ATO IV CENA X
MARINA: - O que você quer?
DONA LIZ: - Filha, não fale assim com sua mãe.
MARINA: - Não tenho mãe.
DONA LIZ: - Não diga isto.
MARINA: - Será que não percebe que não é bem vinda?
MARA: - Então é aqui que você vive.
MARINA: - É. E aqui sou feliz.
MARA: - Vive?! (Risos) Se é que pode chamar isso de viver...
MARINA: - Acha mesmo que vida só há debaixo do conforto?
DONA LIZ: - Marina... Isso não é lugar pra você.
MARINA: - Não? Onde é lugar pra mim? Naquela mansão mal assombrada... De tantas mágoas, mentiras, infelicidade e desamor...
MARA: - Eu vim lhe propor uma trégua...
MARINA: - Faça-me rir.
DONA LIZ: - Escute sua mãe.
MARINA: - Que palhaçada é está?
MARA: - Você tem razão Marina...
MARINA: - Do que está falando, agora?
DONA LIZ: - Escute filha...
MARINA: - Fala, vai... Mas fala logo que estou compressa.
MARA: - Falhei como mãe. Falhei... Reconheço. Na tentativa de proteger meus filhos, eu os expos aos piores sofrimentos...
MARINA: - Que lindo! Vai ganhar o óscar por sua interpretação.
DONA LIZ: - Não seja sarcástica.
MARINA: - Vai... Segue enfrente com seu teatrinho...
MARA: - Você... Entregue a estes entorpecentes... Teu irmão, perdeu a vida por esconder... Que...
MARINA: - Era gay.
MARA: - Gay. Tua irmã...
MARINA: - A mulher mais infeliz do mundo. Vive num casamento sem amor... Onde o marido a faz de gato e sapato... A coloca mais baixo que a sola de um sapato...
MARA: - Quero consertar as coisas...
MARINA: - Não há mais jeito. Não percebe?
DONA LIZ: - pra tudo há um jeito.
MARINA: - Vão fazer o que? Me internar novamente numa dessas clínicas? Vai dá uma de Jesus Cristo? Vai ressuscitar Marcos? Vai tirar minha irmã daquele casamento infeliz? Arrancando do coração dela todo amor que ela sente por aquele crápula? Hein?
MARA: - Quero que me ajude...
MARINA: - Lhe ajudar?
MARA: - É filha. Me ajudar... Sou eu quem preciso de você.
MARINA: - Sinto muito mamãe... Eu... morrei. Estou morta. Você me mataram...
DONA LIZ: - Não diga bobagem menina!
MARINA: - Agora saiam...
DONA LIZ: - Não se trata assim a família.
MARINA: - Família? Eu não tenho família.
DONA LIZ: - Olha aqui menina...
MARA: - Deixe mamãe, deixe.
DONA LIZ: - Mimada! O que precisa...
MARINA: - Não podem me dar. Nunca puderam...
MARA: - Filha...
MARINA: - Saiam.
MARA: - Vamos mamãe. (Saem)
ATO IV CENA XI
MÔNICA: - Que bom que veio...
DETETIVE: - Tinha dúvida?
MÔNICA: - Sem piadinhas, por favor...
DETETIVE: - Nossa! Quanta seriedade...
MÔNICA: - Tenho um suspeito...
DETETIVE: - Você não esquece isso mesmo...
MÔNICA: - Jamais. Vou publicar essa matéria.
DETETIVE: - Se fosse você não confiava muito nisso...
MÔNICA: - Não nadei tanto pra morrer na praia.
DETETIVE: - Que descobriu?
MÔNICA: - Tenho quase certeza de quem assassinou o Marcos.
DETETIVE: - Quem é sua aposta?
MÔNICA: - Alguém muito próximo.
DETETIVE: - O frutinha?
MÔNICA: - O Júnior? Não.
DETETIVE: - Quem?
MÔNICA: - A noivinha.
DETETIVE: - Tá brincando.
MÔNICA: - Não. Tudo bate.
DETETIVE: - Mas ainda falta a arma do crime.
MÔNICA: - Meu fotografo... Encontrou isso...
DETETIVE: - Que isso?
MÔNICA: - Um prendedor de cabelo japonês.
DETETIVE: - Como sabe que isso foi arma usada?
MÔNICA: - Só pode ter sido. Como lá só há um... Que dizer que quem matou, tem o outro.
DETETIVE: - E o que quer fazer com isso?
MÔNICA: - Nem parece que é dá polícia. Precisamos que este objeto seja periciado.
DETETIVE: - Tenho um amigo na perícia.
MÔNICA: - Pode fazer isso?
DETETIVE: - Por você... Mas vai ter um preço.
MÔNICA: - Ah, é? Qual?
DETETIVE: - No momento certo você saberá.
MÔNICA: - Bom... Preciso ir.
DETETIVE: - Mas já?
MÔNICA: - É.
DETETIVE: - Por que será que tenho sempre a impressão que você está fugindo de mim?
MÔNICA: - Por que gosto de brincar de gata e rato. (Sai)
DETETIVE: - Tchaú... (Sai)
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