A
comedia e o Drama
Atenas é considerada a terra natal
do teatro antigo, e, sendo assim, também do teatro ocidental. "Fazer
teatro" significava respeitar e seguir o culto a Dionisio.
Conhecido como o “século de ouro”
Atenas tornou-se o centro dessas manifestações culturais e reuniu autores de
toda a Grécia, cujos textos eram apresentados em festas de veneração a Dioniso.
O teatro grego pode ser dividido em
três partes: tragédia, comédia antiga e comédia nova.
A tragédia
Do grego
"tragoidía" ("tragos" = bode e "oidé" = canto).
Canto ao bode é uma manifestação ao deus Dioniso, que se transformava em bode
para fugir da perseguição da deusa Hera. Em alguns rituais se sacrificavam
esses animais em homenagem ao deus.
A tragédia apresentava como
principais características o terror
e a piedade que despertava no público. Tinha cinco atos que além dos atores
contavam com um coro.
Ao contrário do drama, na tragédia
o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu sofrimento é
irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino de matar o pai, Laio, e se
casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da mitologia grega que serviram
de base para o teatro.
Como Autores trágicos podemos citar
aqui três tragediógrafos que
conhecemos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes escreveram cerca de 300 peças, das
quais apenas 10% chegaram até nós.
Ésquilo (cerca de 525 a.C. a 456
a.C.)
Considerado o fundador do gênero,
sete peças suas sobreviveram à destruição do tempo: Entra elas "Prometeu
Acorrentado", e "Agamêmnon",
Sófocles (496 a.C. a 406 .a.C.)
Importante tragediógrafo, também
trabalhava como ator. Entre suas peças estão a trilogia "Édipo Rei",
"Édipo em Colona" e "Antígona".
Eurípides (485 a.C. a 406 a.C.)
Pouco se sabe sobre sua vida. Ainda
assim, é dele o maior número de peças que chegaram até nós. São 18 no total,
entre elas: "Medéia" "As Bacantes" e "Electra"
A comédia antiga
A origem da comédia é a mesma da
tragédia: as festas ao deus Dioniso. A palavra comédia vem do grego "komoidía"
("komos" remete ao sentido de procissão).
Na Grécia havia dois tipos de
procissão que eram denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas,
fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas, brincando
com os habitantes da cidade. No segundo tipo, era celebrada a fertilidade da
natureza.
Apesar de também ser representada
nas festas dionisíacas, a comédia era considerada um gênero literário menor. É
que o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto o da comédia era
escolhido entre as pessoas da plateia. A comédia falava de homens comuns.
A mais forte
característica do ator grego, estava na máscara cujas relações com os ritos
primitivos, eram evidentes.
Nos ritos
primitivos a máscara ritual não é um objeto qualquer. é um objeto sagrado.
Na tragédia, a
veste principal era o quiton (chitón),
diferente do cotidiano por ter mangas largas e cores variadas e pela cintura
muito alta, disposta logo abaixo do busto.
O coturno
(kóthornos), sapato de solas grossas e
pintadas e o onkos (alto adorno da cabeça acima da máscara) davam ao
intérprete dimensões fora do normal.
Alguns truques para
melhor caracterização das personagens:
Visualmente, as
máscaras primitivas são abstratas. Elas partem do real (formas geométricas,
linhas, triângulos, indicando nariz, olhos, etc), mas expressam o não real, As
máscaras primitivas ao representarem o espírito do homem ou do animal, um ser
mutuante, algo entre homem e animal, são como que uma ligação entre um e outro.
Esses rituais apresentam fragmentos da vida terrena, insinuando uma outra
realidade.
Máscaras especiais
eram exigidas por personagens mitológicas e alegóricas como Io, de chifres,
Argos de muitos olhos, as Fúrias, cujos cabelos eram serpentes, e figuras
alegóricas como a Morte, a Forca, a Loucura.