fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 1

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 1

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifácilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

Capítulo 1

 

Cena 01

INTERNA – DIA - COZINHA

(Câmera faz uma panorâmica mostrando as belezas da vida no campo. Ao fundo foca bem ao longe uma simples casa que aos poucos é aproximada a visão do telespectador através do zoom. Corta para dentro da casa. João entra e senta-se a mesa. Fátima trás o café da manhã).

JOÃO:

- Dor da moringa nas costas... (Tira o chapéu e senta-se).

FÁTIMA:

- Meu veio... Aceita um cafezinho? passadinho na hora.

JOÃO:

- Café não minha véia...

FÁTIMA:

- Então como um pedaço de bolo de macaxeira.

JOÃO:

- Taí... O bolo eu aceito.

FÁTIMA:

- Tá do jeito que tu gosta, vice. (Sai e vai buscar o bolo. Fátima retorno com o bolo e serve João).

JOÃO:

- Hum! Tá bom mermo minha veia.

FÁTIMA:

- E apôi?!

JOÃO:

- Cadê o Zeca?

FÁTIMA:

- Má despertou, saiu num sarto só...

JOÃO:

- Mais assim tão cedo?

FÁTIMA:

- Zeca tá ciscando nos terreiros porai...

JOÃO:

- O Zeca que não me arrume pra cabeça...

FÁTIMA:

- Ele é jovem meu vaio...

JOÃO:

- Quando a cabeça não pensa, o corpo padece... Já dizia meu velho pai! Olha minha velha... (Pega o chapéu e coloca na cabeça)Dá licença, tenho muito serviço pra fazer lá na baia...

FÁTIMA:

- Vai sim meu váio... Óh, leve um pedaço de bolo, leve... (Ele pega)E não se atrase para o almoço, vice?

JOÃO:

- E apoi! (Sai)

Cena 02

INTERNA – DIA – COZINHA

 

(Faixada da casa de Fátima aos poucos a imagem da casa é aproximada até que corta para o interior da casa, na cozinha Fátima prepara o café num fogão de lenha. Francisco entra e senta).

 

 

FÁTIMA:

- Ainda em casa fio?

 

FRANCISCO:

- Tô saindo... E Nina?

 

FÁTIMA:

- Foi na casa de cumade Fátima...

FRANCISCO:

- E foi, é?

FÁTIMA:

- Foi fio...

FRANCISCO:

- Onde já se viu, que arrumação do cão, isso num vai dá certo!

FÁTIMA:

- Que tanto oscê resmunga Chico?

FRANCISCO:

- Num tá certo, num tá certo...

FÁTIMA:

- Mai o que é que num tá certo, home?

FRANCISCO:

- Nina mainha, Nina... Na casa de madrinha.

FÁTIMA:

- Oscê que vê coisa onde num existe.

FRANCISCO:

- Depois num diga que num avisei.

FÁTIMA:

- Tua irmã é uma menina ajuizada fio.

FRANCISCO:

- Mai é mulé e ele é homem... Oxe mainha onde já se viu, uma moça, enfiada na casa que tem homi.

FÁTIMA:

- E osce que vê coisa onde num existe.

FRANCISCO:

- Depois num vai dizer que num avisei.

FÁTIMA:

- Oxe! Que ciumeira besta é essa?! Pega teu chapéu e vá cuidá da tua vida, vai, vai, vai... 

FRANCISCO:

- E ciúme não mainha, é zelo. Zelo, vice!? Depois não diga que não avisei. (Sai)

FÁTIMA:

- Então pega todo esse teu zelo e coloca no teu trabaio, que trabaiando cansa o corpo e mente. (Retira a mesa de café da manhã) Onde já se viu? Ciumeira besta, ciúmes da própria irmã. Valei-me meu são Benedito! Onde já se viu? Era só o que fartava!

Cena 03

EXTERNA – DIA – CAMPO

 

(Nina passeia pelo campo em clima romântico com Zeca)

 

ZECA:

- Eu me ajeitei todo pra oscê minha fulô...

NINA:

- Tá todo cheroso... (Ele a abraça, a beija na testa. Ela se desvencilha e corre ele vai atrás).

 

NINA:

- Ah, Zeca... Eu tava aqui pensano, num sabe? E pego a imaginá... Como é que vai ser minha vida daqui argum tempo, num sabe?

ZECA:

- Mai acho que oscê tá tocano nessa prosa mode vê se ieu num falo em casamento, num é?

NINA:

- Oxe! Num é nada disso não homi!Eu só tava penano... Ora, eu sei que oscê gosta de eu, quer casá com eu, e eu só tava pensano vice?

ZECA:

- As vezes eu fico aqui matutano, num sabe? Oscê linda, toda de branco, entrando na igreja, numa arvura que só.

NINA:

- Ah, Zeca... Se ieu for parar pra pensa, botá isso na minha cabeça, num sabe? Noi num casa é nunca!

ZECA:

- Tá certo! (Se afasta de Nina)

NINA:

- Oh Zeca!(vai até ele) falei mai que a boca, num foi? Perdoa ieu, num devia fala desse jeito...

ZECA:

- Tá certo Nina, tá certo!

NINA:

- Eu falei só por falá... Sonhá num custa nada mermo!

ZECA:

- Oscê num deixa de tê razão Nina... Sou um caipira, bronco, criado no campo, que futuro posso oferecer pra oscê? Se num tenho nem dinheiro pra pagar o juiz, imagina pra comprar um vestido desses pra oscê minha fulô1

 

 

NINA:

- Oxe home! Mode que oscê num arruma outro trabaio? Um monte de gente saiu daqui e foi pra capitá.

ZECA:

- Oxe! Acorda mulé. Não tenho estudo. Desde que me conheço por gente tenho que pegar no cabo da enxada. Se pra pessoas que tem estudo tá difici, imagina pra eu... Sou um burro veio, e burro veio num aprende, só empaca.

NINA:

- Mai vissi Maria! Num gosto que fale assim não... Oscê num é burro veio não. Empaca como jumento, teimoso feito mula, mai num é burro não... Olha, noi vai consegui Zeca, eu amo oscê. E num importa que ieu tenha que trabaiá, mai noi vai consegui sim, eu creio, creio em Santo Antônio que ele vai nos abençoá.

ZECA:

- espero minha flor de formosura... Ah se ele soubesse o que se passa aqui na minha cabeça!

NINA:

- Oxe! Mai deixe de marmotagem homem! Não quero só na cabeça não... Quero aqui ó. (Põe a mão próximo o coração dele). (Zeca segura a vontade de beija-la) Oxe! Qur foi? Já vai pro trabaio é?

ZECA:

- É já vou. É mió mermo! (Sai)

NINA:

- Zeca... (Ele Para e olha pra Nina) Eu te amo vice?!

ZECA:

- Tamem te amo.

 

NINA:

- Te amo muito, muito... Um tantão assim! (Abre os braços. Ele sai, ela senta e observa até sumir. Sobe música romântica.

Cena 04

INTERNA / DIA – CASA DE IOLANDA

(Gilmar esta sentado em seu sofá, pega o berrante ao seu lado e toca. Entra Iolanda muito animada e disposta a convencer o marido para um passeio em Campo Verde).

IOLANDA:

- Gil... Tu prometeste que me levaria para conhecer suas terras lá em Campo verde...

GILMAR:

- E o que é que você quer em Campo Verde Ioiozinha?

IOLANDA:

- Lá é um lugar discreto, tranquilo... E bem sabes que tenho muita admiração por lugares assim. Ah, os animais, as plantas, a tranquilidade Cherry! E também estamos precisando sair um pouco dessas badalações... Ah, relaxar um pouco faz bem.

GILMAR:

- Sei não... muito me impressiona, você, deixar o conforto de casa, pra se enfiar naquele fim de mundo. É muito estranho Ioiozinha.

 

IOLANDA:

- Ai Cherry! A fauna, a flora, muito verde. Ah aquele ar fresco, e a cachoeira? Ah, vai me fazer muito bem pra minha pele Cherry. E além do mais, eu li numa revista que ecologia está na moda É chique mon amour!

GILMAR:

- O povo daquele lugar me dá é enjoo. Além da tranquilidade daquele lugar, viver vai ter que viver com pessoas sujas e maltrapilhas.

IOLANDA:

- Nossa cherry! Que horror! É assim que fala daquelas pessoas? Que é isso? Isso é preconceito viu? É Bullyng. E eu vi numa revista que falava justamente sobre isso. Nossa, até parece que você ente...

GILMAR:

- Repulsa Iolanda, apenas repulsa!

IOLANDA:

- Oh, my god!

GILMAR:

- E naõ é pra senti? Um povinho enfadonho, sem eira, nem beira.

IOLANDA:

- Nossa Cherry! É assim que se refere a essas pessoas? Que isso? Já fizeram tanto por nós, se a gente tem tudo isso, foi por eles.

GILMAR:

- Se a gente tem tudo isso Iolanda, é graças a minha gana, a minha vontade de consegui algo melhor... Agora me espanta você, acha o que, que aquele povinho lá trabalha de graça? Claro que

 

não. Eu pago pelos serviços deles, e pago religiosamente a cada um pelos serviços prestados.

IOLANDA:

- Oh, mon amour! Não precisa brigar. (senta ao lado dele o fazendo carinho) Pra que brigar-mos, se podemos ter momentos ma-ra-vi-lho-sos!

GILMAR:

- É que as vezes você me faz me sentir como se estivesse explorando aquela gente.

IOLANDA:

- Ah, meu chuchuzinho... Meu bombonzinho... Já sei que está precisando... Vou te fazer uma massagem. (Vai por tras dele e o massageia). Vamos repelir tudo aquilo que nos faz mal. E vamos juntos vamos viver nossos momentos prazerosos. Isso meu bem, relaxa... Meu porquinho!

GILMAR:

- Pra demonstrar minha benevolência vou te levar pra jantar Ioió.

IOLANDA:

- Ai mon amour! Eu tenho outra ideia.

GILMAR:

- É? Qual?

IOLANDA:

- (Senta-se ao seu lado)Vamos tomar um banho de sauna? Eu e você, você eu.(Levanta e dança pra ele “Banho de espuma”).

GILMAR:

- sabe que não é uma má ideia?!

IOLANDA:

- Vamos agora.

GILMAR:

- Mas, não acabei de lê ainda Iolanda...

IOLANDA:

- Deixa esse livro pra depois...

 

 

GILMAR:

- Deixa eu acabar de lê. Deixa pra depois.

IOLANDA:

- Ah, eu quero agora... Se não vou sozinha. E tristinha...

GILMAR:

- Ioiozinha... (Iolanda faz zumbido)Ah, não! Abelhinha não... abelhinha não resisto não.

IOLANDA:

- Não é pra resistir mesmo. Meu bombonzinho recheado. Faz porquinho, faz?!

GILMAR:

- Não!

IOLANDA:

- faz pra mim, faz...

GILMAR:

- Tá bom... (Ele faz, ela se anima. Vai em direção ao quarto e ele vai atrás).

Cena 05

EXTERNA / DIA – BAIA

(João está no campo fazendo suas tarefas diárias cuidando dos cavalos, pegando feno e colocando as coisas em ordem. As imagens se intercalam com Zeca caminhado ao encontro do pai).

ZECA:

- Ôá! (Tira o chapéu)- Benção painho...

JOÃO:

- Mai isso são hora Zeca?

 

Imagem congela em João.

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