dezembro 20, 2012

OPERAÇÃO PLANETA

OPERAÇÃO PLANETA

De: Marcondys França

Personagens:

NINO (Menino sem modo. Tem entorno 8 anos de idade)

LAILA (Menina esperta e com consciência ecológica tem entorno 9 anos)


PEÇA EM UM ATO

(Nino entra comendo exageradamente, joga o saco plástico no chão)

LAILA: - Que coisa mais feia...

NINO: - Não fiz nada. Juro que sou inocente de qualquer coisa.

LAILA: - Como não fez nada? Ah, que feio!

NINO: - Ir lá vem você...

LAILA: - Olha pra isso? É certo?

NINO: - Não sei do que está falando...

LAILA: - (Abaixa e pega o saquinho) Disso aqui... Ó?

NINO: - É só um saquinho.

LAILA: - É só mais um saquinho... É isto que você está querendo dizer.

NINO: - Você leva tudo muito a sério.

LAILA: - E não é pra levar? Lixo é coisa séria. Seríssima! A prof me disse que se continuarmos a fazer isto... Isto que você acabou de fazer... o mundo vai acabar.

NINO: - O mundo não vai acabar nunca.

LAILA: - Como você bobo. Será que você nunca ouviu falar do aquecimento global?

NINO: - Quem nunca ouviu falar? Todo mundo já ouviu...

LAILA: - Então deve saber o que é.

NINO: - É o aquecimento, ora! O calor...

LAILA: - E por acaso o senhor sabe como isso acontece?

NINO: - Ah, lá vem você. Não sei.

LAILA: - Já está comprovado que o planeta está cada dia mais quente.

NINO: - Quente? Quente, quente, quente?

LAILA: - A assunto é serio Nino. As pessoas produzem muito lixo, os caros soltam muito poluentes que contaminam o ar, as fábricas soltam fumaças, os homens derrubas as arvores e queimam florestas, tudo isso meu caro Nino aumenta o efeito estufa.

NINO: - Então é esse efeito estufa, que faz nosso planeta esquentar!

LAILA: - Exatamente.

NINO: - Laila, efeito estufa e aquecimento global então é a mesma coisa.

LAILA: - Não. O efeito estufa é um fenômeno que acontece naturalmente já o aquecimento global é provocado pelo ser humano que está destruindo a nossa natureza.

NINO: - Então esse tal de efeito estufa é ruim.

LAILA: - Não exatamente. Sem o efeito estufa, o planeta seria muito gelado.

NINO: - Há... Entendi. Então quanto mais efeito estufa, melhor.

LAILA: - Não. O que está acontecendo meu caro amigo Nino, é que nós os seres humanos estamos lançando uma grande quantidade desses gases, quantidade essa que a Terra não está conseguindo suportar e a resposta a essa irresponsabilidade é o aquecimento.

NINO: - Mais isso é bom. Vamos ter verão o ano todo.

LAILA: - Errado Nino. A coisa é séria. Essa elevação está modificando o clima do planeta. E por isso que estamos vendo tanto fenômenos naturais que está causando a modificação na paisagem do nosso planeta.

NINO: - Isso não bom?

LAILA: - Claro que não. Pra você ter uma ideia, as geleiras estão derretendo, aumentando o nível do mar, e este aumento cria gigantescas ondas e tempestades que pode devorar qualquer cidade.

NINO: - Um tissunaime?

LAILA: - Isso mesmo.

NINO: - Nossa! Então a coisa é séria.

LAILA: - Se é. Mas não para por ai...

NINO: - Ainda tem mais?

LAILA: - Oh, se tem. Esse desequilíbrio, traz outras consequências...

NINO: - Ainda mais?

LAILA: - Hum,hum! Também esse desequilíbrio, pode trazer secas, chuvas fortes, e alagamentos...

NINO: - Nossa! Eu tô até com medo. Então isso é o fim do mundo.

LAILA: - Ainda não. Podemos evitar.

NINO: - Como?

LAILA: - Fazendo a nossa parte.

NINO: - De que jeito?

LAILA: - Mudando nossos hábitos.

NINO: - Hi... Já vi que sobrou pra mim.

LAILA: - Temos que mudar nossos hábitos Nino...

NINO: - Como assim?

LAILA: - Mudar nossos hábitos de consumo.

NINO: - Não entendi.

LAILA: - Eu explico. Temos que deixar de desperdiçar...

NINO: - Ainda bem que eu não desperdiço.

LAILA: - Será que não?

NINO: - acho que não.

LAILA: - Temos que reduzir o consumo e o desperdiço da água...

NINO: - Como assim?

LAILA: - Quando tomar banho por exemplo: você pode fechar o chuveiro, enquanto passa o sabonete e o shampoo... Já quando escovar os dentes, fechar a torneira enquanto passa o creme dental...

NINO: - Entendi...

LAILA: - Também podemos ensinar a nossos pais... Que a água da máquina de lavar roupa pode ser utilizada para lavar o quintal.

NINO: - Vou contar pra minha mãe.

LAILA: - É isso ai garoto. Já quanto a energia... Temos que deixar de desperdiçar. Então enquanto você não está na sala ou no quarto deve-se apagar as luzes.

NINO: - Então vamos ficar no escuro?

LAILA: - Se continuar esse desperdiço desnecessário, sim.

NINO: - Não quero ficar no escuro não.

LAILA: - Então aprenda enquanto ainda há jeito. Temos que reaproveitar máximo possível tudo aquilo que vai parar no lixo e que poderia ser reaproveitado. Também temos que aprender a separar o lixo.

NINO: - Lixo é tudo a mesma coisa.

LAILA: - Ai que você se engana Nino. Pra o lixo ser reciclado tem que ser separado.

NINO: - Como se separa este lixo?

LAILA: - É simples.

NINO: - Não parece tão simples assim.

LAILA: - Mas é... Vaja bem. Vou te ensinar como separar o lixo.

NINO: - Êba!

LAILA: - Olha aqui essas latas...

NINO: - Nossa! São bem bonitas e coloridas.

LAILA: - Exatamente.

NINO: - Mas se é só para colocar o lixo, porque as cores são diferentes.

LAILA: - Para facilitar a reciclagem.

NINO: - Reciclagem?

LAILA: - Exatamente. Antes de ser encaminhados para a reciclagem é preciso que o lixo seja separado.

NINO: - Isso está muito complicado.

LAILA: - Então vou descomplicar. Você vai vê que bem fácil de si entender. Veja bem Nino... Cada cor corresponde a um tipo material.

NINO: - Como assim?

LAILA: - Você pega dentro desse saco preto um desses materiais e te ensino a lata adequada onde deve jogar...

NINO: - Êba! Já tô gostando dessa brincadeira.

LAILA: - Isso pode parecer uma brincadeira, mais é muito sério.

NINO: - Olha... Peguei um pote de vidro.

LAILA: - O vidro você joga na lata verde.

NINO: - E esse plástico?

LAILA: - Vai para esta lata vermelha.

NINO: - Há! Entendi. E esse parafuso?

LAILA: - Parafuso é feito de metal... E os metais devem ser colocados na lata amarela.

NINO: - Agora é a vez do papel...

LAILA: - Papel você joga na lata azul.

NINO: - Mas Laila... Sobrou esta lata. A lata marrom.

LAILA: - Nesta lata você joga o lixo orgânico.

NINO: - Lixo orgânico?

LAILA: - É isso ai...

NINO: - E o que são os lixos orgânicos?

LAILA: - São os restos de alimentos... Que são:...

NINO: - Esse eu sei. É mole. Casca de banana, ovos, melancia...

LAILA: - Exatamente. Os restos de comida, o lixo orgânico serve como adubo natural para as plantas e solo.

NINO: - Há!

LAILA: - Todo esse processo se chama de reciclagem Nino.

NINO: - Então é como se fosse uma mágica! Joga nas latas e o lixo se transforma.

LAILA: - Não Nino. Depois desse processo este lixo vai para um lugar chamado cooperativa e lá um monte de pessoas vão separar, selecionar limpar e encaminhar para reciclagem.

NINO: - E que vantagem tem nisso?

LAILA: - Além de reaproveitar a matéria prima, estaremos poupando o planeta.

NINO: - Não entendi...

LAILA: - Veja bem. De onde vem o papel?

NINO: - Da papelaria ué?

LAILA: - Antes da papelaria vem da madeira e para se fabricar o papel é preciso derrubar várias arvores.

NINO: - Que horror!

LAILA: - E quando se derruba as árvores nós estamos deixando milhares de animais que precisam das florestas desabrigados e o que pior, correndo o risco de extinção.

NINO: - O que é extinção?

LAILA: - Nada mais que deixar de existir.

NINO: - Que maldade!

LAILA: - Temos que nos conscientizar... Nosso planeta pede socorro. O papel deve ser usado dos dois lados. As sacolas plásticas devem ser evitadas, e devemos comprar produtos no supermercado que não desperdiça tanta matéria prima.

NINO: - Eu reutilizo com as garrafas pets e com o papelão eu transformo em brinquedos.

LAILA: - Isso ai... Além de você está criando, ainda ajuda o planeta. Também temos que utilizar um meio de transporte mais inteligente.

NINO: - O trem bala!

LAILA: - Não nino. Meio de transporte que não poluem.

NINO: - Isso é possível?

LAILA: - Claro que é. A bicicleta, por exemplo, é um meio de transporte que não polui.

NINO: - Até que eu gosto de andar de bicicleta.

LAILA: - Sem contar que exercícios físicos fazem bem a saúde.

NINO: - Por isso que gosto de correr e brincar de pega-pega.

LAILA: - Uma outra ação que faz bem ao meio ambiente e o plantio de arvores. Elas, Nino, purificam o ar, além de refrescar o ambiente...

NINO: - Nossa! Isso tudo?

LAILA: - sem contar que ajuda no controle do aquecimento global...

NINO: - Ainda dão frutos deliciosos...

LAILA: - Isso é verdade. Então Nino temos que fazer a nossa parte. E nunca nos esquecermos dos três Rs

NINO: - Já sei... Primeiro R, Reduzir.

LAILA: - Segundo?

NINO: - Ai... Vou lembrar... Reutilizar.

LAILA: - Terceiro?

NINO: - Reciclar.

LAILA: - Muito bem Nino!

NINO: - Viu como entendi...

LAILA: - É... Tô vendo? Então pode começar a colocar em prática o que você aprendeu..

NINO: - Hum?!

LAILA: - Limpando toda essa sujeira.

NINO: - Tá bom vai... (Canta) Cata aqui, cata alí, vamos cooperar... pois o planeta, o planeta, é o nosso lá... Vamos minha agente vamos cooperar fazendo deste planeta melhor pra se morar... Lá, lá, lá... (Sai)

FIM

TRILHA SONORA: O SOM DO ESPETÁCULO

O som que ouvimos nos espetáculos teatrais muitas vezes já é pré-definido no próprio texto com algumas adequações no decorrer do processo criativo do espetáculo.

Segundo Zero Freitas, diretor musical, para se fazer uma trilha sonora tem que se gostar de teatro, pois este processo se inicia através da leitura e do estudo do texto, ficando por dentro de tudo, desde da ideia original indicado pelo dramaturgo a adotada pela direção.

Depois do domínio do texto e de acertos com a direção, nos ensaios é momento de testar a trilha sonora e também se colocar, trilhas incidentais que são os sons e ruídos que serão ouvidos no decorrer de toda peça teatral.

Para isso os sons são classificados em dois tipos: Objetivos e subjetivos.

Os objetivos são os sons que ocorrem durante as ações que transcorrem na peça. Ex: sirene, tiro, campanhia... Ou seja, todos na cena ouvem esses sons.

Os subjetivos que são os que não existem de verdade, ou seja acompanham as emoções e geralmente veem junto com as ações, isto é, quando um personagem se abraça, se beija, ou uma personagem passa por uma trajetória acompanhada de uma grande felicidade, ou tristeza.

É possível fazer uma grande trilha sonora sem um grande aparato técnico, alguns dos mais inesquecíveis espetáculos se utiliza propriamente dito da criatividade deixando fluir a imaginação, e muitas vezes abrindo mão de recursos modernos para utilizar recursos acessivos e de baixo custo muitas vezes construídos com objetos caseiros e de fácil manuseio como: latas, folhas de zinco, água, areia, quenga de coco e outros utensílios domésticos.

Claro que para se criar uma trilha sonora antes de mais nada, é preciso que a música ou efeito calhe com a personagem ou com a situação cênica. E sem contar que uma boa trilha sonora enriquece e muito a peça teatral.

DRAMATURGIA: A IMAGEM EM AÇÃO.


Para se escrever uma peça de teatro não existe regras fixas a serem decoradas pois é fruto da criatividade e se obtém um estilo no decorrer dos anos. Passamos uma vida inteira escrevendo peças teatrais que só se aprende após uma vida inteira dedicada a esse oficio, mas tem que se ficar atentos, pois não se aprende como fazer, mas sim, como se fazer melhor, pois a reação das personagens em cena, dos atores durantes os ensaios, e por ultimo da plateia, é que nos dirão se o texto é funcional ou não.

Acredito que todos podem escrever um texto de teatro, porém, ainda não descobriram o seu estilo, ou não acreditam nessa possibilidade. Porém deixo bem claro neste escrito, que o único jeito de se aprender a escrever uma peça de teatro, é escrevendo, praticando, e quando, menos perceber, estão se descobrindo como dramaturgo.

Um ator se torna, ator, cursando uma escola de teatro, ou não, ou simplesmente se descobrem atores fazendo teatro, praticando no dia a dia, diferentemente de um dramaturgo, que em primeiro lugar precisa de uma boa ideia, que vai sendo trabalhada e posta no papel de forma de diálogos que indicarão as ações das personagens.

Mas temos que considerar que uma peça de teatro não é só personagens conversando uns com os outros em cena. A base do teatro está nas ações, nas intenções e nas personagens bem construídas. Nos atentamos para não confundir movimentação com ação, movimento nada mais é que o deslocamento de um lugar para outro, e a ação é sempre acompanhada de intenção, o que envolve emoções.

O crítico inglês Eric Bentley, definiu que o teatro é o conflito ou seja: “o que umas pessoas fazem as outras”, o teatro nada mais é que uma coisa breve que sintetiza toda uma vida num curto passo de tempo levando o público a participar de todo esse processo.

Se temos a sensibilização de entender os sentimentos que envolvem a humanidade despidos de qualquer pudor, estamos prontos para desenvolver esta arte da dramaturgia. Neste ponto podemos retomar a questão dos diálogos que são mecanismos importantes para direcionar essas ações que envolverão as personagens, o que chamaremos de enredo.

Para Aristóteles o enredo é a alma da tragédia, estilo muito utilizado na Grécia antiga, que dava suma importância ao enredo para encenar as peças que geralmente não tinha as cenas decoradas e aconteciam ao vivo.

Seja qual for o seu estilo como dramaturgo, o processo artístico começa dentro da gente a partir do momento da investigação da nossa própria sensibilidade e criatividade. A pesquisa do comportamento humano sempre foi e sempre será a material mais significativo para quem deseja se enveredar nesta área.

Um bom texto envolve sentimentos como amor e ódio, inveja, alegrias e tristezas, as inseguranças que nós seres humanos temos no decorrer da vida.

dezembro 14, 2012

O CORPO (Texto-Teatro IV ATO-Cenas XII a XIII)

ATO IV - CENA XII



(Todos na mansão)

EGÍDIO: -Nanci...

NANCI: - Senhor?

EGÍDIO: - Mara?

NANCI: - Deuma saída senhor

EGÍDIO: - Mara sabe que detesto que atrase o jantar.

NANCI: - Mas já deve está voltando...

EDNALDO: - Egídio... Desculpe-nos o atraso.

EGÍDIO: - Que bom que chegaram.

TÂNIA: - Papai...

EGÍDIO: - Filha... Que marca é está?

TÂNIA: - Me machuquei. Escorreguei... E bati o rosto.

EDNALDO: - Já pedi pra ter cuidado... Mas sabe como é sua filha.

NANCÍ: - Doutor... é que Dona Ludimila...

EGÍDIO: - Essa mulher não...

EDNALDO: - Quer que eu dê um jeito?

LUDIMILA: - Que maravilha! A família reunida... Não há nada mais incrível que a família unida. Não é mesmo Egídio?

EGÍDIO: - o que você quer?

LUDIMILA: - Sem cerimonias meu caro... Somos parentes.

EGÍDIO: - Nanci... Coloque mais um lugar há mesa.

NANCÍ: - Sim senhor.

EGÍDIO: - Até que enfim...

MARA: - Fui vê Marina.

TÂNIA: - E ela? Como está?

DONA LIZ: - Como sempre. Só faltou nos enxotar...

LUDIMILA: - Ainda bem que minha Isabel não me dá este trabalho.

DONA LIZ: - Você está sendo desagradável. (Campanhia)

SELMA: - Eu atendo.

LUDIMILA: - Estou apenas participando da conversa... Afinal de contas somos da família.

MARA: - Quem disse que somos da família?

DONA LIZ: - Ora, Isabel terá um filho...

MARA: - Filho?

LUDIMILA: - Isso já não é novidade... É?

MARA: - Marcos nunca se deitou com sua filha.

LUDIMILA: - Que? Que absurdo é este?

DONA LIZ: - Meu neto nunca transou com sua filha.

EGÍDIO: -

MARA: - Meu filho era gay. E você sabe disso. Se tua filha esta grávida, não é do meu...

ISABEL: - Não estou grávida.

LUDIMILA: - Cala boca.

ISABEL: - Fiz o exame...

LUDIMILA: - Cala-se...

ISABEL: - E graça a você...

LUDIMILA: - Cale essa boca.

ISABEL: - Eu estou contaminada...

TÂNIA: - Que?

EDNALDO: - Deixe ela falar

ISABEL: - estou com o vírus da aids...

DONA LIZ: - Meu Deus!

LUDIMILA: - Isso não é verdade.

ISABEL: - O seu amiguinho... É portador do vírus. Satisfeita agora?

EGÍDIO: - que me explicar o que está acontecendo aqui?

DONA LIZ: - Você cale essa boca. Não diga mais nada.

ISABEL: - Tire essa suas mãos sujas de mim.

DONA LIZ: - Que isso... Sou tua mãe.

ISABEL: - Mãe? Sabe o que significa ser mãe? (Para todos) Essa mulher que aqui está... Essa que se diz ser minha mãe... Foi capaz de me dopar... É, é isso mesmo... Me dopou e me entregou a um estranho... Tudo isso, sabe por que? Pra dá um golpe em vocês... Tudo por dinheiro. Esse maldito dinheiro! Agora olha eu aqui... Estou contaminada...

TERESA: - Com licença... É que tem um detetive ai fora...

EGÍDIO: - Detetive?

TERESA: - É.

MARA: - Peça para ele entrar.

EGÍDIO: - Não.

MARA: - eu quero ouvi o que este detetive tem a dizer.

DETETIVE: - Boa noite.

EGÍDIO: - O que o trás aqui senhor detetive?

DETETIVE: - Estava a procura da senhorita Isabel.

LUDIMILA: - Isabel?

ISABEL: - Eu?

DETETIVE: - Sabe por que estou aqui, não sabe?

ISABEL: - Sei.

LUDIMILA: - Não. Filha... Não diga nada, não responda nada, vou providenciar um advogado...

ISABEL: - Minha vida acabou mãe... Sou uma infeliz! É isso mesmo, sou a pessoa mais infeliz da face da terra.

TÂNIA: - Que está dizendo Isabel...

ISABEL: - Fui trocada por meu noivo por outro homem... Todos esses anos... E nunca se quer meu noivo me tocou... Não sentia nada, nada, nada... Nada além de pena de mim. Eu? Eu era apenas um estandarte, um troféu, que servia de enfeite... Deste modo ninguém desconfiaria que ele... Ele tinha, um amante... Um amante não... Um marido. Um homem, que o satisfazia do modo que eu... Eu não podia...

TÂNIA: - Meu Deus!

DETETIVE: - Isto lhe pertence?

LUDIMILA: - Não.

ISABEL: - Sim.

DONA LIZ: - Isabel... Que você fez?

ISABEL: - Naquela noite ele me deixou em casa como sempre... Me deu um beijo no rosto... Me deu até logo e entrou no carro... Eu já desconfiava. Então peguei meu carro e o segui. E ele estava lá... Agarrado com outro homem... Ele o beijava de tal jeito que nunca... Nunca, jamais me bejou...

LUDIMILA: - Chega filha.

ISABEL: - Cale-se.

MARA: - Continue.

EDNALDO: - Que aconteceu?

ISABEL: - Me percebeu... Tentou se explicar... Explicar!? Então me confessou... Que não sentia nada por mim, que eu... era apenas uma amiga... e que jamais poderia se casar comigo... Eu fiquei louca! Comecei a bater nele. Ele me segurou forte... Então, peguei meu prendedor de cabelo, e o atingi...

MARA: - Você matou meu filho.

DONA LIZ: - Meu Deus!

TÂNIA: - Assassina! Matou meu irmão.

DETETIVE: - É melhor vir comigo.

ISABEL: - Eu juro que não queria... Foi um acidente... Aconteceu. Ninguém, mais amou o Marcos que eu.

MARA: - Quem ama não mata.

ISABEL: - Mata. Vocês matou Marina...

DETETIVE: - Vamos...

LUDIMILA: - Filha...

ISABEL: - Você me matou.

EGÍDIO: - Vai mofar numa cela.

ISABEL: - Já sou uma morta. Morta! Morri, no dia que tirei a vida di homem que eu amava. (Saem)

EGÍDIO: - Quanto a você sua vagabunda... Sai desta casa.

MARA: - Ludimila... Sua vigarista, nossos advogados vão lhe processar. (Ludimila sai)

TÂNIA: - Papai... Me ajude...

EDNALDO: - Que isso Tânia?

DONA LIZ: - Siga enfrente... Esse é o momento.

TÂNIA: - Quero me divorciar.

EDNALDO: - Ficou louca?

TÂNIA: - Eu não cai papai...

EDNALDO: - Cale-se.

EGÍDIO: - Foi...?

TÂNIA: - Sim papai. Foi ele... me bateu.

EDNALDO: - Hei, calma ai... Foi só uma briguinha...

EGÍDIO: - Sai desta casa.

EDNALDO: - Não vai fazer isso...

EGÍDIO: - Duvida?

EDNALDO: - Sabe que sei...

EGÍDIO: - E você do que sou capaz. Agora saia...

EDNALDO: - Você vem comigo...

TÂNIA: - Não. Nunca mais você vai tocar em mim. Acabou.

EDNALDO: - Idiota.

TÂNIA: - Fui.

DONA LIZ: - saia daqui rapaz. Não ouviu? (Edinaldo sai)

MARA: - Filha... Você foi muito corajosa.

TÂNIA: - Mamãe... E agora?

MARA: - Você vai ter a chance de recomeçar.

EGÍDIO: - acho que não há mais clima para jantar...

MARA: - Nós vamos lá pra cima...

EGÍDIO: - Vou dar alguns telefonemas... (Saem)

CENA FINAL

DETETIVE: - Bom... Conseguimos.

MÔNICA: - É conseguimos.

DETETIVE: - E agora?

MÔNICA: - Agora? Vim lhe mostrar isto.

DETETIVE: - Um livro?

MÔNICA: - É. Meu primeiro livro!

DETETIVE: - Sugestivo...

MÔNICA: - Gostou do titulo?

DETETIVE: - O corpo!

MÔNICA: - O corpo.

DETETIVE: - Não vão deixar lançar...

MÔNICA: - Troquei os nomes... Transformei a realidade em ficção... Então? Ninguém pode me proibir de lançar meu livro.

DETETIVE: - Você é demais...

MÔNICA: - Você acha.

DETETIVE: - Acho.

MÔNICA: - E é só isso?

DETETIVE: - Que que ouvir?

MÔNICA: - Pensei que ia me convidar...

DETETIVE: - Te convidar?

MÔNICA: - Pra um lugarzinho mais tranquilo... Mais íntimo...

DETETIVE: - Isso é um convite?

MÔNICA: - Convite? Não. Uma intimação.

DETETIVE: - Opa! Só se for agora. (A pega nos braços e saem de cena)

FIM

O CORPO (Texto Teatro - IV ATO Cena X e XI)

ATO IV CENA X


MARINA: - O que você quer?

DONA LIZ: - Filha, não fale assim com sua mãe.

MARINA: - Não tenho mãe.

DONA LIZ: - Não diga isto.

MARINA: - Será que não percebe que não é bem vinda?

MARA: - Então é aqui que você vive.

MARINA: - É. E aqui sou feliz.

MARA: - Vive?! (Risos) Se é que pode chamar isso de viver...

MARINA: - Acha mesmo que vida só há debaixo do conforto?

DONA LIZ: - Marina... Isso não é lugar pra você.

MARINA: - Não? Onde é lugar pra mim? Naquela mansão mal assombrada... De tantas mágoas, mentiras, infelicidade e desamor...

MARA: - Eu vim lhe propor uma trégua...

MARINA: - Faça-me rir.

DONA LIZ: - Escute sua mãe.

MARINA: - Que palhaçada é está?

MARA: - Você tem razão Marina...

MARINA: - Do que está falando, agora?

DONA LIZ: - Escute filha...

MARINA: - Fala, vai... Mas fala logo que estou compressa.

MARA: - Falhei como mãe. Falhei... Reconheço. Na tentativa de proteger meus filhos, eu os expos aos piores sofrimentos...

MARINA: - Que lindo! Vai ganhar o óscar por sua interpretação.

DONA LIZ: - Não seja sarcástica.

MARINA: - Vai... Segue enfrente com seu teatrinho...

MARA: - Você... Entregue a estes entorpecentes... Teu irmão, perdeu a vida por esconder... Que...

MARINA: - Era gay.

MARA: - Gay. Tua irmã...

MARINA: - A mulher mais infeliz do mundo. Vive num casamento sem amor... Onde o marido a faz de gato e sapato... A coloca mais baixo que a sola de um sapato...

MARA: - Quero consertar as coisas...

MARINA: - Não há mais jeito. Não percebe?

DONA LIZ: - pra tudo há um jeito.

MARINA: - Vão fazer o que? Me internar novamente numa dessas clínicas? Vai dá uma de Jesus Cristo? Vai ressuscitar Marcos? Vai tirar minha irmã daquele casamento infeliz? Arrancando do coração dela todo amor que ela sente por aquele crápula? Hein?

MARA: - Quero que me ajude...

MARINA: - Lhe ajudar?

MARA: - É filha. Me ajudar... Sou eu quem preciso de você.

MARINA: - Sinto muito mamãe... Eu... morrei. Estou morta. Você me mataram...

DONA LIZ: - Não diga bobagem menina!

MARINA: - Agora saiam...

DONA LIZ: - Não se trata assim a família.

MARINA: - Família? Eu não tenho família.

DONA LIZ: - Olha aqui menina...

MARA: - Deixe mamãe, deixe.

DONA LIZ: - Mimada! O que precisa...

MARINA: - Não podem me dar. Nunca puderam...

MARA: - Filha...

MARINA: - Saiam.

MARA: - Vamos mamãe. (Saem)

ATO IV CENA XI

MÔNICA: - Que bom que veio...

DETETIVE: - Tinha dúvida?

MÔNICA: - Sem piadinhas, por favor...

DETETIVE: - Nossa! Quanta seriedade...

MÔNICA: - Tenho um suspeito...

DETETIVE: - Você não esquece isso mesmo...

MÔNICA: - Jamais. Vou publicar essa matéria.

DETETIVE: - Se fosse você não confiava muito nisso...

MÔNICA: - Não nadei tanto pra morrer na praia.

DETETIVE: - Que descobriu?

MÔNICA: - Tenho quase certeza de quem assassinou o Marcos.

DETETIVE: - Quem é sua aposta?

MÔNICA: - Alguém muito próximo.

DETETIVE: - O frutinha?

MÔNICA: - O Júnior? Não.

DETETIVE: - Quem?

MÔNICA: - A noivinha.

DETETIVE: - Tá brincando.

MÔNICA: - Não. Tudo bate.

DETETIVE: - Mas ainda falta a arma do crime.

MÔNICA: - Meu fotografo... Encontrou isso...

DETETIVE: - Que isso?

MÔNICA: - Um prendedor de cabelo japonês.

DETETIVE: - Como sabe que isso foi arma usada?

MÔNICA: - Só pode ter sido. Como lá só há um... Que dizer que quem matou, tem o outro.

DETETIVE: - E o que quer fazer com isso?

MÔNICA: - Nem parece que é dá polícia. Precisamos que este objeto seja periciado.

DETETIVE: - Tenho um amigo na perícia.

MÔNICA: - Pode fazer isso?

DETETIVE: - Por você... Mas vai ter um preço.

MÔNICA: - Ah, é? Qual?

DETETIVE: - No momento certo você saberá.

MÔNICA: - Bom... Preciso ir.

DETETIVE: - Mas já?

MÔNICA: - É.

DETETIVE: - Por que será que tenho sempre a impressão que você está fugindo de mim?

MÔNICA: - Por que gosto de brincar de gata e rato. (Sai)

DETETIVE: - Tchaú... (Sai)

NÃO ME ABANDONES...

NÃO ME ABANDONES NAS TREVAS

DAI-ME O TEU PEDÃO

ENVOLVA-ME COM TEUS CARINHOS

ENCHA-ME COM A PAZ DA TUA VERDADE

LANÇA-ME TEU OLHAR MAIS SINCERO

FALA-ME COM SUAVIDADE

PARA QUE TUAS PALAVRAS NÃO ME MAGOEM

DEIXANDO-ME AINDA MAIS DESPROTEJIDO.

JULGA-ME COM JUSTIÇA

PARA ENFIM PERCEBER

QUE MEU CRIME NÃO É MAIOR QUE TUA SOBERBA.

TENTATIVAS

TENTAMOS DE TODAS AS MANEIRAS

BUSCAR A FELICIDADE

E MUITAS VEZES NOS AGARRAMOS

NAS COISAS MAIS SUPERFULAS

PARA SATISFAZER NOSSO EGO.

FERIMOS E NOS FERIMOS

POR CONSEQUÊNCIA DE NOSSAS ESCOLHAS

AMAMOS E ODIAMOS

COM A MESMA INTENSIDADE.

DISPERDIÇAMOS O TEMPO

QUE NÃO NOS PERDOA

E SEM REMOÇO,

DEIXA APENAS A MARCA

DE UM SONHO DESFEITO

DENTRO DE UM VAZIO

AINDA MAIOR AO QUAL SENTÍAMOS ANTES.

PARAÍSO

QUIS TRANFORMAR NOSSO AMOR

NUM PARAISO TROPICAL

SEM PERCEBER QUE SENTIA-SE

UM PRISIONEIRO NUMA ILHA ARTIFICIAL.

É DIFÍCIL ENTENDER A POSSIBILIDADE

DE TE DIVIDIR,

COMO UM OBJETO COMPARTILHAVEL.

FINGIR QUE NÃO SINTO,

QUE NÃO DÓI,

ESSA SUA INDIFERENÇA.

DIFÍCIL CREDITAR,

QUE PERMITES QUE ME TOQUEM,

COM SEU CONSENTIMENTO,

COMO SE FOSSE ALGO,

QUE É DE USO NECESSÁRIO,

VITAL,

A VONTADE DO MOMENTO,

É O SEPARAR,

NECESSIDADE E SENTIMENTO.

NÃO SEI...

SERÁ QUE SOBREVIVERÁ?

A VERDADE LIBERTA,

MAS DESTRÓI...

AINDA MAIS QUANDO O CORAÇÃO

ESTA DESPERDIÇADO.

O QUE FAZER?

VIVER POR VIVER?

CONVIVER POR VINGANÇA,

NUMA TORRENTE DE SENTIMENTOS?

O QUE FAZER COM O AMOR,

EM MEIO A TANTA MÁGOA

QUE AMARGA ESSA DOR?

PERDIDO

PERDIDO EM MEIO A ESTA SELVA

DE AÇOS E CONCRETOS

SINTO-ME MINUSCULO,

TRAGADO,

PELOS SONHOS E DESILUSÕES,

SEM BUSSULA.

PRA ONDE QUE QUE EU VÁ,

PARECE DAR NO MESMO LUGAR,

GIRO EM CÍRCULO,

SEMPRE RETORNANDO AO PONTO DE PARTIDA.

TUDO É TÃO SOMBRIO,

TÃO ESCURO...

MEU CORPO TRÊMULO,

TUA PRESENÇA NÃO ME AQUECE.

TUA DESATENÇÃO NÃO ME PROTEJE,

ME EMPURRA PARA O ABSMO.

E EU SINTO-ME TRAGADO,

PELO OBSCURO.

SIGO SEM SABER

SE SEREI RESGATADO A TEMPO...

A TEMPO DE NÃO ME TORNAR,

UM SELVAGEM.

ELE É O CARA

SEMPRE COM ENTUSIASMO


COMEMORA A MINHA CHEGADA,

MESMO DEPOIS,

DE UM LONGO DIA

SEM NOTÍCIAS MINHAS.

NÃO ME COBRA DESCULPAS

OU SATISFAÇÃO,

APENAS, ME RECEBE COM ALEGRIA

NUMA DEMOSTRAÇÃO

DO QUANTO SOU ESPECIAL

E IMPORTANTE EM SUA VIDA.

DEMONTRA TODA FELICIDADE

EXISTENTE EM SEU SER

SÓ POR ME TER POR PERTO.

TUDO ISTO

MESMO QUANDO EU DESATENTO

NÃO EXPRESSO QUALQUER CARINHO

ME OBSERVA ATENTAMENTE

COM OLHAR DE DEVOÇÃO E ADORAÇÃO.

SE ESTOU FELIZ,

COMEMORA EM TOM DE BRINCADEIRA.

SE ESTOU TRISTE,

FICA AO MEU LADO,

E SEM UMA ÚNICA PALAVRA,

ME CONFORTA,

E DO SEU JEITO ENXUGA MINHAS LÁGRIMAS.

QUANDO BRIGO COM ELE

SE INTRISTESSE POR ME DESAPONTAR

NÃO GUARDANDO MÁGOAS

OU RACOR.

TRANFORMA A MINHA IRRACIONALIDADE,

EM AMOR.

ESSE É O CARA...

FAÇA SOL OU CHUVA,

SEJA NOITE OU DIA,

SUA FIDELIDAD SE RESUME

SIMPLISMENTE NA FELICIDADE DO MEU EXISTIR.

ESSE É O CARA...

JR FRANÇA, MEU FILHO, MEU QUERIDO E GRANDE AMIGO,

MEU CACHORRO.

SP 17/11/12

dezembro 13, 2012

EXPOSIÇÃO: Espelho da Arte, a atriz e seu tempo.


Está aberta ao público no Liceu de Artes e Ofícios em São Paulo a exposição Espelho da Arte, a atriz e seu tempo, mais que uma merecida homenagem, mas uma retrospectiva da brilhante e bem sucedida da carreira de Regina Duarte, uma das mais importantes e representativas figuras do teatro e da televisão brasileira.

A exposição com curadoria de Ivan Izzo, remonta através de uma linha do tempo os 50 anos de dedicação ao ofício de atriz que contabiliza grandes personagens que são imortalizados pelo grande público.

Quem visita a exposição tem a oportunidade de fazer um passeio cronológico dividido por décadas e deste moto embarcar numa máquina do tempo que através da carreira desta grande atriz, também passa por momentos importantes da história do nosso país e das transformações que são visíveis através de cada trabalho.

Fiquei encantado com a forma didática no qual remontam essa trajetória por meio de reportagens, fotos, arquivos pessoais, cenários, figurinos utilizado pela a triz nessa grande e bela jornada.

 Quarto de Porcina - Roque Santeiro






 Nina

 História de Amor

 Rainha da Sucata


 Teatro


 Chiquinha Gonzaga

 Roque Santeiro

 Rainha da Sucata


 Por Amor



 Propagandas Décadas de 60 e 70.






 Teatro


Vale Tudo



 Camarim




 Camarim


Vale Tudo

dezembro 08, 2012

O CORPO ATO IV Cena VI a IX


ATO IV CENAVI
(Laudo final da morte)
RODRIGUES: - Com licença...
NILTON: - Chega ai... (Dá a pasta) Ai está.
RODRIGUES: - Que é?
NILTON: - Como que é? Está a tempo empenhado neste caso...
RODRIGUES: - (Lê) Então essa foi a causa de sua morte?
NILTON: - Agora é definitivo. O laudo é incontestável.
RODRIGUES: - Possível arma... Objeto pontiagudo não identificado... Possivelmente material plástico. Material plástico?
NILTON: - E se dê uma lida mais abaixo vai vê que o possível criminoso tinha entre um metro e cinquenta a um metro e sessenta e cinco. Pela força aplicada e a forma que atingiu a vítima, suspeita-se que seja uma mulher, e que esta mulher é canhota.
RODRIGUES: - Isso já limita o número de suspeitos.
NILTON: - Exatamente.
RODRIGUES: - Então vamos começar o nosso trabalho...
NILTON: - Espera ai rapaz.
RODRIGUES: - Que foi?
NILTON: - Caso encerrado.
RODRIGUES: - como assim? Estamos a um passo de desvendar este mistério...
NILTON: - Doutor Egídio já providenciou tudo. O secretário de segurança pública a pedido do ministro da justiça, acabou de me ligar pedindo o arquivamento do caso.
RODRIGUES: - Isso é foda! Puta que pariu! Tanto trabalho pra que?
NILTON: - É o poder. Manda quem tem obedece quem é inteligente.
RODRIGUES: - Isso não está certo.
NILTON: - Não há certo, ou errado... O que há é que o poder é podre, e quando se mexe com os poderosos, fede... Liberado para um próximo caso.
RODRIGUES: - É revoltante!
NILTON: - É a realidade. (Sai)
RODRIGUES: - Se eu não posso fazer nada... Sei quem pode desmascarar estes malditos corruptos. (Pega o celular) Alô... Mônica? Tudo bem? Tenho uma bomba pra você... Isso mesmo. Posso te encontrar? Onde? Positivo! (Sai)


ATO IV CENAVII
(Na redação)
MÔNICA: - Vamos trabalhar?
TÁCIO: - Do que tá falando mulher?
MÔNICA: - Consegui...
TÁCIO: - O que?
MÔNICA: - Aqui tem tudo sobre o que provocou a morte do Marcos.
TÁCIO: - Isso não que dizer nada.
MÔNICA: - Não?
TÁCIO: - Não.
MÔNICA: - E se eu lhe disser que há uma grande possibilidade de quem matou o Marcos foi uma mulher.
TÁCIO: - Uma mulher? Naquele lugar?
MÔNICA: - Exatamente.
TÁCIO: - Diria que impossível. Surreal.
MÔNICA: - Não... O assassino... É uma pessoa próxima.
TÁCIO: - Será?
MÔNICA: - Vamos investigar todas as pessoas próximas do Marcos, mulheres entre 1.50m a 1.65 e que seja canhota.
TÁCIO: - Como faremos isso?
MÔNICA: - Começamos pela família... Depois amigos...
TÁCIO: - E você acha mesmo que a família dele vai deixar você pisar naquela casa?
MÔNICA: - Conheço alguém que possa nos ajudar... Lá de dentro.
TÁCIO: - A empregada?
MÔNICA: - Exatamente.
TÁCIO: - Não vai aceitar. Esqueceu do último encontro?
MÔNICA: - Vou usar a mesma arma que ela...
TÁCIO: - Extorsão?
MÔNICA: - Não. Troca de favores. Ela me ajuda, eu não conto que ela me procurou com informações em troca de dinheiro.
TÁCIO: - você é cruel.
MÔNICA: - Não meu querido. Eu sou viva! Agora vamos.
TÁCIO: - Espera... (Saem)

ATO IV CENAVIII
(Mara vai a casa de junior)
MARA: - Bom dia.
JÚNIOR: - Bom dia.
MARA: - Eu sou...
JÚNIOR: - sei quem é a senhora. Dona Mara... Mae do marcos.
MARA: - Exatamente.
JÚNIOR: - Por favor entre.
MARA: - Com licença.
JÚNIOR: - Fique a vontade. Sente-se por favor.
MARA: - Obrigada.
JÚNIOR: - A senhora aceita...
MARA: - Não... Não precisa se preocupar... Estou bem...
JÚNIOR: - Claro.
MARA: - Então, era aqui... Aqui que meu filho se refugiava...
JÚNIOR: - Não. Aqui era o segundo lar do seu filho.
MARA: - Por que nos escondeu?
JÚNIOR: - Não queria lhes magoar.
MARA: - Talvez tudo seria diferente.
JÚNIOR: - Também creio nisso.
MARA: - de muito bom gosto.
JÚNIOR: - Foi ele que me ajudou a decorar.
MARA: - Meu filho tinha bom gosto. (Vê uma foto do filho. Chora) Meu filho...
JÚNIOR: - Vou pegar uma água.
MARA: - Não precisa. (Júnior sai) Meu filho... Que saudade!
JÚNIOR: - Aqui. Beba.
MARA: - Obrigada. Você o amava?
JÚNIOR: - Muito. (Sem jeito)
MARA: - Foram felizes?
JÚNIOR: - Sempre.
MARA: - E a noiva?
JÚNIOR: - Sabia que era só faixada.
MARA: - Que?
JÚNIOR: - Não devia ter dito...
MARA: - Faixada?
JÚNIOR: - Só estava com ela, por vocês.
MARA: - Mas ela está grávida.
JÚNIOR: - Impossível.
MARA: - Que quer dizer?
JÚNIOR: - Que seu filho nunca teve nada com esta moça.
MARA: - Eram noivos.
JÚNIOR: - Marcos nunca transou com ela.
MARA: - Como sabe?
JÚNIOR: - Não mentiria pra mim. Não sobre isso.
MARA: - Então o que fazia naquele lugar? Dizem...
JÚNIOR: - Que era um lugar de pregação...
MARA: - Suspeito.
JÚNIOR: - Tínhamos brigado. Foi uma briga muito feia... Exigi que ele terminasse o noivado e assumisse de vez a nossa relação. Então se sentiu pressionado e foi...
MARA: - parar naquele lugar.
JÚNIOR: - Exatamente.
MARA: - Se ele não teve nada com ela...
JÚNIOR: - Posso lhe garantir.
MARA: - Então a gravidez...
JÚNIOR: - O pai não é o Marcos. Isso lhe garanto.
MARA: - Vamos deixar esta conversa de lado. Vim pra falar sobre vocês... E agora? O que pretende fazer?
JÚNIOR: - Tenho que continuar...
MARA: - Precisa de ajuda?
JÚNIOR: - Não, obrigado. Tenho minha profissão...
MARA: - E o que faz?
JÚNIOR: - Sou cabelereiro. Tenho um salão...
MARA: - Entendo. Bom, Júnior... Obrigada por me receber.
JÚNIOR: - Que isso! Foi um prazer.
MARA: - Se precisar de alguma coisa...
JÚNIOR: - Obrigado. (Ela sai) Caraca!
ATO IV CENA IX
(NO APARTAMENTO DE LUDIMILA)
LUDIMILA: - Como está se sentindo?
ISABEL: - Como estou me sentindo? Péssima!
LUDIMILA: - Um dia vai me agradecer...
ISABEL: - Você é um monstro. Que tipo de mãe dopa a filha e entrega a um estranho?
LUDIMILA: - O Sérgio é um cara de muita confiança...
ISABEL: - E se este cara estiver doente?
LUDIMILA: - Tá louca menina?
ISABEL: - Claro... Transou comigo sem preservativo. E se ele tiver alguma doença infecto contagiosa.
LUDIMILA: - Não tem. Dá pra parar de ser melodramática? Em algumas semanas você estará gravida.
ISABEL: - E se não estiver?
LUDIMILA: - Tentamos outra vez. Você tem um mês para engravidar.
ISABEL: - Você é doente.
LUDIMILA: - Não meu bem... Estou cuidando da nossa previdência. (Campanhia) Ah, não... O que quer aqui?
MÔNICA: - Seria educado me deixar entrar.
LUDIMILA: - Não preciso ser educada com você... Se insistir, chamo a polícia.
MÔNICA: - Ótimo. Chama! Sabe o que tenho aqui em minhas mãos? Tudo sobre a sua vida.
LUDIMILA: - Fofocas. Coisas dessas revistas de mexericos...
MÔNICA: - Que será que vão achar quando souber que você foi suspeitar de matar um milhionário envenenado em 77?
LUDIMILA: - Cala-se. Fui inocentada.
MÔNICA: - Posso?
LUDIMILA: - Entra. (Furiosa)
MÔNICA: - Prometo ser breve. Como vai Isabel?
ISABEL: - Bem...
MÔNICA: - Não me parece bem.
LUDIMILA: - Ela está cansada.
MÔNICA: - Você não me oferece uma água.
LUDIMILA: - Não.
ISABEL: - Eu pego.
MÔNICA: - Que gentil.
LUDIMILA: - Que quer?
MÔNICA: - Conhece os amigos do Marcos?
LUDIMILA: - Amigos?
MÔNICA: - Mulheres.
LUDIMILA: - Mulheres? Que isso?
MÔNICA: - É o que desejo.
LUDIMILA: - Por que não pergunta a família dele?
MÔNICA: - Acha mesmo que me receberiam.
LUDIMILA: - Preciso responder?
ISABEL: - Aqui está. (Entrega o copo)
MÔNICA: - Hei?
ISABEL: - Que foi?
MÔNICA: - Você é canhota?
ISABEL: - Sou.
MÔNICA: - Olha que conhecidência... Minha mãe também era.
LUDIMILA: - Você não veio aqui só por isso...
MÔNICA: - Por que Isabel não seguiu a mesma carreira que você?
ISABEL: - Não tenho altura.
MÔNICA: - Mede quanto?
ISABEL: - Um sete sete.
MÔNICA: - Interessante. Poderia ser modelo fotográfica. Tem um rosto bonito vai por mim.
LUDIMILA: - Que uma manchete? Então escreva neste jornaleco, que minha filha, está grávida.
MÔNICA: - Grávida?
LUDIMILA: - Exatamente. Minha filha terá o futuro herdeiro... Filho do Marcos.
ISABEL: - Mãe?
MÔNICA: - Isabel, não parece feliz...
LUDIMILA: - Ainda está abalada com a morte do seu grande amor.
ISABEL: - Eu estou cansada... Com licença. (Sai)
MÔNICA: - Essa menina não está bem.
LUDIMILA: - Ficará.
MÔNICA: - Boa cartada! Mas o jogo ainda não terminou. Bem... Preciso ir. Obrigada pela hospitalidade. (Sai)
LUDIMILA: - Vai carniça!

REPÓRTER GLOBAL RETORNA APÓS CIRURGIA

A repórter Global Ananda Apple retoma ao trabalho no Quadro Verde, do Bom Dia São Paulo, após mais de dois meses afastada da Gl...