julho 25, 2012

O CORPO (Texto: Ato I - Cena V e VI)


CENA V
(Na redação)
MÔNICA: - As fotos ficaram prontas.
TÁRCIO: - Ótimo! Deixa eu dar uma olhada.

MÔNICA: - Não mostra muita coisa.
TÁRCIO: - Seria mais fácil fotografar um saco preto.

MÔNICA: - Descobriu alguma coisa?
TÁRCIO: - Ainda nada. Mas uma coisa esta me intrigando.

MÔNICA: - Ih! Quando você com essa conversa...
TÁRCIO: - Esse cara...

MÔNICA: - Que tem?
TÁRCIO: - Tenho a certeza que já vi este rosto antes.

MÔNICA: - Sabe que tive esta mesma impressão.
TÁRCIO: - Se conseguíssemos uma foto melhor do rosto, que sabe poderíamos revirar nossos arquivos e identificar o falecido.

MÔNICA: - Vamos fazer plantão no IML.
TÁRCIO: - Mônica...
MÔNICA: - Fala.
TÁRCIO: - Sabe o que me chamou mais a atenção?
MÔNICA: - O que?
TÁRCIO: - O lugar onde o corpo foi encontrado.
MÔNICA: - Que tem o lugar?
TÁRCIO: - Como posso lhe dizer...
MÔNICA: - Desembucha, vai...
TÁRCIO: - É um local de ferveção.
MÔNICA: - Que?
TÁRCIO: - Um point.
MÔNICA: - Que tipo de point?
TÁRCIO: - De casacão.
MÔNICA: - Ta querendo dizer que...
TÁRCIO: - Exatamente.
MÔNICA: - Você...
TÁRCIO: - É. Sou.
MÔNICA: - Cara! Por que não me disse antes?
TÁRCIO: - E precisa?
MÔNICA: - Eu tô...
TÁRCIO: - Bege!

MÔNICA: - Lilás, talvez?! (Riem)
TÁRCIO: - Pode ser. Olha, mas fica entre nós.

MÔNICA: - Claro.
TÁRCIO: - Este local onde o corpo foi encontrado é freqüentado por gays em busca de aventuras.
MÔNICA: - Hum! Então meu faro não me enganou. Temos um grande furo. Uma grande matéria nos espera.
TÁRCIO: - Exatamente.

MÔNICA: - Vê o que consegue com as fotos. Eu vou ao IML colher informações sobre a causa da morte.
TÁRCIO: - Então... Mãos a obra! (Saem)

CENA VI

(Na mansão)

LIZ: - Oi vó?!
TÂNIA: - Oi. Como está?
LIZ: - Depende.
TÂNIA: - Do que?
LIZ: - Se vai pra me por a par do que esta acontecendo, ou se vai fazer como sua mãe, que age de forma imbecil conforme seu pai e sua mãe.
TÂNIA: - Vó. È preocupação com Marcos.
LIZ: - Desapareceu e não deu notícias.
TÂNIA: - Exatamente.
LIZ: - Quem sabe tomou coragem.
TÂNIA: - Como assim?
LIZ: - Ah, minha filha! Nem tudo parece ser o que é. As vezes só enxergamos aquilo que queremos.
TÂNIA: - Não entendi.
LIZ: - Tem coisas que é melhor deixar pra lá. Não entender.
TÂNIA: - Continuo sem compreender.
LIZ: - Minha querida é preciso está atenta para perceber o que acontece ao nosso redor. Posso lhe garantir que muita coisa tem acontecido nesta casa nesses últimos anos e tem passado por despercebido.
TÂNIA: - E a senhora com sua experiência saca tudo.
LIZ: - Posso ser velha mais ainda sou lúcida. Sei que algo muito ruim está acontecendo. Mas todos tentam esconder de mim, imaginando que sou uma lesa.
TÂNIA: - Só querem lhe poupar. Evitando maiores preocupações.
LIZ: - Meu bem, já vivi o bastante, e nesta vida já vi de tudo. Suportei as piores decepções. Posso lhe garantir, sou mais forte que muitos nesta casa.
TÂNIA: - Vozinha!
LIZ: - E seu casamento?
TÂNIA: - Não vamos falar sobre isso.
LIZ: - Foi um grande engano.
TÂNIA: - Amo meu marido.
LIZ: - Não basta. Que dependência é essa? Você é jovem, bonita...
TÂNIA: - Será que é tão óbvio assim?
LIZ: - Dê um novo passo. Não deixe a vida passar por você.
TÂNIA: - Vou vê a mamãe.
LIZ: - Vai passa a vida toda assim?
TÂNIA: - Assim como vó?
LIZ: - Fugindo da verdade. Ela sempre nos alcança.
TÂNIA: - Estão todos enganados.
LIZ: - Inclusive você. (Tânia sai)

julho 24, 2012

POR QUE VOCÊ DEIXA ASSIM?


POR QUE VOCÊ DEIXA ASSIM?
COM O PENSAMENTO
SOLTO PELO AR
SOFRENDO COM ESSA DOR
QUE PARECE QUE VAI ME MATAR
COM ESSA SOLIDÃO
AOS POUCO A ME SUFOCAR
E ESTA ESPERANÇA
ME ALIENANDO
DIZENDO-ME
ALIMENTANDO
A FALSA ILUSÃO
DE QUE VAI RETORNAR

ME DIGA O QUE FAZER
QUANDO A SAUDADE APERTAR
E EU FRÁGIL
INSEGURO
NÃO ME CONTROLAR
CORRER PARA TEUS BRAÇOS
E TE ABRAÇANDO
DISPOSTO
ME ENTREGAR

QUANDO ESSE DESEJO
INCONTROLÁVEL
INFLAMAR
IMPOTENTE
FRANCO
DOENTE DE AMOR
ME FAZER FRAQUEJAR
E NOS SEUS LÁBIOS
FIRMES
EU
OBSESSIVO
ME ILUDIR
EM BUSCA DE UM BEIJO
QUENTE
PARA SACIAR
ESSE MEU CORPO
CALIENTE
COM SANGUE FERVENTE
SEM MEDO DE SE ENTREGAR

QUE DIREI
A TODA ESSA PAIXÃO
QUE FERE
MAGOA
CASTIGA
HUMILHANTEMENTE
ESSE POBRE CORAÇÃO
QUE INSISTENTE
DESAFIA
A TODAS AS LEIS DA RAZÃO
E EU
POBRE
CANSADO
A ESPERA DE ALGO QUE NÃO VEM
DOANDO
SEM RECEBER
TRANSGRESSIVO
SEM SE INTIMIDAR
COMO VICIADO
EM DESESPERO
DE BRAÇOS ABERTOS
A PROCURAR

O QUE POSSO FAZER
SE ATÉ MEU ORGULHO
RENUNCIEI POR VOCÊ
TANTAS PROMESSAS E
JURAS
DESFIZ
PRA QUE SEGUIR
COM TANTA INSISTÊNCIA
SE NA TUA AUSÊNCIA
NÃO CONSIGO ME CONTER
JÁ NÃO SOU MAIS O MESMO
ME PERCO
QUANDO ENCONTRO VOCÊ

É TANTO AMOR
TANTA DOR
QUE ME CEGA
IMPEDI-ME DE VIVER
ESQUEÇO ATE DE MIM
PRA LEMBRAR DE VOCÊ
E O PIOR DE TUDO
É QUE SEI
QUE ENQUANTO SOFRE
VOCÊ SEGUE ADIANTE
ME DEIXANDO PRA TRÁS
E EU AGONIZANTE
PREOCUPADO
COM TUDO
MENOS COMIGO.

julho 22, 2012

O CORPO (Texto: Ato I - Cena III e IV)


SECRETÁRIA: - Sr. Deputado?
EGÍGIO: - Pois não?
SECRETÁRIA: - Detetive Rodrigues...
EGÍGIO: - Por favor, peça que entre.
SECRETÁRIA: - Sim senhor. Com licença. (Sai e retorna) Por favor...
EGÍGIO: - Feche a porta.
SECRETÁRIA: - Sim senhor.
RODRIGUES: - Bom dia deputado.
EGÍGIO: - Por favor, sente-se.
RODRIGUES: - Obrigado.
EGÍGIO: - Alguma novidade?
RODRIGUES: - Estamos fazendo o possível.
EGÍGIO: - Pois faça o impossível. Não poupe nenhum esforço para encontrar meu filho.
RODRIGUES: - Lhe garanto que estamos fazendo tudo que esta ao nosso alcance. Mas trabalhamos com todas as hipóteses, todas. Até mesmo com... a hipótese de assassinato.
EGÍGIO: - Que esta querendo dizer?
RODRIGUES: - Que não podemos descartar nada. Numa cidade como esta, onde a violência esta generalizada, tudo é possível. Sequestro, assalto, prostituição, drogas, assassinato...
EGÍGIO: - Simplifique. Meu tempo vale dinheiro.
RODRIGUES: - Claro!
EGÍGIO: - O que lhe trouxe aqui.
RODRIGUES: - Sei que não será fácil...
EGÍGIO: - Seja objetivo.
RODRIGUES: - Temos três cadáveres.
EGÍGIO: - Que?
RODRIGUES: - As características são muito próximas...
EGÍGIO: - Cadáver?
RODRIGUES: - Exatamente, senhor.
EGÍGIO: - Meu Deus!
RODRIGUES: - Por enquanto é só uma suspeita. Pra nós, são cadáveres. Apenas três corpos a espera de identificação. Preciso que o senhor ou alguém da família, me  acompanhe até o IML para fazer este reconhecimento.
EGÍGIO: - Meu Deus!
RODRIGUES: - Calma, senhor Deputado. Pode ser apenas uma triste coincidência.
EGÍGIO: - (Pega o telefone) Senhora Eliane...
SECRETÁRIA: - Senhor?
EGÍGIO: - Avise ao senhor Ednaldo que precisei sair.
SECRETÁRIA: - Sim senhor.
EGÍGIO: - Por favor... (Para o detetive)
RODRIGUES: - O senhor não prefere ir acompanhado?
EGÍGIO: - Não. (Saem)
SECRETÁRIA: - Que clima! (Sai)
CENA IV
LUDIMILA – Quem ele pensa que é? Desaparece, assim, sem dar uma notícia.
ISABEL: - Mãe...
LUDIMILA – Isabel, você é a noiva dele. Noiva! E o mínimo que ele tinha que fazer, como forma de respeito, é dar satisfações.
ISABEL: - Mãe... Marcos, está desaparecido.
LUDIMILA – Desaparecido!
ISABEL: - Pode ter sido sequestrado.
LUDIMILA – Sequestrado!
ISABEL: - Sabe Deus o que está acontecendo. Pode até acontecer o pior.
LUDIMILA – Tomara. Tomara... Porque se não for isso... Eu mesmo vou esganá-lo com minhas próprias mãos.
ISABEL: - Pelo amor de Deus mamãe... Eu estou aqui, uma pilha de nervos, preocupada com o sumiço do Marcos e você ao invés de me tranquilizar me deixa mais tensa.
LUDIMILA – Isabel, minha querida. Abra seus olhos... Se não seguir minhas orientações você vai acabar perdendo este homem. Tá cheio de vagabundas ai querendo encontrar um idiota, igual a seu noivo, e lhe aplicar o golpe da barriga de ouro. Coisa que você devia ter feito, a muito tempo.
ISABEL: - Eu amo o Marcos. Será que você entende isso?
LUDIMILA – Entendo. Com amor, seria até mais fácil. Meu bem, essa história de amor, é linda, nos livros. Mas na vida real, só funciona quando a falta de dinheiro, as dificuldades mina qualquer relacionamento.
ISABEL: - Ainda que o Marcos fosse um pé rapado, eu o amaria mesmo assim.
LUDIMILA – Definitivamente! Você não é minha filha. Foi trocada na maternidade... Só pode!
ISABEL: - É uma hipótese provável!
LUDIMILA – Acorda, bela adormecida! Acorda antes que lhe ofereçam uma maçã. Minha filha, a vida não é um conto de fadas. Na maioria das vezes, ela é muito cruel.
ISABEL: - Por que acha que todos vão passar pelas mesmas coisas que você.
LUDIMILA – Não admito que fale assim. Você não pode imaginar um terço das coisas que tive que passar pra sobreviver.
ISABEL: - Desculpe-me mamãe.
LUDIMILA – Você está preste a se casar com o filho de um grande figurão... Logo seu noivo será apresentado a política, e poderá herdar o lugar do pai.
ISABEL: - Não é seu desejo.
LUDIMILA – Deus só dá asas pra quem não deseja voar.
ISABEL: - As vezes penso que a senhora gostaria de está no meu lugar.
LUDIMILA – Não tive esta oportunidade. Se tivesse, teria aproveitado ao máximo!
ISABEL: - Sei que sim.
LUDIMILA – Seria a noiva mais feliz do mundo!
ISABEL: - Mas não é.
LUDIMILA – Infelizmente.
ISABEL: - Acho que Marcos não me ama.
LUDIMILA – Que baixa estima!
ISABEL: - Me sinto insegura.
LUDIMILA – A família te aceita. E isto é um grande passo... A aceitação da família do seu noivo.
ISABEL: - Mas não é com a família dele que eu vou me casar.
LUDIMILA – Você quem pensa! Ah, minha menina... Tem muito que aprender.
ISABEL: - Oh, mãe!
LUDIMILA – Segue os conselhos da mamãe... Hein? Segue?
ISABEL: - Que quer que eu faça?
LUDIMILA – Dê um filho a este homem.
ISABEL: - Não acredito nisso. É obsessão!
LUDIMILA – Não meu bem. Quando chegar a minha idade você vai entender. Meu anjo, o maior arrependimento que sinto, é não ter aproveitado mais a minha beleza e juventude, garantindo o meu futuro.
ISABEL: - Não sou modelo.
LUDIMILA – Se fosse, talvez seria mais esperta.
ISABEL: - Vou a mansão... Quem sabe já teem notícias.
LUDIMILA – Espere.
ISABEL: - Não mãe.
LUDIMILA – Acha mesmo que vou perder esta? Vou com você.
ISABEL: - Mãe?
LUDIMILA – Solidariedade meu bem! (Pega a bolsa) Agora podemos ir. Estou pronta!
ISABEL: - Se eu pedir...
LUDIMILA – Não. (Saem)

julho 19, 2012

O CORPO (Texto: Ato I - Cena II)


CENA II
MARA: - Alguma notícia Nanci?
NANCI: - Não senhora. Por enquanto nenhuma.
MARA: - Ah, meu Deus! Por onde andará este irresponsável?
NANCI: - Isto é coisa de jovem. A senhora vai ver, logo, logo, seu Marcos entrará por esta porta, como nada estivesse acontecido, e tudo se esclarecera.
MARA: - Sei não, Nanci... Deus te ouça! Mas, algo me diz...
NANCI: - Não dona Mara. Pelo amor de Deus! Não pense bobagens. Vamos pensar em coisas positivas. Vai vê que seu querido filho está por ai, farrando com os amigos.
MARA: - Infelizmente, Nanci... Meu coração de mãe esta me dizendo que algo ruim está se aproximando. Sabe, quando você sente aquele aperto... Sei lá... Intuição de mãe.
NANCI: - Não diga uma coisa dessa! Pelo amor de Deus!
MARA: - Eu sinto Nanci! Algo de ruim aconteceu com meu filho.
NANCI: - Não... Que isso? A senhora está nervosa. Vamos rezar. Deus há de proteger seu Marcos.
MARA: - E a polícia? Bando de inúteis! Incompetentes... Por que não localizam logo meu filho?
NANCI: - Calma!
MARA: - Que calma?! Como posso ter calma. Meu filho está sumido e você me pede calma?
(Entra Tânia)
TÂNIA – Mãe... Viemos o mais rápido que podemos. Como está?
MARA: - Uma pilha de nervos.
TÂNIA – Por gentileza Nanci... Providencie um chá. (Nanci sai) E a polícia? Alguma novidade?
NANCI: - Nada. Só que estão trabalhando com várias hipóteses.
MARA: - Sequestro?
TÂNIA – Pago que for preciso pra ter meu filho de volta.
MARA: - E terá. Tenho certeza que papai vai mobilizar meio mundo para encontrar o Marcos.
TÂNIA – A única coisa que mobiliza seu pai... É essa maldita campanha. Política! Sempre em primeiro lugar.
NANCI: - Mãe, é a carreira dele. Também é importante pra ele.
MARA: - Nada neste mundo deveria ser mais importante que a família.
TÂNIA – Oh, mãe!
MARA: - Sabe filha... Fui criada numa família humilde. Éramos tão pobres... Mas o laço familiar que nos unia, era tão forte, mas tão firme, que não existia problemas ou dificuldades que nos abalasse, a ponto de ceder nossa estrutura familiar. Mas, quando vejo nossa família, temos tudo... Menos o principal.
TÂNIA – Temos amor.
MARA: - Mas nos falta união. Não sei onde errei. Não fui capaz de protegê-los.
TÂNIA – Mãe... Não gostaria de falar de meus problemas. Não foi pra isso que vim até aqui...
MARA: - Juro, que meu desejo é vê você feliz.
TÂNIA – Eu sou.
MARA: - Não. Não é...
TÂNIA – Felicidade... São momentos. E eu os tenho, nem que seja de vez em quando.
MARA: - Filha... Não se sabote. Mentir pra si mesma, é sempre a pior e mais dolorosa mentira. Sua infelicidade está estampada em seus olhos.
TÂNIA – E Marina?
MARA: - Não sei. Não faço ideia. Faz dois dias que a destrambelhada da sua irmã não aparece. Que não é novidade!
TÂNIA – Mãe, já disse que deveríamos interna-la numa clínica de recuperação.
MARA: - Pra que? Pra fugir novamente? Enquanto ela não se convencer que precisa de ajuda, pra se livrar desse maldito vício, nada poderemos fazer, a não ser vê-la se autodestruindo.
TÂNIA – Acho tão triste...
MARA: - Uma coisa por vez. Agora minha preocupação é esse sumiço do seu irmão.
TÂNIA – E vó?
MARA: - No quarto.
TÂNIA – Como está reagindo a tudo isto?
MARA: - Não contamos ainda.
TÂNIA – Não sentiu falta?
MARA: - Disse-lhe que estava viajando com alguns amigos.
TÂNIA – E Isabel?
MARA: - Está a beira de um ataque de nervos.
TÂNIA – Também, pudera. Marcos a trata como uma estranha.
MARA: - A relação dos dois não vai bem.
TÂNIA – Que pena! É uma mulher extraordinária.
MARA: - Mas trás junto, a encostada da mãe como pacote. Não suporto aquela mulher... Uma alpinista social!
TÂNIA – Uma coisa não podemos negar... Isabel ama verdadeiramente o Marcos.
MARA: - Isso é verdade.
TÂNIA – E esse chá que não vem? Vou apressar Nanci e aproveito pra vê a vó.
MARA: - Vai sim filha. Mas cuidado... Por enquanto é melhor que ela não perceba nada.
TÂNIA – Pode deixar. Fica tranquila. (Sai)
(Mara anda de um lado a outro preocupada. Apagam-se as luzes)

julho 17, 2012

O CORPO (Texto: Ato I - Cena I)


De: Marcondys França

PERSONAGENS:
EGÍDIO: Deputado Federal Candidato ao Cargo de Governador.
MARA: Mulher de Egídio, Socialite Conservadora e Completamente Ligada as aparências.
TÂNIA: Filha Mais Velha Vive um casamento Infeliz.
EDNALDO: Marido de Tânia, braço direito de Egídio.
MARINA: Filha Mais Nova, Problemática, Dependente Química, Se Prostitui Para Manter o Vício.
MARCOS: Filho do Meio, misterioso.
DONA LIZ: Mãe de Mara, Religiosa, Coordena Projetos Sociais.
NANCÍ: Governanta de Confiança.
SELMA: Empregada de Pouca Confiança, Vende Informações à Imprensa.
TERESA: Empregada Recém Contratada.
LUDIMILA: Ex midelo, Alpinista Social, Mãe de Isabel.
ISABEL: Noiva de Marcos.
CLÓVIS: Mordomo de Ludimila.
RODRIGUES: Detetive de Polícia.
NILTON: Delegado.
MÔNICA: Jornalista Investigativa.
TÁCIO: Fotografo Jornalista.
JOÃO MANOEL: Chefe Redator, Homossexual Discreto.
JÚNIOR: Amante de Marcos.
PENÉLOPE: Travestir amigo de Júnior e Marcos.
HÉLIO: Amigo de Infância de Marcos.
VIRGÍNIA: Mulher de Hélio.
PRIMEIRO ATO
Cena I
Há uma grande movimentação de pessoas, barulhos de sirenes e helicópteros. Um corpo embrulhado em um saco preto é carregado.
MÔNICA: - (Para o fotografo) Registre tudo. Não deixe escapar um só detalhe...
DETETIVE: - Epá! Espere ai... Onde pensa que vai?
MÔNICA: - Imprensa!
DETETIVE: - Polícia.
MÔNICA: - Tá com medo que descobrimos a verdade antes de você?
DETETIVE: - Não. Apenas desejo que o local seja preservado. Suas mentiras para vender jornais não problema meu.
MÔNICA: - Então deixe-nos fazer nosso trabalho.
DETETIVE: - Deixo-nos fazer o nosso. Por favor senhorita, atrás da fita de isolamento.
MÔNICA: - Engraçado, né? Nos filmes os policiais são mais ágeis.
DETETIVE: - E os jornalistas são mais inteligentes.
MÔNICA: - Como sempre, atrasados!
DETETIVE: - Posso lhe enquadrar como desacato.
MÔNICA: - E o direito de imprensa?
DETETIVE: - Não atrapalhe nosso trabalho, moça.
MÔNICA: - O que temos aqui? Homicídio?
DETETIVE: - Poe enquanto... Só um presunto.
MÔNICA: - Engano seu. Não me parece um presunto qualquer... Olha só... Um corpo! Por mais insignificante que pareça, esse corpo tem uma história. E á atrás dessa história que iremos.
DETETIVE: - Sensacionalismo! Esse é seu negócio. Transformar as desgraças alheia em um grande espetáculo. Um grande show de horror! E como sempre, você a mocinha e nos, a polícia, os vilões.
MÔNICA: - Dou a notícia. Julgamento, deixo por conta dos leitores, e já quanto as desculpas esfarrapadas, deixo por conta da polícia. (Para o fotografo)
DETETIVE: - Não passe da fita!
MÔNICA: - (Para o fotografo) Fotografe. Então detetive... Que temos aqui?
DETETIVE: - Por enquanto não temos muitas informações.
MÔNICA: - Há, para... Alguma coisa sabe. Quebra essa vai...
DETETIVE: - Se eu lhe disse o que sei, promete me deixar em paz?
MÔNICA: - Dou minha palavra!
DETETIVE: - A vítima foi encontrada há mais ou menos uma hora, por um jovem que alega está passeando, a esta hora, nesta mata... Estranho, não?
MÔNICA: - Realmente. Passar por essa trilha a esta hora... Mas fazer trilha é considerado um esporte.
DETETIVE: - (Irônico) Conhece a história dessa trilha?
MÔNICA: - Adoraria.
DETETIVE: - Esta louquinha pra saber, não? Mas vou deixar como dever de casa pra você pesquisar. Divirta-se!
MÔNICA: - Hei! E quanto ao cadáver?
DETETIVE: - Homem, branco, alto, bem trajado, aparentando entre 20 a 25 anos de idade e sem identificação.
MÔNICA: - Causa da morte?
DETETIVE: - Não sabemos ao certo. Mas há sinal de perfuração na região do tórax. Maiores esclarecimentos só depois que a perícia terminar a autopsia.
MÔNICA: - Suspeitos?
DETETIVE: - Ainda é cedo.
MÔNICA: - Posso dá uma olhada?
DETETIVE: - Não.
MÔNICA: - Serei quase invisível!
DETETIVE: - Impossível. Se eu fosse a moça não...
MÔNICA: - Hí! Já vi coisas que até o diabo duvida.
DETETIVE: - Escuta aqui... Pra não dizer que sou mal. Vou abrir uma exceção. Um minuto.
MÔNICA: - Claro!
DETETIVE: - Ele fica. Sem fotos.
MÔNICA: - Sem fotos.
DETETIVE: - Venha.
MÔNICA: - Nossa! Que estrago. Ei?
DETETIVE: - Que foi? Vai desmaiar?
MÔNICA: - Imagina! Mas, esse rosto... Me parece conhecido.
DETETIVE: - Todos presuntos são parecidos.
MÔNICA: - Não seja insensível. Esse rosto não é estranho.
DETETIVE: - (Fecha o zíper) Você que é estranha.
MÔNICA: - Jura? Tenho um pressentimento que esse caso será um grande furo.
DETETIVE: - A sete palmos! Agora retirem esse corpo daqui. Com licença!
MÔNICA: - Toda. (Para o fotografo) Consegui uma foto.
FOTOGRAFO: - Como mulher?
MÔNICA: - Celular, meu bem! Agora vamos que temos muito trabalho pela frente.
(Saem. Apagam-se as luzes)




julho 15, 2012

Rodriguianas: Tragédias para Rir


Em comemoração ao centenário do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues o espetáculo Rodriguianas: Tragédias para Rir com direção de Luís Artur Nunes, reúne oito contos — “O Pediatra”, “Romântica”, “As Gêmeas”, “A Esbofeteada”, “Despeito”, “Noiva da Morte”, “Flor de Laranjeira” e “Selvageria”— de “A Vida como Ela É”, coluna que Nelson Rodrigues mantinha no jornal “Última Hora” publicados na década se 50.
Numa montagem que privilegia o trabalho em grupo onde os atores se revezam em categoricamente teatrializando  de forma extraordinário a narrativa dos textos originais mantendo sempre sua essência com suas pitadas de ironias.
Em cartaz Centro Cultural Banco do Brasil com facilidade de acesso e preço acessível recomendo que todos vão conferir esta peça que põe no panorama artístico mais um grande e inesquecível trabalho, com qualidade artística e elenco de primeira.
Elenco: Marcos Breda, Duda Mamberti, Fernanda D’Umbra, Bete Correia, Cintya Chaves, Maria Tuca Fanchin, Luís Soares e Sidney Santiago.
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Alvares Penteaado, 112 – Centro de São Paulo
bb.com.br/cultura

julho 10, 2012

POR QUE VOCÊ ME DEIXA ASSIM?


POR QUE VOCÊ
ME DEIXA ASSIM?
COM O PENSAMENTO
SOLTO PELO AR
SOFRENDO COM ESSA DOR
PERDIDO
DE TANTA SOLIDÃO
VAGANDO
PELO PASSADO
ESPERANÇOSO
A ESPERA DE SEU RETORNO

SERÁ QUE ALGUÉM
PODERÁ ME DIZER?
O QUE VOU FAZER
COM TODA ESSA SAUDADE
APERTANDO
ME PEDINDO
PRA TER VOCÊ EM MEUS BRAÇOS
TE BEIJA LOUCAMENTE
E EM TEUS LÁBIOS
NÃO MAIS ME ENCONTRAR

QUE DIREI
A ESSE DESEJO
INSISTENTE
ME DESAFIANDO
E EU LOUCO
TRANSGRESSIVO
COMO UM VICIADO
EM DESESPERO
DESPIDO DE QUALQUER PUDOR
TE PROCURAR?

QUE SERÁ DESSE MEU ORGULHO
DEPOIS DE TANTAS PROMESSAS,
JURAS,
INSISTÊNCIAS
SE NEM MESMO
EM TUA AUSÊNCIA
CONSIGO CONTROLAR?

O DESEJO È MAIS FORTE
QUE QUALQUER RAZÃO
QUE MINA,
DEVORA,
OPRIME ESSE POBRE CORAÇÃO

É TANTO AMOR
TÁ DIFÍCIL
DE CONTER TODA ESSA DOR
QUE CONFUSÃO
ADORMECE,
MAIS NÃO ANESTESIA
ESTE SOFRIMENTO
NEM ME LIVRA
DE TAMANHA INDECISÃO
CEGA,
IMPEDINDO-ME DE VIVER

E ESSA VOZINHA
INSISTENTE
A ME DIZER
QUE A VIDA
NÃO TEM RAZÃO SEM VOCÊ.

julho 05, 2012

DA JANELA...


DA JANELA DO MEU QUARTO
CONTEMPLO A LUA PRATEADA
ILUMINADO A NOITE DOS APAIXONADOS
RELEMBRO
DE QUANDO FAMINTOS NOS PROCURÁVAMOS
COMO FERAS,
SEDENTAS,
QUE SAI A CAÇA
PARA A O DESEJO SACIAR
ATRACADOS ROLÁVAMOS
EM NOSSO NINHO DE AMOR
NUMA LUTA CONSTANTE
A FIM DE PROVAR
UM AO OUTRO
QUEM PROPORCIONARIA MAIS PRAZER.
HOJE,
SOMOS FERAS,
FERIDAS,
CANSADAS,
AGONIZANTES,
EM BUSCA DE UMA SAÍDA.
DE ALGO EXTRA ORDINÁRIO
QUE ESTIMULE
DÊ RAZÃO
IMPULSIONE
NOSSAS VIDAS
BUSCANDO NO PASSADO
O QUE O PRESENTE NEGA
NÃO SATISFAZ
PROJETANDO NO FUTURO
ALGUMA SOLUÇÃO
QUE MIMINISE TANTA ANSIEDADE
AFASTE A SAUDADE
NOS LIVRANDO DE TAMANHOS SOFRIMENTOS
DE TE OLHAR
E COMPARAR
SEM RECONHECER
VÊ TEU SILÊNCIO
E ME CALAR
POR COVARDIA DEIXAR DE PERGUNTAR
SEM SABER ATÉ QUANDO
ISSO VAI PERDURÁ
PREFERINDO ESPERAR
EM SILÊNCIO
POR MEDO DE ME MAGOAR.

julho 01, 2012

MARCONDYS FRANÇA - 2012 - FOTOS




FESTA DE SÃO JOÃO - CCA SÃO BENEDITO 2012

 Durante um mês todos mobilizados para a festa junina do CCA São Benedito Jabaquara, crianças, adolescentes e funcionários unidos para que tudo saísse perfeitamente bem.

 Todos se dedicaram ao máximo nos ensaios para que a coreografia ficasse perfeita e como sempre, a seriedade e dedicação do trabalhos dos educadores puderam ser conferidos na apresentação das crianças e adolescentes para o público os que prestigiaram.

 A dedicação e a união desta equipe refletiu no grande sucesso que foi a apresentação da turma para uma platéia que a cada segundo aplaudia com admiração a estas crianças que mais uma vez fizeram acontecer, com brilho e simpatia.

Parabéns a todos os educandos, funcionários e comunidade que fizeram mais uma vez deste dia, um dia especial em nossas vidas.

REPÓRTER GLOBAL RETORNA APÓS CIRURGIA

A repórter Global Ananda Apple retoma ao trabalho no Quadro Verde, do Bom Dia São Paulo, após mais de dois meses afastada da Gl...