Falar do teatro ocidental e em tão
pouco tempo, não é uma tarefa tão fácil, o ocidente é o berço de boa parte da
história do teatro, desde do teatro grego e romano acompanhando as várias fases do
desenvolvimento artístico e cultural da humanidade, até os dias de hoje.
Desde de seu surgimento no século 4
antes de Cristo, o teatro ao longo de
sua evolução acompanhou momentos importantes para cenário cultural mundial, passando por vários períodos medieval, renascimento,
romantismo, realismo, naturalismo, e por tantos outros até os dias de hoje.
o teatro faz parte da evolução
humana e até hoje não sabemos a
resposta, se avida imita a arte ou a arte imita a vida, ficando uma incógnita que
nos acompanha por gerações.
Procurar conhecer a trajetória do
teatro ocidental implica, num primeiro momento, em buscar as suas origens, o
que nos leva ao Mar Mediterrâneo, em cujas margens, na Antiguidade,
desenvolveram-se diversas civilizações às quais podemos relacionar a existência
de representações teatrais, e estou falando de quase 2000 ac , com os cultos
realizados em datas comemorativas dedicadas as várias divindades.
Após a queda do Império Romano, tem
início um período na história ocidental, mais tarde batizado de Idade Média,
que compreendeu o século V ao XV da era cristã. Nesse período, coexistiram três
culturas diferentes no continente europeu: a árabe, a bizantina e a feudal.
Teatro Medieval, se destaca na
Europa Feudal: França, Itália, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Holanda, Bélgica,
e, paulatinamente, Portugal e Espanha (denominações atuais). Esse teatro
perdurou por mil anos
Na Alta Idade Média, o teatro
herdado do período clássico greco-romano, já em franco declínio, foi
abertamente combatido pela Igreja Católica, tornando-se objeto de discussões em
concílios papais, que impuseram crescentes ordens proibitivas, restringindo
assim, o fazer teatral. As atrizes passaram a ser equiparadas às prostitutas e
os atores, em geral, sofriam perseguições de todo o tipo.
Com essas perseguições, os
espetáculos foram reduzidos às proezas dos saltimbancos e aos cantores e
malabaristas ambulantes que realizavam pantomimas e palhaçadas em circos e
feiras populares.
No entanto, em Plena Idade Média, o
teatro começa a ressurgir, florescendo na Baixa Idade Média, quando justamente
a Igreja se aproxima dele para educar os fiéis, a grande maioria analfabeta na
doutrina cristã. Surgindo deste o teatro religioso e o teatro profano.
O Teatro religioso Surge antes do
teatro profano e compreende o mistério, o milagre e a moralidade. Com destaque
á Gil Vicente (1465 – 1536), que na
corte medieval portuguesa, em pleno Renascimento Europeu se destaca sob o patrocínio de D. João III, alcançou
fama e prestígio.
com suas peças denominadas Autos e
Farsas, com personagens, muitos deles inspirados nos moradores e frequentadores
da mesma corte.
O Renascimento, se estendeu por
duzentos anos entre os séculos XVI e XVII, nesse período algumas cidades da
Europa vivenciaram intensas mudanças culturais, sociais e econômicas.
No teatro, há uma profunda mutação
com a criação e recriação de várias modalidades dramáticas. A vida cultural e
palaciana europeia é centralizada em cidades como Paris, Londres, Madrid e
Florença, o que servia de incentivo para a formação de companhias regulares de
teatro.
De modo geral, as Artes louvaram e
cultuaram a cultura clássica greco-romana, emancipando-se dos dogmas religiosos
para se ligar à filosofia humanista, que preconizava o homem como centro de
todas as coisas – o antropocentrismo.
Destaque para as seguintes
manifestações teatrais: o Siglo de oro (Espanha), a Commedia dell’Arte (Itália
e França), o Teatro Elizabetano (Inglaterra), e, por fim, o Classicismo Francês.
Os autores do período elisabetano
trouxeram para as suas peças teatrais as tradições religiosas e populares
medievais,/ Assim, as novelas de cavalaria, com seus bravos e aventureiros
heróis, a mescla de mitologias e crenças religiosas, o aos estilos de tragédias
e comédias que se tornaram clássicos do teatro mundial.
Outro fator de importância para o
sucesso de teatro elisabetano foi a presença maciça do público em teatros que
comportava de 1.500 a 2.000 pessoas, em cidades como Londres. E não tinha
privilegio para burguesia não, era tudo junto misturado. Em representações
duravam horas a fio.
Na Inglaterra, Shakespeare foi ator
e empresário da própria companhia de espetáculos. Sua produção escrita é
impressionante, como também o é a velocidade com que escrevia suas peças
teatrais que são revelenciada até os dias atuais.
Na França de Luís XIV, sob o
comando de Richelieu e da Academia Francesa, fundada em 1629, o extremo cuidado
para criar uma obra que chegasse à perfeição formal levou os teóricos a
estabelecerem regras precisas para a escrita de uma peça teatral. Dessa
maneira, os autores necessitavam segui-las à risca, sob pena de serem alvos de
contundentes e desastrosas críticas, e que poderiam, inclusive, pôr fim a uma
carreira artística.
Na comédia, o grande nome do
classicismo francês foi Jean-Baptiste Poquelin, o Molière (1622-1673),
aplaudido por todas as camadas da população e prestigiado, sobretudo, pela
aristocracia e pelo próprio Luís XIV com sua Commédia dell’Arte.
Durante a segunda metade do século
XIX, na França, contra o Realismo surge Romantismo no teatro.
Acredita-se que o dramaturgo deve olhar para o
mundo e para a sociedade que o compõe, analiticamente, transpondo os para o
palco sem distorções ou retóricas.
A dramaturgia se enriquece com o
surgimento dessa palavrinha que aparece aqui “piéce bien faite” Pis Bian Fiete,
que significa peça bem feita de Eugene Scribe IUDINI ISQUIBA (1791-1861),
que trás ao teatro a lógica e
causal por meio da exposição clara das situações e dos personagens. Onde se destacam-se,
a preparação cuidadosa dos acontecimentos futuros da ação dramática.
Muitos atores e dramaturgos a
séculos tem deixado contribuições para a formação do teatro ocidental como o
norueguês Henrik Ibsen (1828 - 1906), com suas obras de linguagem cotidiana,
personagens semelhantes às pessoas reais, e não temos como deixar de citar o russo Constantin Stanislavski mestre na arte
da interpretação seguido por seu método revolucionário seguido por gerações.
Quando a gente pensa no teatro de
vanguarda, estamos pensando em um teatro de resistência, que vai muito além da
coisa mais poética, daquela coisa mais romantica,
é um olhar sobre a desigualdade, um
desabafo, uma crítica social, que vem para expor o sentimento humano, em sua
condição de fragilidade.
O teatro tem esse papel social, de
nos remeter a repensar na humanidade, no contexto que estamos vivendo, / de
onde viemos, pra onde vamos e principalmente onde estamos, e o teatro tem mesmo
essas questões levado de forma reflexiva, o teatro esse lado social e
filosófico.
O tempo não para e o teatro foi se
reinventando puxando novas tendências como O EXISTENCIALISMO, TEATRO DO ABSURDO,
teatro da crueldade, TEATRO ÉPICO de Brecht, 1950 O teatro este que buscava
pelo o senso crítico do espectador, o teatro da crueldade Antonin Artaut
(1986-1948), Figura controvertida na esfera teatral, O TEATRO POBRE DE GROTOWSKI
que era o teatro que se utilizava da criatividade e da transformação a partir
daquilo que se tem disponível.
VANGUARDAS NORTE-AMERICANAS surge
nos anos 60 com o surgimentos de novas companhias teatrais com seu estilo
próprio que mescla interpretação, dança e canto. No Brasil surge nos anos 30
uma grande revolução no cenário teatral com apresentação da peça Deus lhe pague de Camargo,
representada por Procópio Ferreira e posteriormente “O Rei da Vela” de Oswald
de Andrade, mas, esse é um assunto para um próximo programa.
Referências: