fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 21

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 21

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifacilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

 

Cena 125 Continuação...

WILDEBRANDO:

- Não pelo amor de deus não faça isso, não faça...

IOLANDA:

- Se quer atirar, atire em mim (Close nela) Atite em mim coroné. Essa desgraça se deu por minha culpa. (Intercala closes e geral) Fui eu que causei essa discórdia entre vocês. Você vai emsmo sujar suas mãos com seu próprio sangue homem? È teu filho!

 

GILMAR:

- (Close fechado nele) Ah Iolanda... Por que, por que?

IOLANDA:

- Quem ama liberta!

GILMAR:

- Vou te libertar Iolanda, eu vou, vou, vou... (Close nela. Ouve-se um tiro, Iolanda grita, CAI DESFALECIDA NOS BRAÇOS DE WILDEBRANDO).

WILDEBRANDO:

- Calma Iolanda, calma meu amor... Venha comigo... Não olhe. (Sai amparando Iolanda. câmera revela Gilmar caído em cima da mesa de reuniões, todo ensanguentado. Se matou.

Transição: Cidade de Campo Verde!

CENA 127

DIA – EXTERNA – RUA

Rosa encontra Nina por acaso.

ROSA:

- Nina? Não tenha medo... Eu não mordo. Olhe, eu só quero lhe dizer uma coisa... Se por acaso, eu tô dizendo, por acaso... Tosos lhes virarem as costas, me procure. A Casa das Rosas está de porta aberta pra te receber minha flor.

NINA:

- Pois isso num vai acontecer, é nunca. (sai).

Transição: Cidade de Campo Verde.

CENA 128

PASSAGEM DE TEMPO...

EXTERNA – DIA – QUINTAL DE SANTINHA BRASÃO

Iolanda está sentada distraída, Wildebrando chega de mansinho. Os dois trocam carícias. Santinha Brasão observa tudo do meio de uma moita.

SANTINHA:

- Satisfeita ramera?

WILDEBRANDO:

- Que isso, minha mãe! Tenha modos!

SANTINHA:

- Mode essa uma ai, tua vida tá quase acabada.

WILDEBRANDO:

- Iolanda não tem culpa de nada.

 

SANTINHA:

- Mode ela você tá do jeito que tá vice?

IOLANDA:

- Olhe, agora chega vice? Já fui prisioneira de Gilmar e agora não vou ficar aqui pra ficar ouvindo sandice dessa velha intrigueira.

SANTINHA:

- Cuidado como fala comigo, que cê tá debaixo do meu teto.

WILDEBRANDO:

- Minha mãe, o coronel não era besta. Tava na cara que não ia acreditar naquela historinha que a senhora contou. Tava na cara que ele ia perceber que era uma farsa.

IOLANDA:

- Oxi! Então era tudo mentira, é? Gilmar não era, e nunca foi teu pai é?

WILDEBRANDO:

- É, foi um história que minha mãe contou.

SANTINHA:

- É, foi. Mas agora tanto faz, já não tenho mais nada... Nem mesmo tenho o cargo de líder na igreja. Fui excomungada pelo padreco do demo. Mas, essa casa ainda é minha, e eu quero essazinha fora de minha casa.

WILDEBRANDO:

- Olhe minha mãe. Se ela não pode ficar aqui, não vejo nenhuma razão para continuar...

 

SANTINHA:

- Tu preferi ir com essa uma? Perdeu o juízo meu filho por causa dessa mulher pecaminosa? Não se esqueça do que ela fez com o coronel.

IOLANDA:

- Olhe aqui... Eu amo seu filho vice? E ao contrário da senhora, não tenho nada a esconder. Eu sou o que eu sou, e ele, sabe o que esperar de mim. Já a senhora?!

SANTINHA:

- Me respeite sua quenga!

WILDEBRANDO:

- Chega minha mãe, chega!

IOLANDA:

- Olhe! Pra mim chega. Eu vou me embora dessa casa é agora. Mode que eu ficar aqui, faço uma besteira com essa velha ramera.

WILDEBRANDO:

- Iolanda espere... Vou contigo. (Sai atrás)

SANTINHA:

- Vá. Mas, vá mesmo... Vai ser corno, dos mais cornos chifrudo. Vá, vá mesmo filho ingrato. È muito ingrato deixar sua mãe aqui, sofrendo sozinha. (Tem uma crise de choro).

Câmera fecha na bíblia de Santinha Brasão.

Transição: Cidade de Campo Verde.

Passagem de tempo...

CENA 129

EXTERNA – DIA – DELEGACIA

Enoque pega depoimento de Santinha Brasão.

ENOQUE:

- Olá?

SANTINHA:

- Olá!

ENOQUE:

- A senhora é Santinha Brasão?

SANTINHA:

- Sim senhor.

A escrevente começa a datilografar.

ENOQUE:

- Por acaso a senhora sabe por que está aqui?

SANTINHA:

- Não senhor, não tenho a mínima ideia...

ENOQUE:

- Por acaso a senhora conhece Francisco da Silva?

SANTINHA:

- Sim senhor, conheço sim.

ENOQUE:

- Por acaso, teve algum contato com ele?

SANTINHA:

- Não senhor, só conheço ele de vista, num sabe...

Flash back dela conversando com Francisco

SANTINHA:

- Contato, contato mesmo, tenho não...

ENOQUE:

- E onde a senhora estava na noite em que Francisco foi assassinado?

SANTINHA:

- Seu delegado, eu estava na igreja conversando com Deus. Como o senhor pode perceber, sou católica, apostólica romana. (Mostra a bíblia e o terço)

ENOQUE:

- Com quem a senhora estava neste dia?

SANTINHA:

- Eu seu delegado? Estava com Deus! E ele é minha testemunha.

ENOQUE:

- A senhora vai precisar de uma testemunha, infelizmente Deus não poderá depor a seu favor... (A voz vai sumindo o som da máquina de datilografia aumentando)

Transição: Cidade de campo verde

CENA 130

INTERNA - DIA – CONSULTÓRIO

Bruna sofre um atentado

BRUNA:

- Que foi isso?

MANÉ TIMBÓ:

- Isso é vida real doutora.

 

BRUNA:

- Mas, parece bang bang!

MANÉ TIMBÓ:

- É coisa daquele coronel Gilmar, Capolenga da peste!

BRUNA:

- Tá tudo bem... eu... (Pinta um clima entre eles)

MANÉ TIMBÓ:

- tudo isso mode que tamo ganhando as eleições. E estão tentando intimidar... Mas, não vai acontecer nada com a senhora não. Pode deixar que eu te protejo. Se precisar, chamo até o exercito pra lhe proteger. (Arrisca um beijo)

BRUNA:

- (Se desvencilha) Eu acho que... Bom, eu... preciso ir pra casa.

Corte de cena.

Cena 131

DIA – INTERNA – DELEGACIA

 

DELEGADO:

- O senhor é Everaldo ...

EVERALDO:

- Exatamente.

DELEGADO:

- Catolé?

EVERALDO:

- Isso.

DELEGADO:

- Certo senhor Everaldo... O senhor por acaso, ouviu falar de Francisco da Silva?

EVERALDO:

- Francisco da Silva? (Finge desconhecer) Nunca ouvi não.

DELEGADO:

- O senhor teve algum contato com ele?

EVERALDO:

- Não... Se eu conheço, é só de vista, num sabe? (Flash Back de Everaldo sendo levado pela mãe para flagrar mulher com Francisco).

DELEGADO:

- Onde o senhor estava no dia em que Francisco foi assassinado?

EVERALDO:

- Com minha mãe.

DELEGADO:

- Sua mãe, sei, sua mãe... Por acaso sua mãe é dona Querência?

EVERALDO:

- Essa mesmo por quê?

DELEGADO:

- Vou precisar do depoimento dela. (O som da máquina de datilografia vai aumentando até ecoar cobrindo a voz do delegado).

TRANSIÇÃO: CASA DAS RORAS

Cena 132

 

NOITE – INTERNA – CASA DAS ROSAS

ROSA:

- Minha flor, está tudo bem com você?

MALVA:

- Sim madrinha! Tudo bem.

ROSA:

- Eu posso lhe fazer um pedido?

MALVA:

- Pode sim, oxe! Quando quiser madrinha.

 

ROSA:

- É chegada a hora de você tomar conta dessa casa, num sabe?

MALVA:

- Eu madrinha?

ROSA:

- Sim, você, minha flor!

MALVA:

- E tem alguém mais preparada que você? Olhe, você é uma menina forte, determinada, porreta, num sabe? E além do mais minha florzinha, tem coração lindo por demais...

MALVA:

- E a senhora madrinha?

ROSA:

- Oxente! Eu vou é ser, feliz, vice?

MALVA:

- E como a senhora vai sobreviver?

ROSA:

- Eu tenho minhas economias, vice? Não se preocupe minha flor! Olhe, posso lhe fazer mais um pedido?

MALVA:

- Pois diga madrinha.

ROSA:

- Deixe eu levar teu filho comigo... Olhe, ele ficará melhor comigo, do que aqui. E outra coisa, você poderá vê-lo quando quiser.

MALVA:

- A senhora não existe Madrinha.

ROSA:

- Oxente! Existo sim, e tô aqui a teu lado. Olhe minha florzinha, de hoje em diante, você será a nova Rosa. (retira a rosa dos cabelos e passa para Malva)A magnânima, a mulher mais poderosa de Campo Verde. Eu tenho certeza minha flor que vou feliz, minha casa estará em boas mãos. Eu sei que vai cuidar desta casa com muito carinho. Dá aqui um abraço minha flor. (Se abraçam) Minha mais nova Rosa!

MALVA:

- Obrigada Madrinha!

ROSA:

- De nada meu bem... Sei que vai cuidar bem tudo por aqui. Fique em paz! (Rosa sai. Malva olha pra casa e senta pensativa).

CORTA PARA DELEGACIA.

Cena 133

NOITE – INTERNA - DELEGACIA

ENOQUE PEGA DEPOIMENTO DE QUERÊNCIA.

ENOQUE:

- Dona Querência, boa noite.

QUERÊNCIA:

- Boa noite.

ENOQUE:

- Dona Querência Catolé, com todo respeito desse mundo, vou lhe fazer umas perguntas.

- Por acaso a senhora deve conhecer o senhor Francisco da Silva.

QUERÊNCIA:

- Conheço.

ENOQUE:

- Conheceu, né?

QUERÊNCIA:

- Sim senhor, conheci.

ENOQUE:

- Onde a senhora estava na noite do falecimento do Francisco?

QUERÊNCIA:

- Quando que foi mesmo que ele morreu?

ENOQUE:

- A senhora não sabe?

QUERÊNCIA:

- É que eu não sou muito ligada em datas não.

ENOQUE:

- Vou refrescar sua memória. Mas a senhora vai precisar de uma testemunha que comprove onde a senhora estava na ocasião.

QUERÊNCIA:

- Eu sou uma mulher honesta, muito respeitada nessa cidade, Não saio de dia, nem de noite. A não ser com alguns afazeres com meu filho.

ENOQUE:

- E seu filho, estava com a senhora?

QUERÊNCIA:

- Sim, estava. (Flash Back conversa de Querência com Chico).

ENOQUE:

- E qual o tipo de contato que a senhora teve com Francisco?

QUERÊNCIA:

- Não tenho, nem nuca tive contato algum com essa pessoas num sabe? (Vai aumentando o som da máquina de datilografia)

TRANSIÇÃO: Campo Verde

Cena 134

INTERNA – DIA – CASA DE SANTINHA BRASÃO - SALA

MANÉ TIMBÓ:

- Dona santinha Brasão?

SANTINHA:

- O quê que o senhor tá fazendo aqui seu aboletado? Não é bem vindo.

MANÉ TIMBÓ:

- Quem passou a vida aboletando, não foi bem eu, vice? Mas sim, sua família. Que formou essa corja por décadas, que vive passando a canga nessa gente. Mas agora, as coisas mudaram, vice?

SANTINHA:

- Que petulância! A única coisa que sei, é que o senhor, não é bem vindo nessa casa. Fora da minha casa, que eu saiba, o senhor não é convidado. (Se agarra a seu terço)

MANÉ TIMBÓ:

- A senhora está, exatamente, onde deveria está. Isso que eu chamo de justiça, pelo jeito, veio, em dose dupla! A divina e a dos homens.

 

 

SANTINHA:

- Isso é o que senhor espera, não é mesmo, senhor Mané Timbó? Ganhou a luta, mas, não venceu a guerra. Muito breve, não sentirei sua inhaca.

MANÉ TIMBÓ:

- Oxe! A senhora tá mesmo ficando abilolada do juízo, não entendeu que perdeu? Que acabou...

SANTINHA:

- Pois enquanto eu for viva, eu lutarei, para lhe destruí, seu excomungado. O senhor vai pagar um preço muito alto por tudo que fez com meu filho. E o senhor vai enfrentar a ira da família Brasão.

CORTA PARA DELEGACIA.

Cena 135

INTERNA – NOITE - DELEGACIA

ENOQUE:

- Boa noite. Senhora Rosa... Eu preciso fazer algumas perguntas pra senhora.

ROSA:

- Boa noite. Estou aqui a sua disposição.

ENOQUE:

- É de seu conhecimento a morte de Francisco da Silva?

ROSA:

- Oxe! E quem é que sabe? O pobre homem foi assassinado, aqui, dentro da delegacia.

ENOQUE:

- Senhor Francisco, frequentava seu estabelecimento?

ROSA:

- Oxente seu delegado! É quem é que não frequenta a Casa das Rosas?

ENOQUE:

- Onde estava na noite em que Francisco foi assassinado?

ROSA:

- Estava em meu estabelecimento, na Casa das Rosas, com minhas rosas.

ENOQUE:

- Vamos ter que ouvir suas meninas...

ROSA:

- Quando quiser.

ENOQUE:

- Qual foi o último contato que a senhora teve com o Francisco? (O som da maquina de datilografia vai aumentando gradativamente).

Corta para casa de Santinha Brasão.

Cena 136

INTERNA – DIA – CASA DE SANTINHA BRASÃO - SALA

MANÉ TIMBÓ:

- Espero que a senhora tenha para onde ir... Tenho aqui um documento. (Entrega)

SANTINHA:

- Mas que diabo é isso?

MANÉ TIMBÓ:

- Quer que eu leia?

 

 

SANTINHA:

- Não me ofenda. Não sou analfabeta. Mas, isso só pode ser uma brincadeira e de muito mau gosto.

MANÉ TIMBÓ:

- Não senhora. Isso é uma ordem de despejo. Essa casa pertence a prefeitura. Que por ventura vai usar o terreno, pra construir a nova escola.

SANTINHA:

- Que me ver como esmolé, num é mesmo seu Mané Timbó? Mas, meu filho Wildebrando Brasão, vaia certar tudo isso.

MANÉ TIMBÓ:

- Antes vai ter que acertar com a justiça. Justiça essa que já caçou seus bens, que não são muitos. Seu filho Dona santinha, não passa de um pau mandado do coronel Gilmar. A polícia Federal já está investigando seu filho. Ele é um dos principais suspeitos da operação gafanhotos. Como a senhora percebeu, acabou-se a farra...

SANTINHA:

- Isso não pode acontecer.

MANÉ TIMBÓ:

- Já deflagrou a faísca, falta muito pouco pra explosão. Passar bem Dona Santinha! (Sai)

SANTINHA:

- Isso não pode ficar assim... (Nervosa, chora e quebra objetos na sala) Miserável, maldito, Bregueceiro do inferno, infeliz das costas oca, desgraçado, quero te vê queimar no fogo do inferno... (Sai de cena deixando o terço no sofá).

Cena 137

INTERNA – DIA – DELEGACIA

ENOQUE:

- Dona Iolanda Catolé... Boa noite?

IOLANDA:

- Boa noite.

ENOQUE:

- a senhora sabe por que está aqui?

IOLANDA:

- Sei não senhor?

ENOQUE:

- Por acaso sabe do falecimento de Francisco da Silva?

IOLANDA:

- sei sim senhor.

ENOQUE:

- A senhora teve contato nos últimos dias com ele?

IOLANDA:

- Não senhor, faz tempo que não o vejo.

ENOQUE:

- Bom, fiz umas investigações e fiquei sabendo que a senhora se encontrou com Francisco, que ele lhe procurou...

IOLANDA:

- Eu? (Flash Back)

ENOQUE:

- Então?

 

IOLANDA:

- Bom, Francisco era uma pessoa bem complicada, não sabe? Ele tinha muitas desavenças...

ENOQUE:

- Só isso? A senhora não tem nada pra me dizer? (Imagem congela nela).

A SEGUIR...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado! Sua opinião é muito importante.

EX GALÃ DA TV BRASILEIRA DESABAFA SOBRE A FALTA DE OPORTUNIDADES

Um dos principais galãs dos anos de 1980 e 90, o ator Roberto Bataglin desabafa sobre as dificuldades da carreira e a mudança de profissão. ...