HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 23
Web
Novela de Marcondys França
Direção: Marcondys
França, Cauê Bonifacil, Dill França e Albino
Ventura
Direção
Geral de Marcondys França
Cena 140 Continuação...
EXTERNA – NOITE - MATA
AMARILIS ESTÁ ANDANDO ENTRE AS ÁRVORES OUVE
PASSOS, HÁ LATIDOS DE CACHORROS, PASSOS ENTRE FOLHAS SECAS, COM UMA LANTERNA
AMARILES TENTA VENVER A ESCURIDÃO. NEGO BAUTEAU MOUCHE A SEGUE E A ATACA.ELA
JOGA A LUZ DA LANTERNA NO ROSTO DELE.
AMARÍLES: - (Grito de pavor)
ENOQUE APARECE E ATIRA NO AGRESSOR QUE CAI DE
JOELHOS AOS PÉS DE AMARILES. ELE ESTÁ NO CHAO DE BRUCHOS, ENOQUE VIRA-O RETIRA
A MÁSCARA, E É REVALADO A IDENTIDADE.
ENOQUE: - Ai, ai...
AMARÍLES: - Bodoque! Mas, não pode ser.
ENOQUE: - É, é um louco. Um doente, psicopata. Se aproveitava da lenda pra
atacar as mulheres desta cidade. (Enoque
coloca seu terno em Amaríles). Vamos, vou tirá-la daqui. (Saem).
CENA 141
TRANSIÇÃO: ZONA RURAL CAMPO VERDE (DIAS
DEPOIS)
MOSTRA CENAS DA SALA DE AULA ONDE ZECA FAZ O
EJA. PADRE EGÍDIO REZANDO, FÁTIMA ALIMENTANDO AS GALINHAS, MARIQUINHA VARRENDO
A CASA, SANTINHA REZANDO, JOÃO FUMANDO, MANÉ TIMBÓ PENSATIVO E COTIDIANO DO
INTERIOR.
Corta para fachada da casa de Mariquinha.
CENA 142
INTERNA – DIA – CASA DE MARIQUINHA – COZINHA
(Nina está grávida de quase nove meses)
FÁTIMA:
- Escute cumadre, mais tarde, vou fazer um bolinho de
milho lá em casa. Ieu quero que oscê e toda família vão lá em casa ceiá comigo,
vice?
MARIQUINHA:
- Cumadre, bolo igual o seu, aqui nesssa redondeza, não
tem.
NINA:
- Hum! Olha, só de pensa, me dá até água na boca.
FÁTIMA:
- Olhe fia, vá leva comida pros homem lá na roça, vá.
NINA:
- Vou sim. Licença vice? (Nina sai com as marmitas enroladas em panos de pratos).
MARIQUINHA:
- Cumadre, deixa eu por um cafezinho pra oscê. Oh
cumadre! Deixa eu me sentá aqui um pouquinho pra gente fofocar... Tõ toda
feliz, toda boba...
FÁTIMA:
- Ieu então? Então cumadre... Fiz o teste da moela, deu
abertinha. É femea!
MARIQUINHA:
- Não, não, não cumadre. Eu fiz o teste do coração, deu
fechadinho. É macho!
FÁTIMA:
- O da moela não faia... É macho!
MARIQUINHA:
- É fêmea...
(as duas teimam)
CENA 143
EXTERNA – DIA – CAMPO
(NINA CHEGA COM AS MARMITAS PARA ZECA E JOÃO
QUE ESTÃO TRABALHANDO NO CAMPO).
NINA:
- Seu João, zeca... Trouxe o armoço.
JOÃO:
- Vai comendo, que vou dá uma fumada.
(NINA SENTE CONTRAÇÕES)
NINA:
- A bolsa...
JOÃO:
- Que bolsa, onde?
ZECA:
- É teu filho que vai naiscê homi...
NINA:
- Ai meu deus! Estourou...
JOÃO:
- Vou buscar Fátima e Mariquinha... (Sai apressado).
ZECA:
- Calma Nina, calma... (Surper tenso).
TRANSIÇÃO: CIDADE DE CAMPO VERDE.
CENA 144
EXTERNA – DIA
– PRAÇA
EGÍDIO:
- Eu estava a sua espera.
MENININHA:
- mai foi muito difícil pra mim, vir até aqui, num sabe?
EGÍDIO:
- Eu sei.
MENININHA:
- Já num sei como esconder isso que tô sentindo. Mas, ieu
num podia tá guardando esse sentimento dentro mim.
EGÍDIO:
- É uma confissão?
MENININHA:
- Não. É uma declaração! Eu vou queimar no fogo do
inferno por isso, mas, não mais que tô queimando aqui dentro... Entende?
EGÍDIO:
- É tão difícil negar sentimentos, Deus é testemunha, eu
fiz de tudo... Larguei minha vida, a batina, por você, Menininha.
MENININHA:
- Eu não quero mais ficar longe de você, a muito tempo
não sinto algo assim, estou completamente apaixonada por você.
EGÍDIO:
- E eu por você. Eu te amo menininha, te amo. (A beija).
EGÍDIO:
- Vamos embora...
MENININHA:
- Não está certo. Não posso fazer isso. Mas, e a igreja,
sua batina? Não pode abandonar tudo.
EGÍDIO:
- Com a igreja e com Deus, eu me entendo. Vamos embora
agora.
MENININHA:
- Agora?
EGÍDIO:
- Sim, agora. (Beijam-se)
Transição: Campo
Verde Cidade.
CENA 145
EXTERNA – DIA
– CASA DE QUERÊNCIA
(Querência anda de um lado para o outro, está
nervosa).
ENOQUE:
- Dona Querência?
QUERÊNCIA:
- Pois não?
ENOQUE:
- A senhora está presa.
QUERÊNCIA:
- Sobre que acusação?
ENOQUE:
- Assassinato. O assassinato de Francisco Silva.
QUERÊNCIA:
- E como que o senhor descobriu?
ENOQUE:
- Não existe crime perfeito, sempre fica rastro.
QUERÊNCIA:
- Morreu por merecer, aquele cão do cabrunco. Não valia
um tostão, ruim feito cão.
ENOQUE:
- A senhora destruiu a sua vida.
QUERÊNCIA:
- Fiz e faria tudo de novo se preciso fosse.
(Everaldo chega e presencia a conversa)
ENOQUE:
- A senhora terá muito tempo pra se arrepender.
QUERÊNCIA:
- Eu contratei um pistoleiro para dá cabo daquele cabra
safado. Fiz tudo isso pela felicidade de meu filho.
EVERALDO:
- Como assim, a senhora minha mãe?
QUERÊNCIA:
- Fiz sim. E ainda paguei a Francisco para lhe separar
daquela uma.
EVERALDO:
- Como foi capaz?
QUERÊNCIA:
- Faria tudo de novo. Faço qualquer coisa pela felicidade
de minha família, sou capaz disso e muito mais.
EVERALDO:
- Não entendo, minha própria mãe.
ENOQUE:
- Vamos...
QUERÊNCIA:
- Vamos sim. (Eles
saem Everaldo fica desolado).
EVERALDO:
- A minha mãe. Uma assassina!
CORTA PARA O CAMPO NINA ENTRA EM TRABALHO DE
PARTO.
CENA 146
EXTERNA – DIA
– CAMPO
ZECA DEITA NINA PARA QUE FIQUE CONFORTÁVEL.
NINA:
-
Cadê mainha?
ZECA:
-
Calma Nina, calma!
NINA:
-
Pelo amor de Deus Zeca! Tá doendo Zeca... Mainha! (Grita)
ZECA:
-
Calma mulher, calma. Tá chegando.
NINA:
-
(Muita dor) Ah! Zeca ajude, acuda!
ZECA:
- Paciência, calme, mainha tá chegando... Vai dá tudo
certo vice? Eu tô aqui com oscê.
MARIQUINHA:
-
Oh meu pai! Chegou a hora...
FÁTIMA:
-
Minha Nossa Senhora! Segure ela Zeca, opoie em teu colo.
MARIQUINHA:
-
Vamos Nina respire fundo e faça força.
FÁTIMA:
-
Vamos Nina, força...
MARIQUINHA:
-
Teu fio vai nascer, Nina. Força fia, força.
NINA FAZ FORÇA, GRITA BASTANTE. O BEBÊ NASCE.
OUVE-SE UM CHORO, IMAGEM CONGELA EM NINA CHORANDO EMOCIONADA.
A SEGUIR...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado! Sua opinião é muito importante.