fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 19

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 19

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifacilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

 

Cena 114 (Continuação)

DIA – DELEGACIA - CELA

BODOQUE LEVA MARIQUINHA E FÁTIMA PARA A CELA DE FRANCISCO

BODOQUE:

- Venha... Vou levar as senhoras até cela, vice?

FÁTIMA:

- Vamo cumadre!

FRANCISCO ESTÁ DEITADO EM POSISÃO FETAL DE COSTAS PARA AS GRADES.

BODOQUE:

- Francisco?

MARIQUINHA ENTRA E CHAMA O FILHO SEM RESPOSTA. VIRA E PERCEBE QUE ESTÁ MORTO. SE DESESPERA. GRITOS E CHORO DE UMA MÃE QUE NÃO CONT´RM A DOR.

MARIQUINHA:

- Chico?

BODOQUE:

- Oxe! Que marmotagem é essa?

MARIQUINHA:

- Ai meu Deus! Meus Deus! Mataram meu filho! Meu filho... Chico! Chico... Meu filho! Ai! Ai... Que dor meu Deus, Que dor! Meu filho! Olha cumadre Fátima, olha que fizeram com ele... Ah meu Deus!Meu filho! (Grita desesperadamente para tentar sessar a dor)

(Câmera sobe criando um clima de impotência da parte da personagem).

Transição noite/dia cortando para o cemitério.

Cena 115

DIA – EXTERNA - CEMITÉRIO

Mariquinha caminha até o túmulo do filho, ajoelha e chora desconsoladamente. Câmera foca cruz com nome de Francisco. A dor de Mariquinha é devassaladora.

 

Cena 116

DIA – INTERNA – CASA DE GILMAR

GILMAR E IOLANDA. ESTÃO NA SALA, HÁ UM CLIMA DE TENSÃO. CHICA FICA ATRÁS DA PAREDE TENTANDO OUVIR À CONVERSA.

GILMAR:

- Oh, minha abelhinha... Que você tem?

IOLANDA:

- Nada Gilmar, nada! À rien!

GILMAR:

- Como nada? Tô te achando tão xoxinha, tão pra baixo.

IOLANDA:

- Ai, me deixa Gilmar!

GILMAR:

- Não tô de reconhecendo Iolanda.

IOLANDA:

- Quer saber?

 

GILMAR:

- Quero.

IOLANDA:

- Quer saber mesmo?

GILMAR: - Quero Iolanda.

IOLANDA:

- É que pra você e pros outros, eu serei sempre uma quenga.

GILMAR:

- Que tá falando Iolanda... Sabe que é minha florzinha de mandacaru.

IOLANDA:

- Ah, tá! Quem ama confia.

GILMAR:

- Confia, mas não desafia.

IOLANDA:

- Ai, tá vendo? Tu acha que eu serei sempre uma desfrutável. Acha que vou me entregar pro primeiro macho que encontrar pela minha frente.

GILMAR:

- Que história é essa Iolanda!

IOLANDA:

- Ah, tá! Bem que Rosa me avisou. Uma vez quenga, sempre quenga!

GILMAR:

- Mas a Rosa estava enganada Iolanda. Sabe que te amo. Se não te amasse não tinha casado com você.

IOLANDA:

- Seu olhar, suas atitudes, dizem tudo... Sou uma mulher livre Gilmar. Livre para amar e pra viver!

GILMAR:

- Então pra você nossa relação é uma prisão Iolanda?

IOLANDA:

- E não é? Tu me vigia, interroga todos, parece até que vivo até numa prisão.

GILMAR:

- Ah, então, está sentindo falta Iolanda?!

IOLANDA:

- Não. Me sinto sufocada, é assim que me sinto do teu ciúme sem cabimento. Frances... (Grita. Chica entra com as malas de Iolanda).

CHICA:

- Pronto! Aqui senhora. (Entrega as malas)

GILMAR:

- que isso Iolanda? Onde vai?

IOLANDA:

- Estou indo embora... (Arrasta as malas) Olhe, luxo, status, dinheiro... Tudo isso não trás felicidade não...Entendeste Gilmar? Olhe, eu sou uma mulher, e não sua bonequinha de luxo não, vice?

GILMAR:

- Tá voltando pra Casa das Rosas Iolanda, é isso, é?

IOLANDA:

- Vou viver. Viver!

GILMAR:

- Iolanda catolé... (Chica sai de mansinho)Se sair por essa porta, não volta mais.

IOLANDA:

- Fui! (Gilmar fica bravo e chicoteia os moveis da sala)

CHICA:

- (Retorna com uma mala antiga) Seu Gilmar...

GILMAR:

- Que é chica, que é?

CHICA:

- Agora que dona Iolanda foi embora, eu quero pedir minhas contas...

GILMAR:

- Não Chica, você não vai precisar, por que gente morta, não recebe nada. Não recebe, não recebe, entendeu?

CHICA:

- Sim senhor. Entendi. (Retorna com a mala para cozinha)

GILMAR:

- Iolanda catolé... Você me paga, me paga. Isso não vai ficar assim, não vai. (Muito bravo chicoteia tudo) Você me paga, me paga. (Retira o chapéu coça a testa como se quisesse verificar se tem chifres).

Transição: Cidade de Campo Verde.

Cena 117

DIA – INTERNA – DELEGACIA

BODOQUE ESTÁ TODO À VONTADE FALANDO AO TELE FONE QUANDO É SURPREENDIDO POR ENOQUE

BODOQUE:

- Pois então? É hoje, vice? É hoje que vou lavar a égua. (Risada) É, mais tarde... (Enoque percebe, ele no telefone. Bate n aporta pra chamar a atenção). Só um minuto (a pessoa no telefone)

ENOQUE:

- Boa tarde?!

BODOQUE:

- Lamento, mais agora não posso te atender, tô indo pra uma diligência vice?

ENOQUE:

- (Retorna ao telefone) Então como tava te dizeno...

ENOQUE:

- Ai que se engana.

BODOQUE:

- Como é que é?

ENOQUE:

- Sou da corregedoria.

BODOQUE:

- Corregedoria? (Assustado arruma a mesa).

ENOQUE:

- Sim.

BODOQUE:

- (Pega o quepe) Sim senhor, senhor!

 

ENOQUE:

- Onde está o delegado Fortunado?

BODOQUE:

- Num sei não senhor!

ENOQUE:

- Não sabe, ou está acobertando algum mal feito? (Vai tirando o terno e se apossando da mesa).

BODOQUE:

- Sei não senhor onde está o senhor delegado

ENOQUE:

- É bom que não saiba mesmo. A situação do teu superior, não é das melhores. Hoje mesmo Fortunato Mendes vai receber voz de prisão.

BODOQUE:

- Sobre qual acusação?

ENOQUE:

- Corrupção, abuso de poder e suspeita de assassinato.

BODOQUE:

- Eita! Que isso é grave por demais, vice?

ENOQUE:

- Tive uma denuncia contra ele.

BODOQUE:

- Oxe! Que estranho. Foi anônima?

ENOQUE:

- Não. E dizia ser a mãe dele.

BODOQUE:

- Só pode ser, aquela infeliz da mãe dele... aquela ramera, quenga que fica aliciando as meninas dessa cidade.

ENOQUE:

- Que tem um estabelecimento que o senhor frequenta por muito tempo. Isso eu sei, averiguei.

BODOQUE:

- Como todos os homens dessa cidade senhor.

ENOQUE:

- Mas o senhor representa a lei.

BODOQUE:

- E o que o senhor me diz sobre o assassinato que teve nesta delegacia?

ENOQUE:

- Sobre o assassinato, desse infeliz, sei não... Naquela noite, o senhor delegado, tinha me dado, folga.

BODOQUE:

- Eu juro por tudo que é mais sagrado, que eu num sei de nada não, senhor.

ENOQUE:

- (Se levanta intimidando Bodoque) Pois é bom saber, é bom falar tudo que sabe... Se não te indicio como cumplice.  E pode sentar-se. Sente-se!

ENOQUE:

- Sim senhor. (Senta)

BODOQUE:

- Vamos começar...

ENOQUE:

- Num sei nem por onde começar, vice?

ENOQUE:

- Comece do começo.

BODOQUE:

- Então, quando eu trouxe o prisioneiro para o senhor delegado... Ai ele me disse: “Bodoque, tire a noite de folga, ai eu respondi: - Mai eu tirei folga ontem... E ele: “Faz logo que tô mandano. Eu levei o prisioneiro até a cela. (A músca de suspense vai aumentando gradativamente encobrindo a voz de bodoque)

CORTA PARA FACHADA DA CASA DE MARIQUINHA

Cena 118

DIA – INTERNA – CASA DE MARIQUINHA

MARIQUINHA DORME PESADAMENTE ENQUANTO SONHO RELEMBRANDO SEUS MOMENTOS COM FRANCISCO. EM SEU COLO, SEGURA O CHAPÉU DE FRANCISCO.

TRANSIÇÃO: Cidade de Campo Verde

 

Cena 119

DIA – INTERNA – IGREJA

EGÍDIO ARRUMA O ALTAR DA IGREJA. VAI DIANTE DO ALTAR E REZA. TEM DIFICULDADE. NÃO PARA DE PENSAR NO SONHO CCOM MENININHA.

TRANSIÇÃO: CIDADE DE CAMPO VERDE.

Cena 120

DIA – INTERNA – DELEGACIA

ENOQUE ESTÁ NO TELEFONE, ROSA CHEGA.

 

ENOQUE:

- Sim, já dei início as investigações... (Vozes de fora)

BODOQUE:

- Oxe! Mai a senhora num pode ir entrando assim não... (Rosa entra)

ROSA:

- Oxente! Abilolou de vez foi?

BODOQUE:

- A senhora me respeite que sou autoridade vice?

ROSA:

- Você que tem me respeitar.

BODOQUE:

- Quem manda aqui sou eu vice?

ENOQUE:

- Pode deixar Bodoque.

BODOQUE:

- Sim senhor corregedor. (Sai)

ROSA:

- Boa tarde.

ENOQUE:

- Boa tarde senhora.

ROSA:

- É com o senhor mesmo que vim falar, num sabe?

ENOQUE:

- Então, sente-se.

ROSA:

- Obrigada. Mas, estou bem assim.

ENOQUE:

- Em que posso ser útil?

ROSA:

- Eu vim aqui lhe pedir, num sabe? Que prenda imediatamente o delegado Fortunato. Se ele continuar solto, é um perigo para sociedade de Campo Verde. É muito difícil pra mim, num sabe? Vim aqui e dizer isso...

ENOQUE:

- Quer uma água senhora?

ROSA:

- Não, obrigada. Só quero que o prenda imediatamente.

ENOQUE:

- Meus homens já estão na cola, seguindo os rastros dele. Dentre poucos dias capturaremos Fortunato.

ROSA:

- Dias é muito tempo. Pra uma pessoa maquiavélica como ele. Olhe, eu sei onde ele está escondido.

ENOQUE:

- Sabe mesmo?

ROSA:

- Sei. (Congela em Enoque)

A SEGUIR...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado! Sua opinião é muito importante.

EX GALÃ DA TV BRASILEIRA DESABAFA SOBRE A FALTA DE OPORTUNIDADES

Um dos principais galãs dos anos de 1980 e 90, o ator Roberto Bataglin desabafa sobre as dificuldades da carreira e a mudança de profissão. ...