agosto 15, 2012

O CORPO ( ATO II - CENA I)


ATO II
(Egídio retorna a mansão, parece preocupado)
EGÍDIO: - Nanci...?
NANCI: - Sim, senhor.
EGÍDIO: - Mara?
NANCI: - Dona Mara está no quarto. Alguma notícia do menino?
EGÍDIO: - Som Nanci. E não é das melhores.
NANCI: - Meu Deus! O senhor quer que eu chame Dona Mara?
EGÍDIO: - Não... Não, precisa. Eu vou até lá.

EGÍDIO – Não. Pode deixar! Eu vou até lá.
NANCI: - Sim senhor.
TÂNIA – Pai...
EGÍDIO – Só um momento Tânia. (Sai)
TÂNIA – O que está acontecendo Nanci?
NANCI – Não se não senhora.
TÂNIA – O que lhe disse?
NANCI – Não sei se entendi bem.
TÂNIA – Que disse?
NANCI – Que as notícias... Não são boas.
TÂNIA – Meu Deus! (Sai)
NANCI – Minha Santa Maria!
SELMA – Que foi mulher?
NANCI – Larga de ser enxerida! Volte pro teus afazeres.
SELMA – Credo!
NANCI – Selma.
SELMA – Sim ama?
NANCI – Dispenso as brincadeiras. Prepare alguns calmantes
SELMA – Calmantes?
NANCI – Não me ouviu?
SELMA – Mas que aconteceu?
NANCI – Ainda não sei... Mas pela cara do patrão... Vem trovoadas! Vá. Anda menina. (Selma sai) (Toca a Campanhia)
ISABEL – Boa tarde, Nanci.
NANCI – Boa tarde senhora.
ISABEL – Onde estão todos?
NANCI – Lá em cima.
LUDIMILA – Como somos quase da família, creio que Mara não se importará...
NANCI – Se não fosse esse quase, talvez, realmente não se importasse. Mas como ainda não são, não posso permitir.
ISABEL – Que isso Nanci?
LUDIMILA – Que atrevimento! Uma serviçal se colocando como uma... Vou me queixar com seus patrões por sua falta de educação.
NANCI – A senhora invade a casa e eu é que sou má educada? Estou apenas cumprindo com meu papel...
LUDIMILA – De serviçal.
NANCI – Que seja! E daqui a senhora não passa.
ISABEL – Mãe... Nanci, não se preocupe. Esperaremos aqui. Apenas queremos saber notícias. E Marcos? Já sabem de alguma coisa sobre seu paradeiro?
NANCI – Doutor Egídio está conversando com Dona Mara.
ISABEL – Então deve ter notícias.
LUDIMILA – É o cúmulo! A empregada saber mais sobre seu noivo que você.
NANCI – É o cúmulo a senhora está mais apressada com este casamento que sua filha. Por que será?
LUDIMILA – Ora... Não seja insolente.
NANCI – Basta não ser desagradável. Bebem alguma coisa?
ISABEL – Água.
LUDIMILA – Vodka com gelo.
NANCI – Teresa...
TERESA: – Senhora?
LUDIMILA – Senhora! Só o que faltava.
ISABEL – Mãe!
NANCI – Traga água a para Dona Isabel e uma vodka pra sua mãe.
TERESA: – Sim senhora. Com licença. (Sai)
NANCI – Fiquem a vontade. Se precisarem de alguma coisa é só chamar.
ISABEL – Esperaremos no jardim.
LUDIMILA – Vou derreter lá fora.
ISABEL – Só lhe peço para avisar a Dona Mara que estamos aqui.
NANCI – Avisarei. (Sai)
LUDIMILA – Isso não está me cheirando bem.
ISABEL – Será que aconteceu algo de ruim com Marcos?
LUDIMILA – Que Deus permita que não!
ISABEL – Estou com um mau pressentimento.
LUDIMILA – Se tivesse me ouvido...
TERESA – Senhoras... As bebidas.
LUDIMILA – Oh, minha filha, que droga de bebida é essa?
TERESA – A vodka que a senhora pediu.
ILUDIMILA – O que esperar de uma incompetente como você? Pedi vodka com gelo, não gelo com vodka. (Joga a bebida na empregada)
ISABEL – Mãe! Oh, desculpe... é que estamos com os nervos a flor da pele.
TERESA – Tem sorte que eu estou no meu emprego. Caso contrário faria você engolir esse copo.
ILUDIMILA – Insolente.
ISABEL – Mãe, chega. (A emprega sai) Que pensa que está fazendo? Que Nanci chame os seguranças e nos põe pra fora? Por que é isso que vai acontecer.
TERESA – Senhora, com licença... Preparei outra. Espero que esteja a seu gosto... (Esbarra) Perdão senhora!
ILUDIMILA – Ah! Que isso?
TERESA – Perdão! Foi um acidente.
ILUDIMILA – Acidente coisa nenhuma. Fez por que quis.
TÂNIA – Que est acontecendo aqui?
ILUDIMILA – Essa empregada.
TERESA – Foi sem querer senhora.
ISABEL – Foi um acidente.
ILUDIMILA – Coisa nenhuma.
TÂNIA – Traga outra bebida pra Dona Ludmila.
TERESA – sim senhora. (Sai)
ILUDIMILA – Não precisa. Perdi a vontade.
ISABEL – Alguma novidade?
TÂNIA – Creio que sim. Mas não sei ao certo. Papai se trancou no quarto com minha mãe...
 ISABEL – Então só nos resta esperar.
TÂNIA – Nos parece a única opção neste momento.
ISABEL – Mãe, acho melhor irmos para casa...
ILUDIMILA – Claro que não. Viemos saber notícias...
ISABEL – Mãe... Talvez a família precise de privacidade.
ILUDIMILA – Família? Mas somos da família... Não é mesmo Tânia?
TÂNIA: – Claro.
ISABEL – Vamos pra casa. Assim que tiver alguma notícia você me liga.
TÂNIA: – Ligo sim.
ISABEL – Até mais.
TÂNIA: – Até.
ILUDIMILA – Estaremos aguardando. Pode ligar qualquer hora.
TÂNIA: – Darei notícias. (Saem)

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