fevereiro 24, 2016

MARCAS DO PASSADO - ROTEIRO


PERSONAGENS:

MARIA (Aos 18 anos)

MARIA (Aos 43 anos)

MARION (Aos 20 anos)

MARION (Aos 45 anos)

PADRE OLAVO

FELIPE (Jovem de 25 anos)

GUILHERME (Marido de Maria)

JOÃO (Pai de Maria)



CENA 1

A CENA COMEÇA EM PLANO ABERTO, HÁ UMA PRAÇA E DE FRENTE A PRAÇA UMA IGREJA CATÓLICA. MARION ANDA DE UM LADO PARA OUTRO A ESPERA DE UM CLIENTE, É NOITE, DE REPENTE VÊ UMA JOVEM MULHER, MARIA, CARREGANDO UM BEBÊ QUE SEGUE EM DIREÇÃO A IGREJA. CÂMERA NA MULHER QUE CHORA MUITO.



MARIA:

- Oh, filhinho?! Perdoa a mamãe... Perdoa. Mas tem que ser assim... (Beija o bebe) Mamãe te ama! (Tira uma correntinha e põe no bebê) Um dia você irá me perdoar. (Coloca a criança na escadaria. Marion assiste a tudo quase sem entender. Laura passa por ela. (Marion vai até a escadaria e percebe o bebê. Pega-o no colo)



MARION:

- Meu Deus! É um bebê. Mas como? (O bebê chora) Oh, meu anjinho! Calma, eu estou aqui. Vou cuidar de você.



PADRE:

- Que significa isso? Não já lhe disse que não a quero fazendo essas coisas do demo, aqui na porta da minha igreja?



MARION:

- Veja Padre...



PADRE:

- De quem é essa criança?



MARION:

- Acabaram de abandonar aqui.



(Câmera mostra Laura escondida. Parece mais calma, pois acredita que a criança será acolhida pelo padre)



PADRE:

- Meu Deus! Então temos que acionar as autoridades.



MARION:

- Não Padre, não...



PADRE:

- Como não? Essa criança precisa ir pra adoção.

MARION:

- Padre, será que não percebe? Eu vivi uma vida inteira num orfanato. Não é a melhor coisa. Posso cuidar desse bebê, sei que posso.



PADRE:

- Levando essa vida pecaminosa? Vou ligar para a polícia...



MARION:

- Essa é uma chance. Pode ser única, a única de me redimir dos meus pecados. Deixe-me criar esse bebê como se fosse meu.



PADRE: - Sei que não está certo. Mas te darei essa chance. Mas estou de olho, e um passo em falso...



MARION: - Eu juro, por tudo de mais sagrado, o senhor não irá se arrepender.



CENA III

(TRANSIÇÃO DE TEMPO – VINTE E CINCO ANOS DEPOIS)



GUILHERME:

- Tem Certeza que isso mesmo que você deseja fazer?



MARIA:

- Esperei muitos anos por esse momento.



GUILHERME:

- E se...



MARIA:

- Por favor... Não vamos pensar nisso. Vai dar tudo certo.



GUILHERME:

- Claro!



MARIA:

- Então vamos?



GUILHERME:

- Vamos.



(Dá partida no carro e sai. Câmera foca os olhos lacrimejados de Maria)



Cena III

(INTERNA – COZINHA – CASA DE MARION)



FELIPE:

- Bom dia Dona Marion, muito bom dia!



MARION:

- Que animação é essa?



FELIPE: - Felicidade dona Marion, felicidade! (Puxa a mãe e dança com ela pela cozinha)



MARION:

- Então toma seu café que saco vazio não para em pé.



FELIPE:

- (Ele senta e se serve) Quero a senhora hoje lindona, ouviu?



MARION:

- Como se fosse possível. Sabe que fico sem jeito no meio daquela gente toda.



FELIPE:

- Imagina! Olha, escuta aqui dona Marion... A senhora é minha mãe, e a pessoa mais importante que desejo que esteja naquele salão, é você.



MARION:

- Ah, filho... Sou tão simples no meio daquela gente.



FELIPE:

- Não está orgulhosa do filhão?

MARION:

- Claro que estou. Não me cabo em tanto orgulho.



FELIPE:

- É dona Marion... Não é todo dia que se forma um filho em medicina.



MARION:

- Você fez por onde filho.



FELIPE:

- Mas graças a você. Agora deixa eu ir. Tenho que provar o terno. Beijos, beijos e beijos!



MARION:

- Ai, não sei por que estou sentindo um aperto no coração...



Cena IV

(MOSTRA MARIA DENTRO DO CARRO OLHANDO A PAISAGEM ENQUANTO RELEMBRA O DIA QUE ABANDONOU O FILHO – CENAS ATUAIS COM FLASHBACK)



MARIA:

- Não tenho condições de criar nosso filho sozinha...







PAULO:

- (Bêbado) Nosso? Quem me garante que esse filho é meu?



MARIA:

- Como ousa... Canalha! (Parte pra cima dele. Ele dá um tapa na cara dela, ela cai. Há ódio em seu olhar)

- Você não presta! Devia ter ouvido minha mãe... Meu Deus, como fui burra, burra! Como pude me iludi...



PAULO:

- Bem que gostou...



MARIA:

- Seu bêbado imprestável!



PAULO:

- Acha que vou cair nessa tua conversinha? Pensa que sou trouxa, é? Que vou assumir essa criança, que pode ser de qualquer um...



MARIA:

- Nunca mais repita isso... Tá certo, não se preocupe. Meu filho, ficará bem, será muito mais feliz longe de um pai como você. (Ela sai, ele continua a beber)





PAULO:

- Vai... vai sua vagabunda. O trouxa aqui, não vai cair nessa tua historinha não. Um filho? (Dá um gole) Só que me faltava.



Cena V

(Externa – Dia - Praça)



GUILHERME:

- Chegamos.



MARIA:

- Pouca coisa mudou...



GUILHERME:

- Quer que eu vá com você?



MARIA:

- Melhor, não...



GUILHERME:

- Tem certeza?



MARIA:

- Tenho que enfrentar meus fantasmas. (Desce do carro)







GUILHERME:

- Então, está bom. Olha, estou aqui.



MARIA: - Eu sei. Obrigada querido.



 (O beija e segue em direção a igreja. Guilherme a acompanha com olhar, até que ela entra na igreja)



Cena VI



(Externa – Dia – Igreja)

(Maria entra, se benze. Olha para a imagem de Nossa Senhora como se lhe pedisse auxílio. Segue em direção a sacristia)



MARIA:

- Padre Olavo?



PADRE:

- Sim...



MARIA:

- Não me reconhece?



PADRE:

- Perdão, não...



MARIA:

- Maria.

PADRE:

- Maria...?



MARIA:

- Filha de João Tomas...



PADRE:

- Oh, quanto tempo! Claro. O que atrás de volta depois de tantos anos?



MARIA:

- Meu filho.



PADRE:

- Filho? Nunca soube que teve um filho.



MARIA:

- Filho que o senhor acolheu, aqui, nesta igreja, a vinte e cinco anos atrás.



PADRE:

- Que história absurda é essa? Não faço ideia do que esteja falando.



LAURA:

- O senhor e aquela prostituta.



PADRE:

- Enlouqueceu?



MARIA:

- Só quero saber onde está meu filho.



PADRE:

- Ainda que essa história absurda seja verdade... Não acha muito tarde, depois de vinte cinco anos?...



MARIA:

- A bíblia diz: nunca é tarde para se arrepender.



PADRE:

- Seu filho está bem. E sua aparição poderá destruir a vida do rapaz.



MARIA:

- Sou mãe.



PADRE:

- Não pensou nisso naquela ocasião.



MARIA:

- Tive meus motivos.



PADRE:

- Fez um ato de crueldade.



MARIA:

- Não. Sabia que o senhor o encaminharia... Essa era minha única esperança. É um homem de Deus.



PADRE:

- Sente-se.



MARIA:

- Vou contar-lhe tudo. Não foi fácil pra mim... (Flashback)



Cena retorna ao passado.

MARIA:

- Meu pai... Pelo amor de Deus, por tudo que há de mais sagrado... Não tenho pra onde ir... Não posso sair pelo o mundo com uma criança de colo.



JOÃO:

- Não tenho filha.



MARIA:

- Pai...





JOÃO:

- Não me chame de pai. É pra mim uma estranha.



MARIA:

- Pai, sou eu, tua filha...



JOÃO:

- Minha filha morreu. Tá morta e enterrada. Você é uma estranha. Portanto, pegue seus panos de bunda e saia da minha frente.



MARIA:

- Pai...



JOÃO:

- Sai da minha frente que não quero ver essa tua cara cínica... Pega teus trapos e esse filho do demo e desaparece. (Ela pega a trouxa de roupa e o filho. Segue até a porta. Para).



MARIA:

- Sua benção pai... (Senta no alpendre da porta, faz um cigarro de fumo. Não responde, ela segue, triste, sem rumo).



Cena retorna ao presente.



PADRE:

- Aqui está o endereço. Não sei se resolverá seu problema. Que Deus a perdoe por seu pecado.



LAURA:

- O senhor não me absorve, mesmo depois de minha confissão?



PADRE:

- Sim, eu lhe absorvo em nome de Nosso senhor Jesus Cristo. E você?



Cena VII

(Externa – Praça – Igreja)

(Chorando, caminha para o carro, com o endereço na mão).



GUILHERME:

- Que foi? Você está se sentindo bem?



LAURA:

- Sim. (Parece indecisa) Aqui está o endereço. Vamos?



GUILHERME:

- Sim, vamos.



(Laura segura firme o papel, há uma tensão em suas mãos)



GUILHERME:

- Ainda há tempo de desistir.



LAURA:

- Adiei esse encontro por longos vinte e cinco anos. E não vou mais adiar. (Ele dá partida. Saem).



Cena VIII

INTERNA – DIA – CASA DE MARION

(MARION ESTA ESTÁ TIRANDO A MESA)



MARIOIN:

- Ah, sempre esquecido. (Vai até a porta) Pois não?



MARIA:

- Posso entrar?



MARIOIN:

- Bom... Mas quem é a senhora?



MARIA:

- Tenho uma conversa muito importante pra ter com a senhora.



MARIOIN:

- Creio que haja um engano. Pois não lhe conheço.



MARIA:

- Será que não Marion?



MARIOIN:

- Como sabe meu nome? Quem é você?



MARIA:

- Não imagina? Que lhe diz seu coração?



MARIOIN:

- Não, não pode ser.



MARIA:

- Sou a mãe...



MARIOIN:

- Não, não é. Que pensa que está fazendo? É meu filho. Saia da minha casa agora.



MARIA:

- Sabe que sou mãe.



MARIOIN:

- Que espécie de mãe é você? Que abandona um filho, recém-nascido, pequeno e indefeso, na porta da igreja?...



MARIA:

- Eu tive meus motivos...



MARION:

- Não me interessa seus motivos. Eu sou mãe dele. O criei com todo amor... Amor este que você o negou.



MARIA:

- Você... você era a prostituta...



MARIOIN:

- Prostituta que viu uma criança recém-nascida ser abandonada, como se fosse um objeto qualquer.



MARIA:

- Fui obrigada pelas circunstâncias...



MARIOIN:

- Nada justifica; saia daqui. Fique longe do meu filho.



(Chega padre Olavo)



PADRE:

- O que pensam que estão fazendo? Dá pra ouvir os Gritos de vocês a distância.





MARIOIN:

- Essa mulher... Não vai tirar meu filho de mim. Não depois de vinte cinco anos.



MARIA:

- Só desejo conversar com meu filho. Olhar nos olhos dele, e conta a minha história.



MARIOIN:

- Você não pode fazer isso. Vai arruinar a vida do meu filho.



PADRE:

- Chega! Parem vocês duas.



MARIOIN:

- Padre. Ela não pode fazer isso.



PADRE:

- Marion... Ela é mãe biológica, sabia que cedo ou tarde isso poderia acontecer. Ela errou, mas nós também erramos quando mantivemos esse segredo. E Deus sabe o quanto isso me torturou por todos esses anos. Esse é o momento de corrigir os nossos erros do passado.







MARIOIN:

- Não, não... Vai arruinar com a vida do meu menino.



MARIA:

- Padre, só quero vê meu filho, conversar com ele.



PADRE:

- Vou prepara-lo para essa conversa. A senhora, vá à casa paroquial hoje às 18 horas. (Maria sai)



MARIOIN:

- Não Padre. Por tudo que é mais sagrado. Isso não pode acontecer.



PADRE:

- Tenha fé minha filha.



Cena IX

É MOSTRADA IMAGENS DO FIM DE TARDE

INTERNA – TARDE – CASA PAROQUIAL



FELIPE:

- Como pode isso... É uma história terrível, abominável...



MARIOIN: -

 Filho...

FELIPE:

- Por que nunca me contou nada? Sempre acreditei que era minha mãe. Que meu pai havia nos abandonado...



PADRE:

- Meu filho, Marion fez isso pra poupá-lo.



FELIPE:

- Pra depois de 25 anos me dá um golpe fatal?



MARIOIN:

- Não meu filho. Não diga isso. Tudo que fiz foi por amor. Por amos a você.



FELIPE:

- E essa mulher, quem é? Onde está? Por que voltou agora?



Cena X

EXTERNA – TARDE – EM FRENTE A CASA PAROQUIAL

(Maria está com Guilherme dentro do carro)



MARIA:

- Que será que está acontecendo?



GUILHERME:

- Calma...

MARIA:

- Como posso ter calma? É meu filho que está lá.



GUILHERME:

- Eu sei minha querida.



MARIA:

- E se ele não quiser falar comigo?



GUILHERME:

- Ao menos você tentou. Se esperamos até aqui, podemos esperar mais um pouco.



MARIA:

- Meu filho, meu filhinho... (Flashback)



(Maria está sentada se protegendo da chuva com a criança nos braços, há choro de criança, ela está em desespero. Seu estado é deprimente).



MARIA:

- Oh, meu filhinho... Fica calmo meu anjinho... Vai passar, vai passar... Olha, psiu! Mamãe vai dar um jeito. Prometo! Oh, meu Deus! Me ajuda... Me mostra um caminho, uma luz. (Chora descontroladamente)



Cena retorna ao presente.

(Maria pega um terço e aperta com força. Guilherme pega em sua outra mão e a beija carinhosamente.



Cena XI

É MOSTRADA IMAGENS DO FIM DE TARDE

INTERNA – TARDE – CASA PAROQUIAL



PADRE:

- Ela poderá lhe explicar...



MARIOIN:

- Filho, você não precisa passar por isso. Você tem sua vida, sua história...



FELIPE:

- Baseada em mentiras? Será que meu nome é mesmo Felipe? Quem sou eu de verdade?



MARIOIN:

- Meu filho. Um rapaz brilhante. Um filho amado...



PADRE:

- Você quer conversar com... sua mãe?



FELIPE:

- (Hesita) Quero.



(MARIOIN TENTA CAMINHAR ATÉ O FILHO O PADRE A SEGURA PELOS OMBROS)



PADRE:

- Vou pedir para que entre. (Saem)



(FELIPE CAMINHA TENSO DE UM LADO PARA OUTRO)



Cena XII

EXTERNA – TARDE – EM FRENTE A CASA PAROQUIAL



MARIA:

- Estão vindo...



(GUILHERME ABRE A PORTA E AUXILIA MARIA A DESCER DO CARRO).

(O PADRE CAMINHA ATÉ OS DOIS, MARION OBSERVA DE LONGE).



PADRE:

- Seu filho lhe espera.



(EM SILÊNCIO MARIA CAMINHA ATÉ A IGREJA. MARION A SEGURA PELO BRAÇO. HÁ ÓDIO NOS OLHOS DELA).



MARIOIN:

- Não vai envenenar meu filho com suas mentiras.



(MARIA SEGUE ENFRENTE)



Cena XIII

INTERNA – TARDE –CASA PAROQUIAL



MARIA:

- Meu filho...



FELIPE:

- Por que? Por que... Como você foi capaz? Que tipo de mulher é você, ou melhor... Que tipo de ser humano é você?



MARIA:

- Sei que é difícil pra você...



FELIPE:

- Difícil? Estou diante de uma mulher que fez uma monstruosidade com um ser tão indefeso. E que é pior, seu próprio filho.



MARIA:

- Sempre soube que essa nossa conversa não seria fácil... Mas estou disposta a lhe explicar tudo.

FELIPE:

- Acha mesmo que para uma barbárie dessa tem explicações?



MARIA:

- Eu era muito jovem, inexperiente...

FELIPE:

- (Ele suspira desacreditado)



MARIA:

- Me envolvi com um rapaz... Filha de pais rígidos... engravidei, e meu pai jamais poderia saber disso, pois o homem que eu amava, seu pai, ao saber da gravidez, deu o pé. Eu mantive a gravidez em segredo, minha barriga era muito pequena...

Fui trabalhar numa fazenda afastada da cidade e lá dei luz a você, sozinha, dentro de um banheiro, cortei o cordão umbilical com uma gilete, tive sérios problemas de saúde, sem condições de criá-lo, não vi outra opção...



FELIPE:

- A não ser me descartar como se descarta um lixo qualquer...



MARIA:

- Não. Tinha em mente te deixar ali, para que o Padre Olavo o encontrasse, e depois, em minha ingenuidade acreditava que voltaria e lhe reencontraria...



FELIPE:

- E reencontrou, vinte e cinco anos depois. E acha que com essa historinha melodramática, quase baseada ema trama de novela mexicana, irá apagar todo passado?

MARIA:

- Sei que é difícil... A Marion fez um ótimo trabalho. Fez de você um homem. Um grande homem, pelo que percebo.



FELIPE:

- Qual é o meu nome?



MARIA:

- Eu o chamava de Carlos... Carlinhos. O meu anjinho...



FELIPE:

- Carlinhos, está morto. Morreu naquele dia em que você o abandou. Quem está aqui diante de você é Felipe, filho de Marion...



MARIA:

- Só espero que um dia você possa me perdoar.



FELIPE:

- Você que tem que se perdoar.



MARIA: - Meu filho.



FELIPE:

- Não me chame de filho, por favor... Nossa conversa termina aqui. Minha mãe me espera. Hoje é um dia muito especial pra mim. É o dia de retribuir toda luta dela pra que eu seja quem sou.



(MARIA NÃO SEGURA AS LÁGRIMAS E SAI EM PRANTOS SE DIRIGE AO CARRO. PASSA PELO PADRE E MARION. MARION ABRAÇA O FILHO QUE SAI EM SEGUIDA. LAURA É AMPARADA POR GUILHERME. MARION SE APROXIMA DO CARRO).



MARION:

- Imagino sua dor... Não é fácil apagar vinte cinco anos de história como se nada tivesse acontecido.



(LAURA COLOCA Os ÓCULOS ESCUROS COMO SE QUISESSE ESCONDER SUA TRISTEZA)

MARION:

- Dê tempo ao tempo, agora que sabe a verdade, quem sabe um dia não lhe perdoe.



(GUILHERME DAR PARTIDA. MARION OBSERVA O CARRO SE AFASTAR. RETORNA ABRAÇA O FILHO E DESAPARECEM NA PAISAGEM).


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