fevereiro 05, 2013

LIÇÃO DE VIDA - TEATRO (CENA III E IV)


CENA III
LISANDRA: - O clima aqui tá pesado.
LEANDRO: - Olha, depois da discursão de ontem, sei não...
LISANDRA: - Mamãe tá pegado pesado.
LEANDRO: - Novidade!
LISANDRA: - Enquanto não despejar vovô Oberon, não sossega.
LEANDRO: - Só resta saber se nosso pai vai aceitar esse capricho.
LISANDRA: - Não duvido nada. Sempre consegue o quer. Nosso pai sempre cede.
LEANDRO: - temos que fazer alguma coisa...
LISANDRA: - Que podemos fazer?
LEANDRO: - Não podemos deixar que jogue o vovô num asilo.
LISANDRA: - Não sei que fazer...
LEANDRO: - Bater de frente. Fazemos parte desta família e temos e não fomos consultados. E nossa opinião tem que ter algum peso.
LISANDRA: - Quer saber? Não.
NERISSA: - Ainda estão aqui? Andem... Vão se atrasar para a escola. (Filhos saindo) Hei? É assim?
LISANDRA: - Benção.
LEANDRO: - Benção...
NERISSA: - Deus os abençoem. (Saem)         
ARIELE: - Bom dia...
NERISSA: - Bom dia.
ARIELE: - Sou Ariele...
NERISSA: - Ah, sei. Assistente social... Por favor, entre... Sente-se.
ARIELE: - Obrigado. (Senta)
NERISSA: - Uma água, um suco?
ARIELE: - Aceito uma água.
NERISSA: - Só um momento... (Pega) Aqui.
ARIELE: - Obrigada.
NERISSA: - Estava a sua espera.
ARIELE: - Bom, Como já lhe adiantei por telefones, vim exclusivamente para apresentar a senhora a nossa instituição... Nesse prospecto posso reforçar as informações prestadas, apresentando todos os benefícios que diferencia nossa instituição das outras.
NERISSA: - Sei... Me interessou muito.
ARIELE: - Nosso espaço é pensado para o bem estar das pessoas que hospedamos, com espaço amplo com várias áreas de lazer e com profissionais qualificados para lidar tanto com questões emocionais quanto físicas.
NERISSA: - Isso é bom... fica mais fácil para convencer meu marido...
ARIELE: - Sem contar que também damos importância a higiene física e mental através de estímulos apropriado a cada necessidade. Se perceber nesta parte lateral, temos duas opções de leito, que é o individual ou o coletivo, isso vai conforme o perfil do cliente,
NERISSA: - Nossa! Parece até um hotel cinco estrelas.
ARIELE: - Nosso desejo é proporcionar o maior conforto a nossos hospedes assim como trazer tranquilidade a seus familiares.
NERISSA: - E o custo?
ARIELE: - Neste outro prospecto temos os preços conforme cada perfil.
NERISSA: - Nossa! Bem salgadinho.
ARIELE: - Conosco seu...
NERISSA: - Sogro.
ARIELE: - Seu sogro estará em boas mãos.
NERISSA: - Por esse preço, tem que ser tratado como rei. Embora ache um exagero. Bem... Vou conversar com meu marido, e logo que possível entro em contato.
ARIELE: - Claro. Então, aguardo sua ligação e espero que nossa instituição possa prestar serviço para sua família.
NERISSA: - Pode deixar...
ARIELE: - Também aguardamos a visita em nossa intuição para que possam confirmar as informações que estão neste prospecto.
NERISSA: - Pode deixar. Assim que conversar com meu marido, ligo para marcar uma visita.
ARIELE: - Então... Prazer... E até breve.
NERISSA: - Até. (Ariele sai) Por mim jogava esse velho rabugento em qualquer muquifo. Atraso de vida! (Sai)
CENA IV
(Entra Oberon)
LISANDRA: - Vovô...
OBERON: - Oi minha querida.
LISANDRA: - Que faz aqui tão solitário?
OBERON: - Nem sempre está cercado de pessoas nos faz sentir acompanhados. Já ouviu falar em solidão a dois?
LISANDRA: - Já.
OBERON: - É um tipo de solidão e muitas vezes mais doloridas que existe. Solidão é como felicidade, um estado de espírito, esta muito ligado a sua satisfação
LISANDRA: - Não está se sentindo assim, esta?
OBERON: - Não minha querida, claro que não. As vezes precisamos nos isolar um pouco para ouvir a voz que vem de dentro do nosso coração.
LISANDRA: - Que está tentando dizer?
OBERON: - Que na vida somos pego por cada surpresa.
LISANDRA: - As vezes a vida é tão cruel...
OBERON: - Não minha queria. A vida, nunca é cruel, é perfeita, as pessoas com sua ignorância, é que são cruéis.
LISANDRA: - Refere-se a mamãe?
OBERON: - Não. Meu bem, sua mãe é uma vítima do próprio egoísmo... Mas essa mesma vida ainda dá outras chances de se modificar, de aprender com os erros.
LISANDRA: - Não concordo com que deseja fazer.
OBERON: - Não se preocupe minha menina... Não cai uma só folha se não for da vontade de Deus. Como dizia o poeta desconhecido: Tudo fica bem quando se termina bem... E se não terminar bem? É por que não terminou.
LISANDRA: - Não pode fazer isso. O senhor é meu avô, faz parte dessa família.
OBERON: - Não importa onde eu esteja. Nunca deixarei de ser teu avô, ou de fazer parte dessa família. (Mão no peito) Por que perto está quem aqui está. (Se abraçam)
LISANDRA: - Papai não deixará.
OBERON: - Que tem que ser, será. Me acompanha a um passeio?
LISANDRA: - Claro. É sempre uma honra.
OBERON: - Senhorita... (Saem)

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