HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 15
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Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys
França, Cauê Bonifacil, Dill França e Albino
Ventura
Direção
Geral de Marcondys França
Cena LXXXII (Continuação).
EXTERNA – DIA – CAMPO
GILMAR:
- Escute bem seu João, ou o senhor vota no
meu candidato, ou terá que deixar minhas terras... Pense bem seu João. Então,
passar bem. (Gilmar saindo).
JOÃO:
- Seu Gilmar... A minha resposta o senhô já
tem e num fique ai perdeno seu tempo achando que vou mudar de opinião.Eu vou
votá em quem eu acho que vai representar bem meu voto, num sabe?
GILMAR:
- Isso é o que veremos seu João, veremos! Me
aguarde! (Sai. João retorna ao trabalho).
(CONGELA EM GILMAR OBSERVANDO DE LONGE JOÃO
TRABALHAR SEU OLHAR É DE ÓDIO).
Transição: Zona Rural.
Cena LXXXIII
EXTERNA – DIA – BAIA
NINA:
- Zeca... (Triste) Como pode
uma derrota dessa?
ZECA:
- Num sei nem que pensá minha fulô... é crué por demais vice?
NINA:
- Como puderam fazê uma desgraça dessa com
nóis Zeca?
ZECA:
- Painho e...
NINA:
- Aquela uma... Que se diz minha mãe. Se tudo
for mermo verdade... Não, não pode ser verdade Zeca.
ZECA:
- Num pode Nina, isso num pode acontecer com
a gente... Ieu num quero nem pensa nisso Nina.
NINA:
- Mas temo que pensa homi. Se... Tu pode ser
meu irmão... E se essa história for de verdadeira? Essa criança Zeca? O que vai
ser dessa criança?
ZECA:
- Deus num pode fazê isso cum a gente não
Nina, num é justo. Nina, eu te amo por demai... (se abraçam e choram juntos).
Transição: Zona Rural de Campo Verde.
Cena LXXXIII
EXTERNA – DIA – POÇO
FÁTIMA:
- Como pode isso cumadre?
MARIQUINHA:
- Nunca se quer eu pude imaginá uma derrota
dessa... Iolanda e cumpadre?
FÁTIMA:
- A cumadre que me perdoe, mas, a verdade tem
que ser dita, vice? Aquela lá uma, num passa de uma quenga de beira de estrada!
MARIQUINHA:
- Embora me doa ouvi isso, mas, a cumadre tem
razão. Num tiro não, a razão da cumadre.
FÁTIMA:
- E agora mulé? Nina e Zeca pode ser irmãos?
MARIQUINHA:
- Me dá inté calafrio, de pensá, ainda mais agora, com Nina prenha de
Zeca.
FÁTIMA:
- O que será meu deus dessa criança?!
MARIQUINHA:
- É o que será dessa criança! Só por misericórdia!
Transição: Zona Rural de campo verde.
Cena LXXXIX
INTERNA – DIA – CASA DE IOLANDA –
SALA
(Toca a campainha, Chica vai
atender).
CHICA:
- Seu João?
JOÃO:
- (Tira o chapéu) Ieu queria
fala com Dona Iolanda.
CHICA:
- Vou chama ela... (Grita)Dona
Iolanda! Seu João....
IOLANDA:
- Já tô indo... E Não grita que não estou moca! (Entra em cena). Olá?!
JOÃO:
- Tudo bem dona Iolanda?
IOLANDA:
- Tudo bom...
JOÃO:
- Ieu vim inté aqui pra tirá um dúvida, que
tá aqui, num sabe? Matutando na minha cabeça.
IOLANDA:
- Pois pode dizê...
(Durante a conversa
rola um flashback do romance entre os dois na juventude).
JOÃO:
- Por acaso, esse filho que a senhora teve,
pode de ser meu?
IOLANDA:
- Não, não é seu filho. O senhor pode ficar
tranquilo.
JOÃO:
- Agradecido. (Põe o chapéu e sai).
IOLANDA:
- Só o que me faltava! (Close fecha nela).
Transição: Zona rural de campo verde.
Cena XC
EXTERNA – DIA – FAZENDA
EVERALDO:
- Meu pai? Sua Benção.
GILMAR:
- Deus o abençoe meu filho!
EVERALDO:
- Soube que o senhor que conversar comigo...
GILMAR:
- Quero sim...
EVERALDO:
- Pois diga.
GILMAR:
- Estou preocupado por demais...
EVERALDO:
- e o que é que tá deixando painho tão
avexado.
GILMAR:
- Essa tua história com a moça da Casa das
Rosas...
EVERALDO:
- É malva meu pai... Malva!
GILMAR:
- Sabe meu filho... Quando eu tinha a sua
idade, eu frequentei muito aquela casa ali, tive momentos maravilhosos com
aquela meninas... Mas, não passaram disso, Everaldo.
EVERALDO:
- Oxe! Mas, o que o senhor quer dizer com
tudo isso?
GILMAR:
- estou querendo lhe dizer meu filho, que
essa moça, não serve pra você.
EVERALDO:
- Me admira o senhor falar assim... logo o
senhor meu pai. E o que era Iolanda andes de se amancebar com o senhor?
GILMAR:
- É diferente. Iolanda é diferente!
EVERALDO:
- Diferente mode o que meu pai? O senhor num
é um homem e Iolanda uma mulher? E ieu num sou um homem e Malva uma mulher?
Estamos apaixonados meu pai. Então meu pai, com todo respeito, num me venha com
esse discursinho politicamente correto. Do tipo, faça o que eu mando, mas, não
faça o que eu faço! Eu e Malva vamos nos casar. (Sai).
GILMAR:
- Esse não nega o sangue, vice?
Transição: Zona Rural
Cena XCI
EXTERNA – DIA – FAZENDA DE
QUERÊNCIA
FRANCISCO:
- Dona Querência?
QUERÊNCIA:
- Boas tardes seu Francisco!
FRANCISCO:
- Tarde!
QUERÊNCIA:
- Eu preciso que o senhor me faça um serviço.
FRANCISCO:
- E o que a senhora há de querê cum ieu?
QUERÊNCIA:
- Ai é que tá. É um servicinho que exige
confiança e um certo sigilo.
FRANCISCO:
- Oxe! Ô peste! Do jeito que a inhora tá
falano, deve argo podre!
QUERÊNCIA:
- É naõ home! Se avexe não. É por isso que
chamei o senhor que é um cabra macho, com sangue no olho... O que quero que
faça, preto do que imagino que já tenha feito, é peba!
FRANCISCO:
- E o que há de ser?
QUERÊNCIA:
- Num prefere entrar? Não fica bem seguir com
essa prosa aqui fora... (Saindo)
Venha homem... (Ele a segue).
Transição: Zona rural de campo Verde.
Cena XCI
EXTERNA – DIA – FAZENDA DE
QUERÊNCIA
ROSA:
- Tô é cansada! E pensa que o Sola morreu de
morte matada! Tamanha brutalidade. Quem será esse excomungado que teve a
coragem de tirar, tão brutalmente a vida do nosso Sola?
AMARILIS:
- Um desalmado madrinha!
ROSA:
- É verdade!
DÁLIA:
- Nem parecia ele. Tava todo desfigurado.
AMARILIS:
- Quem diacho teve a coragem de fazer uma
coisa dessa madrinha?
ROSA:
- Oh, minha flor!
MALVA:
- Só pode ter sido um demônio dos infernos!
HORTÊNCIA:
- Malva tem razão madrinha.
DÁLIA:
- Ou é arguém que não queria ser reconhecido.
ROSA:
- O que sabe menina, me diga...
AMARILIS:
- ela quis dizer que quem matou Sola, só pode
ser um desses homens que saia com ele e que num quer ser reconhecido.
ROSA:
- Meu Deus! (T) E Magnólia, onde está?
DÁLIA:
- Dando perdido em madrinha!
AMARILIS:
- Ah, sabe madrinha... Dália era confidente
de Sola. Sabe de tudo, tudinho!
DÁLIA:
- Mentira madrinha!
ROSA:
- Que sabe menina? Vamos, me diga...
DÁLIA:
- Sei nada não madrinha!
ROSA:
- meninas, subam... Você fica. (Pra Dália).
GOMES:
- Precisa de alguma coisa Rosa?
ROSA:
- Não Gomes, obrigada! Minha conversa agora é
com ela.
GOMES:
- Com licença! (Sai).
ROSA:
- Senta. O que sabe, me diga?
DÁLIA:
- Sei de nada não madrinha... Conversa
daquela desmiolada!
ROSA:
- Oxente! Ele gostava tanto de você.
DÁLIA:
- Eu sei madrinha!
ROSA:
- Então? Faça justiça. Que foi esse homem? Me
diga... Quem será que teve a coragem de tirar tão brutalmente a vida de Sola?
DÁLIA:
- Madrinha num imagina? (Flash Back conversa de Dália com Sola).
ROSA:
- Tenho até medo de pensar!
DÁLIA:
- Amantes madrinha, eles eram amantes. (Sai).
ROSA:
- Meu deus! Pobre Sola. Que sina desgraçada
teve essa criatura.
CORTA PARA CASA DE QUERÊNCIA.
Cena XCII
EXTERNA – DIA – FAZENDA DE
QUERÊNCIA - VARANDA
QUERÊNCIA:
- Sente-se. Sente-se homem. Assim como deve
ser do seu conhecimento, e é do conhecimento de todos dessa cidade que é um
ovo... Meu filho, filho esse que criei com tanto esmero, se enrabichou com uma
rapariga lá daquele antro de perdição que o senhor deve conhecer muito bem.
FRANCISCO:
- Mai ieu num tô entendeno nada. O que há de
querê cum ieu... Que é que ieu tem a vê com toda essa história?
QUERÊNCIA:
- É que preciso que o senhor me ajude.
Congela Imagem
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