CENA
VII
VALTER:
-
Bom dia.
ARIELE: -
Bom dia!
VALTER:
-
Em que possa ajuda-la?
ARIELE: -
Ah, sou Ariele. Sou assistente social do Lar Melhor Idade.
VALTER:
-
Assistente social?
ARIELE: -
Sim. O senhor deve ser o senhor Valter.
VALTER:
-
Perfeitamente.
ARIELE: -
Dona Nerissa esta?
VALTER:
-
Claro.
ARIELE: - É
que sua esposa marcou comigo... Oh, perdão! O senhor não sabia.
VALTER:
-
Não.
ARIELE: -
Sinto muito.
NERISSA:
-
Como vai?
ARIELE: -
Bem. Perdão... Não sabia que...
NERISSA:
-
Tudo bem. Por favor, sente-se.
ARIELE: -
Obrigada. Bom, acho que mais ou menos o senhor deva ter uma ideia sobre nosso
lar...
VALTER:
-
Nerissa me falou. Mas sinto muito, não estamos interessados. Não vou colocar
meu pai num asilo.
NERISSA:
-
Por que tem ser tão cabeça dura?
OBERON:
-
Mas eu estou interessado.
NERISSA:
-
Enfim, alguém sensato.
VALTER:
-
Pai...
OBERON: -
Filho... Me escuta. Só estamos bem quando encontramos equilíbrio entre corpo e
mente...
VALTER:
-
Não se sente bem conosco?
OBERON: -
Não me sinto confortável com essa situação. E no mais vocês poderão me visitar,
não é mesmo senhorita?
ARIELE: -
Claro!
VALTER:
-
Não...
NERISSA:
-
Prefere o que? Que seu pai seja infeliz aqui?
OBERON:
-
Meu filho, eu ficarei bem. E quando quiser, poderá ir lá me ver. Estou mesmo
precisando de novos ares... Senhorita, prepare os papeis.
VALTER:
-
Tem certeza papai?
OBERON: -
Tenho. Já me decidi. (Sai)
VALTER:
-
Satisfeita?
NERISSA:
-
Quase.
ARIELE: -
Aqui está o contrato.
NERISSA:
-
Ótimo.
ARIELE: -
Amanhã poderemos vir busca-lo.
VALTER:
-
Não. Faço questão de leva-lo.
ARIELE: -
Como preferi. Então, espero o senhor Oberon amanha... Com licença.
VALTER:
-
Satisfeita?
NERISSA: -
Se é para o bem de todos? Estou. (Sai)
VALTER:
-
Ah, Nerissa! (Sai)
CENA VIII
(No lar. Oberon com a mala)
ARIELE: -
Seja bem vindo senhor Oberon.
OBERON:
-
Obrigado linda moça.
ARIELE: - Como
se sente?
OBERON:
-
Em paz. É um belo lugar.
ARIELE: -
Ah, eu gosto daqui.
OBERON:
-
Imagino que sim.
ARIELE: -
Também moro aqui.
OBERON:
-
E sua família?
ARIELE: -
Perdi muito cedo. Fui criada em um orfanato.
OBERON:
-
Sinto muito.
ARIELE: -
Já superei. Sabe seu Oberon... Estas pessoas são a minha família. Aqui fui
recebida de braços abertos por todos.
OBERON:
-
Tem sorte de gostar do que faz.
ARIELE: -
Não faço apenas por necessidade, dinheiro... Faço por amor.
OBERON:
-
Percebe-se.
ARIELE: -
Conversei com seus netos...
OBERON:
-
São joias raras.
ARIELE: -
Amam muito o senhor.
OBERON:
-
Sei disso.
ARIELE: -
Seu filho também lhe ama muito.
OBERON:
-
É um bom homem.
ARIELE: -
Teve um bom exemplo. Fala do pai com muito orgulho.
OBERON:
-
Não me perdoaria causar desarmonia em seu lar.
ARIELE: -
Dona Nerissa?
OBERON:
-
É uma mulher difícil. Mas com o tempo, tenho fé, que Deus irá quebrantar o seu
coração.
ARIELE: -
Não tem raiva?
OBERON:
-
Não. Apenas sinto pena. Mas compreendo. Teve uma infância difícil, e uma
adolescia complicada. Quando se é criada numa família desestruturada, não muito
o que se esperar.
ARIELE: -
É. A família é base de tudo. Mas acho que é hora de descansar um pouco.
OBERON:
-
Na minha idade se vive cada momento como se fosse único. Quero explorar um
pouco deste lugar.
ARIELE: -
Claro. Tem todo direito. Bom, é ótimo conversar com o senhor. Mas tenho que
voltar ao trabalho.
OBERON:
-
Não quero lhe incomodar.
ARIELE: -
Incomodo algum. Mas podemos dar um volata mais tarde. Temos aqui um jardim
lindo.
OBERON:
-
Um encontro?
ARIELE: -
Exatamente!
OBERON:
-
Senhorita, aguardarei ansiosamente...
ARIELE: -
Então, até mais tarde.
OBERON:
-
Até. (Ela sai. Ele olha ao redor e sai).
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