O teatro do oprimido surge na década de 70 com sua característica marcante de militância trás um teatro de resistência fazendo frente ao regime militar.
Em 1971 exilado, percorre diversos
países da América Latina. E no Peru em 1973 participa de uma campanha de
alfabetização onde aproveita a experiência pra aprofundar seus conceitos, e
sobre a influencia do educador Paulo Freire elabora uma pedagogia para construída
pelos oprimidos.
Boal cria uma prática teatral
revolucionária, prática essa que incita os oprimidos a lutarem pela sua
libertação. Nisto nasce então às formas do teatro invisível e do teatro foro, cujo
esquema dramatúrgico é basicamente o mesmo: uma cena curta contendo uma
situação de opressão é apresentada para, num momento seguinte, o ator que
desempenha o papel de oprimido ser
substituído por um voluntário da plateia. Este deverá, improvisando, trazer
saídas válidas que contornem ou destruam a fonte opressora.
Na Europa Boal desenvolve o teatro imagem e
o arco íris do desejo,
onde retrata temas como preconceitos
raciais ou a opressão machista vinculando-o às lutas das minorias. definindo o
perfil psicoterapêutico do teatro do oprimido
Ao retornar para o Brasil, em 1983,
difunde o movimento do oprimido e funda o Centro do Teatro do Oprimido em 1986.
Desenvolvido por Augusto Boal esse
teatro, denominado do Oprimido Boal incrementa sua aproximação com Bertolt
Brecht e monta Teatro
Jornal, 1971, com o Núcleo 2 do Teatro de Arena.
A encenação, aberta ao improviso,
utiliza notícias do dia, comentadas pelos atores de diversos modos. Outros
textos também são utilizados durantes essas notícias para polemizar, numa
crítica global das formas narrativas tradicionais e faz críticas à Poética.
O teatro do Oprimido é um teatro
moderno e considerado contemporâneo e tem como objetivo trabalhar de forma
estética o desenvolvimento senso crítico e intelectual tanto dos atores quanto
da plateia em perceber o mundo.
Para isto Boal se utiliza dos jogos
teatrais como treinamento, através das regras e liberdade. Embora se pareça
contraditório, de fato esses contrapontos são necessários para se entender o
ser humano, onde as regras são necessárias para sociedade enquanto a liberdade
se refere ao processo de criação.
Esse teatro nos leva as outras
ramificações criativas como o teatro imagem, onde se desprende da palavra e dá
ênfase ao movimento, as expressões físicas, ou seja um processo que se utiliza
muito a mímica. Enquanto isso o teatro Jornal já trabalha com a palavra, mas
não qualquer palavra, e sim notícias abrindo em cena um grande debate sofre os
fatos.
Outra ramificação do teatro do
Oprimido é o Arco-íres dos desejos que trabalha com a parte da imaginação onde
se analisa o que é real e o que é ideal. Também temos o teatro Forum que é um
teatro que tem até um roteiro, mas quando chega a seu ápice o espetáculo é
interrompido e o publico é convidado a participar, e tem a missão de solucionar
o conflito ali instaurado dando uma dinâmica de improviso.
O teatro invisível que também faz parte dessa
ramificação, tem uma temática, seu foco em situações do cotidiano que muitas
vezes pra nós é invisível. Como por exemplo uma pessoa em situação de rua. É um
teatro que que abre uma discursão mais filosófica.
Por último temos o teatro Legislativo
é um teatro muito mais foca e dramaturgicamente desenvolvido falando sobre
leis. Gerando um debate sobre leis em vigência, leis que estão tramitando ou
leis que seriam ideais de serem criadas... Nisto cria-se uma espécie de foro
onde insere o público a participar e debater os temas propostos com base nas
leis. Uma das grandes características desse teatro é que ele pode ser
representado em escolas, universidades, centros comunitários e praças públicas.
O teatro do oprimido em resumo é um
teatro que trás em sua dramaturgia temas específicos e comuns a sociedade
gerando um grande debate entre atores e plateia.
O Teatro do Oprimido congrega hoje
grupos em todo o Brasil, com ênfase no Estado do Rio de Janeiro, especialmente
vinculados às ações pela cidadania. Difundido em todo o mundo, estudado por
teóricos de áreas variadas,
Do ponto de vista artístico, o oprimido pode ser
alinhado às experiências militantes das vanguardas Sociologicamente, representa
uma variação politizada o equacionamento cênico dos conteúdos sociais, uma
proposta que une o teatro à pedagogia de ação direta.
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BANU,
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autoritário. São Paulo: Proposta, 1993.
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do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1977.
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