junho 30, 2020

TEATRO BRASILEIRO


Antes da invasão dos Portugueses no Brasil, tínhamos nessas terras aproximadamente em torno 3.000.000 habitantes divididos entre 1.000 povos diferentes, sendo que aproximadamente 2.000.000 estavam estabelecidos no litoral do país e 1.000.000 no interior.

Esses povos indíginas exibiam uma rica cultura, apesar de terem pertencido a vários grupos diferentes com pontuais diferenças de comportamento e cultura, tinham  tinham religião, hábitos, costumes e comportamentos similares,  Elementos esses que influenciou muito nossa cultura por suas danças, batuques, pinturas, vestes e toda sua diversidade!

A história do teatro no Brasil teve início em meados de 1500, quando os portugueses chegaram às nossas terras e nos tornamos colônia de Portugal.

Em um primeiro momento, essa forma de arte foi utilizada pelos padres jesuítas comandado por José de Anchieta com o intuito de catequização dos índios, uma vez que estes já apresentavam simpatia por música e dança e impactava muito mais que um sermão. Para isso representava suas peças conhecidas como autos que consagrava a vida dos santos, em praças, colégios e igrejas.

No entanto, foi só com a chegada do Romantismo, no século 19, que a prática teatral se desenvolveu no país e grandes nomes começaram a surgir.

A preocupação inicial da prática teatral no Brasil era movida por interesses religiosos e não havia tanto cuidado com o aspecto artístico, mas sim com o pedagógico. 

No século XVII começaram a surgir peças teatrais que celebravam acontecimentos políticos e algumas festas populares — muitas delas parecidas com o carnaval, pois as pessoas desfilavam com adereços e tocavam instrumentos enquanto dançavam pelas ruas.

No século XVII, com o declínio do teatro jesuítico, houve escassas manifestações teatrais, surgissem alguns autores, com marcada influência do teatro europeu. Nesse mesmo período surgem as primeiras casas de espetáculos com elencos estáveis. Destaque para Antônio José, O Judeu (1705-1739) com grande contribuição ao teatro com suas comédias e tragicomédias.

O primeiro teatro do Brasil CONHECIDO COMO O TEATRO DO PADRE VENTURA (1830 a 1833) Ficava no Rio de Janeiro conhecido como Casa da Ópera. Não que esta casa apresentasse óperas, mas por conta do nome ópera remeter as artes envolvidas numa obra, como dança, canto, música e representação. A Casa da Ópera abrigava, acrobacias, mágicas, lanternas, danças, teatro de prosa, solos instrumentais, trechos de óperas, e muita coisa mais.

O Teatro do Padre Ventura pegou fogo em 1769 e tudo indica que, tiveram início as atividades do Teatro Régio,  muito mais desenvolvido e bem aparelhado, situado ao lado do Palácio dos Governadores, chamado de “Paço Imperial”, cujas atividades perduraram até 1813, ano da inauguração do Teatro São João, hoje conhecido como Teatro João Caetano.

Há relato de um o almirante francês Bougainville que lá esteve e deixou relato escrito, no qual diz que lá um elenco “de mulatos”, em uma sala “muito bela”, executava e representava trechos dos mestres italianos, com uma orquestra dirigida por um “padre corcunda”.

O carioca, João Caetano, é um dos grandes nomes do teatro brasileiro do século 19 de empresário e ensaiador, era autodidata na arte dramática. Referência na reforma do cenário teatral brasileiro com suas ideias. Nos deixa duas grandes obras que serve de referências as novas gerações: “Reflexões Dramáticas” (1837) e “Lições Dramáticas” (1862). Teve a preocupação em abriu uma escola de teatro com ensino gratuito e também criou um júri para avaliar e premiar as produções teatrais no país.

Mas foi com a chegada da família real no século XIX que o país vivenciou um marco no desenvolvimento de seu cenário teatral,. Isso se deu pelo Decreto de 28 de maio de 1810, assinado por D. João VI, que visava à construção de teatros de qualidade para a nobreza. Porém, as peças encenadas vinham da Europa, principalmente da França, e em nada traduziam a cultura brasileira.

Em busca da nacionalidade iniciou-se a transição a um teatro nacional, impulsionada pelos sucessos políticos da Independência (1822) e da abdicação de D. Pedro I (1831). Organizou-se o primeiro elenco dramático brasileiro (1833) e a primeira regulamentação do teatro; mas também foram dados os primeiros passos para censura teatral, que veio com a implantação do Conservatório Dramático, em 1843.

Com o romantismo (1838-1870), o Brasil vive um teatro acentuadamente nacionalista, iniciado com a tragédia Antônio José (1838), de Gonçalves de Magalhães, e também com um dos maiores representantes do teatro brasileiro Matins (1815-1848) considerado o Molieère brasileiro. O Juiz de Paz na Roça É a primeira comédia de costumes brasileiro, tem 23 atos e foi escrita por Martins Pena em 1838 (1815-1848) — é considerada uma das melhores obras dramáticas do Brasil, com críticas sociais aos costumes do Rio de Janeiro. Sua primeira encenação nos palcos aconteceu em outubro de 1838.

De 1850 em diante, os autores românticos mais importantes, que se destacaram no Brasil nomes como José de Alencar (1829-1877) e Joaquim Manuel de Macedo (1820-18820), QUE passaram a escrever também para teatro, disputando cada vez mais a concorrência estrangeira o gosto do público.

Os gêneros se diversificaram: tragédia, comédia, drama – no qual sobressaía Gonçalves Dias. trazendo renovações nos processos cênicos com a nacionalização, eliminando a fala portuguesa na cena. E para esse feito contou com o apoio do ator João Caetano.

Nos primeiros anos do século XX surgiu, a experiência realista, com os chamados “dramas de casaca” e a preocupação com a “verdade” na arte. Foi fundada a Ópera Lírica Nacional (1857) e a primeira Escola de Arte Dramática (1861, no Rio de Janeiro). A comédia de costumes permaneceu com força, tendo em França Júnior (1838 - 1890).  um novo e significativo autor.

Multiplicaram-se autores , obras também em outros gêneros, e destacando outros autores como: Coelho Neto (1864-1934), Artur Azevedo (1837-1913) que criador da estética brasileira, com o desenvolvimento da comédia e do gênero “revista”,
absolutamente original e adiante de seu tempo, José Joaquim de Campos Leão (1829-1883), cognome Qorpo-Santo, deixaria uma obra pela qual seria taxado de louco por seus contemporâneos e só quase um século depois reconhecido.

Machado de Assis (1839- 1908), esse grande escritor brasileiro também teve uma importante participação no desenvolvimento da dramaturgia nacional. Assim como Azevedo, traduziu diversas peças de teatro francesas e foi crítico atuante no Conservatório Dramático. Também deixou algumas peças de teatro.

A partir de SÉCULO XX, o teatro se consagrou e sobreviveu a todas as crises políticas que o país enfrentou, inclusive a ditadura de 1937 a 1945 e o Golpe Militar de 1964.

À medida que o século avançava foram surgindo tentativas desenvolvimento da linguagem dramática e cênica, como as de Álvaro Moreyra (Teatro de Brinquedo – 1927), Renato Viana (Caverna Mágica – 1928 – e Teatro de Arte – 1929). Crescia a preocupação com um teatro infantil com formas específicas de texto e montagem.

Fundavam-se e desenvolviam-se associações de classe, como a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT – 1917), a Casa dos Artistas (1914), ou entidades culturais como a Academia Brasileira de Teatro (1931) e a Associação Brasileira de Críticos Teatrais (1937).

Expandia-se cada vez mais por todo o país a atividade teatral, através de grupos amadores e formas de teatro experimental. Criou-se um órgão governamental, o Serviço Nacional de Teatro (1937). Crescia, em outros pontos do país, o número de escolas de arte dramática.

Tentativas individuais de renovação, pelo menos temática, surgiram com Deus lhe pague, de Joracy Camargo, incorporando ideias marxistas, ou Sexo, de Renato Viana, aportando teses freudianas, ou ainda Amor, de Oduvaldo Vianna, trazendo o tema-tabu do divórcio em uma estrutura dramática já ligeiramente modificada.
Uma iniciativa pioneira digna de registro foi a de Flávio de Carvalho (1899-1977), em seu Teatro de Experiência montou O baile do deus morto (1933), PEÇA ESSA QUE FOI CONSIDERADA UM ATENTADO, à moral e à religião, foi fechado pela polícia em sua terceira apresentação. Mas suas sementes frutificaram em A morta e O rei da vela (1937), de Oswald de Andrade.

No Estado Novo Getúlio Vargas, um grupo amador formado por profissionais liberais e personalidades da sociedade, sob direção de Brutus Pedreira e Santa Rosa, realizou a encenação que seria considerada o início da modernidade: a de Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues (1912-1980), com direção de Ziembinski (1908-1978) Zbigniew Marian Ziembiński.

De Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida foi encenada para primeira vez em 1956, em Pernambuco, e dirigida por João Cândido. Seu sucesso se deu ao misturar de maneira inteligente elementos do barroco católico e da cultura popular, passando pelo cordel e pela comédia. Em 1999 virou filme e é celebrado até hoje.

Mas foi com o Teatro de Arena (1953) que surgiu realmente uma nova estética, dando novos ares a Dramaturgia, e lançou também inúmeros autores: Flávio Migliaccio Eva Wilma Sérgio Britto José Renato, Vianninha (1936-19740, Roberto Freire (1927-2008), Guarnieri (1934-2006), Benedito Rui Barbosa, Chico de Assis (1933-2015), que transformaram o teatro num Laboratório de Interpretação, com as características brasileiras dos personagens na cena e até incluso as possibilidades de uma leitura nacionalizada dos clássicos.
Segundo esse exemplo, um grupo amador de estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) surgiu o Teatro Oficina (1958), preocupado em estudar a formação cultural do país e investigar a estrutura do capitalismo e suas repercussões socioculturais.

O Pagador de Promessas, Escrita por Dias Gomes, teve sua estreia em 1960, no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.

Tempos tenebrosos! O palco amordaçado, isso o corre na década de 60 a implantação da ditadura militar e o golpe que derrubou o presidente do Brasil João Gular em 64. Tornando a vida dos artistas e produtores de teatro um inferno, não só pela severa censura, como pelo fechamento de teatros, prisões, torturas e “desaparecimento” de autores, atores e diretores.

Com a década de 1980, após a chamada “abertura política”, o experimentalismo e a investigação fizeram surgir uma nova onda de diretores, Essa nova onda que invadia o cenário teatral tem na diversidade o principal aspecto do teatro dos anos 80.
O período é caracterizado pela influência do pós- modernismo movimento marcado pela união da estética tradicional à moderna. Como  expoente dessa linha Temos o diretor e dramaturgo Gerald Thomas.
Na dramaturgia chama a atenção o predominio do besteirol – comédia de costumes que explora situações absurdas.

Temos também teatro essencial com a atriz performática Denise Stoklos que desponta internacionalmente em carreira solo. O espetáculo Mary Stuart, apresentado em Nova York, nos Estados Unidos, Com esse novo gênero que utiliza o mínimo de recursos materiais e o máximo dos próprios meios do ator, como o corpo, a voz e o pensamento.

A Década de 90, no campo da encenação, a tendência à visualidade convive com um retorno gradativo à palavra por meio da montagem de clássicos. 

Com experimentalismo o teartro alcança sucesso de público e crítica. O diretor realiza suas encenações em espaços cênicos não - convencionais.

E nomes como Bia Lessa, Gabriel Villela, Sérgio de Carvalho, com sua Companhia do Latão, Marcos Caruso, que leva mais de vinte cinco milhões de espectadores ao teatro com sua peça trair e coçar é só começar.

Miguel Falabella em 1991. Com a Partilha, comédia dramática, ficou 6 anos em cartaz e foi encenada em 12 países.

Anos 90 é um período onde há abertura teatro para grandiosas montagens e os grandes musicais e as óperas. chegam ao Brasil e caem no gosto refinado dos frequentadores de teatro. 

Como pudemos perceber, o cenário teatral brasileiro possui uma história muito rica e diversa, com opções que agradam todos os gostos e idades. Apesar da forte influência europeia, principalmente francesa, aos poucos os dramaturgos encontraram sua voz e transformaram o teatro em uma arte bastante democrática.

O Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) inaugurado em 1948 por iniciativa do industrial italiano Franco Zampari, com o apoio financeiro de parte da elite paulistana.
 o TBC foi a sede de uma companhia teatral homônima, que nasceu com o objetivo de ser um espaço para o teatro amador da cidade de São Paulo Teatro, Se destacam nesse cenário atores de grande importacia para o tetro nacional como:  Sérgio CardosoPaulo AutranTônia CarreroCleyde YáconisCacilda BeckerWalmor ChagasNydia LiciaFernanda Montenegro  e  Fernando Torres (ator), entre outros.
Augusto Boal (1931-2009) foi um dos dramaturgos que mais contribuiu para a criação de um teatro genuinamente brasileiro e latino americano.

Desde do início de sua carreira, no teatro de Arena, Defensor do Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, passando, sua preocupação em criar uma linguagem que pudesse traduzir a realidade do seu país, uma maneira brasileira de falar, sentir e pensar.

A intensificação da censura, nos anos 70, atingiu bastante o teatro brasileiro, e ideológica, exercendo uma repressão moralista, puritana, que investia contra sinais de uma liberdade no palco.
 Que se tornava cada vez mais comum nos centros desenvolvidos, como a liberdade de linguagem – o escandaloso palavrão – e a mais escandalosa ainda moda da nudez.

Mas o principal alvo da censura ditatorial era, como seria de esperar, o teatro político, especialmente se ele ousava referir-se diretamente à realidade brasileira.

REPÓRTER GLOBAL RETORNA APÓS CIRURGIA

A repórter Global Ananda Apple retoma ao trabalho no Quadro Verde, do Bom Dia São Paulo, após mais de dois meses afastada da Gl...