fevereiro 19, 2021

TEATRO DO OPRIMIDO

O teatro do oprimido surge na década de 70 com sua característica marcante de militância trás um teatro de resistência fazendo frente ao regime militar.

 

Em 1971 exilado, percorre diversos países da América Latina. E no Peru em 1973 participa de uma campanha de alfabetização onde aproveita a experiência pra aprofundar seus conceitos, e sobre a influencia do educador Paulo Freire elabora uma pedagogia para construída pelos oprimidos.

 

Boal cria uma prática teatral revolucionária, prática essa que incita os oprimidos a lutarem pela sua libertação. Nisto nasce então às formas do teatro invisível e do teatro foro, cujo esquema dramatúrgico é basicamente o mesmo: uma cena curta contendo uma situação de opressão é apresentada para, num momento seguinte, o ator que desempenha o papel de oprimido ser substituído por um voluntário da plateia. Este deverá, improvisando, trazer saídas válidas que contornem ou destruam a fonte opressora.

 

Na Europa Boal desenvolve o teatro imagem e o arco íris do desejo, onde retrata temas como  preconceitos raciais ou a opressão machista vinculando-o às lutas das minorias. definindo o perfil psicoterapêutico do teatro do oprimido

 

Ao retornar para o Brasil, em 1983, difunde o movimento do oprimido e funda o Centro do Teatro do Oprimido em 1986.

 

Desenvolvido por Augusto Boal esse teatro, denominado do Oprimido Boal incrementa sua aproximação com Bertolt Brecht e monta  Teatro Jornal, 1971, com o Núcleo 2 do Teatro de Arena.

 

A encenação, aberta ao improviso, utiliza notícias do dia, comentadas pelos atores de diversos modos. Outros textos também são utilizados durantes essas notícias para polemizar, numa crítica global das formas narrativas tradicionais e faz críticas à Poética.

 

O teatro do Oprimido é um teatro moderno e considerado contemporâneo e tem como objetivo trabalhar de forma estética o desenvolvimento senso crítico e intelectual tanto dos atores quanto da plateia em perceber o mundo.

 

Para isto Boal se utiliza dos jogos teatrais como treinamento, através das regras e liberdade. Embora se pareça contraditório, de fato esses contrapontos são necessários para se entender o ser humano, onde as regras são necessárias para sociedade enquanto a liberdade se refere ao processo de criação.

 

Esse teatro nos leva as outras ramificações criativas como o teatro imagem, onde se desprende da palavra e dá ênfase ao movimento, as expressões físicas, ou seja um processo que se utiliza muito a mímica. Enquanto isso o teatro Jornal já trabalha com a palavra, mas não qualquer palavra, e sim notícias abrindo em cena um grande debate sofre os fatos.

 

Outra ramificação do teatro do Oprimido é o Arco-íres dos desejos que trabalha com a parte da imaginação onde se analisa o que é real e o que é ideal. Também temos o teatro Forum que é um teatro que tem até um roteiro, mas quando chega a seu ápice o espetáculo é interrompido e o publico é convidado a participar, e tem a missão de solucionar o conflito ali instaurado dando uma dinâmica de improviso.

 O teatro invisível que também faz parte dessa ramificação, tem uma temática, seu foco em situações do cotidiano que muitas vezes pra nós é invisível. Como por exemplo uma pessoa em situação de rua. É um teatro que que abre uma discursão mais filosófica.

 

Por último temos o teatro Legislativo é um teatro muito mais foca e dramaturgicamente desenvolvido falando sobre leis. Gerando um debate sobre leis em vigência, leis que estão tramitando ou leis que seriam ideais de serem criadas... Nisto cria-se uma espécie de foro onde insere o público a participar e debater os temas propostos com base nas leis. Uma das grandes características desse teatro é que ele pode ser representado em escolas, universidades, centros comunitários e praças públicas.

 

O teatro do oprimido em resumo é um teatro que trás em sua dramaturgia temas específicos e comuns a sociedade gerando um grande debate entre atores e plateia.

 

O Teatro do Oprimido congrega hoje grupos em todo o Brasil, com ênfase no Estado do Rio de Janeiro, especialmente vinculados às ações pela cidadania. Difundido em todo o mundo, estudado por teóricos de áreas variadas,

 

Do ponto de vista artístico, o oprimido pode ser alinhado às experiências militantes das vanguardas Sociologicamente, representa uma variação politizada o equacionamento cênico dos conteúdos sociais, uma proposta que une o teatro à pedagogia de ação direta.

 

·         BANU, Georges. Augusto Boal et le projet d'un théâtre autogeré. In: Le théâtre, sorties de secours. Lausanne: L' Âge d'Homme, 1983.

·         BOAL, Augusto. Stop, c'est magique!. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

·         MOSTAÇO, Edelcio. Opressão: o mito oculto do teatro do oprimido. In: O espetáculo autoritário. São Paulo: Proposta, 1993.

·         SCHUTZMAN, Mady; COHEN-CRUZ, Joan. Playing Boal: theatre, therapy, activism. London: Routledge, 1994.

·         ______. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.

·         ______. Teatro legislativo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

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