dezembro 08, 2012

O CORPO (ATO IV – CENA I Á IV)


ATO IV – CENA I
(Na redação)
SELMA: - Boa tarde!
TÁCIO: - Boa. Em que posso ajuda-la?
SELMA: - Tenho uma informação bombástica!
TÁCIO: - Não diga! Sobre o que?
SELMA: - Acha que sou trouxa? Vim negociar...
TÁCIO: - E o que você tem que possa nos interessar?
SELMA: - Você não parece jornalista.
TÁCIO: - E não sou. Sou fotografo.
SELMA: - Quero falar com a Mônica...
TÁCIO: - Posso saber o que?
SELMA: - Sigiloso.
TÁCIO: - Ela é muito ocupada...
SELMA: - Se não quer a informação... Vendo pra outro jornal...
TÁCIO: - Espere. É sobre o corpo encontrado...
SELMA: - Marcos. O corpo tem nome... Marcos!
TÁCIO: - O que sabe sobre ele?
SELMA: - Só falo com essa talzinha...
TÁCIO: - Tá bom... Só um minuto. Vou localizá-la.
SELMA: - Ótimo.
TÁCIO: - Tudo bem... Só um minuto. (Pega o celular) Mônica? Escuta... Onde está? Que bom. Sobe. Tem aqui uma moça que diz ter informações bombásticas sobre o Marcos... Como que Marcos? O falecido. Quem é? (Pra Selma) Quer saber quem é você.
SELMA: - Diz a ela que sou empregada na mansão...
TÁCIO: - É empregada da Mansão do Dr. Egídio. Tudo bem... (Desliga) Já esta vindo.
SELMA: - Vai demorar muito?
TÁCIO: - Não. Está no anda de baixo.
SELMA: - Espero que não demore. Tenho pressa.
MÔNICA: - Oi?!
SELMA: - Mônica?
MÔNICA: - A própria.
TÁCIO: - Bom... Vou pegar uma água... (Sai)
SELMA: - Não acha estranho não sair nada além de um assalto seguido de morte nos jornais...
MÔNICA: - Por que será? Tenho a impressão que sabe de algo...
SELMA: - Muito mais que imagina.
MÔNICA: - Como o que?
SELMA: - A vida oculta do falecido que a família faz tanta questão de esconder.
MÔNICA: - Que sabe além do fato do falecido ser homossexual?
SELMA: - Como sabe?
MÔNICA: - Sou jornalista. Meu trabalho é investigar. Seu nome é?
SELMA: - Selma.
MÔNICA: - Selma... Creio que foi contratada por ser uma pessoa de confiança. O que está fazendo é crime...
SELMA: - Crime?
MÔNICA: - Usar de informações confidenciais, invadir a vida alheia, pra se beneficiar... Que será que o Sr Egídio diria ou faria se soubesse?
SELMA: - Por favor... Não diga nada.
MÔNICA: - Cai fora daqui. (Selma sai)
TÁCIO: - E?
MÔNICA: - Nada demais. É só uma idiota se achando esperta. Agora vamos trabalhar. (Saem)

ATO IV – CENA II
TERESA: - Bom dia.
HÉLIO: - Bom dia.
TERESA: - Dona Mara os espera. Por aqui por favor...
HÉLIO: - Obrigado.
MARA: - Boa tarde meus queridos.
HÉLIO: - Boa tarde.
VIRGÍNIA: - Como vai dona Mara?
HÉLIO: - E a senhora Dona Liz?
DONA LIZ: - Dentro do possível, bem.
MARA: - Sentem-se, por favor.
HÉLIO: - Obrigado.
VIRGÍNIA: - Com licença.
DONA LIZ: - Fiquem a vontade.
MARA: - Teresa, sirva-nos um chá.
TERESA: - Sim senhora.
HÉLIO: - Sentimos muito...
MARA: - Sabemos que sim. Vocês eram os melhores amigos do Marcos.
DONA LIZ: - Eram sempre presentes na vida do meu neto.
MARA: - Por isso os chamamos aqui.
HÉLIO: - Se for algo possamos ajudar...
MARA: - Mãe... Não acha melhor subir...
DONA LIZ: - Não me trate como se eu fosse uma inútil... Não subestime a minha inteligência.
MARA: - Mamãe...
DONA LIZ: - Meu jovens... O que minha filha deseja saber é sobre os segredos do Marcos.
HÉLIO: - Segredos?
MARA: - A vida oculta do meu filho.
VIRGÍNIA: - Vida oculta?
MARA: - Sim. Foi por causa desse segredo que meu filho está morto.
HÉLIO: - Não entendi.
DONA LIZ: - Entendeu sim. Marcos era gay.
MARA: - Admiro sua lealdade... Mas precisam nos ajudar.
VIRGÍNIA: - Dona Mara...
MARA: - Sei que davam cobertura a vida dupla que ele vivia.
HÉLIO: - Como podemos ajuda-la?
MARA: - Quem era o rapaz... que...
DONA LIZ: - O namorado do Marcos.
VIRGÍNIA: - Não sabemos muito...
DONA LIZ: - Não precisam mentir. Sabemos que sabem.
MARA: - Só gostaria de conhecer essa pessoa.
HÉLIO: - Não sei se posso fazer isso...
MARA: - Quem é ele?
VIRGÍNIA: - Por que a senhora que conhecê-lo.
MARA: - Se meu filho o amou e foi feliz... É que ele deve ser uma pessoa muito especial.
VIRGÍNIA: - E é.
MARA: - Quero falar com ele. Preciso conhecer essa parte da vida do meu filho que eu não participei.
HÉLIO: - Dona Mara, com todo respeito... Não podemos fazer isso... É a intimidade dele...
VIRGÍNIA: - Deixe-nos consulta-lo primeiro. Se ele nos permitir...
DONA LIZ: - É justo.
MARA: - Por favor...
HÉLIO: - Agora vamos...
VIRGÍNIA: - Obrigada pelo chá.
MARA: - Espero que nos ajude.
DONA LIZ: - É muito importante para nós.
HÉLIO: - Logo tenha resposta... Ligo pra senhora.
VIRGÍNIA: - Até logo.
MARA: - Eu os acompanho.
VIRGÍNIA: - Até mais.
MARA: - Até. (Saem)
DONA LIZ: - Acha que vão nos ajudar a encontrar esse rapaz.
MARA: - Estou bem confiante mamãe. Agora venha, é hora do seu remédio. (Saem)
ATO IV CENAIII
(Marina é presa por porte de drogas)
TÂNIA: - Boa noite...
NILTON: - Só aguardar ser chamados.
EDNALDO: - Gostaríamos de falar com o delegado.
NILTON: - Só aguardar...
EDNALDO: - (Pega o celular) Alô... Dr. Egídio?
NILTON: - Espere... O senhor disse, dr. Egígio?
EDNALDO: - Exatamente.
NILTON: - Por favor... Sentem-se.
EDNALDO: - Podemos falar com o delegado?
NILTON: - Dr. Ednaldo... Delegado.
EDNALDO: - Prazer.
NILTON: - O senhor?
EDNALDO: - Assessor do Dr. Egídio.
NILTON: - Claro. Então já sabem...
EDNALDO: - Sim... E nos sentimos completamente envergonhados...
NILTON: - Imagino. Um prato cheio pra imprensa.
TÂNIA: - Então, todos já sabem?
NILTON: - Não. Logo que soube de quem era filha o elemento...
TÂNIA: - Marina.
NILTON: - Perdão. Mas a moça foi pega com uma quantidade razoável de droga. Enquadrada como traficante.
TÂNIA: - Marina não é traficante.
EDNALDO: - Uma irresponsável. Doutor, que podemos fazer?
NILTON: - Em nome do Dr. Egídio, posso dar um jeito...
EDNALDO: - Imagino que isso terá um custo.
NILTON: - Sobre isso conversaremos depois.
TÂNIA: - Posso ver minha irmã.
NILTON: - Claro! Rodrigues...
RODRIGUES: - Senhor?
NILTON: - Traga a moça.
RODRIGUES: - É pra já.
TÂNIA: - Como ela está?
NILTON: - Esquenta não... A moça teve tratamento vip.
MARINA: - Vieram zombar da minha cara?
EDNALDO: - Por mim apodreceria aqui.
MARINA: - Babaca!
TÂNIA: - Que pensa que esta fazendo?
MARINA: - Vivendo.
TÂNIA: - E isso é lá vida?
MARINA: - O que é vida? Isto que você vive ao lado desse encostado?
EDNALDO: - Cala a boca.
MARINA: - Quem vai fazer calar? Você?
EDNALDO: - Deveriam deixar você apodrecer numa cela. Quem sabe assim você aprenderia.
MARINA: - Sou a única que tem a coragem de dizer a verdade. Nesta família ninguém presta... São todos mascarados...
EDNALDO: - Cala essa boca. Você não passa de uma vadia drogada!
TÂNIA: - Chega vocês dois. Temos que sair daqui... Daqui a pouco a imprensa chega e teremos outro escândalo.
MARINA: - Escândalo? É essa vidinha de mentirinha que vocês vivem... Um casal perfeito, só diante da plateia, por que na cama... (Rir)
TÂNIA: - Agora chega! (Esbofeteia) Já passou do limite.
MARINA: - Prefiro apodrecer aqui do que ir com vocês...
EDNALDO: - Não seja por isso...
TÂNIA: - Não. Marina, por favor.
NILTON: - Vamos fazer o seguinte... Eu peço que o detetive Rodrigues acompanhe a moça até sua casa.
MARINA: - Praquela casa não volto. Nunca mais!
NILTON: - A moça volta sim... Nem que eu tenha que lhe entregar algemada.
MARINA: - Vou lhe denunciar...
NILTON: - Primeiro responderá ao processo. Você não é primaria... Por isso não poderá responder em liberdade. A escolha é sua.
TÂNIA: - Marina...
MARINA: - Já entendi.
EDNALDO: - Não sei como lhe agradecer.
NILTON: - Depois conversamos.
EDNALDO: - Vamos Tânia.
TÂNIA: - Marina...
MARINA: - Esquece que eu existo.
NILTON: - Detetive leve-a. (Saem)
ATO IV CENA IV
(No escritório)
LUDIMILA: - Que bom que você pode me receber.
EGÍDIO: - Espero que seja breve.
LUDIMILA: - Mara já deve ter adiantado o assunto.
EGÍDIO: - Espero que não seja um golpe.
LUDIMILA: - assim você me ofende e ofende a honra da minha filha.
EGÍDIO: -Então Isabel está grávida?
LUDIMILA: - Fiquei surpresa, porém feliz.
EGÍDIO: - Não seja idiota. Meu filho era gay.
LUDIMILA: - Não seja ridículo. Se ele fosse gay não teria engravidado minha filha.
EGÍDIO: - Seu golpe deu errado.
LUDIMILA: - Não me ofenda.
EGÍDIO: - Você que esta subestimando minha inteligência.
LUDIMILA: - Isabel está grávida.
EGÍDIO: - Se está grávida não é do meu filho.
LUDIMILA: - Posso lhe processar...
EGÍDIO: - Primeiro terá que provar a paternidade... Já ouviu falar em teste de DNA?
LUDIMILA: - Vou esfregar o resultado na sua cara.
EGÍDIO: - Sai do meu escritório...
LUDIMILA: - Vou pedir tudo que for necessário para minha filha.
EGÍDIO: - Deus permita que sua filha esteja grávida... E que seja do Marcos. Caso contrário, lhe meto numa boa cela.
LUDIMILA: - Vai engolir cada palavra. (Sai)
EGÍDIO: - Vadia! 

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