junho 30, 2020

TEATRO OCIDENTAL


Falar do teatro ocidental e em tão pouco tempo, não é uma tarefa tão fácil, o ocidente é o berço de boa parte da história do teatro, desde do teatro grego e romano  acompanhando as várias fases do desenvolvimento artístico e cultural da humanidade,  até os dias de hoje.

Desde de seu surgimento no século 4 antes de Cristo, o  teatro ao longo de sua evolução acompanhou momentos importantes para cenário cultural mundial, passando por vários períodos medieval,  renascimento, romantismo, realismo, naturalismo, e por tantos outros até os dias de hoje.

o teatro faz parte da evolução humana e até hoje não sabemos  a resposta, se avida imita a arte ou a arte imita a vida, ficando uma incógnita que nos acompanha por gerações.

Procurar conhecer a trajetória do teatro ocidental implica, num primeiro momento, em buscar as suas origens, o que nos leva ao Mar Mediterrâneo, em cujas margens, na Antiguidade, desenvolveram-se diversas civilizações às quais podemos relacionar a existência de representações teatrais, e estou falando de quase 2000 ac , com os cultos realizados em datas comemorativas dedicadas as várias divindades.

Após a queda do Império Romano, tem início um período na história ocidental, mais tarde batizado de Idade Média, que compreendeu o século V ao XV da era cristã. Nesse período, coexistiram três culturas diferentes no continente europeu: a árabe, a bizantina e a feudal.

Teatro Medieval, se destaca na Europa Feudal: França, Itália, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Holanda, Bélgica, e, paulatinamente, Portugal e Espanha (denominações atuais). Esse teatro perdurou por mil anos

Na Alta Idade Média, o teatro herdado do período clássico greco-romano, já em franco declínio, foi abertamente combatido pela Igreja Católica, tornando-se objeto de discussões em concílios papais, que impuseram crescentes ordens proibitivas, restringindo assim, o fazer teatral. As atrizes passaram a ser equiparadas às prostitutas e os atores, em geral, sofriam perseguições de todo o tipo.

Com essas perseguições, os espetáculos foram reduzidos às proezas dos saltimbancos e aos cantores e malabaristas ambulantes que realizavam pantomimas e palhaçadas em circos e feiras populares.
No entanto, em Plena Idade Média, o teatro começa a ressurgir, florescendo na Baixa Idade Média, quando justamente a Igreja se aproxima dele para educar os fiéis, a grande maioria analfabeta na doutrina cristã. Surgindo deste o teatro religioso e o teatro profano.

O Teatro religioso Surge antes do teatro profano e compreende o mistério, o milagre e a moralidade. Com destaque á  Gil Vicente (1465 – 1536), que na corte medieval portuguesa, em pleno Renascimento Europeu se destaca  sob o patrocínio de D. João III, alcançou fama e prestígio.

com suas peças denominadas Autos e Farsas, com personagens, muitos deles inspirados nos moradores e frequentadores da mesma corte.
O Renascimento, se estendeu por duzentos anos entre os séculos XVI e XVII, nesse período algumas cidades da Europa vivenciaram intensas mudanças culturais, sociais e econômicas.

No teatro, há uma profunda mutação com a criação e recriação de várias modalidades dramáticas. A vida cultural e palaciana europeia é centralizada em cidades como Paris, Londres, Madrid e Florença, o que servia de incentivo para a formação de companhias regulares de teatro.

De modo geral, as Artes louvaram e cultuaram a cultura clássica greco-romana, emancipando-se dos dogmas religiosos para se ligar à filosofia humanista, que preconizava o homem como centro de todas as coisas – o antropocentrismo.

Destaque para as seguintes manifestações teatrais: o Siglo de oro (Espanha), a Commedia dell’Arte (Itália e França), o Teatro Elizabetano (Inglaterra), e, por fim, o Classicismo Francês.
Os autores do período elisabetano trouxeram para as suas peças teatrais as tradições religiosas e populares medievais,/ Assim, as novelas de cavalaria, com seus bravos e aventureiros heróis, a mescla de mitologias e crenças religiosas, o aos estilos de tragédias e comédias que se tornaram clássicos do teatro mundial.
Outro fator de importância para o sucesso de teatro elisabetano foi a presença maciça do público em teatros que comportava de 1.500 a 2.000 pessoas, em cidades como Londres. E não tinha privilegio para burguesia não, era tudo junto misturado. Em representações duravam horas a fio.

Na Inglaterra, Shakespeare foi ator e empresário da própria companhia de espetáculos. Sua produção escrita é impressionante, como também o é a velocidade com que escrevia suas peças teatrais que são revelenciada até os dias atuais.
Na França de Luís XIV, sob o comando de Richelieu e da Academia Francesa, fundada em 1629, o extremo cuidado para criar uma obra que chegasse à perfeição formal levou os teóricos a estabelecerem regras precisas para a escrita de uma peça teatral. Dessa maneira, os autores necessitavam segui-las à risca, sob pena de serem alvos de contundentes e desastrosas críticas, e que poderiam, inclusive, pôr fim a uma carreira artística. 

Na comédia, o grande nome do classicismo francês foi Jean-Baptiste Poquelin, o Molière (1622-1673), aplaudido por todas as camadas da população e prestigiado, sobretudo, pela aristocracia e pelo próprio Luís XIV com sua Commédia dell’Arte.

Durante a segunda metade do século XIX, na França, contra o Realismo surge Romantismo no teatro.
 Acredita-se que o dramaturgo deve olhar para o mundo e para a sociedade que o compõe, analiticamente, transpondo os para o palco sem distorções ou retóricas.

A dramaturgia se enriquece com o surgimento dessa palavrinha que aparece aqui “piéce bien faite” Pis Bian Fiete, que significa peça bem feita de Eugene Scribe  IUDINI ISQUIBA (1791-1861),
que trás ao teatro a lógica e causal por meio da exposição clara das situações e dos personagens. Onde se destacam-se, a preparação cuidadosa dos acontecimentos futuros da ação dramática.

Muitos atores e dramaturgos a séculos tem deixado contribuições para a formação do teatro ocidental como o norueguês Henrik Ibsen (1828 - 1906), com suas obras de linguagem cotidiana, personagens semelhantes às pessoas reais, e não temos como deixar de citar  o russo Constantin Stanislavski mestre na arte da interpretação seguido por seu método revolucionário seguido por gerações.
Quando a gente pensa no teatro de vanguarda, estamos pensando em um teatro de resistência, que vai muito além da coisa mais poética, daquela coisa mais romantica,

é um olhar sobre a desigualdade, um desabafo, uma crítica social, que vem para expor o sentimento humano, em sua condição de fragilidade.

O teatro tem esse papel social, de nos remeter a repensar na humanidade, no contexto que estamos vivendo, / de onde viemos, pra onde vamos e principalmente onde estamos, e o teatro tem mesmo essas questões levado de forma reflexiva, o teatro esse lado social e filosófico.

O tempo não para e o teatro foi se reinventando puxando novas tendências como O EXISTENCIALISMO, TEATRO DO ABSURDO, teatro da crueldade, TEATRO ÉPICO de Brecht, 1950 O teatro este que buscava pelo o senso crítico do espectador, o teatro da crueldade Antonin Artaut (1986-1948), Figura controvertida na esfera teatral, O TEATRO POBRE DE GROTOWSKI que era o teatro que se utilizava da criatividade e da transformação a partir daquilo que se tem disponível.

VANGUARDAS NORTE-AMERICANAS surge nos anos 60 com o surgimentos de novas companhias teatrais com seu estilo próprio que mescla interpretação, dança e canto. No Brasil surge nos anos 30 uma grande revolução no cenário teatral com apresentação da peça Deus lhe pague de Camargo, representada por Procópio Ferreira e posteriormente “O Rei da Vela” de Oswald de Andrade, mas, esse é um assunto para um próximo programa.


Referências:

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO TEATRO NO OCIDENTE DOS GREGOS AOS NOSSOS DIAS - MÁRCIA CRISTINA CEBULSKI


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