agosto 10, 2012

O CORPO (Ato I - Cenas: VII,VIII e IX)


CENA VII
(Na Mansão)
SELMA – Você acha que aconteceu alguma coisa com seu Marcos?
TERESA: - Num conheço ainda bem a rotina da casa. Tô aqui poucas semanas e pouco vi seu Marcos.
SELMA – Seu Marcos nunca foi de sumir assim.
TERESA: - E o que acha?
SELMA – Ou são cegos ou se fazem. Quem sabe seu Marcos num encontrou o amor da sua vida... Tomou coragem! È, caiu fora.
TERESA: - Coragem de que?
SELMA – Deixa pra lá. Boca calada num entra mosca.
TERESA: - Só se fosse muito louco! Deixá uma casa dessa, cheia de conforto. Tem gente que e mermo bobo, num sabe dar valor ao que tem.
SELMA – Não seja idiota mulé. Num se deixe enganar pelas aparências. Por trás dessa beleza toda tem muita insatisfação, infelicidade...
NANCI: - Mas que paga o teu salário. E paga pra fazer o teu trabalho, não pra ficar de conversa fiada. Quanto a você Teresa vai na onda dessa não. Não se esqueça que você ainda está na experiência, e pelo que me falou precisa desse emprego. No mais, se fosse Dona Mara que tivesse escutado estes infelizes comentários, as duas estavam na rua. Agora voltem ao trabalho. E de preferencia caladas.
CENA VIII
(NO IML)
MÔNICA - Fotografou o carro?
TÁRCIO: - Claro.
MÔNICA – Oficial. Quem será? Que veio fazer aqui?
TÁRCIO: - Não vai ser fácil descobrir.
MÔNICA – Bom, acho melhor eu ir lá dentro, vê se eu descubro algo... Enquanto isso, você tenta tirar alguma informação do motorista.
TÁRCIO: - Eu?
MÔNICA – tá vendo mais alguém aqui? Claro.
TÁRCIO: - Mas eu sou só um fotografo.
MÔNICA – Use seu charme!
TÁRCIO: - Menos!
MÔNICA – Desculpe-me! Escapou.
TÁRCIO: - Não gosto desse tipo de brincadeira.
MÔNICA – Foi mal. Prometo que não se repetira. Hei? Ah! Não vai ficar agora assim... De bico! Desculpa vai...
TÁRCIO: - Tá bom. Mas que isso não se repita.
MÔNICA – Tem razão. Eu respeito. Juro. Juro que respeito. Perdoada?
TÁRCIO: - Perdoada.
MÔNICA – Ah que bom. Que alívio! Agora eu vou lá.
TÁRCIO: - Vai... Vai nessa.
MÔNICA – Então... Vou...
TÁRCIO: - Eu farei o máximo.
MÔNICA – Parceiros?
TÁRCIO: - Parceiros. (Saem)
CENA IX
DETETIVE – Mas isso que o senhor está me pedindo é...
EGÍDIO: - Escute...
DETETIVE – O senhor quer que eu...
EGÍDIO: - Exatamente.
DETETIVE – O senhor me perdoe, mas não posso.
EGÍDIO: - Não sabe o quanto isso poderá me prejudicar.
DETETIVE – Mas não posso fazer o que está me pedindo. É fraude.
EGÍDIO: - Não lhe peço isso como Deputado, mas como um pai desesperado, na tentativa de preservar a minha família.
MÔNICA – Hora, Hora... Se não é o detetive Rodrigues!?
DETETIVE – Posso saber o que faz aqui?
MÔNICA – Meu trabalho! Agora o que o ilustríssimo Deputado faz aqui é o que é curioso.
EGÍDIO – Acho que não lhe diz respeito.
MÔNICA – Como não? O senhor é um homem público e eu sou da impressa. O senhor me dá os fatos e eu publico.
EGÍDIO: - Pois então a moça perdeu a viagem.
MÔNICA – Tem haver com o corpo encontrado no bosque?
DETETIVE – Por favor, agora não.
EGÍDIO: - Preciso ir... (Sai)
MÔNICA – Então?
DETETIVE – Não vai desistir.
MÔNICA – Pode ter certeza que não.
DETETIVE – Em off.
MÔNICA – Em off.
DETETIVE – Acho que tem um furo.
MÔNICA – Sabia! O rapaz era conhecido do Deputado?
DETETIVE – Homicídio.
MÔNICA – Isso eu já sei. Qual a ligação entre o Deputado e o corpo encontrado?
DETETIVE – Uma bomba. E você vai ficar me devendo esta.
MÔNICA – Sou todo, ouvidos!
DETETIVE – Filho.
MÔNICA – Que merda é essa? Filho?
DETETIVE – Isso mesmo que você ouviu. O rapaz foi identificado, e é filho do Deputado.
MÔNICA – Meu Deus! Então... Primeira página! (Pega o celular) Oi... Chefinho!? Reune toda equipe. Tenho uma bomba! Escuta cara... Um super furo! É... Não estou dizendo? É... É sobre o corpo que foi encontrado hoje. Calma... Escuta. Reserva a primeira página... Por que? Como por que? Chefe, o corpo  encontrado, ou seja, o cadáver, nada mais é que filho de um figurão. Maiores detalhes, conto na redação, ou melhor, entrego junto com a matéria.  Por que isso seria primeira página? Meu querido, segundo minhas fontes, esse rapaz, o presunto, tinha uma vida oculta. Bom, agora eu vou confirmar com os peritos a causa da morte e todos aqueles detalhes necessários para depois levantar toda vida desse rapaz. Me dá um tempo e terás uma história incrível em sua mesa.
DETETIVE – Escuta... Meu nome não pode aparecer.
MÔNICA – Não se preocupe. Nunca revelo minhas fontes. Obrigado, meu querido.
DETETIVE – Hei, espera ai.
MÔNICA – Te devo essa.
DETETIVE – E vou te cobrar.
MÔNICA – Deixa eu ir. Tenho uma matéria para escrever. Há! Detetive... Obrigado!
(Saem)

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