fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 4

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 4

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys França, Cauê Bonifácil, Dill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

Capítulo 4

Cena 29

INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS

SOLA:

- Senhores, preparem-se para presenciar, aqui, neste palco... O inesquecível, o extraordinário, com muita beleza, com muito glamour... As meninas da Casa das Rosas! (Aplaudem. Entram as meninas. Elas dançam).

(Todos assistem ao show com entusiasmo)

SOLA:

- Obrigada senhores... Agora vou apresentar, as minhas rosas.

(Passa o microfone para as meninas que se apresentam)

E vamos aproveitar essa noite meus amores. Daqui a pouco teremos mais dessas lindas rosas!

Transição: Cena de transição lua.

Cena 30

INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DE MANÉ TIMBÓ

(Mané entra, quase que em silêncio, Menininha aparece com um cobertor nas mãos. Ele sente no sofá)

MENININHA:

- Isso são horas, seu Mané Timbó?

MANÉ TIMBÓ:

- Se assussegue mulhé, num aconteceu foi é nada

MENININHA:

- Tava naquele antro de perdição, e vem me fala que num aconteceu nada. Acha que sou lesa? Conversa pra boi dormir!

MANÉ TIMBÓ:

- Deixa de ser criança, que eu tava cumprindo com minhas obrigações.

MENININHA:

- Desde quanto servergonhice é obrigações.

MANÉ TIMBÓ:

- Todas autoridades tavam presentes na inauguração.

MENININHA:

- Deviam se envergonhar! Vocês que cuidam dessa população, devia é impedir essa servergonhice. Mas, em nome de Jesus! Vou orar... E vou orar e pedir pra Deus, que ele derrame seu sangue nesta cidade e afaste todo esse mal de Campo Verde.

MANÉ TIMBÓ:

- Ah, faça o que tu quiser, (Se levanta e segue a caminho da porta do quarto)mai me deixa descansar em paz...

MENININHA:

- Ah! (Bloqueia a passagem) O senhor dorme, (aponta para o sofá) aqui. E tome um banho, mode que esse cheiro está emprestiando minha casa. (Ela sai, ele deita).

 

 

MANÉ TIMBÓ:

- Eita mulherzinha tinhosa, hein? Depois diz, que tem Cristo no coração. (Se cheira) Vôlte! (Se cobre)

(Corta para a Casa das Rosas)

Cena 31

INTERNA / NOITE – CAMPO VERDE CIDADE – CASA DAS ROSAS

Rosa:

- Senhores, agora chegou a hora tão esperada. Vou apresentar para os senhores, a menina, que será leiloada. Sola? Vá buscar a nossa florzinha. (Sola trás Malva) Aqui está nossa florzinha, a mais linda do meu jardim, a Malva. Uma menina quase pura...

HOMERO:

- Só falta Rosa dizer que a menina é virgem...

Rosa:

- Meu caro Homero, e eu só lá mulher de meia palavras? Não sou mulher de enganar meus clientes... Pura, pura... Não é. Mas, só foi tocada por uma única mão. É uma flor, quase pura.

HOMERO:

- E como vou ter certeza que está falando a verdade?

ROSA:

- É só o senhor dar o lance maior e conferir...

HOMERO:

- Pois eu dou.

(Começa o leilão. Homero vence)

ROSA:

- Senhor Homero. O senhor, venceu. A menina é sua. Sola, leve a menina e prepare-a para o senhor Homero. (Entrega a menina e cochicha no ouvido de Sola) Tinha que ser logo velho babão!

ROSA:

- Coitada da menina! (Sola sai com Malva) Agora senhores, vamos a diversão, sejam generosos e paguem uma rodada de bebida para nossas meninas. E vamos aproveitar a noite!

Transição: Corta para o quarto onde está Amariles e Bodoque.

 

Cena 32

INTERNA / NOITE –– CASA DAS ROSAS – QUARTO

(Amariles está colocando o sutiã. Bodoque está sem jeito, constrangido).

AMARILES:

- Não precisa ficar assim não homem...

BODOQUE:

- Oxê! Isso, nunca aconteceu comigo não, visse?

AMARILES:

- Ei cabra, fica tranquilo. Isso é mais comum que o senhor imagina!

BODOQUE:

- (Se levanta irritado) Oxê! Eu nunca brochei em toda minha vida, visse?!

AMARILES:

- Mas tudo tem uma primeira vez, vai vê o senhor num tá num bom dia, Ou tá cansado, ou tá com a cabeça, em outro lugar...

BODOQUE:

- (Pega bruscamente no braço dela) Escuta aqui Amaríles, esse inconveniente que aconteceu aqui, entre nós, fica aqui, entre nós, visse?

AMARILES:

- Fique tranquilo, o que acontece aqui, entre essas quatro paredes, fica aqui mesmo. (tranquiliza ele. Ele senta-se ao lado dela. Ela beija o ombro dele) Alias, que foi que aconteceu aqui mermo? Eu já nem me alembrlo! Acredita que eu já esqueci?

BODOQUE:

- Nossa Amariles... Alem de linda é uma mulé e tanto, visse?! Oscê é porreta demai!

AMARILES:

- E o senhor, é um bom homem. Sabe, ainda temos um tempinho, que será que a gente pode fazer? (Ele fica tenso, se levanta) Já sei! Que tal, vamos jogar um carteado... Gosta?

BODOQUE:

- (Volta e senta) Gosto, gosto!

AMARILES:

- Aposto cinco mangos, que ganho!

BODOQUE:

- Apostado! (Ela se levanta e pega o baralho)

(Transição: Imagem da lua, aos poucos o dia amanhece).

 

Cena 33

INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA

(Santinha entra com uma bandeja, arruma a poltrona, senta-se. Pega seu terço e reza. Chega Mariquinha e Fátima)

SANTINHA:

- Entrem... Sentem.

FÁTIMA:

- Licença. (Sentam)

SANTINHA:

- Eu convoquei as senhoras aqui, na minha casa, pra tratar de um assunto, que está me aporrinhando a alma. E que tá aqui, entalado, em minha goela, num sabe?  

FÁTIMA:

- Mai que tá deixando a comadre assim, tão avexada?

SANTINHA:

- Mas, como é, uma cidade como Campo Verde, e nós como mulher de bem, podemos deixar uma casa daquela, antro de perdição, propagar o pecado, essa falta de vergonha, afrontando a moral, os bons costumes, levando nossos filhos, maridos, se expondo a devassidão e inté mesmo as doenças trazidas pelas aquelas rameras.  

 

MARIQUINHA:

- Mas, aquela casa está funcionando com aval do delegado, que por sinal, é filho daquela uma, assim como com o consentimento do seu filho, que é autoridade máxima desta cidade e que permitiu, que esse antro funcionasse legalmente para vergonha de todas nós, mulheres de bem.

SANTINHA:

- Mas nós, como mulheres de bem, tementes a Deus, devemos unir as nossas forças, e sair em um único coro, exigindo da igreja, e das autoridades competentes que esse desmando sesse. Mas comadre Fátima, parece que está no mundo da lua... Aceitam um pouco de água?

FÁTIMA:

- Sabe o que é comadre... É que eu tô aqui é preocupada, num sabe? É que hoje é noite de lia cheia, e muitas coisas estranhas acontecem, e é bom não facilitar visse?

SANTINHA:

- Eu não tenho medo, visse? Como filha de Maria, eu tô é protegida aqui nesta casa, que Deus coloca anjo, em cada canto...

MARIQUINHA:

- É uma pena... E como a senhora disse, deus coloca anjos em cada canto da casa, mai, num coloca ó, Em cima do telhado. Deste modo ó (Aponta para o olho) vou para minha casa defender a honra de minha filha.

SANTINHA:

- Vá sim comadre... Mais até onde sei, assombro nenhum, entra pelo telhado não... mas, sim, gatunos!

MARIQUINHA:

-Pois se entrar em minha casa, sai capado!

SANTINHA:

- O que a comadre Fátima acha?

FÁTIMA:

- Eu acho que tá ficano tarde, num sabe? E eu tenho que arrastar minhas alpercatra pra casa antes que escureça, visse?

SANTINHA:

- Eu vou é procurar o padre, exigir que tome providências para sucumbir esses desmandos coordenados por aquele bando de raparigas.

FÁTIMA:

- Vamos comadre mariquinha...

MARIQUINHA:

- Vamo...

SANTINHA:

- (Se levanta) Inté.

FÁTIMA:

- Inté (Saem)

SANTINHA:

- Filha moca... (Senta. Pega o terço)Pensa que me engana.

(Transição: Fazenda / cotidiano / Fátima e Mariquinha em suas casas fazendo serviços domésticos).

 

Cena 34

EXTERNA / DIA – FAZENDA - CURRAL

NINA:

- Zeca?

ZECA:

- Oscê aqui?

NINA:

- Eu preciso cunversá com oscê... E aqui é mió.

ZECA:

- Mai que cara é essa?

NINA:

- Zeca... Oscê me ama?

ZECA:

- Oxê! Que perguntada gota é essa minha fulô?

NINA:

- É só pra sabe, num sabe?

ZECA:

- Eu te amo Nina, por demai da conta...

NINA:

- Eu tô me sentino estranha, num sabe?

ZECA:

- Como assim estranha? Tá gostano de outro é?

 

NINA:

- Oxê homi... Que penso torto!Isso é coisa de pensa deu?

ZECA:

- Então o que é?

NINA:

- Zeca, eu acho... que tô prenha!

ZECA:

- Ora, massa! Então, oscê tá embuchada é? Vamo ter um bacurizinho!

NINA:

- Zeca!

ZECA:

- Oxê! Num ficou feliz?

NINA:

- Fiquei... Fiquei feliz! Mai tô preocupada. Francisco vai virar um bicho, home!

ZECA:

- Tenho medo dele não!

NINA:

- Oia, num quero oscês se estranhando, visse? Pode deixa que com Francisco eu me resolvo.

ZECA:

- Eita mulé macha!

NINA:

- Agora nois tem é que se casá logo visse?!

(Transição: Iolanda passeando de charrete)

CENA 35

INTERNA / DIA –– CASA DE SANTINHA BRASÃO – SALA

SANTINHA:

- Por que tá assim tão acabrunhado, meu filho?

WILDEBRANDO:

- É minha mãe... Os tempos, são outros, num sabe?! Esse bando de mundicas, já não são tão manipuláveis como antes!

SANTINHA:

- Nada disso! Ainda manda quem pode, e obedece, quem tem juízo. Meu filho, basta apenas conduzir, com rédeas em prumo, ou então, as coisas desandam.

WILDEBRANDO:

- Ai é que está minha mãe... Sinto que o domínio do coronel, sobre essa gente, está minguando cada dia mais.

SANTINHA:

- Não há poder, sem forca meu filho. Política é pra quem tem pulso.

WILDEBRANDO:

- É verdade!

SANTINHA:

- Não há lugar para os fracos... Só os vitoriosos que permanecem. É como a comunheira, precisa ser firme...

WILDEBRANDO:

- E que minha mãe acha que deve ser feito?

Imagem congela. A seguir...

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