Antes da invasão dos Portugueses no Brasil, tínhamos nessas
terras aproximadamente em torno 3.000.000 habitantes divididos entre 1.000
povos diferentes, sendo que aproximadamente 2.000.000 estavam estabelecidos no
litoral do país e 1.000.000 no interior.
Esses povos indíginas exibiam uma rica cultura, apesar de terem
pertencido a vários grupos diferentes com pontuais diferenças de comportamento
e cultura, tinham tinham religião, hábitos, costumes e comportamentos
similares, Elementos esses que influenciou muito nossa cultura por suas
danças, batuques, pinturas, vestes e toda sua diversidade!
A história do teatro no Brasil teve início em meados de 1500,
quando os portugueses chegaram às nossas terras e nos tornamos colônia de Portugal.
Em um primeiro momento, essa forma de arte foi utilizada pelos
padres jesuítas comandado por José de Anchieta com o intuito de catequização
dos índios, uma vez que estes já apresentavam simpatia por música e dança e
impactava muito mais que um sermão. Para isso representava suas peças
conhecidas como autos que consagrava a vida dos santos, em praças, colégios e
igrejas.
No entanto, foi só com a chegada do Romantismo, no século 19,
que a prática teatral se desenvolveu no país e grandes nomes começaram a
surgir.
A preocupação inicial da prática teatral no Brasil era movida
por interesses religiosos e não havia tanto cuidado com o aspecto artístico,
mas sim com o pedagógico.
No século XVII começaram a surgir peças teatrais que
celebravam acontecimentos políticos e algumas festas populares — muitas delas
parecidas com o carnaval, pois as pessoas desfilavam com adereços e tocavam
instrumentos enquanto dançavam pelas ruas.
No século XVII, com o declínio do teatro jesuítico, houve
escassas manifestações teatrais, surgissem alguns autores, com marcada
influência do teatro europeu. Nesse mesmo período surgem as primeiras casas de
espetáculos com elencos estáveis. Destaque para Antônio José, O Judeu
(1705-1739) com grande contribuição ao teatro com suas comédias e
tragicomédias.
O primeiro teatro do Brasil CONHECIDO COMO O TEATRO DO PADRE
VENTURA (1830 a 1833) Ficava no Rio de Janeiro conhecido como Casa da Ópera. Não
que esta casa apresentasse óperas, mas por conta do nome ópera remeter as artes
envolvidas numa obra, como dança, canto, música e representação. A Casa da
Ópera abrigava, acrobacias, mágicas, lanternas, danças, teatro de prosa, solos
instrumentais, trechos de óperas, e muita coisa mais.
O Teatro do Padre Ventura pegou fogo em 1769 e tudo indica que,
tiveram início as atividades do Teatro Régio,
muito mais desenvolvido e bem aparelhado, situado ao lado do Palácio dos
Governadores, chamado de “Paço Imperial”, cujas atividades perduraram até 1813,
ano da inauguração do Teatro São João, hoje conhecido como Teatro João Caetano.
Há relato de um o almirante francês Bougainville que lá esteve e
deixou relato escrito, no qual diz que lá um elenco “de mulatos”, em uma sala
“muito bela”, executava e representava trechos dos mestres italianos, com uma
orquestra dirigida por um “padre corcunda”.
O carioca, João Caetano, é um dos grandes nomes do teatro
brasileiro do século 19 de empresário e ensaiador, era autodidata na arte
dramática. Referência na reforma do cenário teatral brasileiro com suas ideias.
Nos deixa duas grandes obras que serve de referências as novas gerações: “Reflexões
Dramáticas” (1837) e “Lições Dramáticas” (1862). Teve a preocupação em abriu
uma escola de teatro com ensino gratuito e também criou um júri para avaliar e
premiar as produções teatrais no país.
Mas foi com a chegada da família real no século XIX que o país
vivenciou um marco no desenvolvimento de seu cenário teatral,. Isso se deu pelo
Decreto de 28 de maio de 1810, assinado por D. João VI, que visava à construção
de teatros de qualidade para a nobreza. Porém, as peças encenadas vinham da
Europa, principalmente da França, e em nada traduziam a cultura brasileira.
Em busca da nacionalidade iniciou-se a transição a um teatro
nacional, impulsionada pelos sucessos políticos da Independência (1822) e da
abdicação de D. Pedro I (1831). Organizou-se o primeiro elenco dramático
brasileiro (1833) e a primeira regulamentação do teatro; mas também foram dados
os primeiros passos para censura teatral, que veio com a implantação do
Conservatório Dramático, em 1843.
Com o romantismo (1838-1870), o Brasil vive um teatro
acentuadamente nacionalista, iniciado com a tragédia Antônio José (1838), de
Gonçalves de Magalhães, e também com um dos maiores representantes do teatro
brasileiro Matins (1815-1848) considerado o Molieère brasileiro. O Juiz de Paz
na Roça É a primeira comédia de costumes brasileiro, tem 23 atos e foi escrita
por Martins Pena em 1838 (1815-1848) — é considerada uma das melhores obras
dramáticas do Brasil, com críticas sociais aos costumes do Rio de Janeiro. Sua
primeira encenação nos palcos aconteceu em outubro de 1838.
De 1850 em diante, os autores românticos mais importantes, que
se destacaram no Brasil nomes como José de Alencar (1829-1877) e Joaquim Manuel
de Macedo (1820-18820), QUE passaram a escrever também para teatro, disputando
cada vez mais a concorrência estrangeira o gosto do público.
Os gêneros se diversificaram: tragédia, comédia, drama – no qual
sobressaía Gonçalves Dias. trazendo renovações nos processos cênicos com a
nacionalização, eliminando a fala portuguesa na cena. E para esse feito contou
com o apoio do ator João Caetano.
Nos primeiros anos do século XX surgiu, a experiência realista,
com os chamados “dramas de casaca” e a preocupação com a “verdade” na arte. Foi
fundada a Ópera Lírica Nacional (1857) e a primeira Escola de Arte Dramática (1861,
no Rio de Janeiro). A comédia de costumes permaneceu com força, tendo em França
Júnior (1838 - 1890). um novo e
significativo autor.
Multiplicaram-se autores , obras também em outros gêneros, e
destacando outros autores como: Coelho Neto (1864-1934), Artur Azevedo (1837-1913)
que criador da estética brasileira, com o desenvolvimento da comédia e do
gênero “revista”,
absolutamente original e adiante de seu tempo, José Joaquim de
Campos Leão (1829-1883), cognome Qorpo-Santo, deixaria uma obra pela qual seria
taxado de louco por seus contemporâneos e só quase um século depois
reconhecido.
Machado de Assis (1839- 1908), esse grande escritor brasileiro
também teve uma importante participação no desenvolvimento da dramaturgia
nacional. Assim como Azevedo, traduziu diversas peças de teatro francesas e foi
crítico atuante no Conservatório Dramático. Também deixou algumas peças de
teatro.
A partir de SÉCULO XX, o teatro se consagrou e sobreviveu a
todas as crises políticas que o país enfrentou, inclusive a ditadura de 1937 a
1945 e o Golpe Militar de 1964.
À medida que o século avançava foram surgindo tentativas
desenvolvimento da linguagem dramática e cênica, como as de Álvaro Moreyra (Teatro
de Brinquedo – 1927), Renato Viana (Caverna Mágica – 1928 – e Teatro de Arte –
1929). Crescia a preocupação com um teatro infantil com formas específicas de
texto e montagem.
Fundavam-se e desenvolviam-se associações de classe, como a Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais (SBAT – 1917), a Casa dos Artistas (1914), ou
entidades culturais como a Academia Brasileira de Teatro (1931) e a Associação
Brasileira de Críticos Teatrais (1937).
Expandia-se cada vez mais por todo o país a atividade teatral,
através de grupos amadores e formas de teatro experimental. Criou-se um órgão
governamental, o Serviço Nacional de Teatro (1937). Crescia, em outros pontos
do país, o número de escolas de arte dramática.
Tentativas individuais de renovação, pelo menos temática,
surgiram com Deus lhe pague, de Joracy Camargo, incorporando ideias marxistas, ou
Sexo, de Renato Viana, aportando teses freudianas, ou ainda Amor, de Oduvaldo
Vianna, trazendo o tema-tabu do divórcio em uma estrutura dramática já
ligeiramente modificada.
Uma iniciativa pioneira digna de registro foi a de Flávio de
Carvalho (1899-1977), em seu Teatro de Experiência montou O baile do deus morto
(1933), PEÇA ESSA QUE FOI CONSIDERADA UM ATENTADO, à moral e à religião, foi
fechado pela polícia em sua terceira apresentação. Mas suas sementes
frutificaram em A morta e O rei da vela (1937), de Oswald de Andrade.
No Estado Novo Getúlio Vargas, um grupo amador formado por
profissionais liberais e personalidades da sociedade, sob direção de Brutus
Pedreira e Santa Rosa, realizou a encenação que seria considerada o início da
modernidade: a de Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues (1912-1980), com
direção de Ziembinski (1908-1978) Zbigniew Marian Ziembiński.
De Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida foi encenada para
primeira vez em 1956, em Pernambuco, e dirigida por João Cândido. Seu sucesso
se deu ao misturar de maneira inteligente elementos do barroco católico e da
cultura popular, passando pelo cordel e pela comédia. Em 1999 virou filme e é
celebrado até hoje.
Mas foi com o Teatro de Arena (1953) que surgiu realmente uma
nova estética, dando novos ares a Dramaturgia, e lançou também inúmeros autores:
Flávio
Migliaccio Eva Wilma Sérgio Britto José
Renato, Vianninha (1936-19740, Roberto Freire (1927-2008), Guarnieri
(1934-2006), Benedito Rui Barbosa, Chico de Assis (1933-2015), que transformaram
o teatro num Laboratório de Interpretação, com as características brasileiras
dos personagens na cena e até incluso as possibilidades de uma leitura
nacionalizada dos clássicos.
Segundo esse exemplo, um grupo amador de estudantes da Faculdade
de Direito da Universidade de São Paulo (USP) surgiu o Teatro Oficina (1958), preocupado
em estudar a formação cultural do país e investigar a estrutura do capitalismo
e suas repercussões socioculturais.
O Pagador de Promessas, Escrita por Dias Gomes, teve sua estreia
em 1960, no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.
Tempos tenebrosos! O palco amordaçado, isso o corre na década de
60 a implantação da ditadura militar e o golpe que derrubou o presidente do
Brasil João Gular em 64. Tornando a vida dos artistas e produtores de teatro um
inferno, não só pela severa censura, como pelo fechamento de teatros, prisões,
torturas e “desaparecimento” de autores, atores e diretores.
Com a década de 1980, após a chamada “abertura política”, o
experimentalismo e a investigação fizeram surgir uma nova onda de diretores, Essa
nova onda que invadia o cenário teatral tem na diversidade o principal aspecto
do teatro dos anos 80.
O período é caracterizado pela influência do pós- modernismo movimento
marcado pela união da estética tradicional à moderna. Como expoente dessa linha Temos o diretor e
dramaturgo Gerald Thomas.
Na dramaturgia chama a atenção o predominio do besteirol – comédia
de costumes que explora situações absurdas.
Temos também teatro essencial com a atriz performática Denise
Stoklos que desponta internacionalmente em carreira solo. O espetáculo Mary
Stuart, apresentado em Nova York, nos Estados Unidos, Com esse novo gênero que utiliza
o mínimo de recursos materiais e o máximo dos próprios meios do ator, como o corpo,
a voz e o pensamento.
A Década de 90, no campo da encenação, a tendência à visualidade convive com um
retorno gradativo à palavra por meio da montagem de clássicos.
Com experimentalismo o teartro alcança sucesso de público e
crítica. O diretor realiza suas encenações em espaços cênicos não -
convencionais.
E nomes como Bia Lessa, Gabriel Villela, Sérgio de Carvalho, com
sua Companhia do Latão, Marcos Caruso, que leva mais de vinte cinco milhões de
espectadores ao teatro com sua peça trair e coçar é só começar.
Miguel Falabella em 1991. Com a Partilha, comédia dramática,
ficou 6 anos em cartaz e foi encenada em 12 países.
Anos 90 é um período onde há abertura teatro para grandiosas
montagens e os grandes musicais e as óperas. chegam ao Brasil e caem no gosto
refinado dos frequentadores de teatro.
Como pudemos perceber, o cenário teatral brasileiro possui uma
história muito rica e diversa, com opções que agradam todos os gostos e idades.
Apesar da forte influência europeia, principalmente francesa, aos poucos os dramaturgos
encontraram sua voz e transformaram o teatro em uma arte bastante democrática.
O Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) inaugurado em 1948 por iniciativa do industrial
italiano Franco Zampari, com o apoio financeiro de parte da
elite paulistana.
o TBC foi a sede de uma companhia teatral homônima, que
nasceu com o objetivo de ser um espaço para o teatro amador da cidade de São
Paulo Teatro, Se destacam nesse cenário atores de grande importacia para o
tetro nacional como: Sérgio
Cardoso, Paulo Autran, Tônia
Carrero, Cleyde Yáconis, Cacilda
Becker, Walmor Chagas, Nydia
Licia, Fernanda Montenegro e Fernando Torres (ator), entre outros.
Augusto Boal (1931-2009) foi um dos dramaturgos que mais
contribuiu para a criação de um teatro genuinamente brasileiro e latino
americano.
Desde do início de sua carreira, no teatro de Arena, Defensor do
Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, passando, sua
preocupação em criar uma linguagem que pudesse traduzir a realidade do seu
país, uma maneira brasileira de falar, sentir e pensar.
A intensificação da censura, nos anos 70, atingiu bastante o
teatro brasileiro, e ideológica, exercendo uma repressão moralista, puritana,
que investia contra sinais de uma liberdade no palco.
Que se tornava cada vez
mais comum nos centros desenvolvidos, como a liberdade de linguagem – o
escandaloso palavrão – e a mais escandalosa ainda moda da nudez.
Mas o principal alvo da censura ditatorial era, como seria de
esperar, o teatro político, especialmente se ele ousava referir-se diretamente
à realidade brasileira.