA:
- Pai...
JOÃO:
- Não me
chame de pai. É pra mim uma estranha.
MARIA:
- Pai, sou
eu, tua filha...
JOÃO:
- Minha
filha morreu. Tá morta e enterrada. Você é uma estranha. Portanto, pegue seus
panos de bunda e saia da minha frente.
MARIA:
- Pai...
JOÃO:
- Sai da minha frente que não quero
ver essa tua cara cínica... Pega teus trapos e esse filho do demo e desaparece.
(Ela pega a trouxa de roupa e o filho.
Segue até a porta. Para).
MARIA:
- Sua
benção pai... (Senta no alpendre da
porta, faz um cigarro de fumo. Não responde, ela segue, triste, sem rumo).
Cena retorna ao presente.
PADRE:
- Aqui está
o endereço. Não sei se resolverá seu problema. Que Deus a perdoe por seu
pecado.
LAURA:
- O senhor
não me absorve, mesmo depois de minha confissão?
PADRE:
- Sim, eu
lhe absorvo em nome de Nosso senhor Jesus Cristo. E você?
Cena
VII
(Externa
– Praça – Igreja)
(Chorando,
caminha para o carro, com o endereço na mão).
GUILHERME:
- Que foi?
Você está se sentindo bem?
LAURA:
- Sim. (Parece indecisa) Aqui está o endereço.
Vamos?
GUILHERME:
- Sim,
vamos.
(Laura
segura firme o papel, há uma tensão em suas mãos)
GUILHERME:
- Ainda há
tempo de desistir.
LAURA:
- Adiei
esse encontro por longos vinte e cinco anos. E não vou mais adiar. (Ele dá partida. Saem).
Cena
VIII
INTERNA
– DIA – CASA DE MARION
(MARION
ESTA ESTÁ TIRANDO A MESA)
MARIOIN:
- Ah,
sempre esquecido. (Vai até a porta)
Pois não?
MARIA:
- Posso
entrar?
MARIOIN:
- Bom...
Mas quem é a senhora?
MARIA:
- Tenho uma
conversa muito importante pra ter com a senhora.
MARIOIN:
- Creio que
haja um engano. Pois não lhe conheço.
MARIA:
- Será que
não Marion?
MARIOIN:
- Como sabe
meu nome? Quem é você?
MARIA:
- Não
imagina? Que lhe diz seu coração?
MARIOIN:
- Não, não
pode ser.
MARIA:
- Sou a
mãe...
MARIOIN:
- Não, não
é. Que pensa que está fazendo? É meu filho. Saia da minha casa agora.
MARIA:
- Sabe que
sou mãe.
MARIOIN:
- Que
espécie de mãe é você? Que abandona um filho, recém-nascido, pequeno e indefeso,
na porta da igreja?...
MARIA:
- Eu tive
meus motivos...
MARION:
- Não me
interessa seus motivos. Eu sou mãe dele. O criei com todo amor... Amor este que
você o negou.
MARIA:
- Você... você
era a prostituta...
MARIOIN:
-
Prostituta que viu uma criança recém-nascida ser abandonada, como se fosse um
objeto qualquer.
MARIA:
- Fui obrigada pelas circunstâncias...
MARIOIN:
- Nada
justifica; saia daqui. Fique longe do meu filho.
(Chega padre Olavo)
PADRE:
- O que
pensam que estão fazendo? Dá pra ouvir os Gritos de vocês a distância.
MARIOIN:
- Essa
mulher... Não vai tirar meu filho de mim. Não depois de vinte cinco anos.
MARIA:
- Só desejo
conversar com meu filho. Olhar nos olhos dele, e conta a minha história.
MARIOIN:
- Você não
pode fazer isso. Vai arruinar a vida do meu filho.
PADRE:
- Chega!
Parem vocês duas.
MARIOIN:
- Padre.
Ela não pode fazer isso.
PADRE:
- Marion...
Ela é mãe biológica, sabia que cedo ou tarde isso poderia acontecer. Ela errou,
mas nós também erramos quando mantivemos esse segredo. E Deus sabe o quanto
isso me torturou por todos esses anos. Esse é o momento de corrigir os nossos
erros do passado.
MARIOIN:
- Não,
não... Vai arruinar com a vida do meu menino.
MARIA:
- Padre, só
quero vê meu filho, conversar com ele.
PADRE:
- Vou
prepara-lo para essa conversa. A senhora, vá à casa paroquial hoje às 18 horas.
(Maria sai)
MARIOIN:
- Não
Padre. Por tudo que é mais sagrado. Isso não pode acontecer.
PADRE:
- Tenha fé
minha filha.
Cena
IX
É
MOSTRADA IMAGENS DO FIM DE TARDE
INTERNA
– TARDE – CASA PAROQUIAL
FELIPE:
- Como pode
isso... É uma história terrível, abominável...
MARIOIN: -
Filho...
FELIPE:
- Por que
nunca me contou nada? Sempre acreditei que era minha mãe. Que meu pai havia nos
abandonado...
PADRE:
- Meu
filho, Marion fez isso pra poupá-lo.
FELIPE:
- Pra
depois de 25 anos me dá um golpe fatal?
MARIOIN:
- Não meu
filho. Não diga isso. Tudo que fiz foi por amor. Por amos a você.
FELIPE:
- E essa
mulher, quem é? Onde está? Por que voltou agora?
Cena
X
EXTERNA
– TARDE – EM FRENTE A CASA PAROQUIAL
(Maria
está com Guilherme dentro do carro)
MARIA:
- Que será que está acontecendo?
GUILHERME:
- Calma...
MARIA:
- Como posso ter calma? É meu filho
que está lá.
GUILHERME:
- Eu sei minha querida.
MARIA:
- E se ele não quiser falar comigo?
GUILHERME:
- Ao menos
você tentou. Se esperamos até aqui, podemos esperar mais um pouco.
MARIA:
- Meu
filho, meu filhinho... (Flashback)
(Maria
está sentada se protegendo da chuva com a criança nos braços, há choro de
criança, ela está em desespero. Seu estado é deprimente).
MARIA:
- Oh, meu
filhinho... Fica calmo meu anjinho... Vai passar, vai passar... Olha, psiu!
Mamãe vai dar um jeito. Prometo! Oh, meu Deus! Me ajuda... Me mostra um
caminho, uma luz. (Chora
descontroladamente)
Cena retorna ao presente.
(Maria pega
um terço e aperta com força. Guilherme pega em sua outra mão e a beija
carinhosamente.
Cena
XI
É
MOSTRADA IMAGENS DO FIM DE TARDE
INTERNA
– TARDE – CASA PAROQUIAL
PADRE:
- Ela
poderá lhe explicar...
MARIOIN:
- Filho,
você não precisa passar por isso. Você tem sua vida, sua história...
FELIPE:
- Baseada
em mentiras? Será que meu nome é mesmo Felipe? Quem sou eu de verdade?
MARIOIN:
- Meu
filho. Um rapaz brilhante. Um filho amado...
PADRE:
- Você quer
conversar com... sua mãe?
FELIPE:
- (Hesita) Quero.
(MARIOIN
TENTA CAMINHAR ATÉ O FILHO O PADRE A SEGURA PELOS OMBROS)
PADRE:
- Vou pedir
para que entre. (Saem)
(FELIPE
CAMINHA TENSO DE UM LADO PARA OUTRO)
Cena
XII
EXTERNA
– TARDE – EM FRENTE A CASA PAROQUIAL
MARIA:
- Estão vindo...
(GUILHERME
ABRE A PORTA E AUXILIA MARIA A DESCER DO CARRO).
(O
PADRE CAMINHA ATÉ OS DOIS, MARION OBSERVA DE LONGE).
PADRE:
- Seu filho
lhe espera.
(EM
SILÊNCIO MARIA CAMINHA ATÉ A IGREJA. MARION A SEGURA PELO BRAÇO. HÁ ÓDIO NOS
OLHOS DELA).
MARIOIN:
- Não vai
envenenar meu filho com suas mentiras.
(MARIA
SEGUE ENFRENTE)
Cena
XIII
INTERNA
– TARDE –CASA PAROQUIAL
MARIA:
- Meu
filho...
FELIPE:
- Por que?
Por que... Como você foi capaz? Que tipo de mulher é você, ou melhor... Que
tipo de ser humano é você?
MARIA:
- Sei que é
difícil pra você...
FELIPE:
- Difícil?
Estou diante de uma mulher que fez uma monstruosidade com um ser tão indefeso.
E que é pior, seu próprio filho.
MARIA:
- Sempre
soube que essa nossa conversa não seria fácil... Mas estou disposta a lhe
explicar tudo.
FELIPE:
- Acha
mesmo que para uma barbárie dessa tem explicações?
MARIA:
- Eu era
muito jovem, inexperiente...
FELIPE:
- (Ele suspira desacreditado)
MARIA:
- Me
envolvi com um rapaz... Filha de pais rígidos... engravidei, e meu pai jamais
poderia saber disso, pois o homem que eu amava, seu pai, ao saber da gravidez,
deu o pé. Eu mantive a gravidez em segredo, minha barriga era muito pequena...
Fui trabalhar
numa fazenda afastada da cidade e lá dei luz a você, sozinha, dentro de um
banheiro, cortei o cordão umbilical com uma gilete, tive sérios problemas de
saúde, sem condições de criá-lo, não vi outra opção...
FELIPE:
- A não ser
me descartar como se descarta um lixo qualquer...
MARIA:
- Não. Tinha
em mente te deixar ali, para que o Padre Olavo o encontrasse, e depois, em
minha ingenuidade acreditava que voltaria e lhe reencontraria...
FELIPE:
- E
reencontrou, vinte e cinco anos depois. E acha que com essa historinha
melodramática, quase baseada ema trama de novela mexicana, irá apagar todo
passado?
MARIA:
- Sei que é
difícil... A Marion fez um ótimo trabalho. Fez de você um homem. Um grande
homem, pelo que percebo.
FELIPE:
- Qual é o
meu nome?
MARIA:
- Eu o
chamava de Carlos... Carlinhos. O meu anjinho...
FELIPE:
- Carlinhos,
está morto. Morreu naquele dia em que você o abandou. Quem está aqui diante de
você é Felipe, filho de Marion...
MARIA:
- Só espero
que um dia você possa me perdoar.
FELIPE:
- Você que
tem que se perdoar.
MARIA: - Meu filho.
FELIPE:
- Não me
chame de filho, por favor... Nossa conversa termina aqui. Minha mãe me espera.
Hoje é um dia muito especial pra mim. É o dia de retribuir toda luta dela pra
que eu seja quem sou.
(MARIA
NÃO SEGURA AS LÁGRIMAS E SAI EM PRANTOS SE DIRIGE AO CARRO. PASSA PELO PADRE E
MARION. MARION ABRAÇA O FILHO QUE SAI EM SEGUIDA. LAURA É AMPARADA POR GUILHERME.
MARION SE APROXIMA DO CARRO).
MARION:
- Imagino
sua dor... Não é fácil apagar vinte cinco anos de história como se nada tivesse
acontecido.
(LAURA
COLOCA Os ÓCULOS ESCUROS COMO SE QUISESSE ESCONDER SUA TRISTEZA)
MARION:
- Dê tempo
ao tempo, agora que sabe a verdade, quem sabe um dia não lhe perdoe.
(GUILHERME
DAR PARTIDA. MARION OBSERVA O CARRO SE AFASTAR. RETORNA ABRAÇA O FILHO E
DESAPARECEM NA PAISAGEM).