fevereiro 25, 2022

WEN NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 14

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 14

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifácilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

 

Cena LXXVIII (Continuação).

FÁTIMA:

- Então a senhora sabe muito bem de quem estou falando.

CURANDEIRA:

- Sei, me alembro. Era uma bela moça.

FÁTIMA:

- E a criança, vingou? Era macho ou feme? Que aconteceu?

CURANDEIRA:

- hei, carma, carma! Está bem perto a verdade que imagina. Nasceu uam criança bela, pele clarinha... Cabelos negros, doce e meiga. Apresentei-a ao mundo, mas despois que saiu daqui, num o que se assucedeu. Ficou por cota do destino.

FÁTIMA:

- Então meu medo se confirmou.

CURANDEIRA:

- Num tente controlar o destino, oscê já tentou isso no passado... Deixe o presente se tornar passado naturámente. Vire essa página! Não tenha medo do futuro, o passado assombra muito mais. As linhas são tortas, mas as palavras tem que ser escrita com firmeza e segurança para que no futuro, não haja dúvidas. (Fátima se levanta)Já se vai? Me acompanhe numa xícara de chá.

 

 

FÁTIMA:

- Obrigado, fica pra próxima... (Pega um dinheiro no sutiã)

CURANDEIRA:

- Guarde. Dá próxima vez a senhora me paga, mas, me acompanhando com uma xícara de chá.

FÁTIMA:

- Tá certo! (Sai)

CURANDEIRA:

- Vá com Deus... (Vê ela se afastar, depois retorna a seu trabalho).

(Transição Fachada Cada de Iolanda).

Cena LXXVIII

INTERNA - DIA – CASA DE IOLANDA - SALA

CHICA:

- Já vai! Acaba não mundão! Já vai... quem é? (Abre) Quem é você?

NINA:

- Nina. Nina de Campo Verde.

CHICA:

- E o que a senhora deseja?

NINA:

- fala com dona Iolanda.

CHICA:

- Só um minutinho... que se sentá?

NINA:

- Não. Tô bem assim.

CHICA:

- (Grita) Dona Iolanda, é Nina de Campo verde!

IOLANDA:

- Já vai... Pois não... Bon jour! (Olha para Chica) Pode ir estrupício!

CHICA:

- Fui!

IOLANDA:

- (Olha pra Nina) Então? (Pra chica fora de cena)Tá olhando o que ai Lerdeza? Vai!

CHICA:

- Fui... Fui para cozinha!

IOLANDA:

- Estrupício! (Resmunga)Pois não? (Pra Nina).

NINA:

- Vou direto ao assunto e sem rodeios... O que a inhora quer com meu Zeca?

IOLANDA:

- Oxe! Num tô entendendo... O que que eu quero com teu Zeca?! Não tô entendendo, como assim, o que quero com teu Zeca? Num tô entendendo.

NINA:

- Não faça de desentendida, soube que foi atrás de meu Zeca...

IOLANDA:

- Ah, que termo! Fui atrás dele! Fui apenas procura-lo...

NINA:

- Pois não devia! Zeca é um homem comprometido com eu, e vamo se casá.

 

 

IOLANDA:

- Oxe! Mas, deve tá vendo é um mal entendido aqui, vice? Só fui procurar teu noivo pra saber como ele estava. Afinal de conta ele passou por um procedimento bem complicado, num é mermo?

NINA:

- Num é mode que a inhora pagou a operação dele que tem que fica ciscando ao redor dele como se fosse uma...

IOLANDA:

- Oxe! Tu meça suas palavra vice menina! Olhe bem o que tu vai fala hein? Eu sou muito generosa minha filha, mas, quando explodo, sou pior que uma bomba atômica! E olhe, o estrago é grande. Respeito é bom e eu gosto.

NINA:

- Respeito! Uma palavra muito bonita, mais bonita ainda, quando é posta em risca. Tenho a certeza que seu marido num sabe que oscê foi atrás do meu Zeca... Poi vou te dar um conselho, fique longe do meu Zeca, vice?

IOLANDA:

- Olhe, preste bem atenção... O caminho da porta, é logo ali... Fique a vontade. (Nina sai) Oh My! Só que me faltava! Frances?! (Grita).

CHICA:

- Que é?

IOLANDA:

- Que é... fale que é de novo, que te arranco essa língua.

CHICA:

- Senhora.

IOLANDA:

- Vá preparar meu banho de sais, vai...

CHICA:

- Quais?

IOLANDA:

- De sal grosso! E ande logo lerdeza...

CHICA:

- Fui. (Sai)

IOLANDA:

- Preste do inferno!

Transição Zona Rural

Cena LXXVIII

EXTERNA – DIA – CAMPO

(Gilmar vai a fazenda campo verde).

FÁTIMA:

- O senhor por aqui?

GILMAR:

- Dando uma volta por ai... Seu filho José Carlos se encontra dona Fátima?

FÁTIMA:

- Não seu Gilmar. Está na lida.

GILMAR:

- Tá bom. Eu volto depois... (Sai).

FÁTIMA:

- Seu Gilmar por aqui! Estranho, muito estranho!

 

 

 

 

Cena LXXVIII

EXTERNA – DIA – CAMPO

(Zeca e João estão sentados, João fuma um cigarro de palha)

JOÃO:

- Seu Gilmá?

ZECA:

- Como vai seu Gilmar?

GILMAR:

- Seu João, José Carlos...

JOÃO:

- Argum probrema seu gilmá?

GILMAR:

- Não seu João, tranquilo. Só gostaria de dar uma palavrinha com José Carlos.

JOÃO:

- Oxe! Zeca, vai com patrão... (Ele saem).

Cena LXXIX

EXTERNA – DIA – CAMPO - ESTABULO

GILMAR:

- Então José Carlos, eu gostaria de saber o que o senhor foi fazer em minha casa ontem e na minha ausência?

ZECA:

- Ieu fui na casa do sinhô só pra agradecê.

GILMAR:

- Agradecer? Agradecer o que?

ZECA:

- Agradecer sua senhora...

 

GILMAR:

- Iolanda catolé? Não estou entendendo.

ZECA:

- Agradecer pela cirurgia que ele pagou.

GILMAR:

- Ela pagou a cirurgia? Não estou sabendo.

ZECA:

- Seu Gilmar, se não fosse sua senhora, ieu num tava nem aqui pra conta a história.

GILMAR:

- Oxe! Então é isso homem? Ela pagou a cirurgia pra você?

ZECA:

- Sim senhô! Seu Gimá, ieu que jamais faltaria com respeiro ao sinhô ecum sua senhora.

GILMAR:

- Enstão só foi isso?

ZECA:

- Sim sinhô...

GILMAR:

- Certo, certo... então está bom José Carlos. Façamos o seguinte, quando o senhor for a minha casa agradecer alguma coisa, primeiro o senhor fala comigo... Tá bom?

ZECA:

- Tá bom...

GILMAR:

- Agora retorne ao seu trabalho...

 

ZECA:

- Sim senhô!(Sai)

GILMAR:

- Era só o que me faltava! A Ioiô me aprontando de novo! (Coça a testa).

Transição Zona Urbana.

Cena LXXX

INTERNA – DIA – IGREJA

(Padre reza mais tem seus pensamentos dominados pelas lembranças da conversa que teve com Dona Menininha).

Transição Corta Para casa de Iolanda.

Cena LXXXI

INTERNA – DIA – IGREJA

CHICA:

- Eitá! Acaba não mundão!

FRANCISCO:

- Quero fala com aquela uma...

CHICA:

- Quem?

FRANCISCO:

- Iolanda.

CHICA:

- Quanta intimidade... Dona Iolanda! O moço... Cuma é mesmo seu nome?

FRANCISCO:

- Francisco.

CHICA:

- Francisco táqui!

 

FRANCISCO:

- (Ele põe a mão no facão)

CHICA:

- Saindo... já fui.

IOLANDA:

- Você?

FRANCISCO:

- Agora é ieu e oscê...

IOLANDA:

- Que faz aqui? Que você quer?

FRANCISCO:

- Pau que nasce torto, nunca é que se indereita, e quando se inverga, piora.

IOLANDA:

- Diga logo o que quer?

FRANCISCO:

- Acho que meu silêncio vale inté um bom trocado...

IOLANDA:

- Então é isso que quer? Dinheiro. Veio me chantagear.

FRANCISCO:

- Chama cumo quis é. Vim mode negociá meu silêncio. Acho inté que pra oscê é muito mai valioso que eu fique de boca bem fechada, num é mermo?

 

IOLANDA:

- Você é mermo um canalha!

FRANCISCO:

- E oscê uma quenga de luxo. Mudou de roupa, casa, mas continua a mesma sem vergonha de sempre.

IOLANDA:

- Se eu te der dinheiro hoje, vai querer sempre mais, e mais... E esse inferno vai perdurar por muito tempo, não vai acabar é nunca.

FRANCISCO:

- É o preço da desonestidade.

IOLANDA:

- Não fiz nada.

FRANCISCO:

- Mode que cheguei na hora... Se não: pinba! Se num fez nada, mode que tanto medo? Sabe que vi seu chamego com aquele um. Vi o roça-roça da peste...

IOLANDA:

- Mentira!

FRANCISCO:

- Se é mentira... Mode que todo esse medo?

IOLANDA:

- Quanto você quer?

FRANCISCO:

- Cinco paus...

IOLANDA:

- Que? Abilolou e vez, é?

 

 

FRANCISCO:

- Tem mai a perder se seu marido sobé...

IOLANDA:

- Não tenho tudo isso.

 

FRANCISCO:

-Se vira. E isso oscê sabe fazê muito bem. De hoje a oito vorto pra pegá...

IOLANDA:

- Não. Aqui não. Eu levo lá em Campo Verde. Agora vai. Meu marido já está perto de chegar.

FRANCISCO:

- É uma bela casa. (Sai)

CHICA:

- A senhora tá bem?

IOLANDA:

- Tó.

CHICA:

- Tá branca feito cera. Vai sair?

IOLANDA:

- (Pega a bolsa) Não te devo explicações sinhá entrometida.

CHICA:

- Mai que digo a seu Gilmá. A senhora sabe que ele num gosta de chega e num lhe encontra em casa... Que digo?

IOLANDA:

- Diz que fui na manicure. (Sai)

CHICA:

- De novo? Oxê! Devia inventá uma discupa milhó. Eitá lelê que o bicho tá pegano! (sai)

Transição Zona Rural.

Cena LXXXII

EXTERNA – DIA – CAMPO

(JOÃO Capina, Gilmar chega).

GILMAR:

- Seu João... Faz favor... Seu João que historia é essa, fiquei sabendo que o senhor não vai votar no meu candidato... Wildebrando Brasão que é o atual prefeito.

JOÃO:

- Mai o sinhô me descupe seu Gilmá... Mai tudo que o senhô me pedi, que for do meu trabaio, eu faço. E faço com gosto! Agora votar naquele um, isso num faço não senhô. Com todo respeito que tenho pelo senhô. Entendeu? Mai o voto é meu, ieu que decido em quem vou votá.

GILMAR:

- O senhor sabe que quem manda nessas terras aqui, sou eu. Não sabe?

JOÃO:

- Sei sim senhô. O senhô manda nessas terras, não em minha decisão.

GILMAR:

- Ah, então é assim seu João? Eu posso saber o que o senhor vai fazer depois que perder esse emprego aqui?

JOÃO:

- Minha vida vai continuar seu Gilmar... Não sei como, mas, sou um homem trabalhador e num tenho medo de trabaio,  não vice? Eu sempre cuidei dessa fazenda seu Gilmar... e com a permissão de deus, nosso senhor Jesus Cristo, eu hei de encontrá outro lugá pra trabaiá, vice?

GILMAR:

- Tome tento seu João! O senhor já é um homem velho.

JOÃO:

- Veio mai com muita coragem pra trabiá...

GILMAR:

- Aposto que é aquela uma, aquelazinha, que se diz doutora, a tal de Bruna que está botando essas coisas na sua cabeça. Só pode ser isso!

JOÃO:

- mai o senhô me descupe seu gilmá, a dotora bruna é uma mulé muito sabida, estudada, e sabe muito bem o que fala vice?

GILMAR:

- Sei, sei... Ela anda falando é muitas bobagens por ai... Enchendo a cabeça desse povo leso...

JOÃO:

- Ela falou a verdade, e se tem uma coisa que prezo nessa vida, é a verdade, num sabe seu Gilmá?

GILMAR:

- Quero saber que vai fazer com essa verdade, com sua família e um filho inválido nas costas... quero vê que vai fazer quando sair daqui, com uma mão na frente e outra atrás, só quero vê...

JOÃO:

- Com um a mão na frente e outra atrás, mas, com dignidade. E dignidade é uma coisa que prezo muito nessa vida, num sabe?

 

 

GILMAR:

- Escute bem seu João, ou o senhor vota no meu candidato, ou terá que deixar minhas terras... Pense bem seu João. Então, passar bem. (Gilmar saindo).

JOÃO:

- Seu Gilmar... A minha resposta o senhô já tem e num fique ai perdeno seu tempo achando que vou mudar de opinião.Eu vou votá em quem eu acho que vai representar bem meu voto, num sabe?

GILMAR:

- Isso é o que veremos seu João, veremos! Me aguarde! (Sai. João retorna ao trabalho).

(CONGELA EM GILMAR OBSERVANDO DE LONGE JOÃO TRABALHAR SEU OLHAR É DE ÓDIO).

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