dezembro 08, 2012

O CORPO ATO IV Cena VI a IX


ATO IV CENAVI
(Laudo final da morte)
RODRIGUES: - Com licença...
NILTON: - Chega ai... (Dá a pasta) Ai está.
RODRIGUES: - Que é?
NILTON: - Como que é? Está a tempo empenhado neste caso...
RODRIGUES: - (Lê) Então essa foi a causa de sua morte?
NILTON: - Agora é definitivo. O laudo é incontestável.
RODRIGUES: - Possível arma... Objeto pontiagudo não identificado... Possivelmente material plástico. Material plástico?
NILTON: - E se dê uma lida mais abaixo vai vê que o possível criminoso tinha entre um metro e cinquenta a um metro e sessenta e cinco. Pela força aplicada e a forma que atingiu a vítima, suspeita-se que seja uma mulher, e que esta mulher é canhota.
RODRIGUES: - Isso já limita o número de suspeitos.
NILTON: - Exatamente.
RODRIGUES: - Então vamos começar o nosso trabalho...
NILTON: - Espera ai rapaz.
RODRIGUES: - Que foi?
NILTON: - Caso encerrado.
RODRIGUES: - como assim? Estamos a um passo de desvendar este mistério...
NILTON: - Doutor Egídio já providenciou tudo. O secretário de segurança pública a pedido do ministro da justiça, acabou de me ligar pedindo o arquivamento do caso.
RODRIGUES: - Isso é foda! Puta que pariu! Tanto trabalho pra que?
NILTON: - É o poder. Manda quem tem obedece quem é inteligente.
RODRIGUES: - Isso não está certo.
NILTON: - Não há certo, ou errado... O que há é que o poder é podre, e quando se mexe com os poderosos, fede... Liberado para um próximo caso.
RODRIGUES: - É revoltante!
NILTON: - É a realidade. (Sai)
RODRIGUES: - Se eu não posso fazer nada... Sei quem pode desmascarar estes malditos corruptos. (Pega o celular) Alô... Mônica? Tudo bem? Tenho uma bomba pra você... Isso mesmo. Posso te encontrar? Onde? Positivo! (Sai)


ATO IV CENAVII
(Na redação)
MÔNICA: - Vamos trabalhar?
TÁCIO: - Do que tá falando mulher?
MÔNICA: - Consegui...
TÁCIO: - O que?
MÔNICA: - Aqui tem tudo sobre o que provocou a morte do Marcos.
TÁCIO: - Isso não que dizer nada.
MÔNICA: - Não?
TÁCIO: - Não.
MÔNICA: - E se eu lhe disser que há uma grande possibilidade de quem matou o Marcos foi uma mulher.
TÁCIO: - Uma mulher? Naquele lugar?
MÔNICA: - Exatamente.
TÁCIO: - Diria que impossível. Surreal.
MÔNICA: - Não... O assassino... É uma pessoa próxima.
TÁCIO: - Será?
MÔNICA: - Vamos investigar todas as pessoas próximas do Marcos, mulheres entre 1.50m a 1.65 e que seja canhota.
TÁCIO: - Como faremos isso?
MÔNICA: - Começamos pela família... Depois amigos...
TÁCIO: - E você acha mesmo que a família dele vai deixar você pisar naquela casa?
MÔNICA: - Conheço alguém que possa nos ajudar... Lá de dentro.
TÁCIO: - A empregada?
MÔNICA: - Exatamente.
TÁCIO: - Não vai aceitar. Esqueceu do último encontro?
MÔNICA: - Vou usar a mesma arma que ela...
TÁCIO: - Extorsão?
MÔNICA: - Não. Troca de favores. Ela me ajuda, eu não conto que ela me procurou com informações em troca de dinheiro.
TÁCIO: - você é cruel.
MÔNICA: - Não meu querido. Eu sou viva! Agora vamos.
TÁCIO: - Espera... (Saem)

ATO IV CENAVIII
(Mara vai a casa de junior)
MARA: - Bom dia.
JÚNIOR: - Bom dia.
MARA: - Eu sou...
JÚNIOR: - sei quem é a senhora. Dona Mara... Mae do marcos.
MARA: - Exatamente.
JÚNIOR: - Por favor entre.
MARA: - Com licença.
JÚNIOR: - Fique a vontade. Sente-se por favor.
MARA: - Obrigada.
JÚNIOR: - A senhora aceita...
MARA: - Não... Não precisa se preocupar... Estou bem...
JÚNIOR: - Claro.
MARA: - Então, era aqui... Aqui que meu filho se refugiava...
JÚNIOR: - Não. Aqui era o segundo lar do seu filho.
MARA: - Por que nos escondeu?
JÚNIOR: - Não queria lhes magoar.
MARA: - Talvez tudo seria diferente.
JÚNIOR: - Também creio nisso.
MARA: - de muito bom gosto.
JÚNIOR: - Foi ele que me ajudou a decorar.
MARA: - Meu filho tinha bom gosto. (Vê uma foto do filho. Chora) Meu filho...
JÚNIOR: - Vou pegar uma água.
MARA: - Não precisa. (Júnior sai) Meu filho... Que saudade!
JÚNIOR: - Aqui. Beba.
MARA: - Obrigada. Você o amava?
JÚNIOR: - Muito. (Sem jeito)
MARA: - Foram felizes?
JÚNIOR: - Sempre.
MARA: - E a noiva?
JÚNIOR: - Sabia que era só faixada.
MARA: - Que?
JÚNIOR: - Não devia ter dito...
MARA: - Faixada?
JÚNIOR: - Só estava com ela, por vocês.
MARA: - Mas ela está grávida.
JÚNIOR: - Impossível.
MARA: - Que quer dizer?
JÚNIOR: - Que seu filho nunca teve nada com esta moça.
MARA: - Eram noivos.
JÚNIOR: - Marcos nunca transou com ela.
MARA: - Como sabe?
JÚNIOR: - Não mentiria pra mim. Não sobre isso.
MARA: - Então o que fazia naquele lugar? Dizem...
JÚNIOR: - Que era um lugar de pregação...
MARA: - Suspeito.
JÚNIOR: - Tínhamos brigado. Foi uma briga muito feia... Exigi que ele terminasse o noivado e assumisse de vez a nossa relação. Então se sentiu pressionado e foi...
MARA: - parar naquele lugar.
JÚNIOR: - Exatamente.
MARA: - Se ele não teve nada com ela...
JÚNIOR: - Posso lhe garantir.
MARA: - Então a gravidez...
JÚNIOR: - O pai não é o Marcos. Isso lhe garanto.
MARA: - Vamos deixar esta conversa de lado. Vim pra falar sobre vocês... E agora? O que pretende fazer?
JÚNIOR: - Tenho que continuar...
MARA: - Precisa de ajuda?
JÚNIOR: - Não, obrigado. Tenho minha profissão...
MARA: - E o que faz?
JÚNIOR: - Sou cabelereiro. Tenho um salão...
MARA: - Entendo. Bom, Júnior... Obrigada por me receber.
JÚNIOR: - Que isso! Foi um prazer.
MARA: - Se precisar de alguma coisa...
JÚNIOR: - Obrigado. (Ela sai) Caraca!
ATO IV CENA IX
(NO APARTAMENTO DE LUDIMILA)
LUDIMILA: - Como está se sentindo?
ISABEL: - Como estou me sentindo? Péssima!
LUDIMILA: - Um dia vai me agradecer...
ISABEL: - Você é um monstro. Que tipo de mãe dopa a filha e entrega a um estranho?
LUDIMILA: - O Sérgio é um cara de muita confiança...
ISABEL: - E se este cara estiver doente?
LUDIMILA: - Tá louca menina?
ISABEL: - Claro... Transou comigo sem preservativo. E se ele tiver alguma doença infecto contagiosa.
LUDIMILA: - Não tem. Dá pra parar de ser melodramática? Em algumas semanas você estará gravida.
ISABEL: - E se não estiver?
LUDIMILA: - Tentamos outra vez. Você tem um mês para engravidar.
ISABEL: - Você é doente.
LUDIMILA: - Não meu bem... Estou cuidando da nossa previdência. (Campanhia) Ah, não... O que quer aqui?
MÔNICA: - Seria educado me deixar entrar.
LUDIMILA: - Não preciso ser educada com você... Se insistir, chamo a polícia.
MÔNICA: - Ótimo. Chama! Sabe o que tenho aqui em minhas mãos? Tudo sobre a sua vida.
LUDIMILA: - Fofocas. Coisas dessas revistas de mexericos...
MÔNICA: - Que será que vão achar quando souber que você foi suspeitar de matar um milhionário envenenado em 77?
LUDIMILA: - Cala-se. Fui inocentada.
MÔNICA: - Posso?
LUDIMILA: - Entra. (Furiosa)
MÔNICA: - Prometo ser breve. Como vai Isabel?
ISABEL: - Bem...
MÔNICA: - Não me parece bem.
LUDIMILA: - Ela está cansada.
MÔNICA: - Você não me oferece uma água.
LUDIMILA: - Não.
ISABEL: - Eu pego.
MÔNICA: - Que gentil.
LUDIMILA: - Que quer?
MÔNICA: - Conhece os amigos do Marcos?
LUDIMILA: - Amigos?
MÔNICA: - Mulheres.
LUDIMILA: - Mulheres? Que isso?
MÔNICA: - É o que desejo.
LUDIMILA: - Por que não pergunta a família dele?
MÔNICA: - Acha mesmo que me receberiam.
LUDIMILA: - Preciso responder?
ISABEL: - Aqui está. (Entrega o copo)
MÔNICA: - Hei?
ISABEL: - Que foi?
MÔNICA: - Você é canhota?
ISABEL: - Sou.
MÔNICA: - Olha que conhecidência... Minha mãe também era.
LUDIMILA: - Você não veio aqui só por isso...
MÔNICA: - Por que Isabel não seguiu a mesma carreira que você?
ISABEL: - Não tenho altura.
MÔNICA: - Mede quanto?
ISABEL: - Um sete sete.
MÔNICA: - Interessante. Poderia ser modelo fotográfica. Tem um rosto bonito vai por mim.
LUDIMILA: - Que uma manchete? Então escreva neste jornaleco, que minha filha, está grávida.
MÔNICA: - Grávida?
LUDIMILA: - Exatamente. Minha filha terá o futuro herdeiro... Filho do Marcos.
ISABEL: - Mãe?
MÔNICA: - Isabel, não parece feliz...
LUDIMILA: - Ainda está abalada com a morte do seu grande amor.
ISABEL: - Eu estou cansada... Com licença. (Sai)
MÔNICA: - Essa menina não está bem.
LUDIMILA: - Ficará.
MÔNICA: - Boa cartada! Mas o jogo ainda não terminou. Bem... Preciso ir. Obrigada pela hospitalidade. (Sai)
LUDIMILA: - Vai carniça!

JOÃO ASSUNÇÃO PREFERE SEGUIR CAMINHO DIFERENTE DE PAI FAMOSO

Segundo publicado no site NA TELINHA, João Assunção filho de  Fabio Assun ção decidiu trilhar um caminho diferente do pai e ir p...