fevereiro 25, 2022

WEB NOVELA - HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 13

 HOMEM DO CAMPO – CAPÍTULO 13

Web Novela de Marcondys França

Direção: Marcondys FrançaCauê BonifácilDill França e Albino Ventura

Direção Geral de Marcondys França

 

Cena LXXVI (Continuação).

SOLA:

- Ei, calma... Que o sinhô tá me machucano... Tô é ficano se ar...

FRANCISCO:

- Oscê num viu nada ainda, vice? Então cabra, oscê gosta né?

SOLA:

- Muito! (Ele aperta solo pelo pescoço e aos poucos vai desembainhando a peixeira e apunhala Sola. Sola cai ferido, Francisco foge).

Transição.

Cena LXXVII

DIA – INTERNA – CASA DE GILMAR - SALA

CHICA:

- O senhô deseja fala com quem?

ZECA:

- Ieu sou Zeaca de Campo Verde e desejo fálá com dona Iolanda.

CHICA:

- Peraí que chama Dona Iolanda... (Grita) Dona Iolanda! Zeca!

IOLANDA:

- (Em off). Já vai... (Entra em Cena). Bonjour!?

 

ZECA:

- Bom dia, Dona Iolanda...

IOLANDA:

- OUI ()!

ZECA:

- Ieu sou Zeca, José Carlos de Campo Verde.

IOLANDA:

- Hum, tá!

ZECA:

- Filho de João e Fátima...

IOLANDA:

- Monsieur Zeca!

CHICA:

- Credo em cruz! Esse é o home que quase morreu...

IOLANDA:

- É ele mesmo estrupício... Vai lá ora cozinha, vai preparar um suco pro moço.

CHICA:

- Não entendi nada! Fui. (Sai).

ZECA:

- Ieu vim aqui pra agradecê...

IOLANDA:

- Oxe homem, num precisa agradecer nada não... O senhor sabe que fazer caridade e boa ação, é chique, num sabe? É, eu tava lendo isso numa revista. Então moço, deixa eu te falar, meu marido está para chegar, entendeu? E não vai ficar bem se ele chegar, e encontrar o senhor aqui, entendeu?

 

CHICA:

- Seu suco moço...

ZECA:

- Não carece... Muito obrigado, vice? Dona Iolanda, só nosso senhor Jesus Cristo pode pagá o que a senhora fez por mim. ZECA:

IOLANDA:

- Amém, seu moço!

ZECA:

- Muito obrigado vice? Vou indo, inté!

IOLANDA:

- Até! Até logo. (Ele sai)Eita lelê, até que o moço é bem apanhado mesmo, vice? (Olha pra Chica) Presta a atenção estrupício... Não é pra falar com Gilmar que viu esse moço aqui, vice?

CHICA:

- Sim senhora.

IOLANDA:

- Agora vai... (Chica vai saindo). Frances... (Chica para). Entendeste direito né?

CHICA:

- Sim senhora.

IOLANDA:

- Então vá...

CHICA:

- Num gosto que me chame de Frances. Meu nome é Chica, Chica... (Soletra o nome).

IOLANDA:

- vai, some daqui, vai... Seu nome é Chispa (Soletra). Estrupício!

Transição: Cenas da Zona Rural.

Cena LXXVIII

DIA – EXTERNA – CASA DE FÁTIMA

FÁTIMA:

- Ô derrota! Mai era só que me fartava!

JOÃO:

- Oscê num me venha procurando piolho em cabeça de cobra, num sabe?

FÁTIMA:

- Mai aquela uma, quando saiu daqui, tava prenha. E diziam que o bucho era teu...

JOÃO:

- Oxe! Mai tanto pode ser meu como de tanto outro...

FÁTIMA:

- Ué, mai era tu que andava enrabichado com ele...

JOÃO:

- Num me venha praescovar vou dar uma vorta pra esfriar a cabela, vice? (Sai).

FÁTIMA:

- Fuzino é? Oxe! Aquela uma que me veha... Hum!(Sai).

Transição Zona Urbana.

 

Cena LXXIX

DIA – INTERNA – CONSULTÓRIO MÉDICO

MANÉ TIMBÓ:

- Com Licença doutora...

 

BRUNA:

- Sente-se...

MANÉ TIMBO:

- Vim inté aqui pra fazê uma proposta.

BRUNA:

- Pois diga.

MANÉ TIMBO:

- Sei que a senhora é muito querida por nossa gente. Andei pensando aqui, não vejo pessoa melhor que a senhora para concorrer nessas eleições...

BRUNA:

- Eu, seu Mané Timbó? Olhe, confesso que nunca pensei em um cargo legislativo e nunca tive essa pretensão.

MANÉ TIMBO:

- Queremos a senhora no executivo, como prefeita. Se Deus quiser e nos permitir, a senhora será a primeira mulher eleita pelo povo dessa cidade.

BRUNA:

- Sinceramente nunca tive essa pretensão.

MANÉ TIMBO:

- O meu partido como oposição desses breguessos, com a total chipoada que daremos nesses gabiruços...

BRUNA:

- Olhe, muito me honra seu convite, mas...

MANÉ TIMBO:

- se a doutora acredita no poder da transformação, no bem está desse povo, não há melhor caminho do que pela política. Só assim poderá promover a transformação social, com disposição em trazer educação, saúde e trabalho com dignidade.

BRUNA:

- Olhe, acho essa tarefa muito difícil...

MANÉ TIMBO:

- Mas, nada impossível! É uma tarefa que a senhora irá desempenhar muito bem.

BRUNA:

- verdade, o senhor tem razão... é uma tarefa difícil, mas, não impossível! Olhe, seu Mané Timbó, vou pensar em tudo isso...

MANÉ TIMBO:

- Então pense doutora. Passar bem. (Pega o chapéu põe na cabeça).

BRUNA:

- Passar bem Seu Mané Timbó! (câmera fecha nela pensativa).

CORTA PARA GILMAR CATOLÉ DIRIGINDO.

 

Cena LXXX

NOITE – INTERNA – CARRO DE GILMAR

 

GILMAR:

- Que será que querência quer? Vindo dela, só pode ser algo ruim... Mulher amarga!

CORTA PARA CASA DE QUERÊNCIA.

 

 

 

Cena LXXXI

NOITE – INTERNA – CASA DE QUERÊNCIA - SALA

GILMAR:

- Boas noite...

QUERÊNCIA:

- Só se for pro senhô Coronel.

GILMAR:

- Não me chame de coronel que u não gosto. E se é pra ofender, já vou dando meia volta, e tomando meu prumo.

QUERÊNCIA:

- O senhô trate de voltar aqui, mode que o assunto é de seu interesse.

GILMAR:

- Pois então diga...

QUERÊNCIA:

- Tá com pressa coronel Gilmar? Num quer que sua cama esfrie?

GILMAR:

- Seria se Iolanda fosse tão amarga quanto você. (Saindo)

QUERÊNCIA:

- É sobre nosso filho. Everaldo catolé.

GILMAR:

- O Everaldo? Que foi que ele fez?

QUERÊNCIA:

- teu filho se enrabichou com uma daquelas quenguinhas daquela casa comandada por aquela ramera velha, que tu deve conhecer muito bem.

 

 

GILMAR:

- É natural, na idade dele, é homem, cabra macho. E pelo que ouvi fala, lá tem umas bem aprumadinhas.

QUERÊNCIA:

- Ele quer trazer pra dentro de casa uma quenga.

GILMAR:

- Apaixonou-se!

QUERÊNCIA:

- aquilo num é mulé pra se apaixoná... É mulé de dar volta em velho tolo. E também, aquela uma não é mulé de um homem só.

GILMAR:

- Vou conversar com Everaldo, pode deixar.

QUERÊNCIA:

- Pois faça isso, é um assunto que deve entender muito bem.

GILMAR:

- passar bem Querência, passar bem! (Sai).

Transição: Zona Rural.

Cena LXXXII

DIA – EXTERNA – CASA DE SANTINHA BRASÃO - QUINTAL

FRANCISCO:

- Dona Santinha? Ieu vim aqui, mode que, fiquei sabeno, que a senhora quer fala com ieu...

SANTINHA:

- Eu quero que o senhor faça um servicinho pra mim...

 

FRANCISCO:

- se tiver a meu alcance terei o prazê de fazê.

SANTINHA:

- Eu quero que o sinhô tire uma pessoa do meu caminho. Mas, também do caminho do meu filho.

FRANCISCO:

- Oxe! Mai num tô entendeno, não...

SANTINHA:

- Bom, ainda é segredo, num sabe? Mas, antes que caia nos ouvidos e bocas daquela gente desocupadas de Campo Verde. Eu preciso tomar minhas devidas providências. E o senhor, não vai se arrepender, será muito bem remunerados.

FRANCISCO:

- Pois então diga. Eu seio que a senhora, Dona santinha Brasão, num é mulé de dar nó sem ponta. Mai o quê que a inhora que ieu faça?

SANTINHA:

- Ieu quero que o senhor acabe logo com o chamego daquela uma com meu filho.

FRANCISCO:

- Oxe!

SANTINHA:

- O senhor sabe muito bem de quem eu estou falando... É daquela rampera. Iolnda Catolé.

FRANCISCO:

- Arre!

SANTINHA:

- Graranto que não se arrependerá Francisco.

Transição: Zona Rural.

 

Cena LXXXIII

DIA – EXTERNA – MATA

(Curandeira está cuidando de suas ervas)

CURANDEIRA:

- Tenha medo não... Dois terços do que houve por ai, é um emaranhado de invenções... Se achegue. Se assente.

FÁTIMA:

- Com sua licença!

CURANDEIRA:

- Mas me diga inhora, o que atrás aqui em minha humilde casa? Argum remédio especiá? Não, não me responda... (Levanta as mão para o alto e contempla o céu).  Ah, tô sentindo suas vibrações, é pra alma! Mas pra que todo esse desapego?

FÁTIMA:

- Vim em busca de resposta...

CURANDEIRA:

- Sei bem como são essas coisas... É muito difícil se livrar do passado, não mesmo? Inté se consegue fugir por um tempo. Mas, o tempo não perdoa não, não perdoa. Sabe, o mundo é redondo, num para de girar, e vivemos sobre alei do retorno. E cedo ou tarde nos deparamos com a realidade. Tapamos os olhos, os ouvido, não dizemos o que temos que dizer e endurecemos nossos corações.

FÁTIMA:

- E é pra saber da verdade que tô aqui, vice?

CURANDEIRA:

- Minha mãe, era um a velha cigana... Andava por esse mundão de meu Deus e muito me ensinou. Aceita uma xícara de chá

FÁTIMA:

- Não, obrigada!

CURANDEIRA:

- A verdade, é um ato de libertação. No primeiro momento dói. Mas depois, vem um alívio. Não se deixe enganar, as aparências, enganam. Nem sempre o estranho, o feio, é tão cruel quanto se apresenta. Mas, a senhora não veio aqui me fazê uma visita, num é mermo?

FÁTIMA:

- E apoi? O assunto que me tras aqui é algo que me aperreia por demai... Há dezoito anos atrás, a senhora fez um parte bem aqui, nessa chopana... Num foi?

CURANDEIRA:

- Sim, fiz muitos partos. Muitas crianças vieram a esse mundão de meu Deus, por minhas mãos.

FÁTIMA:

- mas essa criança a que me refiro era cria de uma dessas...

CURANDEIRA:

- Mulé da vida.

FÁTIMA:

- Uma rapariga!

CURANDEIRA:

- toda criança vem a esse mundo trazendo a inocência e a pureza dos anjos.

 

 

FÁTIMA:

- Mas essa criança era de uma quenga muito conhecida.

CURANDEIRA:

- Muitas delas passaram por aqui.

FÁTIMA:

- Então a senhora sabe muito bem de quem estou falando.

CURANDEIRA:

- Sei, me alembro. Era uma bela moça.

FÁTIMA:

- E a criança, vingou? Era macho ou feme? Que aconteceu?

CURANDEIRA:

- hei, carma, carma!

IMAGEM CONGELA NELAS.

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