De: MARCONDYS FRANÇA
SOCORRO (MÃE)
IDELFONSO (PAI)
MARIA BADALO (FILHA)
BOCA DE BURRO (JAGUNÇO)
ZÉ PINGA (NOIVO)
IDELFONSO (PAI)
MARIA BADALO (FILHA)
BOCA DE BURRO (JAGUNÇO)
ZÉ PINGA (NOIVO)
VIGÁRIO
ATO ÚNICO
SOCORRO:
- Desgraçada... Desgraçada! Minha
filha, mais falada que tudo nessa vida! Ai de mim!
IDELFONSO:
- Se eu pego esse condenado... Eu
capo esse cabra safado!
MARIA BADALO:
- Mainha...
SOCORRO:
- Calada!
MARIA BADALO:
- Painho...
IDELFONSO:
- Calada!
MARIA BADALO:
- Eu...
OS DOIS:
- Calada estrupício!
IDELFONSO:
- Vamos realizar logo este casamento
antes que eu cometa uma loucura.
SOCORRO:
- O vigário já vem se chegano...
IDELFONSO:
- Que chegue logo. Que já tô sem
paciência.
MARIA BADALO:
- Mais...
SOCORRO:
- E ocê se assossegue!
MARIA BADALO:
- Eu...
OS DOIS:
- Calada estrupício!
MARIA BADALO:
- Oxé! Num posso nem dizê nadica
de nada...
OS DOIS:
- Não!
VIGÁRIO:
- Meus filhos... Deus os abençoe!
TODOS:
- Amém!
VIGÁRIO:
- Vamos então dá início ao
casório... É esta a noiva?
SOCORRO:
- É... É essa sonsa!
MARIA BADALO:
- Mainha!
SOCORRO:
- Num diga nada! Calada
estrupício!
VIGÁRIO:
- E onde tá o noivo?
IDELFONSO:
- Vou mandá buscá o cabra. Boca de
Burro!
BOCA DE BURRO:
- Sim sinhô!
IDELFONSO:
- Traga cá aquele cabra safado...
Que minha peixeira tá se cosandi... Tá doidinha pra sangrar um pescoço de um
filho de uma égua!
VIGÁRIO:
- Fique calmo homem de Deus! Sem
violência.
IDELFONSO: - Boca de Burro, se avexe... Tá ispeno o que? (Boca de Burro sai)
IDELFONSO: - Boca de Burro, se avexe... Tá ispeno o que? (Boca de Burro sai)
MARIA BADALO:
- Painho deixa eu falá...
IDELFONSO:
- Ocê num me abra essa boca Maria
Badalo.
MARIA BADALO:
- Mai painho...
SOCORRO:
- Tá moca? Num ouviu teu pai? Oxé!
BOCA DE BURRO: - Aqui está o cabra!
BOCA DE BURRO: - Aqui está o cabra!
ZÉ PINGA:
- Se é festa to drentro! (Música: Bebe, cair e levantar)
IDELFONSO:
- Me segura antes que eu faça uma
bestera e desgrace minha vida.
VIGÁRIO:
- Calma homem! Não esqueça que tua
filha precisa do noivo...
MARIA BADALO:
- Vigário...
TODOS:
- Calada!
ZÉ PINGA:
- Etá festa animada! Num tem uma
branquinha?
SOCORRO:
- O sinhô se oriente!
ZÉ PINGA:
- Só um dedo... Em pé.
VIGÁRIO:
- Vamos logo à cerimônia.
IDELFONSO:
- É isso mermo seu vigário... Case
logo essa sem vergonha.
MARIA BADALO:
- Mainha...
SOCORRO:
- Cale essa boca estrupício.
VIGÁRIO:
- Então vamo dá início a esta
união... Aqui temos de um lado Zé Pinga e do outro Maria Badalo...
SOCORRO:
- Pule logo essa babozeira toda! O
pio já acunteceu... Então vamo logo ao que interessa.
IDELFONSO:
- Isso mermo!
VIGÁRIO:
- Sendo assim... Prosseguiremos...
MARIA BADALO:
- Eu...
VIGÁRIO:
- Isso é pressa de se vê casada
filha?
MARIA BADALO:
- Eu...
SOCORRO:
- Aceita!
MARIA BADALO:
- Mas...
SOCORRO:
- Você cala a boca. Sabeno que vai
perguntá... A resposta é sim.
ZÉ PINGA:
- Não...
IDELFONSO:
- Como é que é seu cabra? (Mostra a peixeira)
ZÉ PINGA:
- Digo sim. É que ocês num deixa a
pobre moça falá.
IDELFONSO:
- Vigário temine logo com essa
agonia.
VIGÁRIO:
- Então... Maria Badalo, aceita...
SOCORRO:
- Já disse que sim. E se num disse
eu como mãe e resposave digo sim.
IDELFONSO:
- E eu assino em baixo!
VIGÁRIO:
- Mais não é assim que funciona.
IDELFONSO:
- Com todo repeito vigário... Não
cumprica! (Para Zé Pinga)
E você seu cabra safado diga logo
sim.
ZÉ PINGA:
- Se num tem como escapuli...É
sim, né?
MÃE E PAI:
- É.
VIGÁRIO:
- Então... Se não há ninguém que
possa impedir essa união...
BOCA DE BURRO:
- Eu!
TODOS:
- Oh!
MARIA BADALO:
- Boca de Burro!
BOCA DE BURRO:
- Eu amo Maria Badalo e foi eu que
bulí com ela...
MARIA BADALO:
- Meu mocinho, meu cawboy!
BOCA DE BURRO:
- Vambora...
MARIA BADALO:
- É Pra já! (Pula nas costas de Boca de Burro e foge do casamento. Socorro desmaia,
Idelfonso a segura)
VIGÁRIO:
- Nome do pai, do filho e do
Espírito Santo...
ZÉ PINGA:
- Etâ casamento bão! Que festança
animada! (Música)
F I M