fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 18

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 18

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifácilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

 

Cena 107 (Continuação).

DIA – DELEGACIA

(FORTUNA ESTA ESCREVENDO A MÁQUINA. BODOQUE ESTA SENTADO DO LADO DE FORA DA DELEGACIA, ROSA CHEGA DIRIGINDO SEU CARRO).

FORTUNATO:

- O que faz aqui velha ramera?

ROSA:

- Boa tarde pra você também.

FORTUNATO:

- A sua visita aqui não é bem vinda.

ROSA:

- Novidade.

FORTUNATO:

- O que você quer?

ROSA:

-Eu vim aqui exigir, que solte o rapaz.

FORTUNATO:

- (Rir) Exigir? Desde quando uma quenga, vadia, tem direito de exigir alguma coisa?

ROSA:

- Eu sei de tudo, vice? De tudo!

FORTUNATO:

- Tudo o que?

ROSA:

- Você e Sola.

FORTUNATO:

- Não seja ridícula! Não faço ideia do que esteja falando.

ROSA:

- Exijo que solte-o.

FORTUNATO:

- É culpado!

ROSA:

- Não menos que você. Exijo que solte! Ou conto toda verdade.

FORTUNATO:

- velha ridícula! Te odeio.

ROSA:

- Isso é recíproco, vice! Agora, exijo que solte o rapaz, ou conto toda verdade.

FORTUNATO:

- Amanhã.

ROSA:

- Amanhã... Então amanhã estarei de volta. Passar bem! |(Sai)

FORTUNATO:

- Velha maldita! (Bate na mesa com força. Retorna a máquina de datilografia. Erra a escrita e retira o papel com violência). Eu te odeio! (Relembra a conversa com Sola).

Transição: Cidade de Campo Verde

 

Cena 108

DIA – POSTO DE SAÚDE

(BRUNA ESTÀ FALANDO AO TELEFONE. OUVE BATIDAS NA FORA).

BRUNA:

- Um momentinho por favor... (Para porta). Isso mesmo, quarta-feira as 10 horas. Marcado. (Retorna ao telefone e encerra ligação). Pode entrar.

ZECA:

- Dotora Bruna, boa tarde.

BRUNA:

- Oh, Zeca, que surpresa boa. Tudo bem? Que bom vê-lo. Como se sente?

ZECA:

- Eu tô assim, meio acabrunhado, vice? Num tá seno nada fácil ficar assim, tanto tempo parado. Essa operação, inté paraece que tirou um pedaço dieu...

BRUNA:

- Olhe, eu sei como se sente. Mas, veja Zeca. Você teve muita sorte. Foi atendido rapidamente. Sua cirurgia foi um sucesso. Já está até se recuperando. Homem! A vida te deu uma nova chance!

ZECA:

- Que chance da gota é essa dotora... que tirou o meu trabalho? Já num posso trabaiá com painho na lida.

BRUNA:

- Mas, se não pode fazer o que fazia antes, procure fazer outra coisa. Mude homem.

ZECA:

- Mai só que sei fazer nessa vida, é lidá com a terra e com gado.

BRUNA:

- Zeca, você já pensou em estudar?

ZECA:

- Sirvo pra isso não. Mal sei assiná meu nome. Desde muito cedo e que me conheço por gente, tive que trabaiá com painho na terra.

BRUNA:

- Então, mude essa história. Só através do estudo vai progredir, dar um anova vida pra sua família. Veja Zeca, se a vida está te dando uma nova chance, talvez estudar seja m novo começo. Anime-se, retorno aos estudos.

ZECA:

- Sou burro vaio dotora, e burro veio, num aprende mais nada não...

BRUNA:

- Pare com isso! Isso não é verdade. Homem, tu és um vencedor! Passou por tudo que passou, e está ai, firme, forte... Mude sua história. Veja, sei que quer casar, vai ser pai... Quer que seu filho repita a mesma história do seu avô, do seu pai, a sua? Só você pode mudar essa história.

ZECA:

- Será dotora?

BRUNA:

- Com certeza!

ZECA:

- E se eu num conseguir dotora?

BRUNA:

- Ao menos tentou. Olhe, pense a respeito. Eu tenho o endereço de uma escola para adultos, que tenho certeza que o receberá de braços abertos.

ZECA:

- Tá certo! Vou pensar...

BRUNA:

- Que bom! Pense.

ZECA:

- Obrigado dotora.

BRUNA:

- Até logo Zeca.

ZECA:

- Inté! (Sai)

TRANSIÇÃO: CAMPO VERDE INTERIOR

Cena 109

DIA – DELEGACIA

FORTUNATO:

- Bodoque?! Bodoque...

BODOQUE:

- (Entra correndo e atrapalhado)Oi?!

 

FORTUNATO:

- Perdeu o juízo, é? Pra você um verme insignificante. Senhor! Eu sou e sempre serei, senhor.

BODOQUE:

- Sim senhor! Senhor.

FORTUNATO:

- Como é que estão as coisas por aqui?

BODOQUE:

- Tranquilo senhor!

FORTUNATO:

- E você não tem o que fazer não?

BODOQUE:

- Não senhor.

FORTUNATO:

- Já que não tem o que fazer, me vê um café bem fresquinho. Oh, e não me venha com essa chafé que está a costumado a fazer.

BODOQUE:

- Tá bom senhor...

FORTUNATO:

- Anda homem!

BODOQUE:

- É pra já! (Sai correndo)

FORTUNATO:

- Pensei que já estava voltando. (Se senta pensativo com olhar maquiavélico) Ah, Francisco, Francisco... Que bobagem rapaz... Tirar sua própria vida. Ainda mais aqui, na minha delegacia. (Flash Back da conversa com Francisco). Alguem vai ter que limpar essa sujeira.

 

BODOQUE:

- (Entra Bodoque correndo com um bule e xicaras) Disse alguma coisa senhor? (Serve enchendo as xícaras)

FORTUNATO:

- Disse! Isso aqui tá um lixo!

BODOQUE:

- Mas, eu limpei tudo senhor!

FORTUNATO:

- Sem mais nem menos! Anda homem, vai pegar o material de limpeza pra limpar isso aqui.

BODOQUE:

- sim, sim senhor!

FORTUNATO:

- E me traga um lençol...

BODOQUE:

- Um lençol senhor?

FORTUNATO:

- Sim, um lençol. E leve esse chafé, que está uma porcaria.

BODOQUE:

- Sim, senhor!( Recolhe tudo).

FORTUNATO:

- Não quero que esse infeliz morra de pneumonia dentro de minha delegacia. Não de pneumonia! (Maquinando)É hora de limpar essa sujeira.

TRANSIÇÃO: Cidade de campo Verde, noite.

 

Cena 110

NOITE – CASA DAS ROSAS

ROSA:

- A boa filha a casa torna!(Abraça Malva)

MALVA:

- Madrinha! (Relembra os conselhos de Rosa. Flash Back)

ROSA:

- Vou buscar uma água pra você. Sente. Acho que está muito é cansada.

MALVA:

- Madrinha tinha toda razão. Fui uma tola.

Transição: Campo verde cidade, noite.

 

Cena 111

NOITE – DELEGACIA – CELA

(Francisco está sentado em sua cela quando percebe uma pessoa se aproximar. É mostrado apenas a mão dessa pessoa misteriosa com uma arma apontando para Francisco que está muito assustado)

FRANCISCO:

- (Se levanta assustado)Oscê? Num vá fazê uma bobage home! Num vá...

(Disparo. Francisco é atingido. Cai e agoniza. Morre).

Cena 112

NOITE – CASA DAS ROSAS

ROSA:

- Agora é só nós duas menina...

AMARILIS:

- Pois pode falar. Espero que seja ligeira. Você mesmo sabe que tenho três clientes especiais para atender.

ROSA:

- Tu és mesmo uma cobra dissimulada. Tu tá querendo o que ein, menina? Tá pensando que eu nasci ontem é? Pois saiba que muito antes de você pensar em nascer, eu já estava era aqui. E por aqui já se passaram muitas, igual a tu. E eu, esmaguei todas.

AMARILIS:

- Eu num fiz nada. E não sei do que a senhora tá falando.

ROSA:

- Tá pensando o que menina? Tá tentando me dá o golpe com aquele um lá é? E com aquela outra? Toma tento menina!

AMARILIS:

- se você fosse tão boa assim como dizem... teu filho não te odiava tanto!

ROSA:

- (Esbofeteia) Cala tua boca infeliz! (cai sentada no sofá) Você não sabe é nada! Nada!

AMARILIS:

- Isso! (Se levanta|) Bravo! Essa é a verdadeira rosa.

ROSA:

- Tá pensando o que sua cobra? Tá querendo se juntar com aquele um lá é? Pra me ferrar? Toma tento menina!

AMARILIS:

- Aposentadoria chega pra todas Rosa. Tá no hora dessa casa ter no comando uma mulher nova, bonita, atraente... Você, é até de espantar a clientela. Seu tempo já passou, Rosa.

ROSA:

- Já passou é? Já estou ultrapassada? A pois vai conhecer quem é essa Rosa ultrapassada, e vai ser agora... (Pega ela pelos cabelos) Vou te colocar no lugar que você merece... (Arrasta ela até a porta)

AMARILIS:

- Me solta! Está me machucando!

ROSA:

- Sua cobra Jararaca! (Joga ela pra fora)Seu lugar é na sarjeta! Sua quenga rampera! Seu piolho de cobra, Praga ruim!

AMARILIS:

- (Se levanta)acha que me derrotou é? Eu vou voltar. Ai você vai vê do que sou capaz! Ao contrario de você, sua rosa murcha, sou nova, vou dar a volta por cima. Quero vê você esmoleu, implorando por um pedaço de pão.

ROSA:

- Então toma seus molambos! E ainda sou generosa!(Fecha a porta na cara de Amarilis)

TRANSIÇÃO: Noite lua.(Musica misteriosa)

 

 

Cena 113

DIA – CASA DE MARIA CATIMBÓ - QUINTAL

(Maria Catimbó varre o quintal e sente a presença das meninas)

MARIA CATIMBÓ:

- Pode entrar... estava esperando ocês!

MALVA:

- Como a senhora sabia que a gente vinha?

MARIA CATIMBÓ:

- Intuição!

AMIGA:

- Dona maria...

MARIA CATIMBÓ:

- Não, não... Não diga nada. Sei bem que a moça veio fazer aqui.

MALVA:

- Sabe?

AMIGA:

- Maria Camtibó é intuitiva e sabe de tudo.

MARIA CATIMBÓ:

- Sinto que a moça está com a arma perturbada, num sabe? Isso não é bom. Não é bom o que a moça veio fazê aqui. Uma vida, num é um objeto que pode sê reposto. Que tem dentro do seu ventre menina, é uma vida. E está em suas mãos a decisão de deixar ou não, essa vida vir ao mundo.

 

MALVA:

- Não sei o que fazê. Eu já amo essa criança, mesmo sem sabe como é...

AMIGA:

- Pense bem no que vai fazê. De como vai criar essa criança.

MALVA:

- Não sou uma assassina, não vou matar meu filho.

MARIA CATIMBÓ:

- Menina, nessa vida, pra tudo tem um jeito. Vocês tem ainda muito que aprender. Agora vá, pense bem... (Elas saem e Catimbó volta a varrer)

CORTA PARA DELEGACIA.

CENA 114

DIA – DELEGACIA - CELA

BODOQUE LEVA MARIQUINHA E FÁTIMA PARA A CELA DE FRANCISCO

BODOQUE:

- Venha... Vou levar as senhoras até cela, vice?

FÁTIMA:

- Vamo cumadre!

FRANCISCO ESTÁ DEITADO EM POSISÃO FETAL DE COSTAS PARA AS GRADES.

BODOQUE:

- Francisco?

MARIQUINHA ENTRA E CHAMA O FILHO SEM RESPOSTA. VIRA E PERCEBE QUE ESTÁ MORTO. SE DESESPERA. GRITOS E CHORO DE UMA MÃE QUE NÃO CONT´RM A DOR.

 

MARIQUINHA:

- Chico?

BODOQUE:

- Oxe! Que marmotagem é essa?

MARIQUINHA:

- Ai meu Deus! Meus Deus! Mataram meu filho! Meu filho... Chico! Chico... Meu filho! Ai! Ai... Que dor meu Deus, Que dor! Meu filho!

CONGELA IMAGEM. A SEGUIR...

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