O TEATRO COMO ARTE-EDUCAÇÃO
Por: MARCONDYS FRANÇA
Projeto de Pesquisa sobre Teatro como Arte Educação entregue a professora para a aprovação na disciplina do 6º semestre do curso de pedagogia da Faculdade Sumaré.
Agradeço a todos que de certa forma contribuíram para realização deste trabalho de pesquisa.
Aos colegas do curso de pedagogia que muito tem contribuído em todo este processo de formação se dedicando ao máximo nas pesquisas e na elaboração deste Projeto Político Interdisciplinar. A professora, orientadora por compartilhar conosco o seu saber nos permitindo enxergar além destas simples linhas, acrescentando em nossas vidas o conhecimento significativo que nos acompanharão em toda nossa trajetória acadêmica.
“Quando todos tornarem lideres
Quem será o seguidor?
Quando todos de tornarem o seguidores
Quem ficará para ser o líder?
Quem ficará para ser líder ou liderado
quando todos forem seguidores e lideres?”.
Viola Spolin
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 04
OBJETIVOS .................................................................................................... 07
PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................... 07
METODOLOGIA .............................................................................................. 07
COLETA DE DADOS....................................................................................... 08
JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 08
QUESTIONÁRIO ............................................................................................. 09
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 09
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 11
1. INTRODUÇÃO
Elaborei este trabalho com objetivo de investigar sobre o teatro como arte educação nas escolas e sua contribuição para o desenvolvimento dos educandos no processo de formação do aprendizado significativo e sua aplicação no cotidiano individual e coletivo.
Mesmo sabendo que o assunto seja complexo busco em fontes seguras informações que nos traga respostas concretas para meus questionamentos sobre um melhor relacionamento entre a arte e a educação formal e todas contribuições para o aperfeiçoamento físico e cognitivo dos educandos.
Desta forma espero auxiliar o professor que se interesse em trabalhar dentro da sala de aula com a arte como parceria da educação formal, lembrando que, a arte é abrangente, mas que pode apoiar o professor independente da disciplina aplicada. Basta que este educador planeje atividades espontaneas, criadoras e de interesse comum, que beneficie o desenvolvimento corporal, da linguagem e intelectual, que acima de tudo, seja gratificante para os participantes de forma integrada, respeitando o processo de desenvolvimento gradual de cada integrante.
Por natureza, o ser humano tem a necessidade de se expressar, e para isto, passa por experimentações, acumulando vivencias através de suas observações e interações proporcionadas por seu cotidiano.
Desde muito cedo experimentamos e nos relacionamos com a arte de representar, e de certa forma o teatro está inserido em nossas vidas, mesmo antes de dar-nos conta, somos beneficiados por todas suas dimensões.
É notório que desde os primórdios a humanidade convive com a arte e através dela se expressa, formando culturalmente um legado onde suas ideias são expressas, deixando um registro, que representa a sociedade em tempo e espaço, para que posteriormente possa contar a sua história.
A relação do homem com a arte de representar vem de longo tempo, muitas civilizações deixaram registrada suas experiências, sejam através de narrativas ou da escrita que sobreviveram até a atualidade.
Esta relação entre o homem e o teatro vem desde os povos primitivos aprimorando-se junto a linguagem, desta forma deixando de ser apenas uma forma expressiva para algo muito mais abrangente, encaixando-se com a constante necessidade do ser humano de se comunicar.
Não é em vão que muitos estudiosos afirmam que o teatro é arte mais completa e complexa, por acoplar em todo seu contexto as mais diversas manifestações artísticas, considerado o teatro a forma artística mais completa desenvolvida pelo ser humano.
Através das artes cênicas, podemos trabalhar de forma integral e promover nos educandos o desenvolvimento psicomotor, através de jogos dramáticos, e a incluí-la no currículo escolar como apoio as mais diversas disciplinas.
Ao utilizamos a linguagem do teatro como apoio a uma disciplina na escola, estamos nos apropriando de um conhecimento muito mais abrangente, por necessitar de um domínio teórico e prático muito mais preciso, desenvolvendo deste modo um projeto pedagógico, que atenda não só as expectativas dos docentes em relação ao currículo mas também as verdadeiras necessidades dos educandos.
Trabalhar com teatro como arte educação exige do professor um conhecimento mais apurado do assunto, e de todas as outras disciplinas que se pretenda trabalhar, para que desta forma se possa fazer um link, ressaltando que para o bom desenvolvimento deste trabalho dependera do domínio e do conhecimento deste professor, que junto com seus educandos se tornarão disciplinados pesquisadores.
O incentivo através do teatro com toda sua metodologia por se tratar muitas vezes de um método ou critérios da construção coletiva, desenvolve nos participantes a apropriação prática e lógica do conhecimento gradual e significativo a todos participantes deste processo na construção do conhecimento.
Posso acrescentar que o intuito neste trabalho investigativo é pesquisar a importância do teatro e sua contribuição educacional como suporte no aprendizado significante se apropriando de suas metodologias, seus recursos e infraestrutura, na formação de pessoas capazes de assumirem seus papeis como verdadeiros cidadãos.
Deste modo será necessário analisar as ações e suas implicações, através de uma perspectiva analítica observando o teatro como um mecanismo de suporte, apoio no desenvolvimento integral do aluno e da arte educação, assim como toda sua trajetória na história da educação, através de seus métodos e pensadores.
2. JUSTIFICATIVA
Podemos acrescentar que nosso intuito neste trabalho investigativo é pesquisar a importância do teatro e sua contribuição educacional como suporte no aprendizado significante, se apropriando de suas metodologias, seus recursos e infraestrutura, na formação de pessoas capazes de assumirem seus papeis como verdadeiros cidadãos.
Deste modo será necessário analisar as ações e suas implicações, através de uma perspectiva analítica observando o teatro como um mecanismo de suporte e apoio no desenvolvimento integral do aluno através da arte educação, assim como toda sua trajetória na história da educação.
Sabendo da importância da arte – educação na sala de aula, nossa pesquisa também nos remete a investigar como ocorre a formação destes profissionais da arte como educadores e dos professores que atuam como arte - educadores nas escolas. Como é o seu trabalho em sala de aula? Qual a concepção de arte que é explicita ou implícita no currículo das faculdades de Pedagogia?
Verificando a história da humanidade encontraremos relatos importantes, reconhecidos quanto a sua autenticidade, e estes registros narram, que desde o inicio das civilizações o teatro já estava inserido nas sociedades e já se fazia presente junto a educação, seja como forma de expressão ou transmissão de valores.
Nestes registros históricos podemos perceber que o teatro sempre trouxe uma grande contribuição para o desenvolvimento do ser humano, levando-se em consideração sua abrangência ótica na promoção do desenvolvimento cognitivo, pedagógico, sociológico e cultural.
Não é de hoje que o teatro é uma parte fundamental para a arte educação, seja este formal ou informal, o que devemos considerar são suas contribuições no desenvolvimento do educando.
Alguns grandes autores e pensadores de diferentes épocas em seu tempo, contribuíram e muito, quando fizeram seus registros relatando suas experiências e confirmando a importância do teatro na educação, isto se deu quando estes desenvolveram trabalhos como educadores teatrais, implantando metodologias e técnicas para a promoção de uma educação mais efetiva, dinâmica e sistematizada, valorizando o indivíduo, desta forma preparando-o para o trabalho coletivo através das artes cênicas.
Claro que não podemos afirmar com precisão que o teatro propriamente dito sempre fora um importante veiculo de transmissão que conduzisse o educando a um aprendizado significativo a todos com igual proporção, mas é óbvio, que serve como conduíte que nos apresenta um vasto e amplo leque de opções para melhor desenvolver os educandos.
Sempre houve e ainda há um grande embate quando nos deparamos com a questão da educação artística como parte do currículo escolar, sendo levado em consideração apenas, como educação artística, as artes plásticas e música, Ficando o teatro a margem, sempre em último plano, quando na verdade o tetro envolve as mais diversas dimensões artísticas já produzidas pela humanidade.
Como o teatro exige um conhecimento muito abrangente referente a arte, é comum encontramos nos estabelecimentos de ensino professores que aplicam na educação artística as artes plásticas, trazendo em suas aulas um currículo denso onde a teoria predomina absolutamente como plena e necessária, apresentando ao educando apenas um conhecimento restrito de técnicas, de mera compilação reprodutiva.
Promover a arte educação, frisando o teatro como mecanismo poderá abrir caminhos para que o educando possa se perceber, e desta forma se reconhecer como sujeito de seus próprios atos, sendo criativo e reconhecendo seu verdadeiro valor ao se expressar por meio de sua arte.
O professor, arte educador, além de educar por meio do teatro terá também de orientar os seus educandos, promovendo em seus pupilos novas experiências, valorizando suas vivencias, incentivando o desenvolvimento integral por meio de práticas metodológicas apropriadas as necessidades de cada grupo.
A educação artística na rede pública brasileira está tão escarça que até é irrelevante tornar-se professores aptos a lecionar a matéria, desta forma poucos têm o interesse de se formarem como professor de educação artística e os profissionais que dominam a matéria por sentirem a desvalorização preferem se aventurarem por outras profissões e em muitos casos assumirem outras disciplinas com maior mercado.
Num pais onde a educação é vista em segundo plano, as artes, principalmente o teatro, fica apenas no campo do pensamento, onde o discurso pronto é posto de forma eloquente, mas com poucas ações efetivas e tão pouco com intuito de promover integralmente em grande escala o desenvolvimento amplo em relação a descoberta pessoal, tanto física como psicológica do educando.
De todas as manifestações artísticas, o teatro é por excelência, o que exige tanto do mestre como dos educandos uma entrega maior, se envolvendo por completo, e desta forma, se autoavaliando em busca sempre do aperfeiçoamento das técnicas e da apropriação do conhecimento significativo e funcional que atenda as suas reais necessidades.
É comum perceber nas aulas de arte educação por meio do teatro o desenvolvimento físico através da expressão corporal, o aperfeiçoamento e enriquecimento do vocabulário através da leitura e da escrita, sem contar com a apresentação pessoal, promovido por técnicas de postura e o bom desempenho referente à socialização.
O teatro também pode desenvolver no grupo um sentimento de cooperação, pois as aulas de arte educação por meio do teatro. Preocupa-se também em cuidar, do ser humano, dando-lhe espaço para expressarem suas emoções através de seus medos e aspirações. Há incentivo para o trabalho em grupo, onde todos possam se respeitar como sujeito, único e importante com suas qualidades e diferenças.
Quando o teatro, através da arte educação, é transmitido com qualidade promove no grupo a construção de relacionamentos sólidos onde o respeito a diversidade é posta de forma prática e efetiva. Através das artes cênicas podemos revolucionar, colocando em prática estratégias que promovam ações sociais, levantando hipóteses, e desta forma levar o grupo a refletir quanto a seu papel na sociedade.
Isto ocorre através de experimentações onde os educandos vão construindo seus conhecimentos, trocando experiências, pondo-se no lugar do outro, reafirmando seu caráter e desta forma buscando a perfeição por meio da disciplina, não ditadora, porém do auto controle de suas atitudes e emoções.
Já está confirmado que os jogos dramáticos, desenvolvem nos educandos elementos sensórios: ritmos, habilidades, julgamento prático e equilíbrio emocional.
Para Coutney (1980), o processo dramático é um dos mais vitais para os seres humanos. Sendo assim me arrisco afirmar, que todos temos em nossa formação o que pode-se chamar: veia dramática, ou seja, quem nunca se viu imitando alguém, ou até mesmo contando uma mentira tão convincente que em momento algum a outra pessoa se quer desconfiou que tudo não se passava de uma mentira? Então, estava fazendo teatro. Por tanto fica claro que a necessidade de representar está inserido em nosso cotidiano como algo necessário, preciso.
Como já deu para perceber a arte educação, por meio do teatro, é um assunto tão abrangente que nos leva a várias reflexões e que se não tivermos cuidado somos
levados por vários caminhos, que nos tira do rumo, fazendo-nos nos distanciar do nosso foco. Porém, neste caso, o foco aqui é falar do teatro e sua contribuição através da arte educação.
Neste ponto podemos citar algumas pesquisas realizadas por grandes pensadores e dramaturgos, que relatam suas experiências como arte educador. Assim, encontramos nomes como: Platão, Aristótoles, Augusto Boal, Maria Clara Machado, entre outros.
Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição a outro de perfeição, já nos apontando em seus pensamentos a maturidade adquirida ao longo da vida por meio da aprendizagem, pois em seu tempo se educava para a vida pública, e neste contexto o teatro se fazia presente.
Augusto Boal com seu Teatro do Oprimido desenvolveu um trabalho por meio da arte educação as capacidades estéticas de todo ser humano de produzir teatro, música, artes plásticas, poesia e narrativas: Palavra, Imagem e Som: o Pensamento Sensível e o Pensamento Simbólico unidos na melhor compreensão do mundo.
Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, É a principal referência no Brasil para o ensino da Arte nas escolas, tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arte-Educação, defendido em 1977, na Universidade de Boston. Foi a primeira pesquisadora a se preocupar com a sistematização do ensino de Arte em museus, durante sua gestão como diretora do MAC. Em 1987 desenvolveu, com apoio em sua "proposta triangular", o primeiro programa educativo do gênero, ainda hoje a base da maioria dos programas em Arte-Educação no Brasil. Consiste no apoio do programa de ensino de Arte em três abordagens para efetivamente construir conhecimentos em Arte.
Thomaz (2007) narra uma experiência onde práticas com jogos teatrais possibilitaram a educandos se localizarem como seres biopsicossociais e, seres
de cultura, desenvolver-se na sua relação com o mundo. Reafirma-se nesse trabalho a participação dessa arte plural no desenvolvimento individual e coletivo: ao mesmo tempo em que é capaz de atuar no espaço da subjetividade ampliando as fronteiras entre o pensar, o sentir e o agir, o teatro oferece possibilidades de ampliar também, no nível de uma coletividade, o espaço em que a educação ocorre.
Maria Clara machado em artigo escrito no publicação do Caderno de Teatro fala da importância da dramatização espontânea seja uma atividade somente das crianças, sem se visar a um espetáculo ou qualquer forma de exibicionismo, sem expor a criança à crítica.
Isso nos põe como educadores a repensar em nossa prática como arte - educador de forma, que a nossa participação nesta construção do aprendizado das crianças por meio do teatro, seja uma experiência positiva e significativa no desenvolvimento destes educandos.
O século XVIII foi de suma importância, onde grandes pensadores como Goethe e Nietzsch, influenciados por Rousseau contribuíram promovendo uma grande mudança, inserindo no campo educacional, a valorização e a importância da arte, onde há uma grande reverencia a arte de representar, por considerar o teatro um meio eficaz de promover integralmente o desenvolvimento da criança.
Desde então muitos são os que juntam-se a este coro, afirmando com veemência a contribuição do teatro como uma grande e eficaz aposta no aprendizado e na valorização do conhecimento adquirido por meio de jogos dramáticos e exercícios de improvisação. Piaget também demonstra sua preocupação com uma escola mais preocupada em adaptar-se a cada criança do que encaixa-la no mesmo molde, focando-se no interesse da criança e nas suas atividades de vivencias que fossem principalmente em grupo. Práticas comuns em aulas de teatro em escolas técnicas ou livres.
No Brasil a história do teatro e da educação propriamente dita se dá a partir do século XVI com a chegada dos jesuítas, onde Anchieta serviu-se da arte teatral para compor seus sermões por meios de dramatizações, através de seus autos e mistérios, e desta forma catequizar, ensinar e até mesmo condicionar os índios com intuito de doutriná-los.
Esta prática foi comum por séculos, pois a igreja católica usou o teatro como forma de passar seus valores e conceitos, isto nos prova que a representação trás um efeito tão envolvente e de maior assimilação que tanto nos primórdios da humanidade quanto aos dias atuais, ainda se utiliza do teatro para levar a massa a refletir sobre questões relevantes de nossa sociedade.
E isto é tão forte que desde a antiguidade quando o teatro surgiu em Roma e na Grécia, uma aglomeração de espectadores, se reunia nos grandes teatros ao ar livre para assistirem as representações, que além de entreter também poderia transmitir valores.
Há relatos que no século XVII os jesuítas impuseram uma censura drástica proibindo a pratica teatral, personagens cômicos, que na maioria das representações escarneciam a sociedade da época, demonstrando todo o podre denunciando o pré-conceito e a intolerância da minoria dominante.
Não podemos deixar de ressaltar que o povo, nesta época era a maioria composta por pessoas analfabetas e que poderiam ser influenciado e até mesmo manipulado através do teatro, que agora se apresentava como oposição ao pensamento dos dominantes.
O teatro sobrevive ao tempo e a cada dia vem se mostrando com maior força, apesar de sofrer com os descasos e as perseguições, se mantem firme e cada vez
mais empenhado de formar cidadãos mais conscientes do seu papel nesta sociedade que se modifica rapidamente.
Vale relembrar que a questão da arte educação é tão relevante para uma abordagem, que a própria história nos demonstra que nem mesmo com a chegada da família real ao Brasil em 1808, o teatro não foi incluso na educação, nem acessível ao povo, sendo apenas um artigo de luxo, representado só para uma pequena elite.
Identificamos historicamente Augusto Rodrigues como o percussor da arte educação no Brasil, isto na década de quarenta, foi ele quem liderou a criação de uma “escolinha de arte” no Rio de Janeiro, com estruturas baseadas nos moldes da Educação, através da arte, onde preparava professores para o ensino da arte.
O ensino das artes é introduzido legalmente no currículo escolar da educação básica de forma não obrigatória com a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4024/61), relembrando que neste período o Brasil passava por forte censura, por conta do golpe militar, e ninguém do era livre de se expressar artisticamente.
Um grande marco na história da educação ocorreu com o projeto de Lei Federal nº 5.692 de 1971 que incorporava no currículo escolar a educação artística possibilitando deste modo evasão para um trabalho mais reflexivo indo em contramão a ditadura militar. Até então não havia cursos de arte educação nas universidades no Brasil. Eram encontrados apenas alguns cursos livres para preparar professores de desenho.
Anterior a este período identificamos um movimento pioneiro iniciado em 1948 denominado Movimento Escolinhas de Artes, difundido por todo pais com 32 escolas, porém particulares, tinha como objetivo oferecer o curso de arte educação para crianças e adultos, e formar professores em arte educadores.
É importante ressaltar que mesmo após a Lei Federal em vigor estes educadores
formados nas escolinhas não podiam poderiam lecionar nas escolas devido a exigência pela formação superior, desta forma sendo um empecilho ao acesso deste artes educadores assumirem a sala de aula.
Para suprir a falta de mão de obra especializada o Governo Federal criou o curso universitário que preparava professores para a disciplina de educação artística. Já quanto a arte educação propriamente dita só foi inserida nas universidades a partir de 1973. Este curso com duração de dois anos licenciava professores para lecionar: música, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico, no ensino Fundamental e em alguns casos no ensino médio.
Este curso gerou muitas críticas quanto sua qualidade, por acreditar-se que o mesmo deixava uma grande lacuna a ser preenchida que punha em dúvida sua eficácia por considerar-se que o tempo de duração do curso era muito inferior ao necessário para que se formasse um profissional capaz de dominar teoricamente e na prática uma disciplina tão complexa.
Como forma de preencher esta lacuna a Universidade de São Paulo através da Regulamentação do Ministério da Educação, oferece um curso de arte educação com a duração de quatro anos. Oportunizando desta forma que aspirantes a arte educadores possam ter uma maior e melhor qualidade para desenvolverem seus conhecimentos técnicos e teóricos.
Em pesquisa realizada com 2500 professores de arte em São Paulo na década de 80, foi constatado que estes profissionais tinham como principal objetivo o desenvolvimento da criatividade de seus educandos. Esta pesquisa foi importante por nos revelar um panorama dos educadores, neste caso, comprovando o que já era previsto, não tinham o domínio necessário para lecionar como professores de arte. Suas teorias e práticas não estavam embasadas em estudos apropriados ao
que se propunham a ensinar, desta forma não estavam aptos a oportunizar o desenvolvimento integral de seus educandos.
Outra pesquisa realizada por Heloísa ferraz e Idméia Siqueira também na década de 80 por meio de questionários entregues a 150 professores de arte, tinha como objetivo saber sobre a fonte de seu ensino, 82% dos entrevistados revelaram que seu maior apoio em sala de aula eram exclusivamente os livros didáticos. Que mais uma vez nos remete a repensar sobre esses professores e sua práticas em sala de aula lecionando educação artística.
Claro que se fizermos um parâmetro entre a década de 80 aos dias atuais percebemos que pouca coisa mudou, que apesar de o acesso a informação ser um grande facilitador poucos se aprimoram ou busca a formação por diversos fatores. É lamentável que a educação artística esta cada dia mais restrita, pouco encontramos esta disciplina, e há os educandos que afirmem, que nem sabem o que é esta disciplina, e quando encontramos, não passa de um simples colorir, pois a arte é vista, ainda, como algo de menor valor, sendo enfatizada apenas nos discursos daqueles que por intuição acreditam ser politicamente correto citar a arte. Mas graças as escolas livres que ainda em maior quantidade e agora com parceria da Delegacia Regional do trabalho, muitos profissionais são formados e atuam, se formando como artistas em várias categoria e que juntamente com o curso universitário, assumem salas de aula contribuindo prestando seus serviços como arte educadores.
A preparação nas faculdades nesta área sabemos que inclui apenas o aprendizado de uma metodologia de ensino focada muito mais na teoria. Um contato mais profundo no ensino de artes nos permitiria que as diferentes formas de cultura fossem vivenciadas, compartilhadas e significativas.
Numa avaliação realizada com alunos do curso de Pedagogia do 5º Semestre de uma determinada faculdade, apontou que na sala composta por 80% de
educandos do sexo feminino, a partir de 20 anos de idade, 58% dos entrevistados relatam que a arte não faz parte do seu dia a dia, enquanto 25% nunca tiveram interesse nesta área, 16% responderam achar muito complexo e apenas 1% deste mostrou-se interessado em desenvolver algum trabalho com relação a arte.
O contato que tiveram com esta metodologia de ensino se deu apenas no ensino básico e, afirmam não terem tido boas experiências, pois não construíram em nenhum sentido para seu aprendizado, ou que servisse como mecanismo em sua prática de trabalho.
A formação dos professores de arte no Brasil tem uma historia peculiar, diferente da formação de professores com pouca oferta de curso e campo de atuação.
A nova LDB (Lei 9.394/96) e o PCN (2000) assegura a presença da disciplina arte no currículo da escola fundamental como disciplina obrigatória na educação básica destacando as quatro linguagens: teatro, dança, música e arte plástica, porém na prática os educandos não são beneficiados com a arte educação, e não há investimento na qualificação de profissionais para aturarem lecionando esta disciplina.
É preciso que haja um engajamento maior com políticas públicas promovendo a qualificação de profissionais, que possam desenvolver nas escolas um trabalho de qualidade voltado a arte educação por meio do teatro, uma vez que sabemos que este profissional tem que ter uma preparação tanto teórica quanto prática para desenvolverem um trabalho efetivo que contribuam na construção do conhecimento integral dos educandos.
Vale relembrar que esta formação ultrapassa a sala de aula é preciso um engajamento rumo ao conhecimento, através de pesquisas, teoria e prática. Só deste modo poderemos compartilhar experiências significativas e de forma coletiva por meio da arte e educação construiremos uma nova consciência
respeitando a diversidade, promovendo o crescimento individual e coletivo através do conhecimento.
3. METODOLOGIA
· Pesquisas bibliográficas (artigos em revistas e jornais, audiovisual, site de buscas)
· Pesquisa de campo: entrevistas
4. OBJETIVOS / OBJETIVO GERAL
· Proporcionar aos educandos oportunidades de liberar aptidões, desenvolvendo habilidades, atendendo aos diferentes estágios de desenvolvimento.
· Auxiliar em trabalho conjunto na preparação para o ensino formal, desenvolvendo-os em todos aspectos: emocionais, físico, social e intelectual.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Sistematizar e aumentar os conhecimentos através da comunicação levando seus participantes adquirir o gosto pela arte e cultura, valorizando a diversidade e toda forma de expressão.
· Desenvolver habilidade de pesquisa e experiências se reconhecendo como sujeito de todo processo da aprendizagem.
Apesar das críticas quanto ao uso da arte educação por considerar que a mesma restringe-se apenas aos exercícios do aprendizado referente a concentração, do domínio físico através da precisão da execução motora e da percepção, como se fosse uma receita pré-adquirida sem amplificações. Só os que se aventuram a estudar verdadeiramente o assunto tem a clareza que o uso da arte educação na sala de aula contribui e muito para o desenvolvimento integral, tanto no aspecto individual quanto coletivo, integrando a todos num mesmo processo, trazendo resultado onde todos envolvidos são figuras precisas e necessárias para o retorno esperado.
São poucos os professores que driblam todas as dificuldades impostas tanto pela sociedade como pelos órgãos públicos, que embargam em muito, colocando a arte educação como algo desnecessário, e que o tempo utilizado para desenvolver este processo é um desperdício, não levando em conta o interesse e o envolvimento do educando em todo processo.
Também não há uma política pública efetiva que promova além do papel (Leis) a deliberação formando e incentivando professores e amantes da arte em buscar a formação específica em boas escolas ou faculdades para melhor desenvolver um bom trabalho.
Encontramos como oferta cursos de capacitação de teatro para arte educadores, porém, uma grande parte em escolas livres ou profissionalizantes, e muito poucas em faculdades e universidades tanto públicas ou privadas.
Propomos através deste trabalho o uso do teatro como arte educação com objetivos pedagógico a fim de favorecer o desenvolvimento de crianças e jovens estigmatizadas pelo diagnostico de fracasso escolar.
Há comprovadamente história de sucesso em grande parte em áreas com grande vulnerabilidade que se utilizaram da arte educação, implantando a dança, música e o teatro para recuperar jovens infratores e assegurar os demais que não buscassem o caminho da marginalidade, do vício e da prostituição. Um grande exemplo de que a arte funciona como um conceito positivo na formação da cidadania em comunidades como da Rocinha no Rio de Janeiro com o projeto “Nós do Morro”, que trabalha com teatro e em São Paulo o projeto “Meninos do Morumbi” que trabalha com a música erudita, e estes são só um dos poucos exemplos.
Infelizmente ainda são poucas as iniciativas, atingindo a uma parcela pequena da sociedade, enquanto não haver a conscientização dos nossos governantes e de nossos professores em atividades os que estão se formando que só através da educação e da arte poderemos mudar este cenário de descaso onde o número de pessoas que desconhece a importância da cultura em suas vidas e cada vez mais alarmante.
Bom seria se cada pessoa que trabalha com educação tivesse a oportunidade de vivenciar um trabalho com arte educação e desta forma absorvesse para seu cotidiano o interesse na busca de uma formação mais ampla e consistente.
Lembrando que segundo nosso dicionário da língua portuguesa que explicita o significado do nosso tema “teatro como arte educação”, em si próprio já resume o significado do tema tanto para nós quanto para a sociedade.
Reafirma o que já acreditava, Teatro, arte e educação estão co-relacionados e não há como se trabalhar de forma separada, uma vez que Educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, moral e intelectual do ser humano, Arte é a capacidade ou atividade humana de criação e Teatro considerado a coleção de obras dramáticas de um autor, época ou nação.
Desta forma concluímos que o teatro como arte educação por si, já é completo como um mecanismo eficaz no aprendizado significativo dos educandos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFÍCOS
Libiria Rodrigues Neves, Ana Lydia B Santiago, O uso dos jogos teatrais na educação.
Spolin, Viola, O Jogo Teatral no Livro do Diretor, Ed. Perspectiva S.A, 1999.
Berthold, Margot, História Mundial do Teatro, Ed. Perspectiva S.A, 2000.
www.arteducacao.pro.br
www.arteducacao.org/pageview.aspx?pageid=66&langid=1
www.crmariocovas.sp.gov.br
caracol.imaginario.com
www.arteeeducacao.net http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/aristoteles-307025.shtml www.scielo.br/pdf/ea/v3n7/v3n7a10.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-863X2010000200015&script=sci_arttext www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/extensao/4Artigos_artes.pdf
Cadernos de Teatro, 52, 1, 6-10, 1972
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