HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 17
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Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys
França, Cauê Bonifacil, Dill França e Albino
Ventura
Direção
Geral de Marcondys França
Cena C (Continuação)
NOITE – CASA PAROQUIAL – QUARTO
(Egídio tem sonhos
eróticos com Dona Menininha. Acorda incomodado). (Dá um sobre salto quando vai
beijar em sonhos Menininha).
NOITE – CASA DE IOLANDA – SALA
Cena 101
IOLANDA:
- Frances! (Grita)
CHICA:
- Credo em cruz na missa! Que foi? Tá acabando mundo?
IOLANDA:
- Que foi nada, estrupício! É senhora, senhora.
CHICA:
- Pensei que tava acabando o mundo, senhora!
IOLANDA:
- Ah, vai... Vai preparar um lanchinho para mim que eu tô
bem arretada! Varada de fome! E quando tô arretada assim, sou capaz de
abocanhar um boi inteiro.
CHICA:
- Ave Maria, que desconjuro!
IOLANDA:
- Ah, vai estrupício... Vá. Ochê!Que tá me olhando. Vai.
CHICA:
- Fui! (Sai)
IOLANDA:
- (Ouve a
campanhia)Pode deixar que eu vou atender. OChê, é você é?
NINA:
- Sim sou ieu. Licença vice?!
IOLANDA:
- Que bom que veio. (Nina
entra)
NINA:
- Ieu vim inté aqui, mode te convidá.
IOLANDA:
- Ochê, me convidá é? (Sentam)
NINA:
- Oscê sabe que eu e Zeca vamo se casá, num sabe?
IOLANDA:
- Sei, sei sim...
NINA:
- Mainha, ieu...
IOLANDA:
- Xi.. Me chamou do que? De mainha? (Segura as mãos de Nina)
NINA:
- De mainha!
IOLANDA:
- Tu quer que eu vá a teu casamento é?
NINA:
- Eiu quero que oscê seja madrinha de meu casamento.
IOLANDA:
- Oschê! Madrinha? Eu no altar?
NINA:
- Sim.
IOLANDA:
- Sabe? Essa é a melhor notícia que já ouvi em toda minha
vida. (Acaricia o rosto de Nina
carinhosamente) Espere um pouco... Frances... (Grita)
FRANCES:
- Que foi?
IOLANDA:
- Vá lá...
FRANCES:
- Lá onde?
IOLANDA:
- Na cozinha, estrupício.
FRANCES:
- Ah!
IOLANDA:
- Vá lá faça um suco bem gostoso pra ela... Tu quer um
suco do que?
NINA:
- Desculpe... (Se
levanta) Mai eu tenho que ir vice? Obrigada! (Se dirige a porta).
IOLANDA:
- Nina, espere... Espere... Essa é a melhor notícia que
já recebi, muito obrigada. (se abraçam)
Minha filha linda!(Chica observa).
Vá lá, vá... Vai com Deus!(Chica observa
a alegria da patroa)
IOLANDA:
- Ochê! Tá olhando o que ai, lesada?! Vai preparar um
suco vai...
CHICA:
- Fui! (sai
rapidamente)
Transição: Cidade de Campo Verde, fachada da
igreja.
NOITE – CASA DE PAROQUIAL –
BANHEIRO
Cena 102
Egídio
vai para o banheiro, está perturbado com o sonho, se olha no espelho e recorda
flashs do sonho, lava o rosto. Continua com a sensação anterior, vai tomar um
banho frio.
Corta para fachada da casa de Santinha
Brasão.
CENA 103
DIA – CASA DE SANTINHA BRASÃO –
VARANDA
(Santinha lê sua Bíblia Sagrada)
WILDEBRANDO:
- Como é que pode minha mãe? Uma mulher como a senhora,
de natureza e imagem irrefutável, vim agora com essa história da gota, que o
coronel Gilmar é meu pai?
SANTINHA:
- Cuidado com as palavras, elas tem o poder de
destruição, muito maior que uma bomba atômica.
WILDEBRANDO:
- Como é que a senhora teve coragem de cornear um homem
como meu pai...
SANTINHA:
- (Esbofeteia
Wildebrando com fúria)Não me compare com as rameras que estas acostumado a
andar de prosa... Tu me respeita, sou sua mãe, seu cabra safado.
WILDEBRANDO:
- Muito me admira a senhora falar de respeito.
SANTINHA:
- É impressionante... você é cagado e cuspido ao falecido
seu pai. Pensando bem, o coronel tem razão... Você é mesmo um frouxo!
WILDEBRANDO:
- É incrível! A senhora manter essa pompa de mulher
honesta.
SANTINHA:
- Sempre fui, sou e serei uma mulher honesta. Eu pequei,
sim pequei, fui desviada do caminho... Mas, já fui perdoada, graças a nosso
senhor Jesus cristo altíssimo, juízo maior, Ele, já me absorveu.
WILDEBRANDO:
- Eu tenho é pena de meu pai.
SANTINHA:
- E eu de você. Que está de fronte a mim, e vejo um homem
fraco e mimado. Completamente incapaz de perceber o tamanho do meu feito.
WILDEBRANDO:
- Feito? A senhora traiu o homem que pensei que fosse meu
pai. E acha isso louvável!
SANTINHA:
- Não seja tolo! O falecido é de fato seu pai. Tive lá um
envolvimento com o coronel, mas não foi lá de grandes estardalhaços.
WILDEBRANDO:
- Oxente! Não estou entendendo é mais nada. Que história
é essa do but?
SANTINHA:
- Sim eu menti, menti, menti pro coronel, mas foi pra te
proteger.
WILDEBRANDO:
- Então, o coronel não é meu pai?
SANTINHA:
- Não. Você herdará uma parte da riqueza do bode velho. E
graças a mim.
WILDEBRANDO:
- É demais de astuciosa essa história, vice?
SANTINHA:
- Essa história, vai garantir o seu futuro. Meu filho
aprenda, no amor, na guerra, valem todas as armas disponíveis. Mas agora vá meu
filho... Que eu preciso ficar aqui, rezando, falando com Deus!
WILDEBRANDO:
- Sua benção, minha mãe... (Sai). (câmera fecha nas mãos de santinha brasão segurando o terço e
a bíblia aberta).
CENA 104
NOITE – DELEGACIA
BODOQUE ENTRA TRAZENDO FRANCISCO
ALGEMADO
BODOQUE:
- Olha o cabra ai delegado.
FORTUNATO:
- Pode se retirar Bodoque. (Bodoque sai) Agora aproveite estadia.
FRANCISCO:
- O delegado disse que num ia pegar nada pra ieu.
FORTUNATO:
- Cabra idiota, não fez direito o serviço e deixou
rastro.
FRANCISCO:
- Poi fique sabeno seu delegado, eu num tô sozinho nessa
não, se eu cai, o sinhô cai junto, vice?
FORTUNATO:
- Tu tá me ameaçando cabra?
FRANCISCO:
- Ieu num vou pagar sozinho por esse crime não, vice seu
delegado?!
FORTUNATO:
- Dei minha palavra, não dei? Então homem, fique
tranquilo. Amanhã mesmo estará livre dessa vida. Ah, e aproveite a estadia.
Bodoque... Bodoque?
BODOQUE:
- Sim senhor! Suas ordens delegado.
FORTUNATO:
- Leve esse cabra pra cela. E aproveite e tire essa noite
de folga...
BODOQUE:
- Oxe! Mais eu folguei ontem senhor delegado.
FORTUNATO:
- Tire sua noite de folga.
BODOQUE:
- Sim senhor. Vamos cabra. Vai pro cilindro, vice!
CENA 105
NOITE – DELEGACIA - CELA
BODOQUE ENTRA TRAZENDO FRANCISCO
ALGEMADO
BODOQUE:
- Bora... Entra ai cabra safado! (Joga Francisco na cela)
FRANCISCO:
- Meu dente! Seu mardito! Mardito. Vou acabar com oscê. (Grita na grade).
Tansição noite
pra dia
CENA 106
DIA – POSTO DE SAÚDE
GILMAR:
-
Bons dias!(Já senta)
BRUNA:
-
Bom dia.
GILMAR:
-
A senhora deveria tomar mais cuidado e não deixar a porta aberta.
BRUNA:
-
mas, aqui é um posto de saúde e não faz sentido fechar as portas.
GILMAR:
- Certo... Posto de saúde, lugar este que deveria cuidar
de assuntos relacionados à saúde publica doutora.
BRUNA:
-
Mas, é exatamente isso que acontece aqui.
GILMAR:
-
Será mesmo doutora Bruna?
BRUNA:
- Que mais poderia acontecer entre essas paredes?
GILMAR:
- Fiquei sabendo que a senhora anda incitando as pessoas
contra o atual prefeito Wildebrando Brasão. Que por sinal, é o meu protegido.
BRUNA:
-
Olhe, só falo com meus paciente o que é realmente necessário.
GILMAR:
- então disseminar assuntos comunistas é um assunto de
ser tratado em um posto de saúde? Ainda mais quando é num prédio de minha
propriedade. Não sei se é do conhecimento da doutora, mas tudo isso aqui ao
redor é de minha propriedade. Aqui em Campo verde doutora, me pertence. O que a
senhora não entendeu ainda, é que aqui em campo verde, eu sou a lei, eu faço a
lei...
BRUNA:
- Engano do senhor a lei é uma só e é para todos. Não é o
senhor que a dita.
GILMAR:
- Eu acho que a senhora não deva confundir Campo Verde
com a capital de onde a senhora veio. Aqui doutora em Campo verde, costumam
aparecer alguns corpos abandonados, pessoas que não se sabe de onde veio... São
pessoas que atreveram a despertar rixas, em pessoas que não devem, sabe
doutora?
BRUNA:
-
Acaso está me ameaçando coronel?
GILMAR:
- (Deboche)
Eu? Não senhora... Eu sou um homem de paz! É aminha obrigação doutora, alertar
a senhora sobre os perigos que a cerca, num sabe?
BRUNA:
-
Está com medo coronel?
GILMAR:
-
Não me chame de coronel, que eu não gosto. Medo de que? Não fiz nada.
BRUNA:
- O senhor está com medo, porque quando eu for prefeita
de Campo Verde, vou fazer a reforma agrária... E todas aquelas terras
improdutivas, serão doadas a todo esse povo desgraçado, que o senhor escraviza
nesse novo século.
GILMAR:
-
Doutora, não queira briga comigo! Não queira... Porque sesse povo aqui de Campo
Verde sempre me amaram, me ama e vão me amar... Sempre! E não vai ser uma
forasteira que mudará isso!
BRUNA:
-
O senhor está mesmo certo disso? Pois, veremos é nas urnas.
GILMAR:
-
Veremos, veremos mesmo doutora.
BRUNA:
-
Pois é o que veremos! (Arruma objetos na
mesa)
GILMAR:
- Pois aproveite que está arrumando seu cacarecos e leve
tudo embora. A senhora está demitida deste cargo. Não quero a senhora qui em
minhas terras. Suma doutra, suma.
BRUNA:
- Olha, o senhor até pode me mandar embora desse posto
vice? Mas o senhor não pode me proibir de ver meus pacientes, sou voluntaria de
uma ONG chamada saúde sem porteiras e é em nome dessa ONG, que vou continuar a
visitar meus pacientes.
GILMAR:
- Doutora, a senhora mexeu em um vespeiro. E passar bem (Sai).
BRUNA:
-
Oxe! (Senta preocupada).
Corta para delegacia.
CENA 107
DIA – DELEGACIA
(FORTUNA ESTA ESCREVENDO A
MÁQUINA. BODOQUE ESTA SENTADO DO LADO DE FORA DA DELEGACIA, ROSA CHEGA
DIRIGINDO SEU CARRO).
FORTUNATO:
- O que faz aqui velha ramera?
ROSA:
- Boa tarde pra você também.
Imagem congela
em Rosa
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